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Prost Doze Licoes sobre historia Estudo, Notas de estudo de História

Resenha resumo

Tipologia: Notas de estudo

2015
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Compartilhado em 17/04/2015

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davi-brito-9 🇧🇷

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UESB – UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA
Curso: História
PROST, ANTOINE. Doze lições sobre história; Capítulo V; Tradução: Guilherme
João de Freitas – Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2008.
Antoine Prost é um historiador francês dedicado, de modo geral, aos
estudos da sociedade francesa no século XX, abordando as variáveis: grupos
sociais, mentalidades e instituições. Doutor em ciências sociais e história ele possui
diversos trabalhos sobre a história da educação e do trabalho. O livro Doze lições
sobre história revela conceitos e técnicas da história e do historiador, sob a
perspectiva do autor.
A história, em sua essência, tem características semelhantes à sociologia.
Ambas estudam o homem na sociedade, bem como, sua cultura, política e afins.
Porém, um fator importante que distingue as duas ciências, e se não for levado em
conta existirá o equívoco, é o tempo. A sociologia estuda o homem de forma
atemporal, pois o objeto de estudo é exclusivamente o comportamento do homem
na sociedade. Em contrapartida, a história vai além, estuda o homem de acordo com
o tempo. Dessa maneira, a história se caracteriza pelo aspecto dimensional
diacrônico, ou seja, necessita da evolução do tempo para a compreensão, enquanto
a sociologia é sincrônica. Entretanto, segundo Antoine, o tempo da história não é o
tempo do relógio que se divide em milimétricas unidades iguais; ele é condicional a
cada situação. O tempo social, por exemplo, é um tempo referencial de uma
sociedade e consequentemente não pode ser usado como base temporal para
outros grupos sociais. Por outro lado, é importante que se tenha um tempo unificado
para que haja coerência nos acontecimentos narrados. Essa unificação dá-se a
partir da era cristã em que o nascimento de Cristo inicia uma nova maneira de
contagem do tempo. A expansão desse tempo ocorre através dos impérios coloniais,
já no século XI, resultando na mudança de entendimento do tempo circular para uma
forma linear com datas descritas antes de Cristo (a.C.) e depois de Cristo (d.C). Para
a construção da história universal e permitir uma harmonização entre os calendários
romano e judaico, foi preciso inserir na era Cristã os diversos tempos cíclicos que
até então eram representados por reinados, impérios e eras. Na nova era os cristãos
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UESB – UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA

Curso: História PROST, ANTOINE. Doze lições sobre história; Capítulo V; Tradução: Guilherme João de Freitas – Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2008. Antoine Prost é um historiador francês dedicado, de modo geral, aos estudos da sociedade francesa no século XX, abordando as variáveis: grupos sociais, mentalidades e instituições. Doutor em ciências sociais e história ele possui diversos trabalhos sobre a história da educação e do trabalho. O livro Doze lições sobre história revela conceitos e técnicas da história e do historiador, sob a perspectiva do autor. A história, em sua essência, tem características semelhantes à sociologia. Ambas estudam o homem na sociedade, bem como, sua cultura, política e afins. Porém, um fator importante que distingue as duas ciências, e se não for levado em conta existirá o equívoco, é o tempo. A sociologia estuda o homem de forma atemporal, pois o objeto de estudo é exclusivamente o comportamento do homem na sociedade. Em contrapartida, a história vai além, estuda o homem de acordo com o tempo. Dessa maneira, a história se caracteriza pelo aspecto dimensional diacrônico, ou seja, necessita da evolução do tempo para a compreensão, enquanto a sociologia é sincrônica. Entretanto, segundo Antoine, o tempo da história não é o tempo do relógio que se divide em milimétricas unidades iguais; ele é condicional a cada situação. O tempo social, por exemplo, é um tempo referencial de uma sociedade e consequentemente não pode ser usado como base temporal para outros grupos sociais. Por outro lado, é importante que se tenha um tempo unificado para que haja coerência nos acontecimentos narrados. Essa unificação dá-se a partir da era cristã em que o nascimento de Cristo inicia uma nova maneira de contagem do tempo. A expansão desse tempo ocorre através dos impérios coloniais, já no século XI, resultando na mudança de entendimento do tempo circular para uma forma linear com datas descritas antes de Cristo (a.C.) e depois de Cristo (d.C). Para a construção da história universal e permitir uma harmonização entre os calendários romano e judaico, foi preciso inserir na era Cristã os diversos tempos cíclicos que até então eram representados por reinados, impérios e eras. Na nova era os cristãos

acreditavam que o fim do mundo era também o único fim do tempo, e que Deus era o comandante do tempo. Com o Renascimento e o Humanismo a visão do tempo também passou por modificações, pois, ao contrário da cristandade, o tempo nunca se repete e cada momento é único. Além disso, dividiram o tempo em períodos, na qual a Antiguidade era, por excelência, um modelo destruído pela chamada Idade Média. A princípio a modernidade queria recuperar o nível da antiguidade e mais tarde no século XVI ultrapassá-lo. A história é o passear entre o presente e os diversos tempos do passado, em que o historiador busca referências e cria uma estrutura, excluindo a teleologia da sua narrativa, além de conseguir fazer previsões baseadas no presente e passado. Prost diz que a história e a memória estão em posições opostas, uma vez que a memória busca reviver e traz consigo uma carga afetiva, enquanto a história objetiva, ao contrário de reviver, compreender. Quanto ao trabalho do historiador, o autor divide em cronologia e periodização. A ordem cronológica deve ser cuidadosamente desenvolvida e detalhada. A periodização, por sua vez, são os recortes da história em períodos, e sobretudo a identificação de rupturas e continuidade. O autor expõe as vantagens e desvantagens da divisão da história em períodos; sendo vantajoso, por exemplo, o acesso às fontes escritas, os gêneros de documentações e os lugares, de um determinado período. Uma das desvantagens é a generalização dos elementos em um único período sendo que nem todos seguem o mesmo padrão evolutivo. De acordo com o autor, o tempo é o grande personagem da história; tudo deve estar de acordo com ele e respeitar os seus critérios. Para fazer história, é preciso colocá-lo em ordem, classificá-lo cronologicamente e estruturá-lo em períodos. Assim como Paul Veyne coloca o homem como o protagonista da narrativa histórica 1 , Antoine Prost define o tempo como o ator principal da história. 1 Paul Veyne (historiador e arqueólogo francês) no livro Como se escreve a história, 1998, capítulo 1. Em resposta ao questionamento: o que faz realmente um historiador? “Os historiadores narram fatos reais que têm o homem como ator”.