Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Prova de Conhecimentos Específicos - História - Tipo II – UFSJ - 2005, Notas de estudo de História

Prova de Conhecimentos Específicos, Curso de História da Universidade Federal de São João del-Rei UFSJ, Processo Seletívo 2005, Língua Portuguesa Tipo II.

Tipologia: Notas de estudo

2013

Compartilhado em 03/07/2013

Garrincha
Garrincha 🇧🇷

4.1

(47)

225 documentos

1 / 16

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
ARRASTÃO NA SUÍÇA
Roberto Pompeu de Toledo
Uma história exemplar de como o Brasil vai atrás
mesmo quando se finge nada ter com ele.
Brasileiro ama neve. Não há povo mais entusiasmado quando os flocos gelados
começam a cair-lhe na cabeça. “Nevou em São Joaquim!” é uma notícia anunciada
entre sorrisos de júbilo, na televisão. Os apresentadores de TV têm instruções de abrir
largos sorrisos diante de dois assuntos: futebol e neve. O(a) leitor(a) já terá reparado
como as notícias de futebol são sempre antecedidas por sorrisos de felicidade. A notícia
da neve requer mais felicidade ainda. Nesta época do ano, São Joaquim se transforma
na capital de um país imaginário, o país que o Brasil gostaria de ser. Ou, pelo menos,
que boa parte dos brasileiros gostaria que fosse, um país abençoado pela neve e, em
conseqüência, pelas práticas civilizadas que usamos atribuir aos lugares onde ela cos-
tuma cair com menos economia.
Registre-se, para deixar claro que ninguém está implicando com ninguém, que o
gosto do brasileiro pela neve é para lá de compreensível. Os suecos não amam o sol?
Dá para imaginar, ainda que nunca se tenha visto o noticiário da TV sueca, a satisfação
com que os apresentadores de lá registram o solitário dia do ano em que o sol lhes dá
o ar de sua graça. Ama-se sempre o que é raro. Os suecos também têm um país
imaginário na cabeça, e esse país não é outro senão... sim, senhor, sem falsa modés-
tia... este nosso mesmo. Para quem não sabe, comemora-se o Carnaval na Suécia. E
um Carnaval à brasileira, para o qual até escola de samba fundaram por lá. Não há
mulatas e a bateria não há de ser igual à da Mangueira, mas é um simulacro, ainda que
modesto, de Carnaval brasileiro, e isso trai o desejo de, uma vez ao ano, pelo menos na
fantasia, desencalhar o país das ingratas vizinhanças do Pólo Norte e rebocá-lo até a
quentura dos trópicos, que supõem prenhes de delícias.
No Brasil, faz-se trajeto inverso. Uma vez por ano, arranca-se o país da condena-
ção inclemente do sol e trata-se de empurrá-lo na trilha de delícias do frio, do tempo
fechado, do cinza na paisagem. Em Campos do Jordão não chega a nevar, como em
São Joaquim, mas é onde tal transmutação se dá com mais ênfase. Campos do Jordão,
situada na Serra da Mantiqueira, a 1.600 metros de altitude, é uma imitação da Suíça.
As pessoas vão lá para embrulhar-se em agasalhos como esquimós, fazer as boche-
chas arder do calor das lareiras, quando em ambientes fechados, e, quando na rua,
exalar, com a alegria infantil de quem produz bolhas de sabão, um bafo magicamente
visível. É de rigor torcer para que a temperatura fique cada vez mais baixa. Três, dois,
um... zero! O zero é para ser anunciado na TV com um sorriso tão escancarado quanto
o que se aplica a um jogo que é decisão de campeonato.
1
5
10
15
20
25
30
LÍNGUA PORTUGUESA - TIPO II
A B C D
01
A B C D
02
A B C D
03
A B C D
04
A B C D
05
A B C D
06
A B C D
07
A B C D
08
A B C D
09
A B C D
10
A B C D
11
A B C D
12
A B C D
13
A B C D
14
A B C D
15
A B C D
16
A B C D
17
A B C D
18
A B C D
19
A B C D
20
A B C D
21
A B C D
22
A B C D
23
A B C D
24
A B C D
25
A B C D
26
A B C D
27
A B C D
28
A B C D
29
A B C D
30
A B C D
31
A B C D
32
A B C D
33
A B C D
34
A B C D
35
A B C D
36
A B C D
37
A B C D
38
A B C D
39
A B C D
40
A B C D
41
A B C D
42
A B C D
43
A B C D
44
A B C D
45
A B C D
46
A B C D
47
A B C D
48
Rascunho da Folha de Respostas
Conhecimentos Específicos
Folha de Respostas
Ao terminar a Prova de , transfira
suas marca
ç
ões para a (cor vermelha)
obedecendo às instru
ç
ões de preenchimento nela contidas.
34 Curso: História
UFSJ - PROCESSO SELETIVO / 2005 PROVA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Curso: História 3
UFSJ - PROCESSO SELETIVO / 2005 PROVA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa
pfd
pfe
pff

