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PROJETO COMISSÃO DE ARQUITETURA E ARTE SACRA TERESINA - PI - FINAL - ARQ. DANILO MACEDO, Manuais, Projetos, Pesquisas de Urbanismo

PROJETO COMISSÃO DE ARQUITETURA E ARTE SACRA TERESINA - PI - FINAL - ARQ. DANILO MACEDO

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2013

Compartilhado em 03/12/2013

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danilo-macedo-9 🇧🇷

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PROJETO DE FUNDAÇÃO DA CAASI– COMISSÃO DE
ARQUITETURA E ARTES SACRAS DAS IGREJAS DA
ARQUIDIOCESE DE TERESINA NO ESTADO DO PIAUÍ
____Danilo de Macêdo Lima____
Arquiteto e Urbanista
Teresina/PI (Julho, 2012)
INTRODUÇÃO
A arquitetura cristã primitiva surge quando os romanos desenvolviam a
arquitetura colossal, altamente técnica, propagando-a por toda a Europa. Em
Roma, os cristãos sofreram duras perseguições por cerca de três séculos.
Faziam suas primeiras reuniões em cômodos da “insula” – habitações coletivas
onde moravam os mais pobres.
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PROJETO DE FUNDAÇÃO DA CAASI– COMISSÃO DE

ARQUITETURA E ARTES SACRAS DAS IGREJAS DA

ARQUIDIOCESE DE TERESINA NO ESTADO DO PIAUÍ

____Danilo de Macêdo Lima____

Arquiteto e Urbanista

Teresina/PI (Julho, 2012) INTRODUÇÃO

A arquitetura cristã primitiva surge quando os romanos desenvolviam a arquitetura colossal, altamente técnica, propagando-a por toda a Europa. Em Roma, os cristãos sofreram duras perseguições por cerca de três séculos. Faziam suas primeiras reuniões em cômodos da “insula” – habitações coletivas onde moravam os mais pobres.

Primeira fase da chamada arquitetura paleocristã: fase catacumbária ( do século I ao início do século IV)

Primeiras manifestações de arte cristã – nas paredes das catacumbas, onde os cristãos secretamente se reuniam.

O reconhecimento do Cristianismo como religião oficial do Império Romano foi feito pelo Imperador Constantino, no ano 330, d.c. Tem início, então, a fase basilical na arquitetura cristã. A simplicidade das catacumbas cede espaço a uma arte mais rica. Basílica – do grego basilikos, que significa casa real.

Na Roma antiga, a basílica era um edifício de planta retangular e grandes dimensões. Era destinada a assuntos judiciais e encontros comerciais.

Com o fim da perseguição aos cristãos, os romanos cederam algumas basílicas para que eles, então, se reunissem.

“Quando é concedida aos cristãos liberdade para construírem os seus templos, a arquitetura pagã encontra-se no auge de suas possibilidades técnicas. [...] Os construtores dos edifícios cristãos baseiam-se necessariamente nesta herança.” (BENEVOLO, Leonardo. Introdução à Arquitetura. Lisboa, Edições 70. 1987.)

Basílicas – possuíam três naves: a da direita era destinada aos homens, a da esquerda às mulheres e a do centro aos que se preparavam para o batismo e queriam se tornar cristãos. As primeiras igrejas cristãs construídas em Roma seguiram o modelo das basílicas romanas, porque melhor atendiam à necessidade de reunir um grande número de fiéis. Uma galeria, às vezes ladeada por torres, dava acesso à nave principal. O teto era de alvenaria ou madeira. Vejam, a seguir, alguns exemplos de plantas:

Transepto – atravessa perpendicularmente o corpo principal do edifício. Dividia o edifício em dois espaços – para os fiéis e para o clero. Simbolismo - planta em cruz, como mostra a figura abaixo.

