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Psicologia Social- Aroldo Rodrigues, Eveline Maria Leal Assmar, Bernardo Jablonski
Tipologia: Notas de estudo
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©^ 1972,^ 2000,^ Editora Vozes Ltda.Rua Frei Luis,^100 25689-900^ Petr6polis,^ RJInternet: http://www.vozes.com.brTodos os direitos reservados.^ Nenhuma^ parte desta obra podeni ser reproduzida
ou transmitida^ por^ qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletronico
ou^ mecanico, incluindo fotoc6pia e^ grava<;ao)^ ou^ arquivada
em^ qualquer sistema^ ou^ banco dedados sem permissao escrita da Editora.Diretor editorialFrei Antonio MoserEditoresAna Paula Santos Matos jose Maria da Silva Udio Peretti Marilac Loraine OlenikiSecretario executive joao Batista Kreuch Editorar,;ao: Maria da Concei<;ao^ Borba de Sousa Projeto gnifico: AG .SR Desenv.^ Grafico Capa: Omar Santos ISBN 978-85-326-0555-9Editado conforme o novo acordo ortognifico.Este livro foi composto e impresso pela Editora Vozes Ltda.
homenagem^ profundamente^ sin- '^ na^ de^ admira<;ao^ e agradecimento^ por
ele ter sido como^ foi. ^ r^ o/do^ Rodrigues ^ meu^ pai,^ EDUARDO^ ASSMAR,^ urn^ homem
de visao,^ meu^ eterno admirador,^ porter
sa- hldo^ antever^ meus^ caminhos na vida e me preparado para caminha-los. I^ vrline^ Assmar^ ^ lllt'U^ pai^ PIOTR^ JABLONSKI,^ urn exemplo de persistencia e de
Ill^ t•vivido^ aos campos de^ concentra<;ao^
na Segunda Grande Guerra e^ porter^ recome<;a- dn^ do^ zero a vida^ no^ Brasil.^ llrr^ 11£11^ do^ Jablonski
Social; Breve^ hist6rico,^13 1 Mctodos^ de^ investigar,;ao^ em^ Psicologia
Social,^32 11 II '^ II^ -^ Entrando^ em^ contato^ como^ ambiente
social,^51 <^ ogni<,;ao^ social,^53 A1i1uucs:^ conceito^ e^ formar,;ao,^81 '· Mudanr,;a^ de^ atitude,^11311 It ' Ill^ -^ Intcragindo^ com^ os^ outros,^133 f1 I'II^ TO^ nceito,^ estere6tipos^ e^ discriminar,;ao,
.^ <..onfonnidade^ e^ persuasao,^164 II C^ omportamento^ antissocial: a agressao,
11 <^ omportamento^ pro-social: o^ altrufsmo,
Hl^ 111..,1^ ic.;a^ nas^ relar,;oes^ sociais,^269 I^ I^ _i_^ 1rac.;ao^ in terpessoal,^3061 1.^.^ <.t~upos^ sociais,^3451111 IY^ _i_^ plicar,;oes^ da^ Psicologia^ Social,
I^ I^ Algumas^ areas^ de^ aplicar,;ao^ da^ Psicologia
Social,^393
(^1) Ps^ icologio^ Social:^ conceito;^ Psicologio
Social^ Cientlfico,^ Aplico~oes do^ Psicologio^ Social^ e^ Tecnologio^
Social^ ;^ Breve^ hist6rico Uma pessoa e uma coisa^ muito complicada.^ Mais^ complicado^ doqu e uma pessoa , s6 duas.^ Tr^ es,^ entao^ ,^ e^ um^ caos,^ quando^ nao^ e^ umdrama passional. Mas as^ pessoas^ s6^ se^ definem^ no^ seurelacionamento com as outras.^ Ninguem^ eo^ que^ pensa^ que^ e,^ muito menos o qu e diz que e [..^ .].^ Ou^ seja^ , ninguem^ e^ nada^ sozinho,^ somaso nosso comportamento^ com^ o^ outro. Luiz Fernando Verissimo ctu^ e^ e^ Psicolo^ gia^ Social?^ l'^ '>^ iro^ log^ ia^ social^ e^ o^ estudo^ cientifico
da^ influencia reciproca^ entre^ as^ pessoas
por^ esta^ interac;ao^ (pensamento^ so- riul)^ Aexcec;^ ao^ da figura legendaria de Robinson Crusoe e de eremitas,
to@s^ os^ ser§ lrttlll.tii^ OS^ vivemos em constante processo de dependencia e interdependencia
em^ rela- ~il^ ·•^ ,,^ 11o^ ssos^ semelhantes.^ Urn^ aperto de