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Prova de Conhecimentos Específicos - História - Tipo II – UFSJ - 2005 e outras Notas de estudo em PDF para História, somente na Docsity!

ARRASTÃO NA SUÍÇA

Roberto Pompeu de Toledo

Uma história exemplar de como o Brasil vai atrás mesmo quando se finge nada ter com ele.

Brasileiro ama neve. Não há povo mais entusiasmado quando os flocos gelados começam a cair-lhe na cabeça. “Nevou em São Joaquim!” é uma notícia anunciada entre sorrisos de júbilo, na televisão. Os apresentadores de TV têm instruções de abrir largos sorrisos diante de dois assuntos: futebol e neve. O(a) leitor(a) já terá reparado como as notícias de futebol são sempre antecedidas por sorrisos de felicidade. A notícia da neve requer mais felicidade ainda. Nesta época do ano, São Joaquim se transforma na capital de um país imaginário, o país que o Brasil gostaria de ser. Ou, pelo menos, que boa parte dos brasileiros gostaria que fosse, um país abençoado pela neve e, em conseqüência, pelas práticas civilizadas que usamos atribuir aos lugares onde ela cos- tuma cair com menos economia. Registre-se, para deixar claro que ninguém está implicando com ninguém, que o gosto do brasileiro pela neve é para lá de compreensível. Os suecos não amam o sol? Dá para imaginar, ainda que nunca se tenha visto o noticiário da TV sueca, a satisfação com que os apresentadores de lá registram o solitário dia do ano em que o sol lhes dá o ar de sua graça. Ama-se sempre o que é raro. Os suecos também têm um país imaginário na cabeça, e esse país não é outro senão... sim, senhor, sem falsa modés- tia... este nosso mesmo. Para quem não sabe, comemora-se o Carnaval na Suécia. E um Carnaval à brasileira, para o qual até escola de samba fundaram por lá. Não há mulatas e a bateria não há de ser igual à da Mangueira, mas é um simulacro, ainda que modesto, de Carnaval brasileiro, e isso trai o desejo de, uma vez ao ano, pelo menos na fantasia, desencalhar o país das ingratas vizinhanças do Pólo Norte e rebocá-lo até a quentura dos trópicos, que supõem prenhes de delícias. No Brasil, faz-se trajeto inverso. Uma vez por ano, arranca-se o país da condena- ção inclemente do sol e trata-se de empurrá-lo na trilha de delícias do frio, do tempo fechado, do cinza na paisagem. Em Campos do Jordão não chega a nevar, como em São Joaquim, mas é onde tal transmutação se dá com mais ênfase. Campos do Jordão, situada na Serra da Mantiqueira, a 1.600 metros de altitude, é uma imitação da Suíça. As pessoas vão lá para embrulhar-se em agasalhos como esquimós, fazer as boche- chas arder do calor das lareiras, quando em ambientes fechados, e, quando na rua, exalar, com a alegria infantil de quem produz bolhas de sabão, um bafo magicamente visível. É de rigor torcer para que a temperatura fique cada vez mais baixa. Três, dois, um... zero! O zero é para ser anunciado na TV com um sorriso tão escancarado quanto o que se aplica a um jogo que é decisão de campeonato.

