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Prova de Conhecimentos Específicos, Curso de Filosofia da Universidade Federal de São João del-Rei UFSJ, Processo Seletívo 2005, Língua Portuguesa Tipo II.
Tipologia: Notas de estudo
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Não perca as partes importantes!
Roberto Pompeu de Toledo
Uma história exemplar de como o Brasil vai atrás mesmo quando se finge nada ter com ele.
Brasileiro ama neve. Não há povo mais entusiasmado quando os flocos gelados começam a cair-lhe na cabeça. “Nevou em São Joaquim!” é uma notícia anunciada entre sorrisos de júbilo, na televisão. Os apresentadores de TV têm instruções de abrir largos sorrisos diante de dois assuntos: futebol e neve. O(a) leitor(a) já terá reparado como as notícias de futebol são sempre antecedidas por sorrisos de felicidade. A notícia da neve requer mais felicidade ainda. Nesta época do ano, São Joaquim se transforma na capital de um país imaginário, o país que o Brasil gostaria de ser. Ou, pelo menos, que boa parte dos brasileiros gostaria que fosse, um país abençoado pela neve e, em conseqüência, pelas práticas civilizadas que usamos atribuir aos lugares onde ela cos- tuma cair com menos economia. Registre-se, para deixar claro que ninguém está implicando com ninguém, que o gosto do brasileiro pela neve é para lá de compreensível. Os suecos não amam o sol? Dá para imaginar, ainda que nunca se tenha visto o noticiário da TV sueca, a satisfação com que os apresentadores de lá registram o solitário dia do ano em que o sol lhes dá o ar de sua graça. Ama-se sempre o que é raro. Os suecos também têm um país imaginário na cabeça, e esse país não é outro senão... sim, senhor, sem falsa modés- tia... este nosso mesmo. Para quem não sabe, comemora-se o Carnaval na Suécia. E um Carnaval à brasileira, para o qual até escola de samba fundaram por lá. Não há mulatas e a bateria não há de ser igual à da Mangueira, mas é um simulacro, ainda que modesto, de Carnaval brasileiro, e isso trai o desejo de, uma vez ao ano, pelo menos na fantasia, desencalhar o país das ingratas vizinhanças do Pólo Norte e rebocá-lo até a quentura dos trópicos, que supõem prenhes de delícias. No Brasil, faz-se trajeto inverso. Uma vez por ano, arranca-se o país da condena- ção inclemente do sol e trata-se de empurrá-lo na trilha de delícias do frio, do tempo fechado, do cinza na paisagem. Em Campos do Jordão não chega a nevar, como em São Joaquim, mas é onde tal transmutação se dá com mais ênfase. Campos do Jordão, situada na Serra da Mantiqueira, a 1.600 metros de altitude, é uma imitação da Suíça. As pessoas vão lá para embrulhar-se em agasalhos como esquimós, fazer as boche- chas arder do calor das lareiras, quando em ambientes fechados, e, quando na rua, exalar, com a alegria infantil de quem produz bolhas de sabão, um bafo magicamente visível. É de rigor torcer para que a temperatura fique cada vez mais baixa. Três, dois, um... zero! O zero é para ser anunciado na TV com um sorriso tão escancarado quanto o que se aplica a um jogo que é decisão de campeonato.