  • Fazer com que os edifícios sagrados e os objetos destinados ao uso litúrgico deverão ser realmente dignos e belos, sinais e símbolos das coisas divinas;
  • Fazer com que os responsáveis pela paróquia devam consultar a Comissão de Arquitetura e Arte Eclesiástica para edificar, reformar e dispor convenientemente os edifícios sagrados;
  • Conforme as linhas diocesanas deverão contatar a CAASI para que sejam desenvolvidos, de forma conjunta, os projetos pretendidos;
  • Os projetos de construção, reforma ou restauro de todas as paróquias da diocese, deverão ser encaminhados para análise à CAASI, e após aprovação em reunião, sobre os aspectos construtivos e litúrgicos, devem ser levados, junto com a documentação necessária, aos órgãos públicos competentes, para que sejam devidamente analisados e legalmente aprovados;
  • Fazer com que após a aprovação da construção, reforma ou restauro, deverá ser contratada uma empresa para a execução do projeto da obra, elaborado e assinados pelos profissionais do CAASI, e mediante garantias firmadas em um contrato oficial, deverão estabelecer um cronograma de atividades para a realização efetiva dos trabalhos, sempre com o acompanhamento do técnico responsável, do pároco, e sobretudo da Comunidade;
  • Conscientizar a comunidade, junto com seu Pároco, que deverão estabelecer iniciativas de se iniciar um processo de estudos para a realização de uma possível obra;
  • Traçar iniciativas para que a comunidade converse a respeito do espaço litúrgico e da arte sacra, pesquise e debata a respeito do tema e de toda a riqueza de informação e significado que o assunto contém, assessorando-se com pessoas da Igreja e profissionais do CAASI, especializadas no tema;
  • Ampliar os horizontes da Comunidade realizando visitas a locais de Oração existentes na região. Igrejas, capelas e outros espaços corretamente edificados podem contribuir nesse processo;
  • Conscientizar a comunidade, através de reuniões, a saber, de onde se parte e onde querem chegar para a realização da construção, reforma ou restauro;
  • Fazer com que a comunidade trace um bom plano de ação, com objetivos a serem alcançados e as formas como se pretende atingí-los;
  • Promover anualmente o encontro estadual e diocesano de Arquitetura e Arte Sacra;
  • Aprofundar o conhecimento dos profissionais e da comunidade que trabalham na área, para que projetos de construção, reformas e restaurações dos espaços celebrativos e sagrados respondam às exigências da liturgia, em seus aspectos arquitetônicos, simbólico e funcional como mostra o Anexo I;
  • Visualizar bem a comunicação através de seus impressos, confeccionando-os com expressividade. Saber fixar os seus cartazes em lugares adequados, discretos e visíveis na entrada; lugar em que as pessoas transitam em todas as celebrações;
  • Trabalhar com a distribuição estética das cores nesse espaço adequadamente, utilizando as mesmas com funcionalidade;
  • Criar áreas verdes externas que é importante para estabelecer a conexão das pessoas ao Criador da natureza; a natureza inspira o louvor ao seu Criador;
  • Implantar em cada comunidade recursos tecnológicos de áudio que hoje em dia é uma ferramenta importante que instrumentalizam os serviços prestados na igreja;
  • Orientar cada comunidade, de acordo com suas condições, para implantar gerador de caracteres (data show), visto que é importante para que as pessoas com problemas auditivos possam ter acesso à pregação da Palavra de Deus no mesmo momento em que as pessoas que não possuem essa necessidade, estão ouvindo o padre. Uma observação importante quanto a este recurso é que, deve ser ligado apenas na leitura das palavras e desligadas após estas para que as atenções dos fiéis se voltem para o altar, onde acontece o Santo Sacrifício do Senhor, o calvário;
  • (^) Criação de torre e/ou sino nas igrejas e capelas que são extremamente importantes quando cumprem com a finalidade de tornar a igreja visível na localidade, como também nos mostra, com o tocar do sino, o horário, ou horas que faltam para começar a Santa Missa como também outras funções tradicionalmente importantes;
  • Elaborar com a equipe do CAASI um inventário com as obras de arte tombadas e não tombadas, utilizando formulários detalhados (ver Anexo II) a fim de conhecer melhor o acervo artístico e evitar possíveis roubos;
  • Elaborar com a equipe do CAASI um inventário tridimensional com as obras de arte tombadas e não tombadas de até 2 metros de altura e até 1 metro de largura, utilizando softwares específicos a fim de manter um banco de dados 3D e poder futuramente recriá-las utilizando uma fresadora CNC (ver projeto: Centro Informatizado de Produção de artes sacras);
  • Elaborar com a equipe do CAASI um inventário das igrejas e capelas de Teresina, utilizando formulários detalhados (ver Anexo III), mostrando características construtivas de cada igreja a fim de conhecer mais profundamente seus espaços e suas alterações futuras;
  • Elaborar um inventário das igrejas e capelas de Teresina, utilizando aparelho GPS para confecção de um mapa geral detalhado (ver Anexo IV), mostrando a localidade exata de cada igreja a fim de conhecer características importantes como distância, local e nome das paróquias que estarão em festejos, entre outros.