mao,^ uma^ reprimenda, urn elogio, urn sorriso, 11111 o.,^ tmpl es^ olhar de^ uma^ pessoa em^ direc;ao
a^ outra^ suscitam nesta ultima^ uma^ respos-_ 1.1^ qtH^ '^ caracterizamos como social.^ Por sua vez, a^ ~sposta^ emitida servira de estimulo ,,^ pr^ '>'>^ Oa^ que a provocou, gerando^ por^ seu turno urn outro comportamento desta
ulti- !11^ ,1,^ r·s^ tabelecendo-se^ assim o processo de
interac;ao^ social. Fsta a c; ao mutua afeta, de uma forma ou de outra, pensamentos,^ emoc;oes^ e com- 1"11^ t.unentos^ das pessoas envolvidas. Seja diretamente, como no exemplo acima, seja IIHitr^ etamente,^ como ocorre^ na^ midia, atraves de alguma campanha publicitaria. Aqui, tn^ ru^ cas^ de persuasao^ sao^ empregadas para
que^ o leitor (ouvinte ou telespectador) 11111d^ e^ de marca de sabonete, se disponha a levar seus filhos a urn posto de
vacinac;ao, 1111 ate,^ em periodos pre-eleitorais, incline-sea dar seu voto a determinado candida
to. Mais interessante ainda^ e^ o fato de que a expectativa com
relac;ao^ ao comporta- rurnto^ do outro (ou a seus pensamentos
ou^ sentimentos) pode igualmente modificar nossas^ ac;oes.^ Os^ psic6logos clinicos costumam brincar, dizendo que seus pacientes ncur6ticos^ sofrem^ antecipad~ente^ por
coisas que^ nunca^ lhes sucederao de fato. 1\ssim,^ se^ voce^ espera^ uma^ reac;ao^ negativa de alguem,
e^ bern possivel que^ voce^ inicie a tntcrac;ao^ de forma^ agres~.^ Vamos^ supor
que^ voce^ tenha ido a^ uma^ butique, e que, ao 13
l':tt•l^ / .llnlwdo^ (Ill"/ ())^ a^ rc^ s posta^ e^ s imples: se colocarmos pcssoas boas
numa^ si- lll^ ~H,^ ;^ ~\o^ inlcrnal ,^ a^ s itua:iiO^ infernal vencera sempre.
Para^ ele, "^ uma^ institui~ao^ como^ a prisao tern^ dentro^ de^ si^ for~as^ poderosas
que^ poderao^ suplantar^ anos^ de^ socializa~ao, de^ tra~os^ pessoais^ ou^ de valores^ profundamente
enraizados"^ (p^. 419). Muitas vezes, em^ nosso cotidiano, responsabilizamos as pessoas,
quando^ a^ culpa^ esta^ na^ situa~ao (Para^ maiores^ informa~oes^ sobre^ o^ estudo
de^ Zimbardo^ o leitor interessado^ podera
vi- sitar a pagina http://www.prisonexp.org).A^ luz destas^ considera~oes^ poderfamos
amp^ liar urn^ pouco^ mais a^ defini~ao^ de^
Psi- cologia Social^ apresentada^ na^ primeira
frase deste capitulo^ dizendo^ que^ a^ Psicologia Social^ eo^ estudo^ cientifico^ de^ manifesta~oes
comportamentais^ de^ caniter^ situacional suscitadas^ pela^ intera~iio^ de^ uma^ pessoa
com^ outras^ pessoas^ ou^ pela^ mera^ expectati- va^ de^ tal^ intera~iio,^ bern^ como^ dos^ processos
cognitivos^ e afetivos^ suscitados^ pelo processo^ de^ intera~iio^ social.^ Psicologia^ Social^ e setores afins^ do
conhecimento Dificilmente urn professor de P_:; icologia^ Social deixa de^ ser^ interpelado^ pelos
seus alunos^ em^ rela~ao^ ao^ problema^ da^ diferen~a
entre^ Psicologia^ Social e^ outros^ setores afins^ do^ conhecimento,^ tais^ como^ Sociologia, Antropologia Cultural, Filosofia Social ea^ propria^ Psicologia^ tout court.^ lmpoe-se, assim,
uma^ tentativa de^ clarifica~ao^ do^ as- sunto^ no^ primeiro^ capitulo desta^ obra^. Psicologia Social^ e SociologicLivros basicos de Sociologia^ consideram
como^ objeto de^ estudo^ sociol6gico a so- ciedade, as^ institui~oes^ sociais e as^ rela~oes