LÍNGUA PORTUGUESA - TIPO II

0 1 A B C D

0 2 A B C D

0 3 A B C D

0 4 A B C D

0 5 A B C D

0 6 A B C D

0 7 A B C D

0 8 A B C D

0 9 A B C D

1 0 A B C D

11 A B C D

1 2 A B C D

1 3 A B C D

1 4 A B C D

1 5 A B C D

1 6 A B C D

1 7 A B C D

1 8 A B C D

1 9 A B C D

2 0 A B C D

2 1 A B C D

2 2 A B C D

2 3 A B C D

2 4 A B C D

2 5 A B C D

2 6 A B C D

2 7 A B C D

2 8 A B C D

2 9 A B C D

3 0 A B C D

3 1 A B C D

3 2 A B C D

3 3 A B C D

3 4 A B C D

3 5 A B C D

3 6 A B C D

3 7 A B C D

3 8 A B C D

3 9 A B C D

4 0 A B C D

4 1 A B C D

4 2 A B C D

4 3A B C D

4 4A B C D

4 5A B C D

4 6A B C D

4 7A B C D

4 8A B C D

R ascunho da Folha de R espostas

C onhecim entos Específicos

Folha de R espostas

A o te rm in a r a P ro va d e , tra n s fira

s u a s m a rca çõ e s p a ra a (c o r v e rm e lh a )

o b e d e c e n d o à s in s tru ç õ e s d e p re e n ch im e n to n e la c o n tid a s.

Em Campos do Jordão tudo é preparado para fingir que não é Brasil. A arquitetura é de padrão alpino, e o ambiente de estação de esqui, sem esqui. É um lugar chique, com hotéis e restaurantes caros, e onde se caprichou no principal: não há pobres. Pelo menos, eles não são visíveis. No núcleo duro de Campos do Jordão, que é o centrinho onde ficam as lojas, os bares e os restaurantes, os pobres escasseiam como numa rua de Zurique. Diga-se de passagem que na temporada esse núcleo duro fica apinhado de gente. Os carros, para ali chegar, enfrentam colossais congestionamentos. Seguem-se filas igualmente colossais para conseguir mesa nos restaurantes. Considera-se isso diversão. E é mesmo. A época é de férias, conseguiu-se uma folga do Brasil – que pode haver de melhor? Bem, sempre tem gente que enxerga de outro jeito e foi assim que uma jovem amiga do escrevinhador destas linhas, moradora do Recife, ao visitar Cam- pos do Jordão pela primeira vez, viu coisas que os mais afeitos à terra não vêem. Camille, esse é o seu nome, achou quase perfeito o esforço de descolamento do Brasil que se empreende em Campos. “Até loja com nome de Matterhorn tem lá”, comentou. Mas ficou no “quase”, porque, nas suas palavras, “uma coisinha de Brasil escapou”: o trabalho de menores. Camille estava acompanhada de uma amiga espanhola. Difícil, diz ela, foi explicar à outra que o trabalho do menor é proibido, mas, sabe?, isso não quer dizer que seja assim proibiiiido, a ponto de não poder mesmo, porque, sabe?, no Brasil proíbem-se certas coisas, mas isso não quer dizer que fique muito proibiiido... Deu para entender? No feriado deCorpus Christi, a fila maior não era na porta dos restaurantes. Era na delegacia. Eis a tenebrosa notícia: num show de música popular presenciado por 6. pessoas, ladrões fizeram a festa. Operando com a rapidez e a flexibilidade de um es- quadrão bem treinado, aliviaram a platéia de carteiras, celulares, relógios e máquinas fotográficas. Pelo menos 100 pessoas foram furtadas – as 100 que passaram pela delegacia. Elas ali compareciam para buscar os documentos que, segundo foram infor- madas, estariam com a polícia, depois de jogados fora pelos ladrões. A moral desta história é que, por mais perfeição que se consiga na descolagem do Brasil, o Brasil vai atrás. No caso, foi atrás de Campos do Jordão na modalidade inglória do “arrastão”. (TOLEDO, Roberto Pompeu de.Veja. São Paulo, edição 1859, ano 37, nº 25, 23/06/2004, p.134)

QUESTÃO 01

De acordo com o texto, o título dado denuncia

A) que até países desenvolvidos têm problemas sociais. B) um sistema de segurança falho em Campos do Jordão. C) a falta de perspectivas sociais para o Brasil. D) a dificuldade do Brasil de contornar seus problemas sociais.

