















































Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
Uma nova Proposta no ensino de anatomia humana desafio e novas prespectivas
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
1 / 55
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado Profissional em Ensino em Ciências da Saúde e do Meio Ambiente, do Centro Universitário de Volta Redonda, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Ciências da Saúde e do Meio Ambiente Orientador: Prof. Dr Adilson da Costa Filho Aluno: Marcus Vinícius dos Santos Neves VOLTA REDONDA 2010
Aluno: Marcus Vinícius dos Santos Neves
Orientador Prof. Dr Adilson da Costa Filho Banca Examinadora: ................................................................................................................................... Dr Carlos Alexandre Marques ................................................................................................................................... Dra Valéria da Silva Vieira ................................................................................................................................... Dr Adilson da Costa Filho
A minha esposa Elaine Saar Neves que não mediu esforços, sempre dedicada e acima de tudo acreditou sempre nesta conquista. Aos meus filhos Gabriel e Rafael pelo carinho e apoio diário.
“Eu pedi forças... E Deus me deu dificuldades para me fazer forte. Eu pedi sabedoria... E Deus me deu problemas para resolver. Eu pedi prosperidade... E Deus me deu cérebro e músculos para trabalhar. Eu pedi coragem... E Deus me deu perigos para superar. Eu pedi amor... E Deus me deu pessoas com problemas para ajudar. Eu pedi favores... E Deus me deu oportunidades. Não recebi exatamente o que pedi... Mas recebi tudo aquilo que mais precisava... “ Maria Júlia Paes da Silva”.
O Ensino da Anatomia Humana busca a compreensão da organização morfofuncional dos principais sistemas orgânicos do homem, em nossa prática docente notamos a necessidade de desenvolver uma nova proposta de estudo aos discentes do Centro Universitário de Volta Redonda - UniFOA. Entendemos que o conhecimento da anatomia humana constitui não apenas o passo inicial do curso da área da saúde, mas também a essência fundamental da prática da profissão onde o estudante se prepara para identificar e conhecer as funções orgânicas, sua topografia corporal e, posteriormente as patologias de maneira objetiva. Vários equipamentos modernos auxiliam o processo pedagógico, como os programas computacionais e materiais sintéticos, ainda assim acreditamos na construção de um olhar fornecido por estudos no campo da percepção e estruturação das representações mentais através da semiótica, podendo assim contribuir como ferramenta capaz de promover uma nova proposta no ensino de anatomia humana auxiliando no aprendizado. Neste trabalho delinearemos uma metodologia de estudo onde o aluno, utilizando-se um CD de imagens de peças de cadáveres paralelamente dispostas com figuras de Atlas do Sistema muscular, produzirá trabalhos de desenhos com a proposta de criar o seu próprio Atlas de estudo. Palavras chaves: Ensino de anatomia, sistemas orgânicos, corpo docente e discente.
DVD - “Digital Versatile Disc” ou “Digital Video Disc”. a.C. – Antes de Cristo d.C. – Depois de Cristo CoEPS – Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos MPx – megapixeis USA - Estados Unidos da América, em inglês United States of America IES – Instituto de Ensino Superior
Aprimorar os recursos didáticos aplicados ao Ensino de Anatomia Humana tende satisfatoriamente para o direcionamento das ações, estimula a participação do aluno como sujeito ativo na busca por novas informações promovendo suporte indispensável ao processo ensino-aprendizagem (GUIRALDES et al. 1995). Nos textos aplicados durante as aulas para fundamentação de conhecimento teórico da disciplina de Anatomia Humana requerem nomenclatura própria, conhecida como Nomina Anatômica , esta nomenclatura pode ser tradicional ou clássica, a qual diverge em cada país, e internacional onde o significado dos termos anatômicos são os mesmos, mas sua escrita e leitura são traduzidas para cada nação conforme sua língua de origem (Vernáculo), atendendo a necessidade de uniformizar essa linguagem para que todos possam se comunicar de maneira inequívoca. O estudo da Anatomia Humana se faz imprescindível para o conhecimento e compreensão do corpo humano como um todo, na importância e interação de todas suas estruturas e características de cada um de seus órgãos ou partes, como meio essencial para promover a vida e cura dos males, intenção primária no ato de cuidar, enquanto técnica, arte e ciência, no seu mais expressivo compromisso (DANGELO, J.S.; FATINI, C. A, 2007). Contudo a sua relação interdisciplinar torna-se imperioso seu conhecimento como alicerce das disciplinas profissionalizantes dos cursos da área da saúde. Docentes e discentes constituem uma peça fundamental para contribuir no processo ensino-aprendizagem. As percepções e sugestões das partes se tornam relevantes nas propostas para melhoria da qualidade do ensino. Um conceito de Anatomia foi proposto em 1981, pela American Association of Anatomists: “anatomia é a análise da estrutura biológica, sua correlação com a função e com as modulações de estrutura em resposta a fatores temporais, genéticos e ambientais” (Spence, 1991; Dângelo e Fattini, 2003). No seu conceito mais amplo, a Anatomia é a ciência quem estuda, macro e microscopicamente, a constituição e o desenvolvimento dos seres organizados.