sociais^ (por^ exemplo,^ BROOM^ &^ SEL- ZNICK,^ 1958; INKLES, 1963;^ ZGOURIDES
&^ ZGOURIDES,^ 2000).^ Dificilmente se encontra^ urn^ psic6logo social^ ou^ urn^ soci6logo
que^ afirme, categoricamente,^ que^ Psi- cologia Social e Sociologia^ sao^ ramos^ totalmente
distintos,^ ou^ seja, dois^ conjuntos^ se- parados^ sem^ qualquer^ interse~ao.^ A maioria se inclina
para^ a^ posi~iio^ segundo^ a^ qual ambos^ estes setores^ do^ conhecimento^ tern,
pelo^ menos,^ urn objeto formal distinto, po- rem^ reconhecem^ a existencia de^ uma^ area
de^ interse~ao^ bastante^ nftida^ em^ seu^ objeto material. Esta^ e^ tambem^ a^ posi~iio^ dos^ autores
deste manual.^ Uma^ representa~ao^ grafi- ca satisfat6ria^ do^ inter-relacionamento^
entre^ Psicologia^ Social e sociologia se apresen- taria mais^ ou^ menos^ como^ o^ que^ vai^ reproduzido
na^ fig. 1^ Os^ fenomenos^ sociais^ enu- merados^ na^ fig.1^ sao^ meramente^ exemplificativos,
nao^ sendo^ nossa^ inten~ao^ exaurir^ a gama de fenomenos tipicamente^ estudados
pela^ Psicologia^ Social, pela sociologia
ou por^ ambas^.
16
~-~^ - lnstituic;oes^ sociais(familia, Estado, lgreja,partidos politicos),sociedade,classes sociais, etc. Figura 1 -^ Objetos^ de^ investigaljao^ tipicos e comuns
da Psicologia^ Social^ e^ da^ Sociologia _1_ pcsa r de uma razoavel^ area^ de^ interse~ao^ entre^ estas^ duas^ disciplinas,
a~^ pergun- 1 ,.,^ lot^ muladas pelo psic6logo social e pelo soci6logo
em^ suas^ investiga~oes^ do^ objeto tll^ .t^ lt^ 't^ ial^ qu^ e lhes^ e^ comum^ variam.bastante.
Tomemos^ o^ exemplo^ do^ fenomeno^ psi- ,,,.,•,ocial^ da^ delinquencia juvenil.^ lnumeros
sao^ os livros^ encontrados^ na^ literatura l^ "ito^ l11gica^ e sociol6gica^ sobre^ o assunto.
Consideremos^ dois exemplos,^ urn^ de cada ,^ .1111p^ o.^ No campo da^ sociolo_gia~^ o livro de Albert
Cohe1_1^ (1955)^ Delinquent Boys^ for- "'^ ''^ t'^11111 excelente^ exemplo^ de^ uma^ teoria sociol6gica acerca
do^ fenomeno da delin-
estudo^ as caracterfsticas da^ cultura^ da
gang^ e II^ ult^ ra^ lru^ s^ tra^ ~^ oes^ decorrentes^ da^ diferen~a
entre^ classes sociais e pressoes geradas pela III^ H^ ultur^ a^ da^ gang^ delinquente^ como^ fatores
primordiais^ na^ forma~ao^ do^ comporta- '"'^111 0 dc^ linquente^ entre^ os^ jovens^.^ Freedman
e^ Doob^ (l968l,_psirolGgos-so^ &iais,a.na
~ lt^ •.^ un^ cm^ seu livro^ D~y^ o^ comportamento
do^ indivfduo^ que^ se^ sente^ diferente^ do p.^ tii(^ Hl^ em^ qu^ e se^ encontra^ ,^ tanto^ ao referir-se ao
delinquente^ como^ ao^ considerar^ urn
pela posse de^ uma^ intelig_encia^ sl!_PerioL
llt.dl^ ..,l'^ de Fre^ edman^ e^ Doob^ ampara-se^
claramente^ em^ fatores situacionais de percep- t ,^ !!^ Ida^ cxcepcionalidade^ por^ parte^ da^ pessoa
que^ se^ desyia^ do^ gr~po.^ As^ eventuais con- ·''l(lll'ncias^ para^ a sociedade^ do^ comportamento
do desviante^ sao^ tratadas^ muito^ super- li^ d.^ dm c^ nt^ c.^ Toda a enfase^ e^ posta^ no^ comportamento
individual^ do^ desviante face a 11 ,,.,^ p^ e^ r^ ce^ p^ ~oe^ s^ relativas^ a^ sua^ originalidade
quando^ comparado^ com^ seus^ pares.^ Ve- Il^ lit^ .,^ clarame^ nte^ nestes dois enfoques a^
diferen~a^ de^ modo^ de encarar^ urn^ mesmo
pro- ltlt^ llta^ po r^ part^ e^ de^ urn soci6logo e^ de^ urn psic6log_o.