Em Campos do Jordão tudo é preparado para fingir que não é Brasil. A arquitetura é de padrão alpino, e o ambiente de estação de esqui, sem esqui. É um lugar chique, com hotéis e restaurantes caros, e onde se caprichou no principal: não há pobres. Pelo menos, eles não são visíveis. No núcleo duro de Campos do Jordão, que é o centrinho onde ficam as lojas, os bares e os restaurantes, os pobres escasseiam como numa rua de Zurique. Diga-se de passagem que na temporada esse núcleo duro fica apinhado de gente. Os carros, para ali chegar, enfrentam colossais congestionamentos. Seguem-se filas igualmente colossais para conseguir mesa nos restaurantes. Considera-se isso diversão. E é mesmo. A época é de férias, conseguiu-se uma folga do Brasil – que pode haver de melhor? Bem, sempre tem gente que enxerga de outro jeito e foi assim que uma jovem amiga do escrevinhador destas linhas, moradora do Recife, ao visitar Cam- pos do Jordão pela primeira vez, viu coisas que os mais afeitos à terra não vêem. Camille, esse é o seu nome, achou quase perfeito o esforço de descolamento do Brasil que se empreende em Campos. “Até loja com nome de Matterhorn tem lá”, comentou. Mas ficou no “quase”, porque, nas suas palavras, “uma coisinha de Brasil escapou”: o trabalho de menores. Camille estava acompanhada de uma amiga espanhola. Difícil, diz ela, foi explicar à outra que o trabalho do menor é proibido, mas, sabe?, isso não quer dizer que seja assim proibiiiido, a ponto de não poder mesmo, porque, sabe?, no Brasil proíbem-se certas coisas, mas isso não quer dizer que fique muito proibiiido... Deu para entender? No feriado deCorpus Christi, a fila maior não era na porta dos restaurantes. Era na delegacia. Eis a tenebrosa notícia: num show de música popular presenciado por 6. pessoas, ladrões fizeram a festa. Operando com a rapidez e a flexibilidade de um es- quadrão bem treinado, aliviaram a platéia de carteiras, celulares, relógios e máquinas fotográficas. Pelo menos 100 pessoas foram furtadas – as 100 que passaram pela delegacia. Elas ali compareciam para buscar os documentos que, segundo foram infor- madas, estariam com a polícia, depois de jogados fora pelos ladrões. A moral desta história é que, por mais perfeição que se consiga na descolagem do Brasil, o Brasil vai atrás. No caso, foi atrás de Campos do Jordão na modalidade inglória do “arrastão”. (TOLEDO, Roberto Pompeu de.Veja. São Paulo, edição 1859, ano 37, nº 25, 23/06/2004, p.134)
De acordo com o texto, o título dado denuncia
A) que até países desenvolvidos têm problemas sociais. B) um sistema de segurança falho em Campos do Jordão. C) a falta de perspectivas sociais para o Brasil. D) a dificuldade do Brasil de contornar seus problemas sociais.
Nas opções abaixo, a frase “2” condensa corretamente a frase “1”, segundo o sentido delas no texto, EXCETO na alternativa
A) 1-... por mais perfeição que se consiga na descolagem do Brasil, o Brasil vai atrás. (linhas 62-63) 2-Arrastão na Suíça (título)
B) 1-Camille, esse é o seu nome, achou quase perfeito o esforço de descolamento do Brasil que se empreende em Campos. (linhas 47-48) 2-...sempre tem gente que enxerga de outro jeito... (linha 44)
C) 1-... arranca-se o país da condenação inclemente do sol e trata-se de empurrá-lo na trilha de delícias do frio... (linhas 23-24) 2-No Brasil faz-se trajeto inverso. (linha 23)
D) 1-A arquitetura é de padrão alpino, e o ambiente de estação de esqui, sem esqui. (linhas 34-35) 2-Considera-se isso uma diversão. (linhas 41-42)
Assinale a alternativa que NÃO condiz com o texto:
A) As injustiças sociais no Brasil sempre geram a criminalidade, como no caso do assalto às 100 pessoas, em Campos do Jordão, durante um show. B) Os suecos fazem seu Carnaval, como se estivessem vivendo numa Suécia tropicalmen- te favorecida. C) A contravenção no Brasil é favorecida pela falta de rigidez na aplicação de suas leis. D) O brasileiro ama a neve porque ela é rara no Brasil e confere ao país um aspecto de lugar privilegiado.
Marque a alternativa em que a troca da ordem das palavras não acarretou mudança no sentido original da frase no texto:
A) A notícia da neve requer mais felicidade ainda. (linhas 5-6) (A notícia da neve ainda requer mais felicidade.)