JUSIFICATIVA

Para que os espaços celebrativos sejam mais idôneos para condignamente realização da ação litúrgica, a CAASI visará orientar e dar suporte litúrgico, técnico projetuais e artístico sobre alguns aspectos do espaço litúrgico, as paróquias, ou comunidades religiosas, que vão construir, reformar, ampliar, restaurar ou executar qualquer alteração no seu espaço sagrado.

Toda a história da construção e reformas de igrejas é a história dos ajustes entre as melhores disposições para falar em nome de Deus e para tocar em nome de Deus. No que a comunidade percebe que a relação entre a arquitetura e a liturgia é intrínseca e como o Lugar Litúrgico utiliza-se de uma linguagem não verbal tão profunda na santa missa, ela dá-se conta acerca da relevância com a qual deve tratar esse assunto.

Espaços e centros litúrgicos

A relevância desse assunto implica numa compreensão teológica - litúrgica de que Deus Se encontra com o Seu povo neste Lugar Litúrgico e, isto, implica na existência de um espaço de encontro dos filhos de Deus que é a própria Casa de Deus, a Santa Igreja Católica.

Esta comunidade que vê este Deus presente, falando e agindo tem a necessidade de ter um espaço de locomoção que seja generoso, significativo e flexível no qual as pessoas rezem, escute e se confessem. Os corredores das naves deverão oferecer mobilidade aos participantes da missa.

Essas pessoas unidas em Cristo louvam ao Criador com a própria vida, com ladainhas, cânticos, preces e orações. A música tem uma importância fundamental na vida do povo de Deus (Ap.5. 9-10) e acrescenta uma dimensão mais profunda de envolvimento no culto religioso a Deus. Esta expressividade ganha um espaço no Lugar Litúrgico, o espaço do coral.

Todos estes espaços supracitados gravitam em redor do espaço da mesa do altar. Nele a comunidade é servida, quando participa da Eucaristia. Não deve haver ali barreiras (altura excessiva, brilho de luz em excesso, etc.) que inibam a aproximação da comunidade, como também a parede de fundo do altar não pode ser em sua totalidade na cor branca, impossibilitando às vezes, a boa visibilidade do Corpo de Cristo quando é erguido pelo sacerdote para que todo povo de Deus O vejam em sua glória.

No sacrário, com efeito, uma correta localização do mesmo ajuda a reconhecer a presença real de Cristo no Santíssimo Sacramento; por isso, é necessário que o lugar onde são conservadas as espécies eucarísticas seja fácil de individualizar por qualquer pessoa que entre na igreja, graças nomeadamente à lâmpada do Santíssimo perenemente acesa. Tendo em vista tal objetivo, é preciso considerar a disposição arquitetônica do edifício sagrado: nas igrejas, onde não existe a capela do Santíssimo Sacramento, mas perdura o altar-mor com o sacrário, convém continuar a valer-se de tal estrutura para a conservação e adoração da Eucaristia, evitando, porém, colocar a cadeira do celebrante na sua frente.

Nas novas igrejas, bom seria predispor a capela do Santíssimo nas proximidades do presbitério; onde isso não for possível, é preferível colocar o sacrário no presbitério, em lugar suficientemente elevado, no centro do fecho absidal ou então noutro ponto onde fique de igual modo bem visível. Estas precauções concorrem para conferir dignidade ao sacrário que deve ser cuidado sempre também sob o perfil artístico. Obviamente, é necessário ter em conta também o que diz a propósito a Instrução Geral do Missal Romano. Em

todo o caso, sempre o juízo sobre estes e outros casos compete ao bispo diocesano.

A cátedra deve ser discreta e não passar a idéia de trono, mas algo funcional. CB 47. A cátedra (...) deve ser única e fixa, colocada de tal modo que o Bispo apareça efetivamente como aquele que preside a toda a comunidade dos fiéis. O número de degraus da cátedra, respeitada a estrutura de cada igreja, será adaptado de forma que os fiéis possam ver bem o Bispo.