Para^ aquele, o indivfduo^ e^ consi- tlt^1 .1do^ a^ I^ uz da^ cultura^ em^ que^ se^ insere
e as causas^ de^ seu^ <:omportamento^ sao^
busca-^ _ t^ 1,,^ .,^ nas^ caracterfsticas^ da^ entidade^ social a
que^ pertence;^ para^ este, o indivfduo^ em
si 1111 "'"o^ c^ cxa^ minado^ em^ fun^ ~^ iio^ de^ suas
rea~oes^ aos fatores ambientais^ que^ o^ circun- d.^ tlll.^ Num , a^ unidade^ de analise^ e o^ grupo;
no^ outro,^ o indivfduo.^ Ilustra~oes^ adicio- 17
nais podem ser apresentadas. Tomemos,
por^ exemplo, a^ instituic;;ao^ da familia. 0 so-
ci6logo se ocupa^ em^ descrever a familia
em^ termos da autoridade^ dominante^ (patriar- cal, matriarcal, equalitaria),^ em^ termos do mimero de pessoas unidas em matrimonio(monogamia, poligamia, poliandria), em termos
do^ local de residencia do casal (patrilo- cal, matrilocal, neolocal), etc.^0 psic6logo parte
como tais^ situac;;oes^ de^ fa^ to^ influem no comportamento de
um^ membro da familia diante, por^ exemplo, das novas^ opc;;oes^ de arranjos familiares disponiveis hoje em dia, tais comoa^ coabitac;;ao,^ as facilidades na^ obtenc;;ao
do div6rcio e suas consequencias, etc.^
Nao^ ha duvida de que no estudo da familia^ ha^ inumeras^ areas^ de interesse^ comum^ a ambos os profissionais (ex.: processo de^ socializac;;ao
da^ crianc;;a,^ resoluc;;ao^ de conflitos familia-
etc.).^ Eo^ que foi ilustrado na^ fig.^ 1. Em conclusao, diriamos que Psicologia^ Social e sociologia^ tern^ objeto material identico ou quase identico,^ porem^ diferem
em^ relac;;ao^ ao^ metoda^ que utilizam (a Psi- cologia Social utiliza prioritariamente o
metoda^ experimental e a sociologia,^
nao)^ e tambem no que concerne^ a^ unidade de analise
(a^ Psicologia^ Social considera o indivi- duo^ em^ interac;;ao^ com^ outras pessoas, enquanto a sociologia
da^ mais^ enfase^ a^ socieda- de e^ as^ instituic;;oes^ sociais).^ Salie_nte-se, todavia, que mesmo entre os psic6logos sociais ha^ diferenc;;as^ nos niveis de^ q :plicac;;ao do comportamento social, tal como propostos por^ Doise (^ 1986).^ Se,^ porum^ lado, psic6logos sociais norte-americanos ado tam predo-minantemente os niveis pessoais e^ interpessoais-
que caracterizariam a chamada^ Psi- cologia Social psicologica^ -,^ por^ outro, psic6logos sociais europeus, embora
fac;;am^ uso desses dois niveis, tendem a dispensar mais
atenc;;ao^ aos niveis^ intergrupa!_s^ e coletivos, que corresponderiam^ a^ Psicologia^ Social sociol6gica.