C)

D)

QUESTÃO 05

Nas opções abaixo, a frase “2” condensa corretamente a frase “1”, segundo o sentido delas no texto, EXCETO na alternativa

A) 1-... por mais perfeição que se consiga na descolagem do Brasil, o Brasil vai atrás. (linhas 62-63) 2-Arrastão na Suíça (título)

B) 1-Camille, esse é o seu nome, achou quase perfeito o esforço de descolamento do Brasil que se empreende em Campos. (linhas 47-48) 2-...sempre tem gente que enxerga de outro jeito... (linha 44)

C) 1-... arranca-se o país da condenação inclemente do sol e trata-se de empurrá-lo na trilha de delícias do frio... (linhas 23-24) 2-No Brasil faz-se trajeto inverso. (linha 23)

D) 1-A arquitetura é de padrão alpino, e o ambiente de estação de esqui, sem esqui. (linhas 34-35) 2-Considera-se isso uma diversão. (linhas 41-42)

QUESTÃO 06

Assinale a alternativa que NÃO condiz com o texto:

A) As injustiças sociais no Brasil sempre geram a criminalidade, como no caso do assalto às 100 pessoas, em Campos do Jordão, durante um show. B) Os suecos fazem seu Carnaval, como se estivessem vivendo numa Suécia tropicalmen- te favorecida. C) A contravenção no Brasil é favorecida pela falta de rigidez na aplicação de suas leis. D) O brasileiro ama a neve porque ela é rara no Brasil e confere ao país um aspecto de lugar privilegiado.

QUESTÃO 47

Observe o mapa abaixo:

fonte: Geografia série Brasil. J. W. Vesentini, ensino médio, vol. único. Ática. p. 428.

Em relação à região acima representada é CORRETO afirmar que

A) a Cisjordânia foi reconhecida como território israelense pela ONU após a segunda Guer- ra Mundial. B) a disputa pelo território na Cisjordânia é um dos fatores que dificultam um acordo de paz entre judeus e palestinos. C) as colônias judaicas na Cisjordânia constituem parte do acordo de paz que prevê a en- trega da Faixa de Gaza aos palestinos. D) os palestinos, embora sejam maioria, ocupam as piores terras, geralmente às margens do rio Jordão.

QUESTÃO 07

Marque a alternativa em que a troca da ordem das palavras não acarretou mudança no sentido original da frase no texto:

A)A notícia da neve requer mais felicidade ainda. (linhas 5-6) (A notícia da neve ainda requer mais felicidade.)

B)Os carros, para ali chegar, enfrentam colossais congestionamentos. (linha 40) (Enfrentam, os carros, congestionamentos colossais para chegar ali.)

C)Bem, sempre tem gente que enxerga de outro jeito... (linha 44) (Bem, tem gente que sempre enxerga de outro jeito...)

D)Em Campos do Jordão não chega a nevar, como em São Joaquim. (linhas 25-26) (Em Campos do Jordão, como em São Joaquim, não chega a nevar.)

QUESTÃO 08

As opções abaixo estão de acordo com a denúncia apresentada pelo título do texto, EXCETO a da alternativa

A)Brasileiro ama neve. (linha 1) B)... por mais perfeição que se consiga na descolagem do Brasil, o Brasil vai atrás. (linhas 62-63) C) No feriado de Corpus Christi , a fila maior não era na porta dos restaurantes. Era na delegacia. (linhas 55-56) D)... “uma coisinha de Brasil escapou”: o trabalho de menores. (linhas 49-50)

QUESTÃO 09

Assinale a alternativa que expressa a fala de alguém além do autor:

A)Os suecos não amam o sol? (linha 12) B)Deu para entender? (linha 54) C)E é mesmo. (linha 43) D)... sim, senhor, sem falsa modéstia... este nosso mesmo. (linhas 16-17)

QUESTÃO 45

Observe a tabela abaixo:

CRESCIMENTO NATURAL VEGETATIVO - CNV - PAÍS NATALIDADE (%) MORTALIDADE (%) CRESCIMENTO NATURAL (%)

1 51 20 3, 2 44 14 3, 3 12 11 0, 4 10 11 - 0,

FONTE: UNICEF. Situação mundial da infância 2001. (http://www.unicef.org/brazil)

Tendo em vista os dados apresentados nessa tabela, analise as seguintes afirmativas:

I - Nos países 3 e 4, a pirâmide etária apresenta uma base estreita, o que é um dos indicadores de desenvolvimento econômico. II - Nos países 1 e 3, a população economicamente ativa se concentra no setor terciário da economia. III - Nos países 1 e 2, a maior parte da população vive em cidades e possui um baixo poder aquisitivo. IV - A variação do CNV é um indicador de que a população dos países representados possui nível de renda diferente. V - Os países 3 e 4 possuem um rigoroso controle governamental de natalidade, diminu- indo, assim, o CNV.