A cátedra não deve ter sobreposto nenhum baldaquino ou dossel. No entanto, conservem-se cuidadosamente as obras preciosas dos séculos passados (...). (ver Anexo I).

B 880. A cátedra simboliza de forma eminente o magistério que corresponde ao bispo na sua Igreja (...).

No Ambão a Palavra de Deus é proclamada e, o mesmo, deverá permitir que ela seja visualizada antes e depois de ser utilizada. (ver Anexo I).

A mesa sagrada do altar estará no meio da comunidade para ser usada, servindo para se colocar o pão e o vinho da Eucaristia. Não deverá ser um monumento, nem objeto de símbolo religioso ou de arte. Deverá conservar o aspecto prático de sua presença na ministração da Ceia eucarística. CB 48. O altar deve ser construído e ornado de acordo com as normas do direito. Atender-se-á principalmente a que, pela sua localização, ele seja, de fato, o centro de convergência para o qual espontaneamente se dirija a atenção de toda a assembléia dos fiéis (cf. IGMR 262). Normalmente, o altar da igreja catedral deve ser fixo e dedicado; e separado da parede, de modo a permitir andar em volta dele e a celebrar de frente para o povo (IGMR 262). Contudo, quando um altar antigo estiver de tal modo colocado que torne difícil a participação do povo e não se possa transferir sem detrimento do seu valor artístico, construa-se outro altar fixo, de forma artística e dedicado segundo as normas; e só neste se realizem as celebrações sagradas (...). (ver Anexo I).

Critérios de relevância prática

Alguns critérios bem relevantes para aqueles que constroem ou remodelam uma Igreja, são eles: utilidade, simplicidade, flexibilidade, intimidade e beleza.

  • (^) Utilidade - o Lugar Litúrgico deverá ser construído para ser usado em sua principal função e não simplesmente para ser admirado.
  • Simplicidade - a observação da devoção à simplicidade é responsável por boa parte do sucesso do espaço organizado objetivando-se a maior utilidade.

onde os fiéis se sintam respeitados e acolhidos pela Mãe Igreja; edifícios que ajudem a celebrar bem a fé e auxiliem no crescimento humano e numa verdadeira Espiritualidade Cristã Católica, sendo ao mesmo tempo lugares de encontro entre o humano e o divino.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Construir ou reformar representa uma decisão muito séria; construir ou reformar a casa do Povo de Deus é mais sério ainda. É a existência de uma comunidade de irmãos que está comprometida. Construir, reformar ou restaurar é fazer a experiência da criação. É um novo começo, uma nova vida, a criação de um mundo novo. Um mundo de fraternidade e liberdade, de comunhão e de graça divina, de recolhimento e de silêncio e intimidade com o Pai Eterno.

ANEXO I

NORMAS LITÚRGICAS RELATIVAS À ARTE SACRA E IGREJAS

I. ARTE SACRA

SC 122. Entre as mais nobres atividades do espírito humano estão, de pleno direito, as belas artes, e muito especialmente a arte religiosa e o seu mais alto cimo, que é a arte sacra. Elas tendem, por natureza, a exprimir de algum modo, nas obras saídas das mãos do homem, a infinita beleza de Deus, e estarão mais orientadas para o louvor e glória de Deus se não tiverem outro fim senão o de conduzir piamente e o mais eficazmente possível, através das suas obras, o espírito do homem até Deus.

É esta a razão por que a santa mãe Igreja amou sempre as belas artes, formou artistas e nunca deixou de assegurar o contributo delas, procurando que os objetos atinentes ao culto fossem dignos, decorosos e belos, verdadeiros sinais e símbolos do sobrenatural. A Igreja julgou-se sempre no direito de ser como que o seu árbitro, escolhendo entre as obras dos artistas as que estavam de acordo com a fé, a piedade e as orientações veneráveis da tradição e que melhor pudessem servir ao culto (...).

SC 124. Ao promoverem uma autêntica arte sacra, prefira os Ordinários à mera sumptuosidade uma beleza que seja nobre.

1 - Estilo de arte

SC 123. A Igreja nunca considerou um estilo como próprio seu, mas aceitou os estilos de todas as épocas, segundo a índole e condição dos povos e as exigências dos vários ritos, criando deste modo no decorrer dos séculos um tesouro artístico que deve ser conservado cuidadosamente. Seja também cultivada livremente na Igreja a arte do nosso tempo, a arte de todos os povos e regiões, desde que sirva com a devida reverência e a devida honra às exigências dos ritos e edifícios sagrados. Assim poderá ela unir a sua voz ao admirável cântico de glória que grandes homens elevaram à fé católica em séculos passados.