Em^ outras palavras, os primeiros preocupam-se^ em^ explicar como o individuo processa e organiza
as^ informac;;oes^ e ex- periencias que tem^ em^ contato^ como^ mundo
social (nivel pessoal) ou como a dinami- ca dessas^ interac;;oes^ afeta seus modos de agir, pensar e sentir (nivel interpessoal).
]a^ os ultimos preocupam-se mais^ em^ estudar o comportamento do individuo e as
relac;;oes entre os grupos, tomando^ por^ base a^ pertenc;;a
ou^ posic;;ao^ grupal (nivel posicional) ou, ainda, as ideologias, as^ representac;;oes^
e os valores predominantes^ na^ sociedade (nivel societal^ ou^ ideol6gico). Psicologia Social e^ Antropologia^ Cultural^ A^ distinc;;ao^ entre^ Psicologia^ Social e Antropologia
e^ bem mais nitida que a distin- c;;ao^ entre^ Psicologia^ Social e Sociologia.
Nao^ ha^ duvida de que as descobertas antropo- l6gicas e as^ investigac;;oes^ que ensejam fornecem dados valiosos e interessantes para oentendimento do comportamento do individuo de diferentes culturas frente aos ou-tros individuos.^ Ao^ visitar-se o Museu de Antropologia da Cidade do Mexico,
~'""^ '^ '^ c/r^ I^ 'IIUIIIIIII'^ dr ou Le 18 Pari-.^ ,^ ou^ o^ /111/1/r^ Mll\1'11111^ de^ I^ Olltlrcs,
ou^ o^ S^ llr^ it^ lr^ \OIIiwr ln !>tllute d,^ Wo~-.hi~tgtoll^ ,^ oh!-.l'l^ vast·^ urn^ manancial
riqufssirno de^ inrormar;oes^ sobre as^ pro^ - ''"^ tll^ ''o^ l'^ l':tral'lt'l^ f'>lit';I^ S^ de^ culturas de^ varias
CpOCaS^ e locais que^ DOS^ permitem inferen- t.^ i!l^ ~^ ~t^ •^ kvante^ s^ para^ cspeculac;;oes^ sobre a
organizac;;ao^ sociol6gica e psicol6gica destas
porem, estuda as^ produc;;oes^ humanas^ nas olll^ 'u^ t:^ IIH^ ''>^ culturas,^ as^ caracterfsticas^ etnicas
dos varios povos, suas formas de expres- ''^ •^ t'^ l<^ ,^ !-.^ Cill^ ,^ contudo , considerar o individuo
em^ si mesmo e seu comportamento^ ti- i•il :..^ l'rt^ ' lllt'^ aos estfmulos sociais contemporaneos (situacionais), tal como o
faz^ a^ Psi- ,,J,,g^ i.r^ 'lot'ial.^ A^ clistinc;;ao^ entre os dois setores do conhecimento parece-nos nitida e, ,,^ Iii^ IIi^ • .1!-.^ SCillOS^0 rormato da^ fig.^1 para representar
OS^ conjuntos pr6prios da^ Psicolo- 11 .,^ ,H^ i:d^ e^ da Antropologia Cultural, a
area^ de^ intersec;;ao^ seria^ bem^ mais reduzida. ~^ ~~^ •IIIII^ :h s^ im^ ,^ os estudos do antrop6logo E.T. Hall
(1977)^ sobre^ "espac;;o^ pessoal"
arrumac;;ao^ de m6veis de^ um^ ambi- 111•^ ,^ pl'la^ !->^ configurac;;oes^ espaciais arquitet6nicas ou pela distancia entre as pessoas ltil^ "'''^ '^ o^ alo^ da^ conversac;;ao,^ entre outros) tratam de influencias sobre o comporta- "''^11111 .,^ ocial ,^ aincla que examinados de^ um
ponto^ de vista grupal, como na Sociologia. i^ ''^ '"'^ '"^ 111:1^ forma ,^ estudos^ acerca do^ comportamento
dos consumidores, como os le- ,,j,,^ .,^ ,,^1 aho^ por Douglas e Isherwood^ (1996)
ostentam curiosas interfaces^ com^ os es- '"""^ :..^ t:nr^ Psicologia^ Social.^ '^ 11lcHIIO^ Social^ e^ Filosofia Social^11 .,^ .,^ ,·torcs^ do conhecimento comparados anteriormente possuem
