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Pigmentações Patológicas Endógenas - Hemossiderina e Ferritina, Notas de aula de Patologia

Este é um resumo elaborado com anotações de uma aula discursiva acerca do tema "Pigmentações Patológicas Endógenas" abordando as moléculas de hemossiderina e ferritina e suas correlações clínicas.

Tipologia: Notas de aula

2021

À venda por 29/05/2022

gabrielacborges
gabrielacborges 🇧🇷

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Pigmentações Patológicas - Hemossiderina
Por Gabriela Borges
A hemossiderina é um pigmento derivado da de-
gradação de Hb e contém ferro. E a hemosside-
rina e a ferritina são as duas principais formas de
armazenamento intracelular de ferro.
a. 65 a 70% estão presentes na Hb;
b. 10% em mioglobinas, citocromos e enzimas que
contêm ferro;
c. 20 a 25% são armazenados como ferritina e he-
mossiderina nos hepatócitos (40%) e macrófagos
do fígado, baço, MO e linfonodos.
O ferro é vital para todos os seres vivos, no en-
tanto, é potencialmente tóxico. Por isso mesmo,
é necessário um constante equilíbrio entre ab-
sorção intestinal, transporte plasmático, armaze-
namento nos hepatócitos e macrófagos e utiliza-
ção celular.
A ferritina é formada pela associada da apoferri-
tina (proteína) com o ferro. E essa proteína é for-
mada por dois tipos de subunidades, cadeia H e
cadeia L.
a. Cadeia H: possui um sítio capaz de se ligar ao
ferro, com atividade ferroxidase, a qual converte
o ferro do estado ferroso (Fe2+) para o estado fér-
rico (Fe3+), menos tóxico para as céls.
b. Cadeia L: contribui para a incorporação do metal
no centro da estrutura proteica e para a minera-
lização do Fe, além de estabilizar a armazenagem
deste por longos períodos.
Além de armazenar o ferro, a ferritina mantém
esse metal sequestrado em forma oxidada, con-
trolando sua atividade pró-oxidante formadora
de radicais livres de oxigênio.
A ferritina é distribuída amplamente no cito-
plasma sob a forma de micelas. A degradação da
ferritina no citosol libera Fe. Quando há excesso
de Fe, micelas de ferritina se agregam e formam
a hemossiderina, um pigmento visível à micros-
copia de luz.
A formação da hemossiderina envolve as seguin-
tes etapas: (1) incorporação da ferritina no
citosol sob a forma de agregados pelo REL [vacú-
olos autofágicos]; (2) fusão dos vacúolos autofá-
gicos com lisossomos, formando lisossomos se-
cundários [siderossomos]; (3) degradação enzi-
mática da apoferritina; (4) persistência de agre-
gados maciços e insolúveis de Fe, constituindo a
hemossiderina.
Os siderossomos, vacúolo repleto de micelas de Fe,
representa a maior concentração/parte da hemossi-
derina.
A deposição excessiva de hemossiderina nos te-
cidos (hemossiderose) pode ser localizada ou sis-
têmica. A quantidade de Fe não é suficiente para
geral algum dano oxidativo na célula, assim, não
se observa consequências danosas ao indivíduo.
a. Hemossiderose localizada: é encontrada em he-
morragias, em que a hemossiderina é vista no in-
terior dos macrófagos 24 a 48 horas após o início
do sangramento. Com o início da degradação da
Hb e formação de biliverdina e Bb, a pele adquire
tonalidade verde-azulada a amarelada e, final-
mente, com a formação de hemossiderina, cor
ferruginosa ou amarelo-dourada. (p.ex.: hemor-
ragias, hemossiderina dentro de macrófagos al-
veolares)
b. Hemossiderose sistêmica: ocorre por aumento
da absorção intestinal de ferro, em anemias he-
molíticas e após transfusões de sangue repeti-
das. O pigmento acumula-se nos macrófagos do
fígado, baço, MO, linfonodos e, mais esparsa-
mente, nos macrófagos da derme, pâncreas e
rins.
trata-se de uma forma especial de
hemossiderose sistêmica em que há aumento da ab-
sorção intestinal de ferro por defeito genético.
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Pigmentações Patológicas - Hemossiderina