B) Os carros, para ali chegar, enfrentam colossais congestionamentos. (linha 40) (Enfrentam, os carros, congestionamentos colossais para chegar ali.)
C) Bem, sempre tem gente que enxerga de outro jeito... (linha 44) (Bem, tem gente que sempre enxerga de outro jeito...)
D) Em Campos do Jordão não chega a nevar, como em São Joaquim. (linhas 25-26) (Em Campos do Jordão, como em São Joaquim, não chega a nevar.)
As opções abaixo estão de acordo com a denúncia apresentada pelo título do texto, EXCETO a da alternativa
A) Brasileiro ama neve. (linha 1) B) ... por mais perfeição que se consiga na descolagem do Brasil, o Brasil vai atrás. (linhas 62-63) C) No feriado de Corpus Christi , a fila maior não era na porta dos restaurantes. Era na delegacia. (linhas 55-56) D) ... “uma coisinha de Brasil escapou”: o trabalho de menores. (linhas 49-50)
Assinale a alternativa que expressa a fala de alguém além do autor:
A) Os suecos não amam o sol? (linha 12) B) Deu para entender? (linha 54) C) E é mesmo. (linha 43) D) ... sim, senhor, sem falsa modéstia... este nosso mesmo. (linhas 16-17)
Faz parte do folclore dos jornalistas, na sua eterna luta com os prazos de fecha- mento, a matéria feita antes, que vale em qualquer eventualidade. Considerações sobre o nada, à prova de qualquer desmentido dos fatos. Outro recurso é fazer duas matérias, uma prevendo uma coisa e outra prevendo o seu oposto. Este é perigoso, pois há sempre o risco de haver confusão e sair a matéria errada. No caso do futebol, a matéria dupla por que ganhamos e por que perdemos - requer uma dose maior de sangue-frio, para não dizer cinismo, jornalístico. É conhecida a história daquele editor que se lembrou em cima da hora que no dia seguinte era Páscoa e o jornal precisava se referir à data. Entrou na redação e pediu a um repórter:
O jogo com as palavras “favor” e “contra”, feito pelo cronista, revelam
A) a neutralidade da notícia jornalística diante de fatos internacionais. B) o treinamento técnico e profissional que possibilitam a imparcialidade diante de qualquer fato. C) a angústia do jornalista brasileiro e torcedor da Seleção diante do distanciamento exigi- do pela matéria. D) a competência dos jornalistas para agirem com frieza diante das grandes notícias.
Leitores desta obra de realismo fantástico que é o Brasil de hoje fariam bem em pensar em Hemingway e imaginar como é a história que se desenrola abaixo da sua linha de visão, ou da visão que lhe dá uma imprensa pouco interessada em grandes mergulhos reveladores.Queiceberg é esse, afinal, em que a gente se equilibra, conhecendo apenas as suas pontas eventuais e seus detalhes menores? ..................................................................................................................... Alguém já disse, com muita sabedoria, que no fim tudo é só a ponta de umiceberg. Ou seja, há grandes histórias por trás até de uma unha quebrada. O diabo é que no Brasil o iceberg banal e oiceberg vital, o afunda-Titanic, são tratados com o mesmo descaso. (Luis Fernando Veríssimo, p.148-149)
A imagem doiceberg é usada como metáfora
A) da crise financeira nas empresas jornalísticas. B) da construção do texto ficcional ou da notícia de jornal. C) da posição imparcial do escritor. D) da neutralidade dos fatos narrados.
todas as águas do mundo são Dela. fluem refluem nos ritmos Dela. tudo que vem. que revém. todas as águas do mundo são Dela. fluem refluem nos ritmos Dela. tudo que vem. que revém. todas as águas do mundo são Dela. fluem refluem nos ritmos Dela. tudo que vem. que revém. (Ricardo Aleixo, p.40)
As assonâncias e aliterações do poema expressam
A) a escuridão e as perdas. B) o ritual do trabalho e da morte. C) a existência de Deus e da fé. D) o ritmo das águas e o ciclo da vida.