uma^ caracteris- i^ it^ ,,^ '··^1111111111 -^ toclos^ pod^ em^ ser considerados como ciencias do primeiro grau de abs- i'^ '^ '^ ~(^ lll^ " ''^ rlass^ iricac;;ao^ aristotelica das formas de conhecimento. Todos
estudam^ as^ ca- illl^ _:^1 is^111 ,,^ .,^ pr6prias de seu objeto^ material,
variando apenas a maneira de faze-lo e a
em^ suas^ investigac;;oes.^ Tal (^1) n.,; 111 '^ il^ 'o^ O^ quando se compara a^ Psicologia
Social com a Filosofia Social. A^ Psicologia
aver^ com a Filosofia, a^ nao^ ser no que con- IIi^111 ;,^ •^ pl^ o.,^ temologia^ e^ a^ orientac;;ao^
geral dos problemas metate6ricos como,
por '"~''''^ ·^11 problema^ da^ relac;;ao^ corpo-alma ou da existencia do livre-arbitrio ou do..^
~
em^ algumas teorias^ psi~ol6gicas. ^ l'^ :.^ it^ ologia^ Social considera o dado objetivo e, quando especula, o
faz^ em^ termos ldp^ !',ll^ :~^ ,^ ...,^ cmpiricamente^ testaveis. A Filosofia Social,
por^ outro lado, especula e llili'^ !1^ ' •H11^ unpiricamente^ suas^ especulac;;oes,
pois tal^ nao^ e^ seu mister. Seria^ um^ grave iII!^1 Hlll^ i^ iiiiO^ ,^ julgar-sc que a^ Psicologia
Social tem que repousar^ numa^ Filosofia So- i~il^ I^ ,,l,vit'^ que^ cad^ a^ psic61ogo tem suas
convicc;;oes^ filos6ficas e, entre elas, muitas di- 1 i1i^11 .prilo^ :)^ natureza^ da ordcm social , da
organizac;;ao^ social e da finalidade da vida 19
l'^ lll^ ..,o<^ 1edade.^ 1'.111^ coen.'^ nda^ com^ scus^ princfpios
rilosMicos^ pode ele orientar sua ativi- dadc^ em^ Psicologia^ para atingir detcrminados objetivos ditados
por^ sua Filosofia So- cial.^ Em^ o fazendo,^ porem,^ ele estani apenas usando da psicologia para
obtenr;:ao^ de deter- minados fins, mas de^ nenhuma^ forma^
estara^ fazendo^ Psicologia^ Social. A^ Psicologia Social contemporanea, como tal, prescinde da Filosofia Social.
Nao^ cabe ao psic6logo social especular qual seria a^ rear;:ao^ de^ uma
pessoa da classe openiria em termos de
nf- vel de^ aspirar;:ao,^ exercicio do poder, tendencia
a^ associar;:ao^ com outros, expressao de agressividade, e outros fenomenos psicossociais, caso ele vivesse
numa^ ut6pica socie-
quis~r^ fazer^ Psicologia^ Social e^ nao^ Filosofia, tern que partir do dado de que tal individuo pertence (e possivelmente se identifica)
a classe trabalhadora^ numa^ sociedade em que existem outras classes. Este
eo^ dado con- creto e o estudo cientifico do comportamento de tal individuo em face aos estimulossociais horizontais que se lhe apresentam
ha^ de ser feito a partir deste dado e somente deste dado.^ Nao^ raro se constata o anseio do estudante de
Psicologia^ de inquirir indefi- nidamente acerca de possiveis antecedentes do
status quo,^ e de engajar-se em especula- r;:oes^ filos6ficas acerca do destino do^ homem
e da^ formar;:ao^ da sociedade ideal. Tais an- seios^ sao^ legitimos e devem ser encorajados, desde que se
far;:a^ claro ao estudante que is^ toe^ Filosofia e^ nao^ Psicologia.^ Nenhum
dos fenomenos psicossociais a serem estuda- dos neste compendio^ supoe^ tomada de
posir;:ao^ de natureza filos6fica.^ Sao^ eles total- mente desprovidos de conteudo filos6fico, embora
