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Este documento discute os desafios enfrentados na implementação de diretivas anticipadas de vontade (davs) em situações de cuidados de saúde palliativos. A texto aborda a resistência à aplicação de davs devido à vontade de prolongar a vida dos doentes terminais, conflitos entre médicos, a superioridade dos médicos na tomada de decisões, a importância da comunicação e a decisão compartilhada. Além disso, o texto destaca a importância de davs para a autonomia do paciente, o respeito à dignidade humana e a redução de conflitos éticos.
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Não perca as partes importantes!
A vontade de prolongar a vida dos doentes terminais ficou evidente na perspectiva de enfermeiros, médicos e cuidadores familiares, repercutindo em limitações à aplicação das DAVs. Por este motivo, se confirma a questão de que a cultura medicalizadora da vida impõe que se continue a adiar seu momento final. Com frequência, há divergências entres os médicos, através de conflitos a partir da crença familiar, da insistência de uma tradição religiosa em fazer tudo o que é possível. A superioridade dos médicos faz com que eles interfiram ou se recusem a aceitar referências da pessoa pensando no seu próprio bem, assim, para o bem do paciente, preferem omitir ou revelar apenas à família as informações, pois podem comprometer o julgamento clínico e representar uma ameaça à saúde do paciente. Porém, por outro lado, a sinceridade, nessas situações, oportunizaria que os pacientes manifestem não somente suas vontades, mas suas dúvidas, angústias e desejos, auxiliando cuidadores familiares e profissionais da saúde. Ante tais fatos, a dificuldade na comunicação parece limitar a aplicação das DAVs. Além do seu tempo restrito e alta demanda de trabalho, os profissionais relatam que tem receio em conversar sobre esses assuntos referentes à morte, pois ao abordar as DAVs, consequentemente, eles trariam à tona a possibilidade da terminalidade. O fato de os pacientes não realizarem as DAVs, faz com que seus decisores possam ter previsões incertas dos desejos dos pacientes ou acabam tomando decisões que não são consentidas pelos médicos. Apesar do planejamento prévio, os pacientes acabam mudando de ideia sobre seu tratamento médico ao longo do tempo e desse modo, é preciso ficar atento a capacidade do paciente, discernindo as decisões que devem ser respeitadas daquelas decisões que precisam ser verificadas pelo seu decisor substituto. Tomar decisões considerando o que é melhor para o paciente quando esse não consegue comunicar seus desejos é algo bem difícil para os médicos. Por isso, a tomada de decisão compartilhada pelo profissional de saúde que atende o paciente é muito importante para a qualidade do cuidado e dos resultados.
Os decisores substitutos, além de dependerem fortemente dos desejos dos pacientes, consideram outros fatores para suas decisões, como seus próprios desejos, interesses, necessidades emocionais, crenças religiosas e experiências passadas com os cuidados de saúde. Portanto, sua decisão é mais dificultosa do que a decisão do próprio doente. O consenso de toda a família no processo decisório também é importante, porque distribui a responsabilidade da decisão entre todas as pessoas, fazendo com que diminua a culpa sentida por familiares na tomada de decisão e ajudando a manter a harmonia familiar diante do sofrimento.
tem um papel essencial para que as decisões não signifiquem que o decisor tenha desistido, ou seja responsável por resultados negativos ou pela morte do paciente; Proporcionam a autonomia do paciente, a partir do cumprimento das suas vontades, apesar das suas dificuldades em serem implantadas nos hospitais; Contribuem na atuação dos médicos e enfermeiros, reduzindo conflitos éticos relacionados às limitações de tratamentos; Leva ao respeito à autonomia pessoal e à dignidade do ser humano não somente em vida, mas também no momento da morte; Considerando os inúmeros conflitos e dilemas relacionados ao final da vida, faz com que a morte seja encarada de maneira diferente pelo paciente e contribui para a retirada da ideia de cura, quando essa já não é mais possível; É preciso um novo olhar acerca da morte e da sua relação com a vida, ou seja, não basta apenas os doentes serem atendidos por ótimos profissionais da saúde, mas é preciso que esses saibam atender as expectativas do doente, o maior interessado nesse processo.
COGO, Silvana Bastos et al. Desafios da implementação das diretivas antecipadas de vontade à prática hospitalar. Rev. Bras. Enferm. , Brasília , v. 69, n. 6, p. 1031-1038, Dec. 2016. Available from <http:// www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672016000601031&lng=en&nrm=iso>. access on 07 Apr. 2021. http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2016-0085.