Com base nessa análise, são CORRETAS as afirmativas

A) II e III B) III e IV C) I e V D) I e IV

QUESTÃO 46 São características da economia mundial nas últimas décadas, as abaixo relacionadas, EXCETO

A) a internacionalização da produção industrial e crescente homogeneização de mercados. B) a tendência à formação de megablocos econômicos e de multipolaridade econômica. C) o enfraquecimento dos organismos internacionais, destinados a regular a economia em escala planetária. D) a tendência predominante à regionalização e à globalização na estrutura do relaciona- mento mundial.

QUESTÃO 13

“Descobrir insere-se num círculo cultural onde ainda nada se sabe do que se vai encontrar (achar); mesmo sabendo o que se procura (buscar), ignora-se, no entanto, o traçado do caminho que aí conduzirá.” (Victorino Magalhães Godinho, historiador português)

Qual o sentido correto para os verbos achar e buscar do texto acima, em se tratando da expansão marítima portuguesa dos séculos XV e XVI?

A) Achar era o desconhecimento do humanismo e das técnicas de navegação, cujo desen- volvimento a mística medieval impediu em Portugal. Buscar era a necessidade de cristianizar novos povos, o principal objetivo da expansão marítima portuguesa. B) Achar refletia o acaso da expansão marítima portuguesa, devido ao desinteresse da monarquia pelas navegações. Buscar era a procura de Portugal por um caminho marí- timo para as especiarias do Brasil, como forma de substituir o comércio com as Índias. C) Achar era sempre uma surpresa, por serem as expedições mantidas em segredo pelos monarcas. Buscar significava procurar uma nova rota de comércio no mar Mediterrâ- neo, com o objetivo fundamental de abandonar a exploração da costa africana. D) Achar dependia do conhecimento científico da época e as Américas eram desconheci- das para os europeus. Buscar era a determinação da busca de uma nova rota para o comércio com as Índias, fora do controle da via mediterrânea pelos italianos e muçul- manos.

QUESTÃO 14

“Para essa gente não existe pregação melhor do que a espada e a vara de ferro...” (José de Anchieta, padre jesuíta)

O papel da Igreja na conquista e colonização da América portuguesa caracterizou-se

A) pelo imediato desinteresse dos jesuítas pela catequese dos índios, vistos como ani- mais, e a opção pelos negros, criticando a sua escravização. B) pela tolerância dos jesuítas para com a cultura dos nativos, baseada na percepção de haverem encontrado o cristianismo original. C) pela concepção cristã da Santa Inquisição moderna, intolerante e violenta, e pela con- cepção da superioridade cultural dos europeus. D) pelo empenho em promover a escravização dos indígenas, entregues aos colonos por- tugueses, pois a escravidão purificaria os bárbaros.

HISTÓRIA - TIPO II QUESTÃO 43 Considere o mapa abaixo.

Sobre a área representada no mapa é CORRETO afirmar que

A) todas as empresas que atuam na região formaramJoint venture com o capital nacional. B) o sistema de transporte utilizado para escoar a mercadoria até o litoral é totalmente mul- timodal. C) é uma região rica em minerais que se encontram em fase de esgotamento. D) a matriz energética utilizada não está associada ao aumento do gás carbono na atmos- fera.

QUESTÃO 15

“Um operário desenrola o arame, um outro o endireita, um terceiro o corta, um quarto faz as pontas, um quinto o afia nas pontas para a colocação da cabeça do alfinete; para fazer uma cabeça de alfinete requerem-se 3 ou 4 operações diferentes; montar a cabeça já é uma atividade diferente, e alvejar os alfinetes é outra; a própria embalagem dos alfinetes tam- bém constitui uma atividade independente. Assim, a importante atividade de fabricar um alfinete está dividida em aproximadamente 18 operações distintas [...]. Vi uma pequena manufatura desse tipo, com apenas dez empregados, e na qual cada um desses executa- vam 2 ou 3 operações diferentes. Mas, embora não fossem muito hábeis, e portanto não estivessem particularmente treinados para o uso das máquinas [...] essas 10 pessoas conseguiam produzir entre elas mais do que 48 mil alfinetes por dia, [...] cada uma produzia 4.800 alfinetes diariamente [...]: com certeza não conseguiria produzir a 240a^ parte, e talvez nem mesmo a 4800a^ parte daquilo que são capazes de produzir, em virtude da adequada divisão do trabalho e combinação de suas diferentes operações.” (Adam Smith, economista clássico inglês, 1776)

A forma de organização da produção industrial descrita por Adam Smith corresponde

A) à linha de produção. B) à robótica. C) ao livre-cambismo. D) ao artesanato.