Nos diversos tratamentos dados ao tema da morte, no livroFlor da Morte de Henriqueta Lisboa, ressalta-se
A) o sofrimento, o castigo, a dor. B) o lirismo, o sofrimento, a libertação. C) a religiosidade, a ilusão, o sonho. D) a maturidade, a punição, a culpa.
Considerando os poemas de Henriqueta Lisboa, no livroFlor da Morte, é CORRETO afir- mar que apresentam como características remanescentes do Simbolismo:
A) concisão, prolixidade. B) sonoridade, regionalismo. C) coloquialismo, fragmentação. D) sinestesia, palavras raras.
A comparação entre a América do Norte e a Inglaterra feita por Joaquim Nabuco na obra Minha Formação revela sua preferência pela
A) cultura inglesa de origem francesa em detrimento do colonialismo americano. B) sociedade republicana inglesa em detrimento do mecanicismo americano. C) cultura inglesa em detrimento da cultura americana. D) sociedade abolicionista inglesa em detrimento do sistema imperialista americano.
O narrador da obraMinha Formação, de Joaquim Nabuco, apresenta
A) um roteiro orientador de leitura. B) os conflitos de juventude relacionados às suas vivências amorosas. C) um espectador não-seletivo dentro da narrativa de suas memórias. D) o homem do povo que descreve o cotidiano simples da cultura brasileira.
Quanto ao tempo, na obra de Bernardo Carvalho,Nove noites, é CORRETO afirmar que
A) há três tempos principais - o da narrativa (contemporâneo), o da memória (final dos anos 60) e o do suicídio do antropólogo (final dos anos 30). Há ainda o tempo interme- diário (anos 90), quando o pai do narrador é atingido por uma doença e morre. B) há o tempo da memória do antropólogo (anos 30) e o da memória do narrador (anos 60), e as referências às datas e lugares reais servem para confundir o leitor, que se perde entre o vivido e o sonhado. C) há os tempos - presente (2001) e passado (anos 30, 50 e 60) bem definidos, sem ligações históricas ou memorialísticas tanto para o narrador quanto para o antropólogo Buell Quain. D) há três tempos passado, presente e futuro da narrativa, pois o que o jornalista narra
A investigação que o narrador deNove noites empreende sobre a morte de Buell Quain passa
A) por uma estada com os índios krahô, pelo testamento do engenheiro Manoel Perna, que ficara amigo do americano nos seus últimos meses de vida, pela entrevista com a mãe de Buell Quain e pelas fotos que o reverendo Thomas Young lhe cedera. B) por entrevistas com pessoas que conviveram com Buell Quain, por arquivos no Brasil e nos Estados Unidos e memórias deixadas em cartas, escritas pelo suicida, e por um seu amigo, o engenheiro Manoel Perna , com quem partilhou nove noites de conversas e revelações. C) pelas cartas do antropólogo e daqueles que o conheceram à época de sua estada no Brasil – convivendo com os índios da tribo dos índios krahô, no sertão brasileiro, pelo dossiê policial ao qual teve acesso graças à boa vontade do delegado de polícia da cidade de Carolina, Ângelo Sampaio. D) pela notícia do jornal publicada em 12 de maio de 2001, pelas cartas endereçadas a D. Heloísa Alberto Torres e à sua orientadora Ruth Benedict, pelas informações policiais fornecidas pelo delegado de Carolina, Ângelo Sampaio, e pelas pistas que o pai do antropólogo Charles C. Kaiser lhe fornecera.
Com relação à obraNove noites, é CORRETO afirmar que apresenta um narrador
A) personagem, pois, por trás da história do suicídio do antropólogo, está o suicídio do narrador, no final. A narrativa da morte do antropólogo serve apenas de pretexto e pre- paração para justificar a do narrador. B) autobiográfico, que remonta a fatos acontecidos na sua infância e adolescência, nos anos 80, revelando o autoritarismo de seu pai e do governo americano. C) confessor, na medida em que ele narra a história do suicídio do antropólogo Buell Quain e acaba por também expor sua história, sua busca de identidade e sua relação com o pai. D) onisciente, pois os fatos narrados podem ser comprovados através das notícias dos jornais e das cartas enviadas à orientadora Ruth Benedict e, principalmente, pela oitava carta encontrada por Manoel.
