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Projeto sobre o tratamento do Necrochorume na implantação do Cemitério Parque em João Monlevade-MG.
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
Oferta por tempo limitado
Compartilhado em 22/10/2011
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João Monlevade 2010
Projeto de Pesquisa apresentado como requisito parcial da Disciplina Projetos Ambientais do curso de Engenharia Ambiental, da Universidade do Estado de Minas Gerais, campus João Monlevade.
João Monlevade 2010
Figura 1: Lençóis freáticos ......................................................................................... 9 Figura 2: Vista aérea do Cemitério Parque de João Monlevade .............................. 13
2.1 Objetivo geral
Sugerir a melhor forma de tratamento do necrochorume que será produzido no Cemitério Parque de João Monlevade.
2.2 Objetivos específicos
a) caracterizar o necrochorume; b) indicar soluções alternativas para o tratamento do necrochorume; c) elencar a legislação competente que regula os cemitérios.
Depois de morto, o corpo humano se transforma. Passa a ser um ecossistema de populações formado por artrópodes, bactérias, microrganismos patogênicos destruidores de matéria orgânica e outros, podendo por em risco o Meio Ambiente e a Saúde Pública. Sendo os cemitérios, repositórios de cadáveres e laboratórios de decomposição, apresentam riscos que exigem cuidados técnicos e científicos na sua implementação e operação. Na tabela 1, são elencados os elementos que constituem o corpo humano e suas respectivas quantidades.
Tabela1: Composição aproximada do corpo de um homem adulto. Fonte: MACEDO, 2004.
O corpo humano sofre putrefação após a morte, que é a destruição dos tecidos do corpo por ação de bactérias e enzimas, resultando na dissolução gradual dos tecidos em gases (H 2 S, CH 4 , NH 3 , CO 2 , etc.), líquidos e sais.
A contaminação pode atingir os lençóis freáticos através do necrochorume – neologismo que designa o líquido liberado intermitentemente pelos cadáveres em putrefação, que também pode conter microorganismos patogênicos – transportados pelas chuvas infiltradas nas covas ou pelo contato dos corpos com a água subterrânea. Trata-se de uma solução aquosa rica em sais minerais e substâncias orgânicas desagradáveis, viscosa, de cheiro forte e grau variado de patogenicidade. O necrochorume é constituído de 60% de água, 30% de sais minerais e 10% de substâncias orgânicas.
As águas subterrâneas através dos lençóis freáticos constituem uma importante fonte para a obtenção de água, visto que em regiões muito áridas onde há uma grande escassez de chuvas, a população utiliza-se muito dos poços artesianos, cuja água dos lençóis freáticos quando ficam confinadas entre duas camadas impermeáveis, sofrendo fortes pressões, ao serem atingidas pelos trabalhos de perfuração dos poços, o líquido armazenado é imediatamente impulsionado para cima, jorrando com força para a superfície. Um outro sistema de exploração e utilização dos lençóis freáticos são as famosas cisternas, que são apontadas por relatos históricos como principal recurso de obtenção de água em todos os povos antigos e, que atualmente, permanecem como “solução” para amenizar a escassez de água em muitos locais.
Outra forma de utilização das águas dos lençóis freáticos são as fontes, que surgem devido a incapacidade do solo de armazenar mais a água, permitindo que esta escoe para a superfície. Estas fontes, a depender da composição das rochas vizinhas, podem oferecer determinadas propriedades extremamente benéficas ao organismo humano; como esses benefícios vão variar a depender das rochas, estas águas, denominadas de minerais, podem classificar-se como: sulfurosa, bicarbonatada, cloretada, entre outras, etc.
Figura 1: Lençóis Freáticos Fonte: www.fernandodannemann.recantodasletras.com.br.
3.2 Aspectos legais
A poluição via necrochorume é algo antigo, porém, se tornou pública a pouco tempo. Em 2003, o Conselho Nacional de Meio Ambiente – Conama baixou a resolução 335, regulamentando o Licenciamento Ambiental dos cemitérios.
