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Pneumonia Adquirida na Comunidade: Diagnóstico, Tratamento e Fatores de Risco, Resumos de Pneumologia

Resumo a respeito do diagnostico e tratamento da pneumonia adquirida na comunidade

Tipologia: Resumos

2019

Compartilhado em 06/08/2019

mariana-gobo-nogueira
mariana-gobo-nogueira 🇧🇷

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Pneumonia Adquirida na comunidade (PAC)
Definição
É uma infecção que envolve os alvéolos e os bronquíolos e pode ser causada
por bactérias, vírus, parasitas
A pneumonia adquirida na comunidade acomete pacientes fora do
ambiente hospitalar ou em ATÉ 48h após admissão. Ou seja, é uma pneumonia
que acomete o paciente que está na rua ou recém-hospitalizado. Não pode ser
adquirida intra-hospitalar
Importante diferenciar de uma pneumonia hospitalar pois o tratamento, a conduta e os germes são diferentes.
Incidência e mortalidade
Comum e séria;
Apresenta mortalidade e morbidade significativas;
Não é uma doença de notificação compulsória , então há subnotificação.
Corresponde a 5-12% de todas as infecções do trato respiratório inferior;
Maior em pacientes com menos de 5 anos (pela baixa imunidade) e maiores de 70 (pelas doenças associadas);
15-42% dos indivíduos acometidos pela PAC necessitam de hospitalização (hoje esse valor já está menor, porque
os ttos melhoraram);
Mortalidade em paciente que farão tratamento ambulatorial é menor que 1% Na maioria das vezes, pacientes com
PAC podem ser tratados em casa. Irá depender da gravidade da doença, do agente etiológico e do antibiótico que
será indicado. Há um score que determina se o paciente será tratado em casa, na enfermaria ou na UTI.
É a 2ª causa de internação no Brasil.
Patogênese
As PACs podem se desenvolver em qualquer uma das seguintes situações:
A imunidade está reduzida. As defesas do hospedeiro são vencidas pelo agente agressor. Pode ocorrer
simutalneamente com doenças subjacentes como ICC, DM, IR, DPOC, anormalidades anatômicas (obstrução
endobrônquica ou bronquiectasias), uso de corticoide, sepse ou infecção extrapulmonar
Há grande quantidade de microrganismos e o nossos corpo não consegue combater
O paciente não tem imunidade preexistente contra o agente virulento por não ter tido contato prévio ou por
não ter desenvolvido defesa contra o mesmo.
Os agente infecciosos podem atingir os pulmões por 4 mecanismos básicos:
a. Via Aspirativa: forma mais importante nas pneumonias bacterianas. A aspiração de micropartículas da
orofaringe é um fenômeno frequente, principalmente durante o sono profundo.
Indivíduos hígidos são habitualmente colonizados por Streptococcus anaeróbios; e, raramente, por germes
Gram-negativos, que colonizam imunodeprimidos, idosos, debilitados ou procedentes de asilos.
Abcesso é causado por germes anaeróbicos, trata-se pelo raio x alterado, com eritromicina
b. Via Inalatória: ocorre pela inalação de microrganismos. É um mecanismo importante nas pneumonias por
Micoplasma, vírus em geral e Legionella. A legionella é uma bactéria que costuma ficar em ar condicionados
e é difícil de tratar. O micoplasma além da pneumonia, gera sintomas gerais, como dor articular, cefaleia e
gânglios aumentados;
Caso 1: Mulher de 23 anos de idade,
com quadro agudo de tosse produtiva,
com expectoração purulenta, dor
torácica e febre. Presença de
crepitações e sopro tubário na base de
hemitorax direito. Raio x: opacidade
alveolar na base (terço inferior) do
pulmão direito.
Esse é um caso com todos os
sintomas e ausculta
característicos. Não há dúvidas
de que é uma pneumonia
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Baixe Pneumonia Adquirida na Comunidade: Diagnóstico, Tratamento e Fatores de Risco e outras Resumos em PDF para Pneumologia, somente na Docsity!

Pneumonia Adquirida na comunidade (PAC)

Definição

  • É uma infecção que envolve os alvéolos e os bronquíolos e pode ser causada por bactérias, vírus, parasitas
  • A pneumonia adquirida na comunidade acomete pacientes fora do ambiente hospitalar ou em ATÉ 48h após admissão. Ou seja, é uma pneumonia que acomete o paciente que está na rua ou recém-hospitalizado. Não pode ser adquirida intra-hospitalar
  • Importante diferenciar de uma pneumonia hospitalar pois o tratamento, a conduta e os germes são diferentes.

