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Parafusos de movimentação, Notas de aula de Design de Máquinas

Os parafusos de transmissão são elementos de transmissão que transforam movimento de rotação em movimento linear e vice-versa

Tipologia: Notas de aula

2021

Compartilhado em 18/09/2021

sergio-ricardo-cabral
sergio-ricardo-cabral 🇧🇷

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bg1
4-1
CAPÍTULO 4: PARAFUSOS DE MOVIMENTO
A primeira parte deste capítulo trata dos parafusos de movimento e de potência, utilizados
para a transmissão de esforços e de movimento. Neste caso será visto que as aplicações destes
tipos de parafusos são bastante distintas daquelas estudadas na segunda parte, assim como os
critérios de dimensionamento e análise.
Os parafusos e as porcas estão entre os principais métodos de união empregados pela
indústria. A especificação e análise de uniões aparafusadas é uma das etapas mais importantes do
projeto mecânico. Em um único Boing 747 existem cerca de 2,5 milhões de uniões aparafusadas e
em uma plataforma petrolífera existem pelo menos 4 milhões dessas uniões, razão pela qual esses
parafusos respondem por uma grande parcela do custo final desses equipamentos. A falha de uma
única junção aparafusada pode causar um prejuízo de centenas de milhões de reais sem contar
centenas de vidas.
4.1 DEFINIÇÕES GERAIS
NOMENCLATURA DOS ELEMENTOS ROSCADOS
Figura 1: definições fundamentais de um perfil de rosca
Considerando a figura acima, estão ilustradas as seguintes grandezas do conjunto parafuso-
porca:
diâmetro nominal (d): diâmetro externo do parafuso
passo (P): distância entre dois filetes consecutivos medida na direção axial do parafuso
número de entradas (z): número de filetes simultaneamente enroscados na mesma seção
transversal do parafuso
avanço (LP): deslocamento axial da porca quando o parafuso dá uma volta completa
ângulo do perfil da rosca (): ângulo de ponta do filete
altura total do filete (H): altura teórica sem arredondamento do filete
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa
pfd
pfe
pff
pf12
pf13
pf14
pf15
pf16
pf17
pf18
pf19
pf1a
pf1b
pf1c
pf1d
pf1e

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CAPÍTULO 4: PARAFUSOS DE MOVIMENTO

A primeira parte deste capítulo trata dos parafusos de movimento e de potência, utilizados

para a transmissão de esforços e de movimento. Neste caso será visto que as aplicações destes

tipos de parafusos são bastante distintas daquelas estudadas na segunda parte, assim como os

critérios de dimensionamento e análise.

Os parafusos e as porcas estão entre os principais métodos de união empregados pela

indústria. A especificação e análise de uniões aparafusadas é uma das etapas mais importantes do

projeto mecânico. Em um único Boing 747 existem cerca de 2, 5 milhões de uniões aparafusadas e

em uma plataforma petrolífera existem pelo menos 4 milhões dessas uniões, razão pela qual esses

parafusos respondem por uma grande parcela do custo final desses equipamentos. A falha de uma

única junção aparafusada pode causar um prejuízo de centenas de milhões de reais sem contar

centenas de vidas.

4.1 DEFINIÇÕES GERAIS

NOMENCLATURA DOS ELEMENTOS ROSCADOS

Figura 1: definições fundamentais de um perfil de rosca

Considerando a figura acima, estão ilustradas as seguintes grandezas do conjunto parafuso-

porca:

diâmetro nominal (d): diâmetro externo do parafuso

passo (P): distância entre dois filetes consecutivos medida na direção axial do parafuso

número de entradas (z): número de filetes simultaneamente enroscados na mesma seção

transversal do parafuso

avanço (L P ): deslocamento axial da porca quando o parafuso dá uma volta completa

ângulo do perfil da rosca (): ângulo de ponta do filete

altura total do filete (H): altura teórica sem arredondamento do filete

altura de contato (H 1 ): comprimento projetado de contato efetivo entre porca e o parafuso

folga de cabeça (h a ): truncamento do filete do parafuso para permitir ajuste com a porca

folga de pé (h f ): truncamento do filete do parafuso para permitir ajuste com a porca

diâmetro de raiz (d 3 ): menor diâmetro do parafuso

diâmetro de flanco, ou primitivo (d 2 ): diâmetro do parafuso até o ponto médio de H 1

ângulo de hélice (): ângulo de inclinação do filete ao redor do corpo do parafuso.