IGMR 254. (...) A Igreja sempre recorreu ao nobre serviço das artes, adaptando as formas de expressão artística próprias de cada povo ou região (cf. SC 123). Mais: não só se empenha em guardar as obras de arte e os tesouros que nos legaram os séculos passados (cf. EM 24), e na medida do possível as adapta às novas necessidades, mas também se esforça por estimular a criação de novas formas de acordo com a maneira de ser de cada época (cf. SC 123. 129; IOE 13c). (...) Na escolha das obras de arte destinadas à igreja, deve procurar-se o valor artístico autêntico, que alimente a fé e a piedade e, por outro lado, corresponda ao seu valor de sinal e aos fins a que se destina (cf. SC 123).

2 - Tesouros da arte sacra

EM 24. (...) Ao adaptar as igrejas, evite-se a todo o custo a dilapidação do tesouro da arte sacra. Se, no entanto, em virtude da reforma litúrgica e a juízo do Ordinário do lugar, ouvido o parecer de peritos e, se for caso disso, com o consentimento daqueles a quem diz respeito, parecer que esses tesouros devem ser removidos dos lugares em que agora se encontram, deve fazer-se isso com prudência de modo que sejam colocados em novos lugares que não desdigam das obras.

3 - Obras de arte que não se coadunem com a fé

SC 124. Tenham os Bispos todo o cuidado em retirar da casa de Deus e de outros lugares sagrados aquelas obras de arte que não se coadunam com a fé e os costumes e com a piedade cristã, ofendem o genuíno sentido religioso, são más na forma ou insuficientes na arte, medíocres e falsas na expressão artística.

II - IGREJA CATEDRAL

CB 42. A Igreja catedral é aquela em que está a cátedra do Bispo, sinal do magistério e do poder do pastor da Igreja particular, bem como sinal de unidade dos crentes naquela fé que o Bispo anuncia como pastor do rebanho.

CB 46. O que se prescreve nos documentos e livros litúrgicos, acerca da disposição e ornato das igrejas, deve a igreja catedral apresentá-lo modelarmente às outras igrejas da diocese.

1 - O PRESBITÉRIO

CB 50. O presbitério, ou seja, o espaço em que o Bispo, presbíteros e ministros exercem o seu ministério, deve distinguir-se, de forma conveniente, da nave da igreja, ou por uma posição mais elevada, ou por uma estrutura ou ornamentação especial, de modo a pôr em evidência, pela própria disposição, a função hierárquica dos ministros. Há de ser suficientemente amplo para que os sagrados ritos se possam nele desenrolar e ver comodamente.

2 - A CÁTEDRA

CB 47. A cátedra (...) deve ser única e fixa, colocada de tal modo que o Bispo apareça efetivamente como aquele que preside a toda a comunidade dos fiéis. O número de degraus da cátedra, respeitada a estrutura de cada igreja, será adaptado de forma que os fiéis possam ver bem o Bispo. A cátedra não deve ter sobreposto nenhum baldaquino ou dossel. No entanto, conservem-se cuidadosamente as obras preciosas dos séculos passados (...).

B 880. A cátedra simboliza de forma eminente o magistério que corresponde ao bispo na sua Igreja (...).

3 - O ALTAR

CB 48. O altar deve ser construído e ornado de acordo com as normas do direito. Atender-se-á principalmente a que, pela sua localização, ele seja, de fato, o centro de convergência para o qual espontaneamente se dirija a atenção de toda a assembléia dos fiéis (cf. IGMR 262). Normalmente, o altar da igreja catedral deve ser fixo e dedicado; e separado da parede, de modo a permitir andar em volta dele e a celebrar de frente para o povo (IGMR 262). Contudo, quando um altar antigo estiver de tal modo colocado que torne difícil a participação do povo e não se possa transferir sem detrimento do seu valor artístico, construa-se outro altar fixo, de forma artística e dedicado segundo as normas; e só neste se realizem as celebrações sagradas (...).

