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Perfil econômico de Rondônia, Teses (TCC) de História

Bom pra estudar. Rondônia: economia e desenvolvimento.

Tipologia: Teses (TCC)

2014

Compartilhado em 15/05/2014

moura.jairo.94
moura.jairo.94 🇧🇷

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RONDÔNIA: ECONOMIA E DESENVOLVIMENTO
HISTÓRICO:
Sua contribuição tem início com a construção da Estrada de Ferro Madeira
Mamoré, inaugurada em 1912, quando Rondônia se apresentava como
alternativa para a logística de transporte de produtos e recursos naturais da
Bolívia. O Brasil assinava o Tratado de Petrópolis sinalizando com a construção
da ferrovia e recursos em Libras Esterlinas em troca do Território do Acre.
Rondônia recebe então os primeiros investimentos para a construção da
ferrovia concomitante à construção da linha telegráfica pelo Marechal Rondon.
Na década de 40 tivemos o auge da borracha em Rondônia, que assim como o
Amazonas e Acre responderam ao chamado do governo, recebendo aqui os
“Soldados da Borracha”, que ocuparam os seringais em busca do “Ouro
Branco”. Destacava-se o modelo econômico extrativista.
Na década de 70, encerram-se as atividades da Ferrovia Madeira Mamoré e o
ciclo da borracha vem de longe sofrendo a concorrência dos seringais da
Malásia, não suportando a sustentação da atividade econômica. Nesse
momento, Rondônia possui pouco mais de 70.000 habitantes e crescer a
atividade garimpeira, principalmente no Rio Madeira, que suporta cerca de 5 mil
dragas instaladas, empregando 25 mil garimpeiros, aproximadamente.
Garimpos de cassiterita, na região de Ariquemes, elevam o Estado à categoria
de mais forte produtor nacional do minério. Essas atividades ainda refletem um
modelo econômico extrativista, exportador dos seus recursos naturais,
subdesenvolvido.
Ao final da década de 70, início da década de 80, Rondônia experimenta o
maior fluxo migratório da sua história, acompanhando novamente a política
nacional. Era o 2º. PND (Plano Nacional de Desenvolvimento), que teve início
no governo Geisel sendo consolidado no governo João Figueiredo. O programa
apresenta ao país, Rondônia, sua nova “Fronteira Agrícola”. O estado passa a
ser ocupado por agricultores de todo o Brasil, principalmente dos estados do
Paraná e Espírito Santo, que instalaram-se na região central, acompanhados
de paulistas, mineiros, catarinenses e gaúchos, esses dois últimos ocupando a
região de Vilhena. A ocupação do estado acompanha o ritmo do
desmatamento, exigido na época pelo INCRA para que posseiros recebessem
a documentação da terra. A pecuária de corte e leite amplia seus espaços com
crescimento ininterrupto dos rebanhos. Nosso modelo de desenvolvimento
econômico agora é exportador agrosilvopastoril, ou seja, extrativismo,
agricultura e pecuária.
Ao longo dessa ocupação e como resultado do processo, instala-se em
Rondônia a Indústria Madeireira, atraída pela abundância de matéria-prima.
Essa atividade chega ao seu ápice na década de 90, com cerca de 3.000
empresas instaladas, respondendo por 40% do emprego industrial e da
arrecadação de impostos. A madeira chega a representar cerca de 90% da
nossa pauta de exportações. A atividade industrial ainda não agrega valor a
produtos finais, mantendo um modelo de economia subdesenvolvida.
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RONDÔNIA: ECONOMIA E DESENVOLVIMENTO

HISTÓRICO:

Sua contribuição tem início com a construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, inaugurada em 1912, quando Rondônia se apresentava como alternativa para a logística de transporte de produtos e recursos naturais da Bolívia. O Brasil assinava o Tratado de Petrópolis sinalizando com a construção da ferrovia e recursos em Libras Esterlinas em troca do Território do Acre. Rondônia recebe então os primeiros investimentos para a construção da ferrovia concomitante à construção da linha telegráfica pelo Marechal Rondon.

Na década de 40 tivemos o auge da borracha em Rondônia, que assim como o Amazonas e Acre responderam ao chamado do governo, recebendo aqui os “Soldados da Borracha”, que ocuparam os seringais em busca do “Ouro Branco”. Destacava-se o modelo econômico extrativista.