Enquanto a dissecação é uma técnica usada para estudar a estrutura do corpo (QUEIROZ, 2005). Tradicionalmente, a anatomia humana, disciplina básica da área de Ciências da Saúde é estudada por profissionais e estudantes da área de três maneiras distintas e individuais: textos, Atlas e cadáveres (INFANTOSI et al. 2000). Seu conhecimento perpassa pelos conceitos teóricos aplicados a prática, sendo os estudos teóricos ministrados em salas de aulas preparadas com recursos didáticos, como projetor de multimídia, retroprojetor, televisão e lousa, os quais são capazes de transformar o ambiente de sala de aula propício para compreensão dos conteúdos propostos. Nestes ambientes os alunos são instruídos e capacitados a identificar, interpretar e descrever os elementos anatômicos dos diferentes tipos de tecidos, órgãos e sistemas do corpo humano de um modo organizado e completo, com o conteúdo programático enfatizado ao interesse de cada curso da área da saúde. Sua compreensão é fundamental para efetivação dos estudos práticos em laboratório, pois, a forma atualmente aplicada segue o modelo de ensino tradicional de anatomia realizado no mundo todo por meio de peças previamente tratadas de cadáveres, sendo esta metodologia consagrada no meio anatômico (QUEIROZ, 2005). Promover soluções ou possibilidades de estudo, é o desafio do Docente. Refletindo sobre a maneira de ensinar anatomia e observando o comportamento dos alunos frente aos desafios do conhecimento, e suas consequentes manifestações e indagações, aceitamos o desafio de buscar uma metodologia capaz de aprofundar nossas investigações destes fenômenos. Nossa proposta baseia-se na construção de um Atlas de estudos Anatômico, através de desenhos realizados pelos alunos das estruturas anatômicas sistematicamente estudadas. No entanto, percebemos que o desenho “perfeito” é aquele que mais se aproxima da estilização real; é o que nos indica a satisfação de muitos diante das peças anatômicas em laboratório, nossa intenção busca descaracterizar esta estilização padronizada do real, o principal objetivo é a motivação intrínseca para gerar aprendizado, considerar o fato das percepções, necessidades e interesses diversificados que se pode partir de um
O desejo natural de conhecimento e as necessidades vitais levaram o homem, desde a pré-história, a interessar-se pela anatomia (FIGURA 1). Veremos aqui, alguns aspectos da Anatomia no decorrer da história. Ao contrário do que muitos pensam a Anatomia não é uma ciência morta, muito menos de apenas cadáveres. Figura 1: Pintura de Rembrandt, "Aula de Anatomia do doutor Tulp" 2 .1 Ensino de Anatomia Humana sob a perspectiva histórica O estudo anatômico contempla áreas como a Embriologia, dedicando-se ao estudo anatômico do embrião e feto; na Histologia aos tecidos e conglomerados celulares; a Anatomia Radiológica compreende aos exames do diagnóstico por imagens; a Anatomia Comparada que busca semelhanças estruturais e funcionais no processo evolutivo no universo dos seres vivos, entre outras (DANGELO; FATTINI, 2007). A Anatomia Humana aplicada ao ensino propõe o estudo macroscópico de órgãos e sistemas constituintes do corpo humano, utilizando-se de terminologia própria e descrições formadas ao longo dos séculos de estudos anatômicos (BASTOS; PROENÇA, 2000; VAN DE GRAAFF, 2003). É uma disciplina tradicional dos cursos da área da saúde, sendo considerada básica para a formação
do profissional da saúde, tendo sua história confundida à história da Medicina pela busca de compreensão da formação do corpo e o desenvolvimento de disfunções orgânicas pelos profissionais que praticavam a arte médica (MAGOTA, 1998; BASTOS; PROENÇA, 2000; DIDIO, 2002; FORNAZIEIRO; GIL, 2003). A terminologia anatômica mundial oficial é o latim. O termo Anatomia deriva do grego ANATOME que significa cortar em partes, seccionar, aplicado aos cadáveres, de acordo com os interesses filosóficos e religiosos da época, que alicerçaram através dos séculos os conhecimentos das estruturas e funcionamento do corpo (OLIVEIRA, 1981; DIDIO, 2002; MALOMO, IDOWU; OSUAGU, 2006). A anatomia humana foi uma ferramenta útil para o desenvolvimento da arte Médica, que por muito foi utilizada exclusivamente para estudo dos