4 - ASSENTOS

4.1 - Assentos especiais

CB 47. Para os restantes Bispos ou Prelados, porventura presentes, preparem- se, em lugar conveniente, assentos especiais, mas não erigidos em forma de cátedra. O assento para o presbítero celebrante dispor-se-á em lugar diferente.

4.2 - Outros assentos

CB 58. No presbitério, disponha-se de modo conveniente assentos, mochos ou tamboretes de forma que os concelebrantes e bem assim os cônegos e presbíteros que porventura não concelebrem, mas assistam de hábito coral, bem como os ministros, ocupem cada qual o seu lugar, de modo a facilitar o correto desempenho de cada função (...).

5 - O AMBÃO

CB 51. A igreja catedral deve ter um ambão construído segundo as normas vigentes (cf. IGMR 272; OLM 32-34) (...).

6 - A CAPELA DA RESERVA EUCARÍSTICA

CB 49. De acordo com uma tradição antiquíssima, mantida nas igrejas catedrais, recomenda-se que o sacrário se coloque numa capela separada da nave central (cf. ME 53; CME 9) (...).

7 - O BAPTISTÉRIO

CB 52. A igreja catedral mesmo que não seja paroquial, deve ter um batistério, pelo menos para a celebração do Batismo na noite pascal. Esse batistério deve ser construído de acordo com as normas contidas no Ritual Romano (cf. IC 25).

8 - O VESTIÁRIO

CB 53. À igreja catedral não pode faltar o vestiário, isto é, uma sala digna, na medida do possível junto à entrada da igreja, na qual o Bispo, os concelebrantes e os ministros tomam as vestes litúrgicas e onde se inicia a procissão de entrada.

9 - A SACRISTIA

CB 53. Por via de regra, o vestiário deve ser distinto da sacristia, na qual se guardam as alfaias sagradas e, nos dias ordinários, o celebrante e os ministros se podem preparar para a celebração.

10 - ESPAÇO EXTERIOR PERTO DA CATEDRAL

CB 54. Para se poder efetuar a reunião da assembléia, preveja-se, na medida do possível, perto da igreja catedral, outra igreja, ou uma sala adequada, ou mesmo uma praça ou um claustro, onde se possam fazer as bênçãos das velas, dos ramos, do fogo e outras celebrações preparatórias, e onde se iniciam as procissões para a igreja catedral.

III - IGREJA PAROQUIAL E OUTRAS

EM 24. (...) Os pastores estejam convencidos que a própria disposição do lugar sagrado contribui grandemente para se conseguir uma celebração correta e a participação ativa dos fiéis. As normas e regras dadas pela Instrução Inter Oecumenici (nn. 90-99) são causas para obter efeitos: construir e adaptar igrejas para a liturgia renovada, construção e ornamentação de altares, locais aptos para os assentos do celebrante e ministros, preparação do lugar apropriado para proferir as leituras sagradas, disposição dos lugares dos fiéis e dos grupos de cantores.

IGMR 253. Para a celebração da Eucaristia, o povo de Deus reúne-se normalmente na igreja ou, na falta desta, num lugar decente e digno de tão grande mistério. Por isso, as igrejas e os outros lugares devem ser aptos para a conveniente realização da ação sagrada e para obter a participação ativa dos fiéis. Além disso, os edifícios sagrados e os objetos destinados ao culto divino devem ser dignos e belos como sinais e símbolos das realidades celestes (cf. SC 122-124; PO 5; IOE 90; EM 24).

IGMR 257. O povo de Deus, que se reúne para a Missa, tem uma estrutura orgânica e hierárquica que se exprime na diversidade de ministérios e funções no desenrolar da celebração. Portanto, o edifício sagrado, na sua disposição geral, deve, de algum modo, reproduzir a imagem da assembléia congregada, proporcionar a conveniente coordenação de todos os seus elementos, facilitar o perfeito desempenho da função de cada um. (...) Embora tudo isto deva exprimir a estrutura hierárquica e a diversidade dos ministérios, deve também formar uma unidade íntima e coerente que manifeste de modo mais claro a unidade de todo o povo santo. Por outro lado, a natureza e beleza do lugar sagrado, bem como de todas as alfaias do culto, hão de serem tais que fomentem a piedade e mostrem a santidade dos mistérios que se celebram.