Na década de 70, encerram-se as atividades da Ferrovia Madeira Mamoré e o ciclo da borracha já vem de longe sofrendo a concorrência dos seringais da Malásia, não suportando a sustentação da atividade econômica. Nesse momento, Rondônia possui pouco mais de 70.000 habitantes e vê crescer a atividade garimpeira, principalmente no Rio Madeira, que suporta cerca de 5 mil dragas instaladas, empregando 25 mil garimpeiros, aproximadamente. Garimpos de cassiterita, na região de Ariquemes, elevam o Estado à categoria de mais forte produtor nacional do minério. Essas atividades ainda refletem um modelo econômico extrativista, exportador dos seus recursos naturais, subdesenvolvido.

Ao final da década de 70, início da década de 80, Rondônia experimenta o maior fluxo migratório da sua história, acompanhando novamente a política nacional. Era o 2º. PND (Plano Nacional de Desenvolvimento), que teve início no governo Geisel sendo consolidado no governo João Figueiredo. O programa apresenta ao país, Rondônia, sua nova “Fronteira Agrícola”. O estado passa a ser ocupado por agricultores de todo o Brasil, principalmente dos estados do Paraná e Espírito Santo, que instalaram-se na região central, acompanhados de paulistas, mineiros, catarinenses e gaúchos, esses dois últimos ocupando a região de Vilhena. A ocupação do estado acompanha o ritmo do desmatamento, exigido na época pelo INCRA para que posseiros recebessem a documentação da terra. A pecuária de corte e leite amplia seus espaços com crescimento ininterrupto dos rebanhos. Nosso modelo de desenvolvimento econômico agora é exportador agrosilvopastoril, ou seja, extrativismo, agricultura e pecuária.

Ao longo dessa ocupação e como resultado do processo, instala-se em Rondônia a Indústria Madeireira, atraída pela abundância de matéria-prima. Essa atividade chega ao seu ápice na década de 90, com cerca de 3. empresas instaladas, respondendo por 40% do emprego industrial e da arrecadação de impostos. A madeira chega a representar cerca de 90% da nossa pauta de exportações. A atividade industrial ainda não agrega valor a produtos finais, mantendo um modelo de economia subdesenvolvida.

Mas a descontinuidade das políticas nacionais e a ausência de uma política agrícola no país, leva a uma reversão de valores dessas economias. As pressões legais e ambientais invertem a ótica governamental. Quem antes cobrava o desmatamento de 50% das propriedades e agora cobra o reflorestamento das mesmas e a averbação de reserva legal, reduzindo em 20% a utilização das áreas destinadas ao setor primário. A estrutura fundiária do estado, hoje com cerca de 105 mil propriedades rurais possui 80% delas com até 100 hectares. As dificuldades de operação desses produtores com Fundos Constitucionais e demais linhas de crédito e fomento intensificam-se com as novas exigências legais e burocracia. Na impossibilidade de custear atividades agrícolas de produção, amplia-se a pecuária, que assume papel de relevante importância para a nova economia do estado.

CENÁRIO ATUAL:

Hoje, Rondônia apresenta em seu perfil produtivo o reflexo de políticas nacionais descontinuadas, absorvendo seus impactos e problemas sociais decorrentes. Foi assim com o fim o garimpo, com os seringais e, mais recentemente, com a indústria madeireira, instalada no início da colonização pela abundância de matéria-prima, execrada hoje por ambientalistas e restrita aos limites de uma legislação ambiental mais rígida porém necessária. Ainda assim, a indústria madeiro moveleira responde por cerca de 28% do PIB industrial.

Chegamos agora a mais um divisor de águas na história do desenvolvimento de Rondônia, com a construção das Usinas do Rio Madeira, cujos investimentos chegam à cifra de R$ 20 bilhões, causando aceleração em todas as atividades econômicas do Estado. Dentro dessa perspectiva é que passamos a destacar questões relevantes ao nosso desenvolvimento.

TAXA DE OCUPAÇÃO DA POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA:

Rondônia possui hoje a maior taxa de ocupação da população economicamente ativa da região norte, 94,6%. Isto inclui a renda média do trabalhador, R$ 880,00, a maior da região. Desse total, 12,1% trabalha na indústria. Na região norte apenas o Amazonas tem taxa um pouco superior.