QUESTÃO 16

“O poder moderador de nova invenção maquiavélica é a chave mestra da opressão da nação brasileira e o garrote mais forte da liberdade dos povos. [...] ficando o povo indefeso nos atentados do imperador contra seus direitos, e realmente, escravos, debaixo porém das formas da lei...”

O trecho acima, do manifesto do revolucionário pernambucano Frei Caneca, em 1824, com- bate a Constituição outorgada pelo Imperador D. Pedro I. Nessa Constituição,

A) o poder do Imperador era pessoal e absoluto – na forma do Poder Moderador – e o Conselho de Estado substituía as extintas câmaras de deputados e do senado. B) o voto era censitário e indireto, o Poder Moderador permitia a dissolução da Câmara dos Deputados pelo Imperador, e o Senado era vitalício e escolhido em lista tríplice. C) o voto era universal, direto e secreto, o Poder Moderador permitia o destronamento do Imperador pelo Parlamento, e a Câmara dos Deputados e o Senado eram temporários. D) o Imperador era uma figura apenas decorativa – reinava, mas não governava – e o Poder Executivo era exercido pelo Primeiro-Ministro em um sistema parlamentarista.

QUESTÃO 42

As alternativas abaixo apresentam ilustrações referentes a diferentes perfis com os estági- os de formação do solo. Assinale a alternativa em que esse perfil é mais favorável à ativida- de agrícola.

A)

B)

C)

D)

QUESTÃO 18

Considere a charge a seguir.

(Folha de São Paulo, domingo, 01 de fevereiro de 2004.)

Quanto às relações de trabalho ao longo da história brasileira, é CORRETO afirmar que

A) não ocorreu a escravidão indígena, pela indolência dos nativos; a escravidão negra foi a única possível por quatro séculos, pela inferioridade racial e cultural e submissão dos africanos; a abolição da escravidão trouxe o imediato assalariamento capitalista de imi- grantes europeus. B) a escravidão indígena foi exclusiva durante quase quatro séculos; a escravidão negra não se afirmou pela inaptidão dos africanos para o trabalho e a sua resistência feroz, ao contrário da docilidade indígena; as pequenas propriedades camponesas substituíram a escravidão. C) a escravidão indígena foi comum no início da colonização; a escravidão negra foi pre- dominante durante quase quatro séculos; formas de trabalho não assalariadas, com relações de dependência (como o colonato, os agregados, moradores e bóias-frias), persistiram no século XX. D) não houve a escravidão indígena, apenas a prática do escambo; a escravidão africana foi amena, com o paternalismo, a miscigenação e “ganhos” em dinheiro pela massa de escravos; os pecúlios acumulados pelos escravos e a compra de alforrias extinguiram a escravidão.

QUESTÃO 40

Analise o mapa abaixo.

A partir da análise desse mapa é CORRETO afirmar que

A) a sedimentação é mais intensa no ponto 4 do que no ponto 1. B) as matas ciliares ocorrem com mais intensidade nos pontos 1 e 2. C) o ponto 3 é indicado para a construção de uma central hidrelétrica. D) no ponto 4 os processos erosivos são maiores que no ponto 1.

QUESTÃO 19

Observe a charge sobre a Abolição da escravidão no Brasil, com o retrato da princesa Isabel, extraída do periódico “El Mosquito”, de Buenos Aires, Argentina.

Tradução: Libertad = Liberdade.

Quanto ao fim do Império Brasileiro, em 1889, é CORRETO afirmar que a extinção da escravidão

A) não alterou o apoio dos proprietários à Monarquia, pois já fora completada a transição para o trabalho livre assalariado. B) mobilizou os proprietários em torno do ideal monárquico, visto que a Abolição fora de- cretada pelo primeiro governo republicano. C) reforçou o apoio dos grandes proprietários à Monarquia, pois já era predominante entre os fazendeiros o abolicionismo. D) retirou o apoio dos grandes proprietários à Monarquia, vista como uma garantia para a manutenção daquela mão-de-obra.

QUESTÃO 39

Considere a ilustração a seguir, que apresenta parte das estruturas interna e externa da Terra:

A partir da análise dessa ilustração, assinale a alternativa CORRETA.