Incidência e mortalidade

  • Comum e séria;
  • Apresenta mortalidade e morbidade significativas;
  • Não é uma doença de notificação compulsória , então há subnotificação.
  • Corresponde a 5-12% de todas as infecções do trato respiratório inferior;
  • Maior em pacientes com menos de 5 anos (pela baixa imunidade) e maiores de 70 (pelas doenças associadas);
  • 15-42% dos indivíduos acometidos pela PAC necessitam de hospitalização (hoje esse valor já está menor, porque os ttos melhoraram);
  • Mortalidade em paciente que farão tratamento ambulatorial é menor que 1% Na maioria das vezes, pacientes com PAC podem ser tratados em casa. Irá depender da gravidade da doença, do agente etiológico e do antibiótico que será indicado. Há um score que determina se o paciente será tratado em casa, na enfermaria ou na UTI.
  • É a 2ª causa de internação no Brasil.

Patogênese

  • As PACs podem se desenvolver em qualquer uma das seguintes situações:

A imunidade está reduzida. As defesas do hospedeiro são vencidas pelo agente agressor. Pode ocorrer simutalneamente com doenças subjacentes como ICC, DM, IR, DPOC, anormalidades anatômicas (obstrução endobrônquica ou bronquiectasias), uso de corticoide, sepse ou infecção extrapulmonar

Há grande quantidade de microrganismos e o nossos corpo não consegue combater

O paciente não tem imunidade preexistente contra o agente virulento por não ter tido contato prévio ou por não ter desenvolvido defesa contra o mesmo.

  • Os agente infecciosos podem atingir os pulmões por 4 mecanismos básicos:

a. Via Aspirativa : forma mais importante nas pneumonias bacterianas. A aspiração de micropartículas da orofaringe é um fenômeno frequente, principalmente durante o sono profundo.

  • Indivíduos hígidos são habitualmente colonizados por Streptococcus anaeróbios; e, raramente, por germes Gram-negativos, que colonizam imunodeprimidos, idosos, debilitados ou procedentes de asilos.
  • Abcesso é causado por germes anaeróbicos, trata-se pelo raio x alterado, com eritromicina

b. Via Inalatória : ocorre pela inalação de microrganismos. É um mecanismo importante nas pneumonias por Micoplasma, vírus em geral e Legionella. A legionella é uma bactéria que costuma ficar em ar condicionados e é difícil de tratar. O micoplasma além da pneumonia, gera sintomas gerais, como dor articular, cefaleia e gânglios aumentados;

Caso 1: Mulher de 23 anos de idade, com quadro agudo de tosse produtiva, com expectoração purulenta, dor torácica e febre. Presença de crepitações e sopro tubário na base de hemitorax direito. Raio x: opacidade alveolar na base (terço inferior) do pulmão direito.

  • Esse é um caso com todos os sintomas e ausculta característicos. Não há dúvidas de que é uma pneumonia

c. Via Hematogênica : ocorre pela implantação pulmonar de bactérias circulantes na corrente sanguínea. É o mecanismo principal de pacientes internados com foco infeccioso à distância (infecção urinária, por exemplo) e em usuários de injeção frequentes. Não é tão comum;

d. Contiguidade : extensão direta de um sítio contíguo de infecção, como, abscesso hepático

Etiologia

  • Os padrões etiológicos podem ser agrupados de acordo com a gravidade da pneumonia e à sua apresentação:

■ PAC com tratamento ambulatorial

■ PAC com paciente internado com tratamento em enfermaria

■ Paciente grave com necessidade de tratamento de em UTI

  • Baseado na gravidade do caso, na necessidade de internamento e na forma do tratamento é que se começa a pensar em qual microrganismo está presente na infecção.
  • Diversos agentes podem causar PAC

Streptococcus pneumoniae: principal agente (PROVA)Haemophilus influenzae : 2º maior causador ■ Mycoplasma pneumoniae ■ Chlamydophila pneumoniae ■ Legionella sp. ■ Bactérias entéricas Gram-: pseudômonas, s.aureus ■ Pseudomonas aeruginosa ■ Staphylococcus aureus ■ Anaeróbios (causam abscessos) ■ Vírus respiratórios (influenza A, influenza B, adenovírus, vírus sincicial respiratório, parainfluenza, coronavírus). ■ Pneumococo : principal germe aspirativo!