ESTRUTURA DA POPULAÇÃO: 1.538.584 habitantes (IBGE/2005)

GRAU DE URBANIZAÇÃO: 1980 A 2005 (em %)

Estado com o menor grau de urbanização da região norte, mantendo-se dentro da média nacional. O aumento desse percentual acompanhará o ritmo do crescimento esperado.

Essa taxa de ocupação coloca Rondônia com a 2ª- menor taxa de desemprego do país. Esses números devem se deteriorar nos três primeiros anos da obra caso o volume de migrantes exceda à oferta de emprego. Com a expansão das atividades produtivas e a preparação da mão-de-obra chegaremos ao pleno emprego em diversos setores, como a Construção Civil. Seguramente, Rondônia deverá atingir uma taxa de 96% de ocupação da sua População Economicamente Ativa nos próximos três anos, gerando um círculo virtuoso proporcionado pelo consumo de uma massa salarial de aproximadamente R$ 1 bilhão somente nos empregos gerados pelas obras. Essa massa salarial alcançará os R$ 4 bilhões através do alto efeito multiplicador, natural em economias em expansão. O grande desafio é dar sustentabilidade à economia após obras, que deverá absorver empregos provenientes do seu final.

PESSOAL OCUPADO POR ATIVIDADE

FONTE: IBGE / INDICADORES SOCIAIS / 2005

A expectativa é de que a expansão da oferta de empregos na indústria amplie em 20% sua participação na divisão do emprego, nos próximos cinco anos. Isso elevará o indicador de 12,1% para 14,5%. Em números atuais teremos uma oferta adicional de cerca de 18,4 mil empregos na indústria. Quanto à construção civil, somente o impacto da obra levaria o setor a participar, em números atuais, com 8,7% do emprego. O cenário para os próximos cinco anos inclui a participação dos investimentos imobiliários, que já estão aquecidos na capital. A questão é que, ao retornarmos à média nacional (entre 6 e 7%) com o término das obras, estaremos suscetíveis ao impacto social decorrente da diminuição da oferta de emprego no segmento.

RENDIMENTO MÉDIO DAS PESSOAS OCUPADAS (IBGE 2005)

Rondônia possui o maior rendimento médio, R$ 880,00, da região norte, acima da média nacional (pessoas ocupadas). A escassez de mão-de-obra especializada e a oferta de emprego ampliada a partir das obras das usinas e do aquecimento da economia proporcionará significativo aumento no rendimento médio do trabalhador. A massa salarial adicionada se expande muito além do crescimento previsto da população, o que deve levar a uma expansão média de 9% ao ano, devendo chegar aos R$ 1.354,00 em cinco anos.

PERFIL DO EMPREGO EM RONDÔNIA

População economicamente ativa, segundo a posição na ocupação no trabalho.

A expectativa é que essa formalização apresente uma evolução crescente nos próximos anos.

FONTE :RAIS - MTE

Em 2007, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho foram gerados 8.333 empregos formais, sendo que 29% , ou seja, 2.415 foram gerados na indústria.

Os setores industriais de maior destaque no estado,cuja concentração foi de 77% , foram:

  • Fabricação de produtos alimentícios e bebidas;
  • Fabricação de produtos de madeira; e
  • Construção Civil.

Em 2007, as famílias ocupacionais que concentraram 60% dos novos empregos gerados foram:

  • Magarefes e afins;
  • Alimentadores de linhas de produção;
  • Ajudantes de obras civis;
  • Trabalhadores de tratamento e preparação da madeira;
  • Motoristas de veículos de cargas em geral;
  • Trabalhadores de cargas e descargas de mercadorias; e
  • Trabalhadores na pasteurização do leite e na fabricação de laticínios e afins.

Participação do Estoque de Trabalhadores na Indústria* em Rondônia por Grau de Instrução - (1996/2001/2006)

O gráfico acima evidencia a elevação significativa da escolaridade do trabalhador da indústria em Rondônia nos últimos 10 anos. Esse processo deve se intensificar a partir do grande esforço de qualificação feito no estado.

Em 2007, o ensino médio completo já compõe 60% da admissão na indústria, como podemos ver no gráfico abaixo.