A) A direção do movimento das placas ocorrido na crosta terrestre independe das cor- rentes de convecção do manto. B) Os núcleos externo e interno são formados de rocha fundida pelo intenso calor do interior da Terra. C) Os movimentos originados no interior da Terra são os únicos responsáveis pelo ciclo das rochas. D) O movimento realizado pelas placas tectônicas, representadas na figura, recebe o nome de orogenético.

QUESTÃO 21

“Em face da proposta de administração falida do conflito trabalhoversus capital, do ponto de vista liberal, ou de sua superação, conforme o marxismo, pela vitória dos trabalhadores, o fascismo propunha um Estado que se apresentaria comocorporação do trabalho, supraclassista e acima dos mesquinhos interesses privados e de suas representações par- tidárias.” (Francisco Carlos Teixeira da Silva, historiador brasileiro)

A implantação desse estado corporativista pelos fascistas na Itália e pelo nazismo na Ale- manha teve como características:

A) a criação de um plebiscito sobre a paz social, com a colaboração dos empresários e sindicatos socialistas; a criação de um ministério trabalhista multipartidário de fascistas, comunistas e capitalistas. B) a organização de tropas paramilitares para combater o movimento sindical e popular; a repressão a sindicalistas, socialistas e comunistas; a criação do controle estatal dos sindicatos de trabalhadores. C) a liberdade de sindicalização dos trabalhadores, com ausência de qualquer intervenção estatal; a eliminação da legislação sindical; a livre negociação dos direitos trabalhistas entre empregados e patrões. D) o retorno às corporações de ofício medievais, com sua rígida hierarquia de mestres e aprendizes; o controle dos sindicatos de trabalhadores pelos mestres artesãos sem ligações partidárias ou classistas.

QUESTÃO 22

Em relação ao direito de voto e representação política na República brasileira, é CORRETO afirmar que

A) no Estado Novo (1937-1945) foi criado o voto universal, facilitando o surgimento de novos partidos políticos; com a redemocratização (1945-1964) adotou-se o voto vincu- lado (com todos os candidatos do mesmo partido) e o bipartidarismo. B) nos governos militares (1964-1984) foi instituído o voto direto para a eleição do presi- dente da República e garantidas as imunidades aos parlamentares eleitos; com fim do regime militar (1985) , implantou-se o bipartidarismo e os governantes biônicos. C) na Revolução de 1930 foi instituído o voto em aberto, facilitando a prática do “voto de cabresto” e criados os partidos republicanos estaduais (os PRPs); com o Estado Novo (1937) foi criado o voto secreto e surgiram os grandes partidos nacionais. D) na República Velha (1889-1930) vigorou o voto em aberto, facilitando a prática do “voto de cabresto” pelos coronéis do interior; a partir da Revolução de 1930 foi introduzido o voto secreto, com a incorporação de massas urbanas na vida política.

QUESTÃO 37

Observe o mapa abaixo:

Fonte: www.novaescola.abril.com.br/ Hotsite das Olimpíadas

A partir da análise desse mapa assinale a alternativa INCORRETA.

A) De Atenas para Sidney, a Tocha Olímpica seguiu em direção sudeste e, de Melbourne para Tóquio, seguiu em direção Norte. B) A Tocha Olímpica visitou todos os continentes do Planeta. C) As cidades representadas no mapa localizam-se nas zonas climáticas tropical e tempe- rada. D) Da África para a América, a Tocha Olímpica viajou no mesmo sentido ao do movimento aparente do Sol.

GEOGRAFIA - TIPO II

QUESTÃO 23

“O que querem os palestinos? Justiça, apenas justiça. E disso a ONU não se pode omitir, já que ela foi a responsável pela partilha da Palestina em dois estados. Apesar de serem os habitantes milenares da região, com um número infinitamente superior aos europeus que ali desembarcaram, coube aos palestinos (...) apenas 47% do país.” (Georges Bourdoukan, jornalista e escritor)

O jornalista responsabiliza a ONU pelo conflito na Palestina. Que medida a ONU tomou que pode justificar essa acusação?

A) Em 1947 a ONU aprovou a invasão da Palestina por suas forças de paz, no intuito de criar um estado árabe na Faixa de Gaza, com a expulsão dos sionistas do Estado de Israel, dando início ao conflito entre árabes e judeus na Palestina. B) Em 1947, influenciada pela Guerra Fria e por pressão norte-americana, a ONU criou o Estado da Palestina como forma de conter a expansão comunista nos países árabes, dando início ao conflito com o Estado de Israel. C) Em 1947 a ONU aprovou, sem consulta à população árabe palestina, um plano que dividia a região em dois estados, um árabe e outro judaico, dando início ao confronto entre judeus e palestinos, em torno da criação do Estado de Israel. D) Em 1947, a ONU aprovou a luta pela descolonização muçulmana da região de Israel, ocupada pelos árabes com apoio da URSS, gerando um conflito internacional, com o apoio dos Estados Unidos aos sionistas de Israel.