A confecção de roscas se dá por dois processos principais: usinagem e conformação

plástica por rolagem entre cilindros ou placas. O processo de usinagem é indicado, sobretudo, para

roscas de grande diâmetro, pequenos lotes ou peças que, devido à sua complexidade, não podem

ser conformadas, tais como eixos, roscas sem-fim de redutores e rotores. O processo de rolagem é

indicado para alta produção de peças seriadas e peças de pequeno diâmetro.

Figura 2: processos clássicos de obtenção de peças roscadas

Do ponto de vista das propriedades do produto final, o processo de rolagem é mais

vantajoso, pois roscas obtidas por rolagem têm, pelo menos, 20% a mais resistência à fadiga e

maior resistência mecânica, devido ao melhor acabamento superficial e microestrutura encruada,

com exceção das roscas usinadas e posteriormente retificadas.

4.1.1 Roscas triangulares ISO e UNS

As roscas ISO (ISO 68-1) e UNS (ASME/ANSI B1-2) se caracterizam por um filete triangular

com ângulo de perfil de 60º. A diferença entre elas é que as roscas ISO têm o passo P e diâmetro

externo d dado em milímetros enquanto que as roscas UNS tem o passo calculado em filetes (ou

fios por polegada) e o diâmetro externo d dado em frações de polegada. Os dois sistemas não são,

portanto intercambiáveis.

Ambos os tipos podem ter passo normal (grosso), fino ou extra-fino e também serem

especificadas classes de tolerâncias de fabricação. A terminologia indicada na norma ISO são as

seguintes:

5g 6G

Figura 4: perfil normalizado de rosca trapezoidal DIN 103. Medidas em mm.

Figura 5: perfil normalizado de rosca trapezoidal ACME

4.2 PARAFUSOS DE MOVIMENTO

Parafusos de movimento (também chamados parafusos de potência) são utilizados

principalmente para converter o movimento rotativo em movimento axial. Observe as aplicações

abaixo:

Figura 6: aplicações comuns em parafusos de movimento

Em uma aplicação típica, um parafuso de movimento faz parte de um conjunto com os

seguintes elementos:

a) acionamento: ponto de aplicação de torque, geralmente por alavanca, polia ou engrenagem.

P

(mm)

ac

(mm)

R 1

(mm)

R 2

(mm)

1,5 0,15 0,075 0,

2 a 5 0,25 0,125 0,

6 a 12 0,50 0,250 0,

14 a 44 1,00 0,500 1,

( )

,MAX C

,MAX C

C

C

C

R a

R , a

D d a

d d h

d D d H

h H a

a , D d

H , P

2

1

3

3 3

2 2 1

3 1

3

1

R , P(geral)

F F , P

F F , P

H , P

RS RN

CS CN

1

b) bucha ou castanha: ponto de conversão do torque em força axial ou vice-versa no caso de

sistemas reversíveis.

c) escora: ponto de apoio axial.

d) ponto de centragem: impede a movimentação do parafuso no sentido radial. Pode estar

ausente em algumas aplicações.

e) guias: permitem a aplicação de cargas excêntricas sem risco de travamento da bucha.

Figura 7: componentes principais de um sistema de movimentação por parafuso

4.2.1 Relação entre o torque aplicado e a força axial no parafuso

Arquimedes em 240 AC, percebeu que o movimento da rosca ao longo de um parafuso é

equivalente ao movimento de um corpo em um plano inclinado. A inclinação deste plano é medida

pelo ângulo de hélice , ou seja, à medida em que o parafuso dá um giro, a porca sobe ou desce

uma distância correspondente ao avanço característico do parafuso, L P

. Na figura abaixo estão

ilustradas as forças atuando no sistema nas condições de subida da bucha (deslocamento contra a

hélice) e descida da bucha (deslocamento a favor da hélice).

subindo a carga (aperto) descendo a carga (desaperto)

Inicialmente deve-se determinar o torque necessário para movimentar a bucha. Uma vez

que o torque para abaixar a bucha é distinto daquele para levantar, utilizamos T 1 como torque de

levantamento e T 2 como torque de abaixamento. Nos diagramas acima F T corresponde à força de

a) escora de deslizamento na forma de uma coroa circular sob hipótese de pressão constante:

É um dos casos mais comuns. Para definir a relação entre o torque de atrito T e na escora e

a força axial atuante, considere a figura 7. Uma vez conhecida a força F entre a escora e o

parafuso, a pressão média na escora e o torque de atrito é dada por:

p = p̅ =

F

A

F

π (r

e

2

− r

i

2

e T

e

= ∫ r dF

AT

Substituindo na equação acima dF AT

= μ e

dF = μ e

p̅ dA e dA = r dr dθ tem-se:

T

e

= ∫ r μ

e

p̅ dA = ∫ ∫ r

2

e

p̅ dθ dr

0

r e

r i

p̅ (r

e

3

− r

i

3

e

r

e

3

− r

i

3

r

e

2

− r

i

2

F

É comum expressar o torque de atrito na escora por meio de:

T

e

e

r̅ F com r̅ =

r

e

3

− r

i

3

r

e

2

− r

i

2

onde r̅ é o chamado raio equivalente da escora.

Figura 7: escora plana

b) escora cônica sob a hipótese de pressão constante:

Outro caso comum é o uso de escoras cônicas (vide figura 8). Neste caso, com a pressão

atuando na interface, o torque de atrito na escora pode ser obtido por meio de:

p = p̅ =

F

A

F

r

e

2

− r

i

2

e T

e

= ∫ r dF

AT

Seguindo o mesmo desenvolvimento do item anterior e substituindo dA= r.dr.dθ/sen(β), onde

β é o ângulo de inclinação da escora, o torque de atrito é dado por:

T

e

= ∫ r μ

e

p̅ dA = ∫ ∫

r

2

sen β

e

p̅ dθ dr

0

r e

r i

e

3 sen β

r

e

3

− r

i

3

r

e

2

− r

i

2

F

É possível também neste caso utilizar uma expressão similar à equação (5), ou seja:

T

e

e

r̅ F onde r̅ =

3 sen β

r

e

3

− r

i

3

r

e

2

− r

i

2

Figura 8 : escora cônica

c) parafuso montado sobre rolamentos de escora de esferas ou rolos:

A utilização de rolamentos de esferas ou rolos em sistemas de movimentação por parafusos

diminui bastante o atrito e contribui para aumentar o rendimento do sistema, aumentando no

entanto o custo e a complexidade do sistema. A figura seguinte ilustra uma aplicação típica deste

tipo de sistema. Neste tipo de aplicação é comum se encontrar buchas guiadas por roletes ou

guias de deslizamento axial (p.ex. “rabo de andorinha”), o que impede que a excentricidade da força

F cause flexão no parafuso, emperrando a bucha.

Figura 9: aplicação utilizando mancal de rolamento de escoras

Na situação mostrada, em que um parafuso de movimento é montado de forma que um

único rolamento de escora equilibra a força axial no parafuso, o torque de atrito devido ao

rolamento pode ser calculado aproximadamente através de:

T

e

ROL

r̅ F ( 7 )

onde  ROL é o coeficiente de atrito no rolamento, F é a carga total atuante no rolamento e r̅ é o raio

interno do rolamento. Os valores de  ROL estão listados na tabela 2:

TIPO DE ROLAMENTO μ ROL

axial ou radial de esferas 0 , 0015

contato angular 0,

rolos cônicos 0 , 0018

escora de rolos 0 , 0050

Tabela 2: valores do coeficiente de atrito 

ROL de acordo com SKF (2014)

restante seja dividido entre os demais filetes até o sexto. A partir do sétimo filete praticamente não

existe solicitação mecânica dos filetes da bucha.

Figura 11 : distribuição da carga externa F entre os filetes da bucha

a) Critério de esmagamento dos filetes

Admitindo que x representa o número de filetes da bucha e A proj a área de contato projetada

entre a bucha e o parafuso, a pressão média no flanco dos filetes do parafuso em contato com a

bucha é calculada através de:

p̅ =

F

A

proj

F

x

[d

2

− (d

2

H

1

2

]

F

xπd

2

H

1

≤ p

adm

ou, alternativamente:

p̅ =

F

A

proj

2F

mπd

2

≤ p

adm

sendo m = x.P a altura útil da porca, com m  2,5.d e x ≥ 6. Os valores de p ADM são obtidos levando-

se em consideração propriedades dos materiais e o desgaste permitido da bucha e do parafuso.