B 878. Observem-se fielmente os princípios e as normas que os livros litúrgicos estabelecem para a construção e adequada colocação das diversas partes da igreja. 2 - LANÇAMENTO DA PRIMEIRA PEDRA DO EDIFÍCIO DA IGREJA

DIA 1. Quando se começa a construção de uma nova igreja, é conveniente celebrar um rito (...) que consta da bênção da área da nova igreja e da bênção e colocação da primeira pedra (...).

DIA 5. Quanto possível, tomem-se providências para que a área da igreja que vai ser erigida esteja bem delineada e possa ser facilmente percorrida em volta.

DIA 6. No lugar onde será erguido o altar, fixa-se uma cruz de madeira de altura conveniente.

3 - PRESBITÉRIO

IGMR 257. O lugar do sacerdote e ministros é o presbitério, isto é, aquele espaço da igreja que mostra melhor o seu ofício, onde cada um, segundo o ministério respectivo, preside à oração, anuncia a palavra de Deus, ministra ao altar.

IGMR 258. Convém que o presbitério se destaque da nave da igreja, ou por uma certa elevação, ou pela sua estrutura e ornamentação especial. Deve ser suficientemente espaçoso para permitir o conveniente desenrolar dos ritos sagrados (cf. IOE 91).

IOE 91. (...) O presbitério, junto do altar, deve ter dimensões tais que permitam o conveniente desenrolar dos ritos sagrados.

4 - CADEIRA DO PRESIDENTE

IOE 92. O assento para o celebrante (...) deve colocar-se, de acordo com a estrutura de cada igreja, de tal modo que os fiéis possam ver facilmente, e o próprio celebrante apareça como aquele que verdadeiramente preside à assembléia dos fiéis. No entanto, se a cadeira for colocada por detrás do altar, deve evitar-se todo o aspecto de trono.

IGMR 271. A cadeira do celebrante há de significar o seu múnus de presidente da assembléia e guia da oração. Assim, o lugar naturalmente indicado será o fundo do presbitério, de frente para o povo, salvo se a arquitetura da igreja ou outras circunstâncias o não permitam: por exemplo, se viesse a ficar demasiado distante e tornasse difícil a comunicação entre o sacerdote e a assembléia dos fiéis (...).

B 881. O lugar da presidência ou sede do sacerdote celebrante simboliza a função de presidir à assembléia litúrgica e de dirigir a oração do povo santo.

5 - AMBÃO

IGMR 272. A dignidade da Palavra de Deus requer, na igreja, um lugar próprio para a sua proclamação. Durante a liturgia da Palavra, é para lá que deve convergir espontaneamente à atenção dos fiéis (cf. IOE 96). Em princípio, este lugar deve ser um ambão estável, e não uma simples estante móvel. Tanto quanto a arquitetura da igreja o permita, o ambão dispõe- se de modo que os ministros possam facilmente ser vistos e ouvidos pelos fiéis (...).

OLM 32. No espaço da igreja, deve haver um lugar elevado, fixo, dotado de conveniente disposição e nobreza, que corresponda à dignidade da Palavra de Deus, e que, ao mesmo tempo, recorde com clareza aos fiéis que na Missa se prepara a mesa tanto da Palavra de Deus, como do Corpo de Cristo, e os ajude, o melhor possível, a ouvir e a prestar atenção durante a liturgia da palavra. Por isso, há que atender, de acordo com a estrutura de cada igreja, às proporções e harmonia entre o ambão e o altar.

B 900. O ambão, ou lugar de onde se proclama a palavra de Deus, deve corresponder à dignidade da palavra e recordar aos fiéis que a mesa da palavra de Deus está sempre preparada (...).

IOE 96. É conveniente que haja um ambão ou dois ambões para daí se lerem as leituras, de tal modo dispostos que os ministros possam ser vistos e ouvidos pelos fiéis.

RDA 7. É preferível que, nas igrejas novas, se coloque um só altar, para que na assembléia una dos fiéis o altar único signifique que é único o nosso Salvador, Jesus Cristo, e única a Eucaristia da Igreja (...). Deve, porém, evitar-se, de maneira absoluta, colocar mais altares apenas para adorno da igreja.

IGMR 262. Na igreja haverá normalmente um altar fixo e dedicado, que deve ficar afastado da parede, de modo a permitir andar em volta dele e celebrar a Missa de frente para o povo. Pela sua localização, há de ser o centro de convergência para o qual espontaneamente se dirijam as atenções de toda a assembléia dos fiéis (cf. IOE 91).