profissionais médicos, pelo fato de ser esta a única profissão da área da saúde (POTER, 2001). O aumento dos cursos universitários que prestam atendimento à saúde do ser humano redimensiona a importância do estudo anatômico, com base em sua tradição histórica. O conhecimento da Anatomia Humana vem desde à pré-história, onde o aprimoramento de técnicas para caça e a escolha de partes para consumo e rejeitos dos animais, podem ter contribuído para o início do conhecimento anatômico comparado, determinando os órgãos vitais para ataques afim de abater a caça e as formas de dissecação (PESSINI; RUIZ, 2007). Conforme Van der Graff ( 2003 ) a mumificação egípcia pouco contribuiu para o avanço do conhecimento Anatômico, pois a técnica era puramente religiosa, sem registros acerca dos aspectos corporais. Apesar disso, ao redor do ano de 3400 a.C. é escrito pelo egípcio Menes, médico do rei, o primeiro Manual de Anatomia que se tem registro histórico. Hipócrates (460 a.C. – 377 a.C.) (FIGURA 2) é considerado o pai da Medicina pelos princípios éticos e humanísticos que construiu em sua prática, inspirando o juramento Hipocrático, ainda hoje seguido pelos formandos em Medicina. Apesar de limitados conhecimentos em dissecação, rompe com a causalidade divina das doenças, atribuindo-as a distúrbios naturais e orgânicos Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.) (FIGURA 3) é considerado o fundador da Anatomia Comparada, seus estudos basearam-se em dissecações e estudos de diversos animais, comparando seus achados com as características humanas. Aristóteles
encoberto, reperticutindo negativamente em seu desenvolvimento por quase 1000 anos. O conhecimento produzido desta época advém dos povos islâmicos que traduziram os textos de Hipócrates, Aristóteles, Galeno, entre outros, preservando em árabe, o conhecimento ocidental (VAN DE GRAAFF, 2003). Figura 4 : Celsus Figura 5: Galeno Segundo Poter ( 2001 ) o período do Renascimento retorna a prática das dissecações de cadáveres humanos, tornando-a parte integrantes dos currículos das escolas médicas da época. Logo, os conceitos galênicos estavam tão assimilados, que pensava-se não haver mais possibilidade de novos conhecimentos, apenas em aperfeiçoar técnicas de dissecação. A procura por corpos humanos para prática da dissecação era muito grande, que episódios burlescos de roubos de cadáveres, violação de tumbas, e até mesmo assassinatos em “nome da ciência” sujam, junto com as antigas vivissecções, irremediavelmente a história da Anatomia. Com os avanços das técnicas e conhecimentos anatômicos, necessitava-se aprimorar os conhecimentos para conservação de corpos,pois as dissecações eram executada “in natura” , sem nenhum tipo de conservação, restringindo a um tempo de trabalho de quatro a oito dias ininterruptos, iniciando pelas regiões susceptível a putefrar, abdome e tórax, seguindo para o crânio, e por último aos membros. Nesta época, com a valorização da ciência anatômica vinculada à prática médica, o professor de Anatomia se afasta do corpo, e discursa suas aulas de cátedra a uma distância segura do odor de putrefação, contando com um prestimoso, em geral pouco letrado para realizar as secções e exibições. O professor apenas apontava
com uma vara as estruturas citadas (FIGURA 6) (POTER; PESSINI in RUIZ, 2007 apud. OLIVEIRA; TAVANO, 2008). Figura 6: Anatomy Lesson (1826) O período do Renascimento contribui de forma ímpar ao avanço da ciência anatômica, não apenas pela liberação das dissecações e pela popularização dos livros com o surgimento dos tipos móveis de imprensa (1450 d.C.), mas pela obra valiosa e bela de dois grandes nomes: Leonardo da Vinci (FIGURA 6) e Andreas Vesalius (FIGURA 7). A ciência anatômica poderia ter avançado, caso as notas e esboços anatômicos de Leonardo da Vinci (1452 d.C. – 1519 d.C.) fossem publicadas em sua época. Com genialidade e precisão, seus desenhos marcam com primor e detalhamento a atenção ao corpo humano, propondo uma visão diferenciada sobre o objeto. A habilidade do artista e seu trabalho em dissecação na escola de Mondino retratam fielmente as estuturas anatômicas além de estabelecer um novo padrão de representação do corpo, bela e ricamente ilustrado (ASSIS JR., 2007).