QUESTÃO 34

Para Comte-Sponville, a tolerância universal

I é moralmente condenável. II só vale em certos limites. III humaniza a sociedade. IV esvaziaria a tolerância. V é politicamente rejeitada.

Estão CORRETAS as afirmações enunciadas na alternativa

A) II, III, V B) I, III,IV C) II,IV, V D) I, IV, V

QUESTÃO 35

Sobre a “Tolerância”, Comte-Sponville entende que

A) ser tolerante é compreender as condutas do outro. B) a tolerância só surge nas questões de opinião. C) ser tolerante é saber justificar o intolerável. D) a tolerância é uma questão cultural.

QUESTÃO 36

A argumentação sobre a tolerância, segundo Comte-Sponville, coloca problemas sobre

A) definições e limites da tolerância. B) justificação de alguns tipos de conduta. C) o conceito de “bem” e de “mal”. D) o conhecimento da essência da tolerância.

QUESTÃO 25

No Livro VII da República de Platão, a educação é a arte

A) que dá vista aos olhos dos cegos. B) de conhecer apenas as sombras. C) de encaminhar a alma na boa direção. D) que cuida dos números.

QUESTÃO 26

Para Platão, os governantes do Estado são

A) os verdadeiros filósofos que fizerem maior caso do dever e da justiça. B) os verdadeiros dialéticos que defenderem as honras. C) os filósofos que se prepararam para uma função nobre. D) os generais geômetras capazes de executar as manobras de guerra.

QUESTÃO 27

Segundo Platão, há três classes que possuem papel específico na Cidade: a dos campone- ses e artesãos, a dos guardiões e a dos filósofos.

Em relação a essa informação, é CORRETO afirmar que

A) os artesãos asseguram a defesa da Cidade. B) os guardiões asseguram a divisão do trabalho. C) os camponeses e artesãos asseguram a vida material da Cidade. D) os filósofos asseguram a harmonia da Cidade.

QUESTÃO 28

Para a formação do filósofo, segundo Platão, as Ciências mais indicadas são

A) a Geografia e a História, porque favorecem aos filósofos aprendizes conhecimentos espaço-temporal. B) a Aritmética e a Geometria, porque favorecem o retorno da alma e são úteis, na guerra, aos filósofos aprendizes. C) a Química e a Física, porque estimulam a inteligência e esclarecem conhecimentos obtidos pelos sentidos. D) a Biologia, porque ela se ocupa do que nasce e morre, e do que pode aumentar ou diminuir as forças do corpo.

FILOSOFIA - TIPO II QUESTÃO 29 Considerando o diálogo entre Hilas e Filonous apresentado na obra de Berkeley, é CORRETO afirmar que

A) o senso comum admite que existe substância material no mundo. B) o senso comum abandona a idéia da existência da substância material. C) os princípios e os teoremas são dependentes da matéria. D) a negação da matéria implica a negação dos princípios e dos teoremas.

QUESTÃO 30

Considere o diálogo abaixo, da obra de Berkeley.

Hilas: Não neguei que nos corpos haja calor real. Digo tão-somente que nada existe que seja um calor real intenso.

Filonous: É certo; mas é que não considerei naquele instante o fundamento que há para distinguir entre eles, e que agora enxergo com a clareza máxima. E digo o seguinte: o calor intenso não é outra coisa senão modo particular de sensação dolorosa; e como seja que a dor só poderá oferecer-se em um ser capaz de percepções, cumpre concluir que um calor intenso não pode nunca realmente dar-se numa substância corpórea que não percepciona.

Com base nesse diálogo, analise as afirmações a seguir:

I. a dor só existe se for percepcionada. II. todo grau de calor que for doloroso ou indolor só existe na mente. III. os corpos externos são incapazes de qualquer calor. IV. o calor reside nos corpos externos. V. o calor reside nos corpos externos e internos.

De acordo com essa análise, estão CORRETAS as afirmações

A) II, III, IV B) III, IV, V C) I, IV, V D) I, II, III