Participação do Saldo de Admissão na Indústria em Rondônia por Grau de

  • Trabalhadores de estruturas de alvenaria;
  • Trabalhadores de montagem de estruturas de madeira, metal e compósitos em obras;
  • Supervisores da construção civil;
  • Trabalhadores de instalações elétricas;
  • Instaladores e reparadores de linhas e cabos elétricos, telefônicos;
  • Trabalhadores na operação de máquinas de terraplenagem e fundações;
  • Montadores de estruturas de concreto armado;
  • Encanadores e instaladores de tubulações;
  • Pintores de obras e revestidores de interiores (revestimentos flexíveis);
  • Engenheiros civis e afins;
  • Trabalhadores de soldagem e corte de ligas metálicas;
  • Eletricistas de manutenção eletroeletrônica; e
  • Técnicos em construção civil

ALIMENTOS E BEBIDAS:

  • Magarefes e afins
  • Alimentadores de linhas de produção
  • Trabalhadores na fabricação e conservação de alimentos
  • Trabalhadores de embalagem e de etiquetagem
  • Operadores de máquinas a vapor e utilidades
  • Mecânicos de manutenção de máquinas industriais
  • Técnicos de controle da produção
  • Supervisores da fabricação de alimentos, bebidas e fumo. Para os próximos anos, espera-se que, em decorrência do processo de desenvolvimento do estado, alguns setores industriais ganhem mais representatividade na matriz produtiva do estado, como é o caso da construção civil, alimentos e bebidas, artefatos de madeira e eletricidade e gás.

Essa tendência poderá ser impulsionada pela ligação do estado ao oceano pacífico, o que colocará o estado em uma posição logística privilegiada.

É natural que os setores associados ao consumo das famílias, como o de alimentos, apresentem um crescimento significativo no futuro, uma vez que o crescimento populacional causado pelas oportunidades no estado e a dinâmica

  • emprego e renda – contribuirão para a criação de um ambiente favorável à expansão.

DISTRIBUIÇÃO DE RENDA:

Nossa distribuição de renda é a segunda melhor do país, ficando atrás somente de Santa Catarina. A razão da renda entre os 20% mais ricos e os 20% mais pobres está em 13,82 vezes em 2004, contra 11,44 vezes em Santa Catarina. A média nacional é de 22,5 vezes, sendo o caso mais grave em Brasília, 34, vezes. Em 2002 esse indicador estava em 19,65 vezes, sendo reduzido em 15% ao ano entre 2004 e 2004. Essa tendência levará Rondônia ao topo do Ranking de distribuição de renda no Brasil nos próximos três anos.

Nosso IDH é o 14º- do país. Porto Velho tem o pior IDH entre as capitais brasileiras, mas os investimentos sinalizados pelo PAC na sua infra-estrutura prometem reverter esse quadro.

SANEAMENTO

Se considerarmos apenas a rede coletora de esgoto, temos 3% da população atendida em Porto Velho. O PAC sinaliza com investimentos de R$ 645 milhões para levar água encanada e esgoto a 100% dos moradores do Município de Porto Velho, além de moradias e urbanização de ruas, limpeza de igarapés, etc.

Segundo o IBGE, a esperança de vida ao nascer em Rondônia, que era 60 em 1980, atinge 70,6 em 2004, ficando abaixo da média nacional. Esse indicador está ligado diretamente às condições de saúde e saneamento básico da população

O coeficiente de mortalidade infantil por 1.000 nascidos vivos caiu de 55,5 em 1980 para 25,9 em 2005, ficando abaixo da média nacional (uma queda de 53% no índice). A melhoria das condições de saneamento e saúde aliada à expansão da renda agregada do trabalhador e à educação e qualificação oferecidas levará a uma redução ainda maior desse quadro durante o período de maior atividade econômica.

MORTALIDADE PROPORCIONAL POR CAUSA (IBGE/MS/2005)

Esses são os números que mais preocupam. A mortalidade por violência em Rondônia chegou aos absurdos 24% em 2005, a maior do país, excedendo em 5% ao segundo colocado.

Apesar de reduzida de 105 mortes por violência a cada 100.000 habitantes em 2004 para 101,6 em 2005, ainda não vislumbramos a melhora significativa desses indicadores a partir da oportunidade ímpar de crescimento da economia. Se não forem implementados projetos de sustentabilidade do emprego e da renda estaremos reproduzindo as mesmas mazelas deixadas ao longo da trajetória de desenvolvimento do estado.