Critérios diagnósticos : o diagnóstico necessita da combinação de fatores clínicos e radiológicos.

a. Clínicos

  • (^) Tosse seca ou com expectoração: 80% todos os pacientes cursa com tosse. Lembrar que a tosse é menos frequente em idosos e portadores de doenças graves; Idoso tem menos sintomas respiratórios que o jovem;
  • Dispneia
  • Dor torácica: quando há acometimento da pleura parietal
  • (^) Achados focais no exame torácico: presença de estertores
  • Taquipnéia (idoso = sinal de gravidade >30irpm), estertor, roncos e sinais de derrame pleural;
  • Pelo menos um achado sistêmico: confusão, sudorese, calafrios, mialgia, temperatura > 37,5°C

■ Febre não é tão frequente em pacientes idosos, é mais comum apresentarem apenas confusão mental ou sonolência. Prestar muita atenção: idoso que começou a ficar muito sonolento ou confuso, pode ser pneumonia, pedir raio x!!!

■ Paciente pode apresentar febre até 72 horas após o início do tratamento. Orientar o paciente de tomar anti- térmico apenas SE NECESSARIO, para não mascarar a febre

  • Quando há o comprometimento de dois lobos, principalmente bilaterais, isso é um sinal de gravidade;
  • Opacidade radiológica que não estava presentes em exames anteriores. Lembrando que raio x é um exame COMPLEMENTAR, não faço diagnostico com raio x. Só uso esse exame pra saber se existem complicações, como derrame pleural. Diagnóstico é CLÍNICO + EXAME FÍSICO (então se eu estou em um lugar que não tem possibilidade de fazer raio x, mas o quadro clínico está bem característico, eu posso começar a tratar).

b. Radiológicos : não é possível confirmar um agente etiológico apenas pelo aspecto radiológico. Pode-se deduzir, mas afirmar não. O raio x tem as seguintes funções:

  • Avaliação da gravidade ao identificar comprometimento multilobar: caso a pneumonia acometer vários lobos, há maiores chances desse paciente ser mais grave;
  • O teste para diagnostico etiológico e avaliação são recomendados para pacientes internados e para os que evoluem com falha terapêutica;
  • TESTES: ■ Exame bacteriológico do escarro ■ Hemocultura ■ Bacterioscopia e cultura de liquido pleural ■ Cultura de aspirado endotraqueal ■ Broncofibroscopia para coleta de material ■ Biópsia a céu aberto ■ Sorologia ■ Amplificação do DNA ■ Identificação do agente etiológico

Avaliação do Tratamento

  • Dar antitérmico apenas se tiver febre. Não dar de maneira profilática porque não vai ter como saber se o paciente teve febre.
  • Se o paciente está com melhora sintomática após 3 dias do início do tratamento mas aumento dos estertores finos e piora no aspecto da radiografia não deve-se mudar o antibiótico (Fase de hepatizaçao cinzenta).
  • Pensar no agente etiológico provável, geralmente Streptococcus.
  • Qual local eu vou tratar? Domicilio, hospital ou UTI.
  • Gravidade da doença
  • Fatores modificadores como: ■ Ocorrência de streptococcus resistentes a betalactâmicos – Por exemplo se o paciente for maior 65 anos , alcoólatra , com comorbidades múltiplas eu tenho que considerar estreptococcus resistente a betalactâmicos ■ Fatores que influenciam na ocorrência de gram negativo : residentes em asilos , comorbidades múltiplas, uso recente de antibióticos. Pensar que deve estar com gram-, se estava tomando antibiótico recentemente por outra infecção como uma infecção urinaria ou até mesmo a própria tosse. ■ Fatores que podem determinar infecção por pseudômonas : bronquiectasias, terapia com corticoides , desnutrição. Pacientes com Bronquiectasias tomam antibióticos sempre pensar em bactérias diferentes
  • Não usar antibióticos só pensando em streptococcus, pensar que pode ser resistente. Um paciente com DPOC, por exemplo, não é recomendado dar apenar uma Amoxicilina, mas sim associar uma amoxicilina + betalactâmico.