CB 919. Convém que em toda e qualquer igreja haja um altar fixo e dedicado (...).

6.3 - Material da mesa do altar fixo

IOE 91. Quanto ao material a escolher para a construção e ornamentação do altar, observem-se as prescrições do direito.

IGMR 263. Segundo a tradição da Igreja, e até pelo seu mesmo significado, a mesa do altar fixo deve ser de pedra natural. Contudo, a juízo da Conferência Episcopal, é permitida a utilização de outros materiais, desde que sejam dignos, sólidos, artisticamente trabalhados (cf. RDA 9). [A Conferência Episcopal Portuguesa determinou que a mesa do altar que vai dedicar-se deverá ser de pedra ou formada por um bloco compacto de madeira nobre (Ass. Plen. de 29.4.1987)].

6.4 - Material da base do altar fixo

IGMR 263. (...) O suporte ou base em que assenta a mesa pode ser de material diferente, desde que seja digno e sólido.

6.5 - O material do altar móvel

IGMR 264. O altar móvel pode ser de qualquer material nobre e sólido, contanto que sirva para o uso litúrgico, segundo as tradições e costumes de cada região.

CB 974. Na construção dum altar móvel, observar-se-á, com as devidas adaptações, o que está estabelecido nos livros litúrgicos (...).

6.6 - Relíquias

RDI 5. Quanto possível, mantenha-se o costume da liturgia romana de encerrar debaixo do altar (fixo) relíquias de Mártires ou de outros Santos (...). O cofre das relíquias não deve ser colocado nem em cima do altar nem dentro da mesa do altar, mas, tendo em conta a forma do mesmo, deve ser colocado debaixo do altar.

CB 974. (...) Não é permitido, porém, encerrar relíquias dos Santos (na base de um altar móvel) (cf. RBA 3).

6.7 - Altares menores

IOE 93. Os altares menores devem ser em número reduzido. Além disso, tanto quanto a estrutura do edifício o permite, é muito conveniente colocá-los em capelas de algum modo separadas da nave da Igreja.

IGMR 267. (...) Em igrejas novas, procure-se colocar (os altares menores) em capelas de algum modo separadas da nave da igreja (cf. IOE 93).

6.8 - Celebração da Eucaristia fora do lugar sagrado

CB 919. (...) Nos locais destinados às celebrações sagradas (fora da igreja), o altar pode ser fixo ou móvel (cf. RDA 6) (...).

IGMR 260 (...) Fora do lugar sagrado, sobretudo quando se faça de modo ocasional, (a Eucaristia) pode ser celebrada sobre uma mesa adequada, coberta sempre com uma toalha e corporal.

7 - ORNAMENTAÇÃO DO ALTAR

7.1 - Toalha

IGMR 268. Pela reverência devida à celebração do memorial do Senhor e ao banquete em que é distribuído o Corpo e o Sangue de Cristo, o altar há de ser coberto ao menos com uma toalha, que pela forma, tamanho e ornato, deve estar em harmonia com a estrutura do altar.

7.2 - Castiçais

IOE 94. (...) Os castiçais necessários no altar para cada ação litúrgica, podem também ser colocados, a juízo do Ordinário do lugar, junto do mesmo altar.

IGMR 269. Os castiçais prescritos para cada ação litúrgica, em sinal de veneração ou por motivo de solenidade, dispõem-se ou em cima do próprio altar ou em volta dele, segundo mais convier, de acordo com a estrutura quer do altar quer do presbitério, de modo a formar um todo harmônico e a não impedir os fiéis de verem facilmente o que no altar se realiza ou o que nele se coloca.

7.3 - Cruz

CB 1011. Entre as sagradas imagens, ocupa o primeiro lugar "a representação da cruz preciosa e vivificante”, que é o símbolo de todo o mistério pascal. Para o povo cristão, nenhuma outra imagem é mais querida, nenhuma é mais antiga. A santa cruz representa a paixão de Cristo e o seu triunfo sobre a morte e, ao mesmo tempo, como ensinaram os Santos Padres, anuncia a sua vinda gloriosa.

B 961. A imagem da cruz não só é proposta à veneração dos fiéis na Sexta- Feira Santa e celebrada como troféu de Cristo e árvore da vida na festa da