BALANÇA COMERCIAL:

A Balança Comercial de Rondônia vem batendo todas as metas estabelecidas. Em 2006 nossas exportações cresceram 51% em relação ao ano de 2005. Em 2007, tivemos um crescimento de 48%. Nossos números:

Principais destinos das nossas exportações em 2007: por país

Descrição 2007 (Jan/Dez) 2006 (Jan/Dez) Var% Ordem US$ F.O.B Part% US$ F.O.B. Part %

1º- RÚSSIA 156.164.478 34,13 109.685.578 35,53 42,

2º- PAÍZES BAIXOS (HOLANDA) 42.463.596 9,28 23.732.969 7,69 78,

3º- CHINA 41.313.474 9,03 37.875.278 12,27 9,

4º- HONG KONG 26.315.886 5,75 11.334.139 3,67 132,

5º- EGITO 24.485.716 5,35 4.213.512 1,36 481,

6º- ESPANHA 19.456.178 4,25 8.440.309 2,73 130,

7º- VENEZUELA 17.553.884 3,84 2.516.288 0,81 597,

8º- ESTADOS UNIDOS 15.643.973 3,42 14.153.121 4,58 10,

9º- FRANÇA 12.309.345 2,69 5.950.977 1,93 106,

10º- ITÁLIA 12.044.923 2,63 13.858.596 4,49 - 13,

11º- ALEMANHA 10.760.097 2,35 16.591.898 5,37 - 35,

Em 2008:

O PIB DO ESTADO

Temos também o 3º maior PIB da Região Norte, chegando aos R$ 12,9 bilhões em 2005, segundo o IBGE, sendo maior que a soma do PIB dos estados do Acre, Amapá e Roraima. O crescimento dessa economia obteve a média de 4,5% ao ano nos três últimos anos. Em 2008 estaremos crescendo próximo de 7%, com previsão de 8 a 10% decrescimento a partir de 2010.

O significativo crescimento das exportações do estado, notadamente nos produtos industrializados, de maior valor agregado, mostra a ampliação da participação da indústria na formação do PIB, que era de 12% em 2005, devendo chegar a 18% até 2010 e ultrapassar os 20% nos cinco anos subseqüentes. Um sinal dessa expansão verifica-se em nossa frota de veículos, que cresce cerca de 10% ao ano.

NOVAS PERSPECTIVAS E CENÁRIOS – análise

estratégica

Rondônia teve sua economia forjada por vários modelos de desenvolvimento, sempre fundamentados no modelo exportador agrosilvopastoril, característico do subdesenvolvimento. Hoje, esse modelo sofre a sua maior evolução, com a consolidação da sua indústria, forjada por empresários pioneiros e visionários, sabedores de que a única forma de gerar riqueza e sustentabilidade econômica é agregar valor aos seus recursos naturais, através da sua transformação/ industrialização.

Se observarmos a história do desenvolvimento da nossa economia, encontraremos, com o início da construção da Ferrovia a melhor visão estratégica dessa economia: SUA POSIÇÃO GEOGRÁFICA. O abastecimento de toda a região, incluindo aí os países andinos e da Amazônia Sul Americana, a partir do centro-oeste brasileiro, passará necessariamente pelo estado de Rondônia como o pivô da integração MERCOESTE.

É do conhecimento de todo o Brasil o projeto de construção das Usinas Hidrelétricas do Rio Madeira. Da mesma forma, a construção e asfaltamento da rodovia para o Pacífico é aguardada por todo o setor produtivo, haja vista a amplitude das oportunidades de mercado a partir daí.

Sem nenhuma dúvida a maior preocupação de toda a sociedade rondoniense é quanto às condições de sustentabilidade do crescimento e desenvolvimento econômicos provenientes dos investimentos nas usinas do Rio Madeira. Essa preocupação provavelmente nos faz perder a noção da importância dessas obras para a sustentação do crescimento da economia do próprio país. Rondônia mais uma vez participa da história da formação econômica do Brasil.