CARVALHO, Bernardo. Nove noites. São Paulo : Companhia das Letras, 2002. LISBOA, Henriqueta. Flor da morte. Belo Horizonte : Editora da UFMG, 2004. NABUCO, Joaquim. Minha formação. Rio de Janeiro : Ediouro, 2004. PEREIRA, Edmilson de Almeida. A roda do mundo. Poemas/Edmilson de Almeida Pereira, Ricardo Aleixo. Belo Horizonte : Mazza Edições, 1966. VERÍSSIMO, Luis Fernando. A eterna privação do zagueiro absoluto - as melhores crônicas de futebol, cinema e literatura. Rio de Janeiro : Objetiva, 1999.
Considerando o diálogo entre Hilas e Filonous apresentado na obra de Berkeley, é CORRETO afirmar que
A) o senso comum admite que existe substância material no mundo. B) o senso comum abandona a idéia da existência da substância material. C) os princípios e os teoremas são dependentes da matéria. D) a negação da matéria implica a negação dos princípios e dos teoremas.
Considere o diálogo abaixo, da obra de Berkeley.
Hilas: Não neguei que nos corpos haja calor real. Digo tão-somente que nada existe que seja um calor real intenso.
Filonous: É certo; mas é que não considerei naquele instante o fundamento que há para distinguir entre eles, e que agora enxergo com a clareza máxima. E digo o seguinte: o calor intenso não é outra coisa senão modo particular de sensação dolorosa; e como seja que a dor só poderá oferecer-se em um ser capaz de percepções, cumpre concluir que um calor intenso não pode nunca realmente dar-se numa substância corpórea que não percepciona.
Com base nesse diálogo, analise as afirmações a seguir:
I. a dor só existe se for percepcionada. II. todo grau de calor que for doloroso ou indolor só existe na mente. III. os corpos externos são incapazes de qualquer calor. IV. o calor reside nos corpos externos. V. o calor reside nos corpos externos e internos.
De acordo com essa análise, estão CORRETAS as afirmações
A) II, III, IV B) III, IV, V C) I, IV, V D) I, II, III
De acordo com o pensamento de Berkeley, é CORRETO afirmar que
A) os objetos materiais são percepcionáveis em si. B) nada é percepcionável senão as idéias. C) as coisas materiais são em si mesmas sensíveis. D) as idéias são impercepcionáveis.
Considerando a obra de Berkeley, são verdadeiras as afirmações abaixo, EXCETO
A) a extensão absoluta é abstraída de figuras e grandeza particulares. B) a lentidão e rapidez do movimento são relativas à sucessão das idéias na nossa mente. C) as imagens dos sentidos são involuntárias e “as idéias” da imaginação são voluntárias e criadas por nós. D) a extensão absoluta e a extensão sensível são inerentes às próprias substâncias a que se reportam.
De acordo com Comte-Sponville, o totalitarismo é
A) resultante das preferências ou das opiniões de cada um. B) ditadura que se impõe pela força. C) intolerante, uma tirania do verdadeiro. D) uma intolerância que admite acordo com a cultura.
“Descobrir insere-se num círculo cultural onde ainda nada se sabe do que se vai encontrar (achar); mesmo sabendo o que se procura (buscar), ignora-se, no entanto, o traçado do caminho que aí conduzirá.” (Victorino Magalhães Godinho, historiador português)
Qual o sentido correto para os verbos achar e buscar do texto acima, em se tratando da expansão marítima portuguesa dos séculos XV e XVI?