Por Gabriela Borges

  • A hemossiderina é um pigmento derivado da de- gradação de Hb e contém ferro. E a hemosside- rina e a ferritina são as duas principais formas de armazenamento intracelular de ferro. a. 65 a 70% estão presentes na Hb; b. 10% em mioglobinas, citocromos e enzimas que contêm ferro; c. 20 a 25% são armazenados como ferritina e he- mossiderina nos hepatócitos (40%) e macrófagos do fígado, baço, MO e linfonodos.
  • O ferro é vital para todos os seres vivos, no en- tanto, é potencialmente tóxico. Por isso mesmo, é necessário um constante equilíbrio entre ab- sorção intestinal, transporte plasmático, armaze- namento nos hepatócitos e macrófagos e utiliza- ção celular.
  • A ferritina é formada pela associada da apoferri- tina (proteína) com o ferro. E essa proteína é for- mada por dois tipos de subunidades, cadeia H e cadeia L. a. Cadeia H: possui um sítio capaz de se ligar ao ferro, com atividade ferroxidase, a qual converte o ferro do estado ferroso (Fe2+) para o estado fér- rico (Fe3+), menos tóxico para as céls. b. Cadeia L: contribui para a incorporação do metal no centro da estrutura proteica e para a minera- lização do Fe, além de estabilizar a armazenagem deste por longos períodos.
  • Além de armazenar o ferro, a ferritina mantém esse metal sequestrado em forma oxidada, con- trolando sua atividade pró-oxidante formadora de radicais livres de oxigênio.
  • A ferritina é distribuída amplamente no cito- plasma sob a forma de micelas. A degradação da ferritina no citosol libera Fe. Quando há excesso de Fe, micelas de ferritina se agregam e formam a hemossiderina, um pigmento visível à micros- copia de luz.
  • A formação da hemossiderina envolve as seguin- tes etapas: (1) incorporação da ferritina no citosol sob a forma de agregados pelo REL [vacú- olos autofágicos]; (2) fusão dos vacúolos autofá- gicos com lisossomos, formando lisossomos se- cundários [siderossomos]; (3) degradação enzi- mática da apoferritina; (4) persistência de agre- gados maciços e insolúveis de Fe, constituindo a hemossiderina. Os siderossomos, vacúolo repleto de micelas de Fe, representa a maior concentração/parte da hemossi- derina.
  • A deposição excessiva de hemossiderina nos te- cidos (hemossiderose) pode ser localizada ou sis- têmica. A quantidade de Fe não é suficiente para geral algum dano oxidativo na célula, assim, não se observa consequências danosas ao indivíduo. a. Hemossiderose localizada: é encontrada em he- morragias, em que a hemossiderina é vista no in- terior dos macrófagos 24 a 48 horas após o início do sangramento. Com o início da degradação da Hb e formação de biliverdina e Bb, a pele adquire tonalidade verde-azulada a amarelada e, final- mente, com a formação de hemossiderina, cor ferruginosa ou amarelo-dourada. (p.ex.: hemor- ragias, hemossiderina dentro de macrófagos al- veolares) b. Hemossiderose sistêmica: ocorre por aumento da absorção intestinal de ferro, em anemias he- molíticas e após transfusões de sangue repeti- das. O pigmento acumula-se nos macrófagos do fígado, baço, MO, linfonodos e, mais esparsa- mente, nos macrófagos da derme, pâncreas e rins. trata-se de uma forma especial de hemossiderose sistêmica em que há aumento da ab- sorção intestinal de ferro por defeito genético.

Devido à limitada capacidade de excreção, exceto quando ocorre hemorragia, aumento da absorção de ferro resulta no acúmulo do metal em vários órgãos. Excesso de ferro, sobretudo em macrófagos, inters- tício e células parenquimatosas do fígado, pâncreas, pele, hipófise e coração, lesa as céls por meio da for- mação de EROS e/ou liberação de enzimas hidrolíti- cas e de ferro acumulado nos lisossomos. Com isso, surgem lesões em vários órgãos, sobretudo cirrose hepática e hipertrofia do pâncreas exócrino e endó- crino, que provoca diabetes (diabetes bronzeado), hipogonadismo, insuficiência cardíaca e artropatia. Tonalidade mais amarronzada/avermelhada repre- sentando o depósito de hemossiderina.

  • Há depósitos pequenos de Fe no organismo e muito bem regulados, pois o Fe é tóxico em ex- cesso (EROS). Assim, é preciso ter um controle sobre a absorção do ferro, e essa regulação é ge- rada por três ptns transmembranas presentes no enterócito: HPE, receptor de transferrina 1 e transferrina (presente na corrente sanguínea). Juntas essas ptns formam um complexo que re- gula a expressão da ptn transmembrana DMT-1, que permite a entrada de Fe no enterócito, e da ferroportina. Para o Fe entrar para o sangue, é necessário a ptn ferroportina e na corrente san- guínea ele se liga à transferrina (é produzida quando não há Fe), que se liga ao Fe e permite seu armazenamento. A ferritina ligada a ferro produz a ptn hepcidina, que diminui a expressão de DMT-1 e de ferroportina, impedindo a absor- ção de ferro (só há absorção de Fe quando o or- ganismo precisa; se houver depósito não ab- sorve). − Pouco ferro leva a produção de transferrina, a qual se liga ao receptor de transferrina-1 e ao HPE, complexo que aumenta a expressão de DMT-1 e ferroportina, permitindo a absorção de Fe, e também que ele passe através da ferropor- tina e atinja a corrente sanguínea.
  • Em processos inflamatórios crônicos ou quando há muita IL-1 ( produção de hepcidina que im- pede a absorção de Fe e afeta a produção de fer- roportina); desse modo, há pouco ferro sérico, que é baixo pela  da absorção e pelo depósito hepático de ferro que não pode ser acessado (há ferritina alta porque tem muito depósito hepá- tico, mas que é inacessível), o ferro do baço não consegue ser transportado até o fígado e não chega Fe na MO. Portanto, doenças crônicas cur- sam com anemia. O Fe é armazenado ligado a uma PTN chamada fer- ritina, e essa só é produzida se houver Fe dentro do fígado. Assim, a dosagem sérica de ferritina permite a identificação de uma anemia ferropriva ou uma anemia de doença crônica.