A implantação de uma matriz energética limpa e abundante abrirá um leque de oportunidades de investimentos jamais vista na história desse estado. A geração de empregos diretos e indiretos originados no empreendimento será, sem dúvida, muitas vezes inferior aos empregos gerados pelo efeito multiplicador dos recursos aqui investidos. A pergunta a ser respondida é:

Suriname 465 1.342, Venezuela 25.730 138.857, TOTAIS ,

Esse mercado potencial a que nos referimos possui população de 137, milhões de habitantes e um PIB de US$ 502,5 bilhões em 2005. A título de comparação, o PIB do Brasil foi de US$ 794,1 bilhões (52,8% do PIB sul americano) em 2005. Somando essa população à dos estados da região norte e Mato Grosso, 17,5 milhões de habitantes, chegamos a 155,2 milhões de habitantes (consumidores). Esses países permitirão grande expansão do comércio exterior da região, ampliando as exportações de empresas rondonienses e dos demais Estados. São grandes produtores de matérias- primas e compradores tradicionais de produtos industrializados. A consolidação do Mercosul como bloco comercial liderado pelo Brasil passará, impreterivelmente, pela estruturação do Mercoeste brasileiro, com o estabelecimento de relações comerciais consistentes com esse grupo de países. A chegada aos portos de Ilo e Matarani, no Peru e Arica, no Chile, permitindo-nos o acesso ao Pacífico bem como à rodovia Pan-americana, possibilitará a distribuição dos nossos produtos e fortalecerá o intercâmbio comercial com o grupo.

Finda a construção das usinas do Madeira, estará consolidado esse mercado, se desenvolvido com seriedade e responsabilidade, gerando um conjunto de oportunidades sólidas para os empreendedores do Estado, em cujo sucesso reside a manutenção de investimentos, emprego e renda para a população e a conseqüente sustentabilidade da nossa economia.

INVESTIMENTOS ESTRATÉGICOS NECESSÁRIOS:

Construção das eclusas para ampliar a navegação no Rio Madeira e aprofundamento do seu leito, aumentando o calado das embarcações que se destinam ao porto de Itacoatiara.

Construção de uma ferrovia de Cuiabá a Porto Velho, Rio Branco e Assis Brasil, na fronteira com o Peru.

Construção de um novo porto em Porto Velho.

Construção de um terminal de carga aeroportuária alfandegado, que comporá um sistema multimodal de transporte em Porto Velho.

Reconstrução da BR 364 com estrutura para suportar o volume de carga com destino ao pacífico a partir de 2010.

Construção e instalação de uma Zona de Processamento de Exportação em Porto Velho.

Construção do Gasoduto Urucu-Porto Velho.

Início imediato do projeto da Usina Binacional Ribeirão (3000 MW), em Nova Mamoré.

Construção das pontes sobre o Rio Madeira (p/ Rio Branco e Humaitá) e sobre o Rio Mamoré. Em Guajará-Mirim, divisa com a Bolívia (área de livre comércio).

Os investimentos aqui descritos são imprescindíveis à consolidação do MERCOSUL, pois referem-se à viabilização do MERCOESTE, mercado que corresponde às regiões centro-oeste e norte do Brasil somado ao grupo andino a amazônico de países sul americanos, cujo potencial já informamos.

Rondônia é o pivô da integração desse mercado. Os investimentos aqui preconizados proporcionarão a condição de logística e abastecimento necessárias, gerando competitividade às indústrias instaladas nessa região.

Estaremos invertendo a ótica dessa competitividade, pois não temos mercado consumidor suficiente em nosso estado, se tratarmos individualmente. Assim, nossa indústria não tem escala de produção suficiente para atingir preços competitivos, necessitando de grandes incentivos fiscais, como os encontrados na região amazônica, a exemplo do Pólo Industrial de Manaus. Essa é a única forma de entregar produtos nos grandes centros consumidores do país com preços competitivos.

Se voltarmos nosso alvo para o mercado que denominamos MERCOESTE, a ótica da competitividade estará invertida, pois teremos vantagens competitivas no abastecimento desse mercado, com um volume de consumidores próximo de 140 milhões de habitantes, somente nos países vizinhos, distantes do nível de industrialização do Brasil e dos nossos mega centros industriais.

O Brasil tem dimensões continentais e não deve protelar o início desses investimentos destinados à consolidação do MERCOESTE sob pena ver o Mercosul reduzido às discussões entre indústrias Argentinas, e o centro sul do nosso país.

Rondônia será, indiscutivelmente, um novo centro de desenvolvimento industrial na região norte e o grande responsável por esse processo.

VALDEMAR CAMATA JUNIOR

Economista