Para parafusos de aço, recomenda-se:

BUCHA p ADM , MPa

aço 10,

bronze e ligas 13,

ferro fundido maleável 5,

teflon 8,

náilon 13,

grafite 4,

Tabela 3 : Valores de p ADM para buchas de rosca trapezoidal. Fontes: Mechanical Drives Reference

Issue (1988) e Rothbart (1985).

b) Critério de cisalhamento transversal dos filetes

Admitindo a distribuição típica de forças ao longo dos filetes da bucha ilustrada na figura 11

e que os filetes podem ser aproximados por vigas curtas em balanço, a máxima tensão de

cisalhamento transversal ocorre na região do diâmetro de raiz do primeiro filete da bucha. Assim:

MAX

F

max

A

CIS

0 ,38F

A

CIS

0 ,57F

A

CIS

e

n

C

onde A CIS é a área de cisalhamento, n C é o fator de segurança ao cisalhamento e τ e a tensão de

cisalhamento transversal. A área de cisalhamento do filete do parafuso é A CIS

= 0 ,5πd 3

P, enquanto

que a área de cisalhamento do filete da bucha é A CIS

= 0 ,5πD 3

P, onde d 3 é o diâmetro de raiz do

fuso e D 3 o diâmetro de raiz da bucha. Empregando o critério de Tresca por ser mais conservador,

com σ e

e , tem-se, para o fuso:

2 , 28 F

πd

3

P

e,fuso

n

C

e, para a bucha:

2 , 28 F

πD

3

P

e,bucha

n

C

onde D

3

é o diâmetro de raiz da bucha.

c) Tensões combinadas (torção e flexão) e critério de von Mises

Este critério é aplicado apenas à parte roscada do parafuso. Considerando os esforços

internos em um parafuso de movimento verifica-se a ocorrência simultânea de esforços torcionais

(T) e axiais (N) atuando simultaneamente em uma dada seção transversal. Os esforços de flexão

em qualquer plano transversal tendem a provocar rotação da bucha e devem ser eliminados através

de guias ou roletes uma vez que o empenamento do parafuso devido à flexão pode causar

travamento da bucha, principalmente em fusos com classes de ajustes mais precisas.

Dessa forma, as tensões atuando em uma seção transversal qualquer da rosca são:

a) tensão normal: σ =

N

A S

Figura 12 : critérios de flambagem

O valor de  lim é calculado considerando-se que, experimentalmente, o critério de Euler é

preciso somente para valores de  CRIT menores ou iguais a 0, 5  p

. Dessa forma, no ponto A da

figura, onde λ = λ lim tem-se:

crit

2

lim

2

lim

2

lim

2

p

LIM

2Eπ

2

p

Para a grande maioria dos materiais elásticos lineares faz-se σ p ≈ σ e

O comprimento equivalente do parafuso é calculado utilizando-se as condições de contorno

de cada problema em particular, uma vez que o critério de Euler foi desenvolvido originalmente para

uma coluna pinada nas duas extremidades. O comprimento equivalente para outras condições de

contorno geralmente é obtido por analogia. A figura 13 ilustra os comprimentos equivalentes

recomendados para as principais situações práticas.

Figura 13 : casos de vinculação principais

4.2.4 Rendimento e eficiência dos parafusos de movimento

Considerando a transmissão de movimento do fuso para a bucha, o rendimento da rosca

pode ser calculado obtendo-se a relação entre a potência utilizada para acioná-lo e a potência na

saída da bucha. A componente da velocidade linear da bucha no sentido da força F aplicada é dada

por:

ENGASTADA

ENGASTADA ENGASTADA

v = v

t

tan α = ω

d

2

tan α

onde v t é a velocidade tangencial da bucha no diâmetro primitivo, α é o ângulo de hélice e ω é a

velocidade angular do fuso. Portanto:

rosca

P

saída

P

entrada

F v

T

1

F ω

d

2

tan α

F

d

2

tan(α + φ) ω

tan α

tan(α + φ)

onde φ é o ângulo de atrito, obtido na tabela 1. Quando α > φ, o sistema torna-se reversível e neste

caso é possível a transmissão movimento da bucha para o fuso. Nesse caso o rendimento é:

rosca

P

saída

P

entrada

T

2

F v

F

d

2

tan(α − φ) ω

F ω

d

2

tan α

tan(α − φ)

tan α

O cálculo do rendimento total do sistema faz-se considerando a entrada como o ponto de

acionamento, onde T=T A , e a saída na bucha. Nesse caso,

total

P

saída

P

entrada

F v

T

A

F ω

d

2

tan α

T

A

F

d

2

Z P

T

A

π d

2

F Z P

2 π T

A

e, alternativamente, para o caso de fusos movidos:

total

P

saída

P

entrada

2 π T

A

F Z P

4 .2. 5 Exercícios resolvidos

Exercício 1:

O mecanismo da figura a seguir é utilizado para prender uma peça para que ela possa ser usinada.

Ele utiliza um parafuso Tr 36x6 de classe 6.8 com buchas de aço classe 4.6 lubrificadas. Considere

n MEC = n C = 2,5. Pede-se:

a) verifique se o sistema é irreversível

b) determine a máxima força F de fixação que pode ser exercida pelo mecanismo e o

torque T A que deve ser exercido através da engrenagem de acionamento.

c) determine o comprimento m das buchas em aço classe 4. 6.

d) sabendo-se que o tempo máximo de acionamento com o mecanismo em vazio é de 2s e

que o parafuso gira a 400rpm, determine a distância L.

Uma vez que os esforços internos variam ao longo do comprimento da bucha deve-se aplicar o critério

de resistência mecânica para os pontos A e B marcados no diagrama de esforços internos:

  • para o ponto A: T = TA = 2T 1 e N = 0

σ EQ

2 T

1

w T

2

2F

2

→ F ≤ 96 ,8x 10

3

N

  • para o ponto B: T = T 1 e N = F

σ EQ

F

A

S

2

T

1

w T

2

F

2

F

2

→ F ≤ 116x 10

3

N

Comparando os dois pontos adota-se, por este critério, F max = 96,8 kN.

c) cálculo das forças e torques no parafuso utilizando o critério de cisalhamento dos filetes:

Uma vez que a bucha possui tensão de escoamento menor que a do parafuso, será adotado, para este

critério, σe = 240MPa. Assim:

τ MAX

2 ,28F

πd 3

P

σ e

n C

2 , 28 F

π. 29. 6

ou seja, F ≤ 23016 N

Comparando este valor com aquele do item (b), adotamos Fmax = 23 kN. O torque de acionamento do

mecanismo através da engrenagem é:

T

A

= 2 T

1

= 2F

d 2

tan

α + φ

= 2x23x 10

3

.

. tan

0

  • 3 , 31

0 ) = 128 ,6x 10

3

Nmm

d) cálculo do comprimento da bucha pelo critério de esmagamento dos filetes:

Para bucha de aço lubrificada obtém-se, da tabela 3, p ADM = 10 MPa. Portanto:

p̅ =

F

xπd 2

H

1

≤ p adm

23x 10

3

x. π. 33. 3

≤ 10 , ou seja x ≥ 7 , 4

tem-se, portanto, m = x. P = 44 , 4 mm. Verificando quanto ao projeto da bucha por m ≤ 2,5d = 90mm

adota-se, pela DIN 3, m=45mm

e) cálculo do comprimento L:

Utilizando a geometria do problema, o curso total do parafuso é dado por:

Curso =

L

− m = n L P

∆t

onde n é a rotação do parafuso, t é o tempo de acionamento e LP o avanço. Portanto:

L

− m = n L P

∆t → L = 2. (n L P

∆t + m) = 2. (

. 6. 2 + 45 ) = 250mm

Exercício 2:

O dispositivo da figura seguinte deve ser dimensionado para exercer uma força de compressão

de 11kN. Despreze a espessura da chapa sendo comprimida. O grampo utiliza um parafuso de

aço com uma entrada e uma bucha em aço fundido com 

e = 200MPa.