Tratamento

  • (^) Paciente com quadro clínico de PAC, sem fatores de risco, com RX de tórax normal: deve ser tratado com sintomático. Não precisa utilizar antibiótico, pois pode ser uma pneumonia viral - VIROSE.
  • Quadro clinico de PAC, com um fator clínico de gravidade e presença de fatores de risco adicionais: iniciar antibiótico nas primeiras 4 horas.
  • Na maioria das vezes, sintomas, sinais clínicos e radiológicos não tem relação com o agente especifico e raramente o diagnostico etiológico é disponível nas primeiras 24h, portanto, o tratamento inicial é EMPIRICO (baseado nos sintomas e experiência do medico) e deve ser tratado rapidamente
  • Maioria dos quadros tratados ambulatoriamente com monoterapia adequada, observa-se sucesso mesmo não identificando o agente causal.
  • Demora no início da administração ou escolha inadequada do antibiótico resulta no aumento da mortalidade.
  • (^) Não tratar o raio x e sim o paciente! EXCETO abscesso pulmonar que é tratado pelo raio x com clindamicina. COMUNS EM ETILISTAS!
  1. Paciente ambulatorial sem fator de risco : sem doença associada, <60 anos (saber as classes apenas, não precisa saber dose e nome)

■ (^) Pensar em S. pneumoniae, M. pneumoniae, C. pneumoniar, H. influenza, Legionella

  • Azitromicina ( macrolideo ): 500mg/dia VO 1vez/dia 5 dias
  • Claritromicina ( macrolideo ): 500mg VO 2vezes/dia por 7 – 10 dias
  • Amoxicilina ( penicilina ): 500mg VO 8/8horas + Eritromicina 500 mg VO 6/6horas
  1. Paciente ambulatorial com fator de risco : doença e condições associadas, >60 anos (agente anteriores + bacilo entérico gram negativo), suspeita de aspiração.
  • Fluorquinolona Antipneumocócica ( quinolona )/ Betalactâmico + Macrolídeo
  1. Paciente internado em enfermaria em terapia previa
  • Betalactâmico + Macrolídeo ou Fluorquinolona Antipneumocócica isolada
  1. Tratamento com antibiótico recente :
  • Optar por antibiótico de classe diferente da já tomada.
  1. Pacientes Internados Graves (UTI): (agentes do grupo anterior, S. Aureus, polimicrobiano).
  • Macrolídeos ou Flouquinolona associado a Betalactâmicos

CONVERSÃO DO ANTIBIÓTICO IV PARA VO:

  • Avaliar:

■ Está conseguindo deglutir? Precisa apresentar deglutição adequada para comprimidos, capsulas ou líquidos. Se está com boa recepção, no próximo dia já pode dar alta.

■ Sinais vitais estáveis por mais de 24 horas? Se sim, indica que o paciente está hemodinamicametne estável

■ Responde aos seguintes critérios?

  • Comorbidades controladas
  • Oxigenação adequada em ar ambiente
  • Sem confusão mental, BEG
  • Temperatura <38°C
  • FC < 100bpm
  • FR<24irpm
  • PAS > 90 mmHg

Falência do tratamento empírico : Como já vimos, o tratamento na maioria das vezes é empirico e se o paciente não estiver evoluindo bem ao tratamento pensar em tres coisas:

  • Diagnostico incorreto: cogitar tuberculose, neoplasia, paracoccidiodomicose, etc.
  • Se comprovou que está correto o diagnostico mas mesmo assim não está evoluindo bem: ■ Paciente: esse paciente fez uso da medicação corretamente?. Tem alguma comorbidade omitida? ■ Droga: Será que a droga passada é certa? ■ Patógeno: pode estar tratando o agente errado ou é resistente ao antibiótico.

Vacinação

  • Agente mais comum da pneumonia: Streptococcus pneumoniae. Temos vacina contra ele.
  • Quem tem certa necessidade a essas vacinas são pacientes idosos, pacientes com doenças associadas, esplenectomizados e imunocomprometidos com alta taxa de mortalidade. Devem receber a vacina antipneumocócica, que apresenta proteção de até 60%.
  • Paciente com alguma comorbidade como DPOC, bronquiectasia, asmático, pneumonias de repetição, é indicado a vacinação.
  • Vacinação a cada 5 anos.