Segundo a resolução, em seu art. 5º, entre outras exigências, destacam-se:
I – a área de fundo das sepulturas deve manter uma distância mínima de um metro e meio do nível máximo do lençol freático; II – nos terrenos onde a condição prevista no inciso anterior não puder ser atendida, os sepultamentos devem ser feitos acima do nível natural do terreno; III – adotar-se-ão técnica e práticas que permitam a troca gasosa, proporcionando, assim, as condições adequadas à decomposição dos corpos, exceto nos casos específicos previstos na legislação; IV – a área de sepultamento deverá manter um recuo mínimo de cinco metros em relação ao perímetro do cemitério, recuo que deverá ser ampliado, caso necessário, em função da caracterização hidrogeológica da área; V – documento comprobatório de averbação da Reserva Legal, prevista em Lei; e VI – estudos da fauna e flora para empreendimentos acima de cem hectares.
Além disso, é proibida a instalação de cemitérios em Áreas de Preservação Permanente ou em outras que exijam desmatamento da Mata Atlântica primária ou secundária, em terrenos predominantemente cáusticos, que tem cavernas; sumidouros ou rios subterrâneos; em área de manancial para abastecimento humano, bem como aqueles que tenham seu uso restrito pela legislação vigente; ressalvadas as exceções legais previstas (Resolução Conama 335/2003). Vale ressaltar que estudos já comprovaram que algumas medidas são ineficazes, como a I, sabe-se que vírus podem ser transportados até 3,2m.
Tabela 2: Contaminação dos Cemitérios em Juiz de Fora – MG. Fonte: ALMEIDA, 2004.
É notável como o necrochorume pode afetar os lençóis freáticos, após uma simples análise da tabela acima, pode-se perceber um acréscimo na quantidade de sais minerais, o que aumenta a condutividade elétrica da água. Os sais minerais são extremamente reativos, ou seja, uma grande quantidade destes afeta negativamente o solo e a saúde humana.
O projeto visa a elaboração de dispositivos para a mitigação de impactos gerados pelos efluentes cadavéricos. Segundo a Resolução Conama 335/2003, os cemitérios necessitam de licenciamento ambiental para iniciarem suas atividades. Portanto, na fase de construção, devem ser contempladas as medidas mitigadoras para atender as exigências da Superintendência Regional de Meio Ambiente – SUPRAM que é o órgão que trata da tramitação dos processos de licenciamento.
A planta do Cemitério Parque de João Monlevade deverá ter, se não tiver, um plano de escoamento do necrochorume, que deverá ser direcionado a uma mini estação de tratamento de efluentes. A mini estação utilizará pastilhas contendo bactérias selecionadas que possuem alta capacidade de digerir matéria orgânica. O custo poderá onerar consideravelmente a obra, mas dentro da visão ambiental, é uma medida necessária e de grande importância para a preservação dos ecossistemas.
Figura 2: Vista aérea da área do futuro Cemitério parque de João Monlevade. Fonte: Google Earth.
ALMEIDA, Adriano. Parâmetros Físico-Químicos de Caracterização da Contaminação do Lençol Freático por Necrochorume. (Seminário de Gestão Ambiental). 2005.
BRASIL, Leis, Decretos. Resolução Conama n 335, de 3 de abril de 2003. Dispõe sobre o licenciamento ambiental de cemitérios. D.O.U. [da República Federativa do Brasil], Brasília, 28 de maio de 2003, Seção 1.
DANNEMANN, Fernando. Lençóis freáticos, como são formados? Disponível em: http://www.fernandodannemann.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt= Acesso em 07 Dez. 2010.
LEONI, Álvaro Henrique. Necrochorume: um veneno. Disponível em: http://www.dincao.com.br/noticias/tag/necrochorume-contaminacao-ambiental- autoridades-cemiterios/ Acesso em 07 Dez. 2010.
ROMANÓ, Elma Nery de Lima. Cemitérios: Passivo Ambiental medidas preventivas e mitigadoras. Disponível em: http://api.ning.com/files/Ds0-BBMTG- 9JUK4h7ydpF5UQ4xKinOr2BkDgK7l54Dqqe2KaLPSOYeDAM81HLV- 2qFmMiGnpPu9sdOuV*rqYFEJwCH6Cwq- 1/impactosambientaisesperadoscemiterio.pdf. Acesso em 07 Dez. 2010.
Tratamento do necrochorume. Disponível em: http://www.funerariaonline.com.br/Dicas/Default.asp?idnews= Acesso em 07 dez. 2010.