A força manual de acionamento do grampo através da alavanca é de 200N. Utilize n MEC

n C =1,5 e n FL

=3,5. O coeficiente de atrito na ponta cônica é =0, 20 e E=205 GPa. Determine:

a) o diagrama de corpo livre e o de esforços internos

b) o diâmetro do parafuso e a classe de resistência

c) as dimensões L e H e o rendimento do sistema

(mm)

SOLUÇÃO

Inicialmente, obtém-se os diagramas de corpo livre e de esforços internos solicitantes do parafuso. Neste

exercício a reação R e na escora cônica é diferente de zero e, portanto, haverá na escora um torque de atrito

Te não nulo. Por equilíbrio do parafuso:

∑ F

Y

= 0 , F − R

e

= 0 → R

e

= F

∑ T = 0 , T

A

− T

1

− T

e

= 0 → T

A

= T

1

+ T

e

diagrama de esforços internos

a) cálculo do diâmetro do parafuso pelo critério de esmagamento dos filetes:

F=11 kN

σ =

F

A

S

σ CRIT

n fl

σ CRIT

, σ CRIT

= 174 , 7 MPa

Como σcrit >0,5σe = 160 MPa adota-se o critério de Johnson (vide figura 12). Nesse caso a tensão crítica

é dada pela expressão (16) com σp = σe = 320MPa:

λ lim

2Eπ

2

σ e

    1. π

2

σ crit

λ

2

2 λ lim

2

) σ p

λ

2

2

) 320 , λ = 107 , 1

Verifica-se agora que a presença da bucha na extremidade superior é semelhante à presença de uma

guia, enquanto que a ponta cônica na extremidade inferior é similar a um pino. Esta situação

corresponde ao caso 3 da figura 13. Dessa forma:

λ =

4 L

EQ

d 3

4 L

EQ

= 0 , 258 L

EQ

→ 0 , 258 L

EQ

= 107 , 1 , L

EQ

= 415 ,1mm

O comprimento L máximo é calculado admitindo-se o caso 3 de vinculação:

L

EQ

= 0 ,8L → 415 , 1 = 0 ,8L , L

max

= 518 ,9mm

f) cálculo do comprimento H da alavanca:

Uma vez que o torque de acionamento é aplicado através de uma alavanca simples, a distância H é

calculada através da força manual aplicada, F M :

H =

T

A

F

M

= 223 , 8 mm

4.2.5 Exercícios propostos

Exercício 1:

O parafuso de movimento Tr 30x6x2 classe 3.6 da figura é utilizado para movimentar o braço

vertical AB. As duas buchas utilizadas são de náilon 46 com σe=80MPa. Considere nMEC=nC= 2 e

n FL = 3,5. O pino de guia indicado no desenho desliza sem atrito na ranhura. Determine:

a) a máxima força F que o mecanismo pode suportar na posição mostrada e a força de

acionamento que deve ser aplicada na alavanca. Calcule a razão de multiplicação do

mecanismo.

b) o comprimento m necessário da bucha

c) o máximo comprimento L admissível para o parafuso

Exercício 2:

Aplica-se uma força manual de acionamento F M = 100 N na extremidade da alavanca do grampo de

forma que o parafuso DIN 103 comprima a peça A. Considere o parafuso classe 4.6 , n C = 1,5 e

n MEC = n FL = 3,0. Determine:

a) as dimensões do fuso

b) a máxima força de compressão exercida pelo parafuso na peça A

c) o máximo curso L e a altura da bucha m

d) o rendimento do sistema

Figura para o exercício 1 Figura para o exercício 2

Exercício 3:

A figura seguinte ilustra um dispositivo de movimentação de carga que utiliza um parafuso

trapezoidal DIN 103 fabricado em ABNT 1045 (aço classe 6.8). O parafuso é acionado por uma

engrenagem cônica posicionada na extremidade direita. O dispositivo deve ser capaz de mover

uma carga F = 8kN a 2m/min nas duas direções. Despreze o atrito nas guias. Pede-se:

a) o diâmetro e a classe de resistência do fuso

b) o torque de acionamento e o rendimento do sistema

c) a máxima distância H considerando n

FL

d) a rotação do fuso

DADOS ADICIONAIS:

2 entradas, m = 1,5d 2 , n mec = n fl = 3, n C = 2, μ e = 0,10 , bucha em bronze/ com σ e = 350MPa

Respostas:

  1. F = 4440N, FM = 283N , Lmax = 1110mm , m=36mm, razão=15,7 vezes

μ=0,

0,6d