A) Achar era o desconhecimento do humanismo e das técnicas de navegação, cujo desen- volvimento a mística medieval impediu em Portugal. Buscar era a necessidade de cristianizar novos povos, o principal objetivo da expansão marítima portuguesa. B) Achar refletia o acaso da expansão marítima portuguesa, devido ao desinteresse da monarquia pelas navegações. Buscar era a procura de Portugal por um caminho marí- timo para as especiarias do Brasil, como forma de substituir o comércio com as Índias. C) Achar era sempre uma surpresa, por serem as expedições mantidas em segredo pelos monarcas. Buscar significava procurar uma nova rota de comércio no mar Mediterrâ- neo, com o objetivo fundamental de abandonar a exploração da costa africana. D) Achar dependia do conhecimento científico da época e as Américas eram desconheci- das para os europeus. Buscar era a determinação da busca de uma nova rota para o comércio com as Índias, fora do controle da via mediterrânea pelos italianos e muçul- manos.
“Para essa gente não existe pregação melhor do que a espada e a vara de ferro...” (José de Anchieta, padre jesuíta)
O papel da Igreja na conquista e colonização da América portuguesa caracterizou-se
A) pelo imediato desinteresse dos jesuítas pela catequese dos índios, vistos como ani- mais, e a opção pelos negros, criticando a sua escravização. B) pela tolerância dos jesuítas para com a cultura dos nativos, baseada na percepção de haverem encontrado o cristianismo original. C) pela concepção cristã da Santa Inquisição moderna, intolerante e violenta, e pela con- cepção da superioridade cultural dos europeus. D) pelo empenho em promover a escravização dos indígenas, entregues aos colonos por- tugueses, pois a escravidão purificaria os bárbaros.
“Um operário desenrola o arame, um outro o endireita, um terceiro o corta, um quarto faz as pontas, um quinto o afia nas pontas para a colocação da cabeça do alfinete; para fazer uma cabeça de alfinete requerem-se 3 ou 4 operações diferentes; montar a cabeça já é uma atividade diferente, e alvejar os alfinetes é outra; a própria embalagem dos alfinetes tam- bém constitui uma atividade independente. Assim, a importante atividade de fabricar um alfinete está dividida em aproximadamente 18 operações distintas [...]. Vi uma pequena manufatura desse tipo, com apenas dez empregados, e na qual cada um desses executa- vam 2 ou 3 operações diferentes. Mas, embora não fossem muito hábeis, e portanto não estivessem particularmente treinados para o uso das máquinas [...] essas 10 pessoas conseguiam produzir entre elas mais do que 48 mil alfinetes por dia, [...] cada uma produzia 4.800 alfinetes diariamente [...]: com certeza não conseguiria produzir a 240 a^ parte, e talvez nem mesmo a 4800 a^ parte daquilo que são capazes de produzir, em virtude da adequada divisão do trabalho e combinação de suas diferentes operações.” (Adam Smith, economista clássico inglês, 1776)
A forma de organização da produção industrial descrita por Adam Smith corresponde
A) à linha de produção. B) à robótica. C) ao livre-cambismo. D) ao artesanato.
“O poder moderador de nova invenção maquiavélica é a chave mestra da opressão da nação brasileira e o garrote mais forte da liberdade dos povos. [...] ficando o povo indefeso nos atentados do imperador contra seus direitos, e realmente, escravos, debaixo porém das formas da lei...”
O trecho acima, do manifesto do revolucionário pernambucano Frei Caneca, em 1824, com- bate a Constituição outorgada pelo Imperador D. Pedro I. Nessa Constituição,
A) o poder do Imperador era pessoal e absoluto – na forma do Poder Moderador – e o Conselho de Estado substituía as extintas câmaras de deputados e do senado. B) o voto era censitário e indireto, o Poder Moderador permitia a dissolução da Câmara dos Deputados pelo Imperador, e o Senado era vitalício e escolhido em lista tríplice. C) o voto era universal, direto e secreto, o Poder Moderador permitia o destronamento do Imperador pelo Parlamento, e a Câmara dos Deputados e o Senado eram temporários. D) o Imperador era uma figura apenas decorativa – reinava, mas não governava – e o Poder Executivo era exercido pelo Primeiro-Ministro em um sistema parlamentarista.