nao^ sejam incompativeis com dife- rentes^ posir;:oes^ filos6ficas.Enquanto nas ciencias do primeiro grau de
abstrar;:ao,^ que^ tern^ semelhanr;:a^ com^ a Psicologia^ Social^ merce^ de seu objeto material, as
diferenr;:as^ verificadas^ sao^ nitida- mente^ de^ enfase^ em determinados t6picos e de maneira de focaliza-los,
no^ caso da comparar;:ao^ entre^ Psicologia^ Social e Filosofia Social estamos diante
de^ uma^ diferen- r;:a^ essencial de nivel de^ abstrar;:ao^ do conhecimento. A
diferenr;:a^ entre^ estes dois seto- - -. res^ e^ nitida. Psicologia^ Social^ e outros setores da^ Psicologia Pela definir;:ao de Psicologia Social dada anteriormente, constatamos que,
a^ exce- r;:ao^ da psicologia fisiol6gica, dos estudos experimentais de psicofisica, da psicologiacomparada e da teoria dos testes mentais, todos os demais setores da psicologia lidamcom^ situar;:oes^ interpessoais que envolvem, portanto,
situar;:ao^ de dependencia,^ inter- ,
tout court,^ veem-se constantemente^ as^ voltas com o estudo de
situar;:oes^ em que a^ interar;:ao humana^ e^ patente^..
(^ ()Ill()^ <lt'Oilll'l^ l'^ ('^ Ill^ !HI^ I^ I0~^ ~l'^ IOIC..,^ do^ Ulll
hl'll^ II^ H' IIIO^ (^ l·^ i..,ll.l^ ,^ Med^ il^ Ill;^ I,^ h^ lgl'll^ h:ula, I^ lit^ I'^ ito,^ etc.)^ traw^ !>C^ aqui^ de^ dilercnciar
as^ area'>^ de^ invc!>tiga<,;ao^ dcntro^ de^ lllll^ mesmo ,,^ tor^ at^ raves^ da^ maior^ oumcnor^ !:nfasc colocada em detcrminados aspectos dos
fen0- 1111 nos^ cstudados, todas as^ areas,^ porem,
conservando uma^ comunalidade^ que caracte- 11 ,,^ o^ setor especffico do conhecimento. Assim,
por^ analogia, digamos, com a Medici-
motivar;ao,^ aprendizagem, etc., tal como todos 11 "'^ •n^ cdicos,^ seja qual for sua especialidade, necessitam de conhecimentos basicos de^ \11^ .1tomia,^ Biologia, Fisiologia, Fisica e Quimica.^ A^ distinr;ao,^ pois, entre^ Psicologia^ Social e outros setores da psicologia, parece-nos^ tdh^ H' ntemente clara, desde que atentemos para o fato de que o que identifica
uma^ de- ll^ .lllllllada^ area^ da psicologia^ e^ a^ enfase^ posta no estudo de certos fenomenos psicol6gi-'^ ,,^ .,^ No^ caso da^ Psicologia^ Social, o que a caracteriza
e^ a^ enfase^ colocada na^ if!fluencia ,j,^ l.1tores^ situacionais do comportamento interpessoal.
'^ h^ ,Ulll'llte^ o assunto. Consideremos a^ interar;:ao
client~sic6logo.^ E,^ sem duvida, uma
eo 111 1 to^ da^ situar;:ao^ que interessa ao psic6logo socia1 Digamos que o psic6logo seja urn 11 · 11nlo^ go^ clinico. Embora ele^ nao^ despreze (muito pelo contrario) os ensinamentos da !; llnlogia^ Social^ no^ que tange^ a^ importancia da
situar;:ao^ interpessoal estabelecida, sua i'"'uttpa^ r;^ ao^ maior estara em realizar urn estudo vertical da personalidade do cliente^ •1111^ ,^ ne^ ste^ caso, passa a se chamar paciente
ou^ analisando), procurando verificar pos- il^1 ,^ .,^ mfluencias^ de experiencias passadas
no^ comportamento atual de seu cliente, sua lllttlllmgem,^ seus objetivos, seus recalques, suas
inseguranr;:as,^ enfim, a dinamica de 111 pt^ rsonahdade. Ademais, estara ele^ as
voltas com as tecnicas de diagn6stico desta lllt.IIIIICa^ bern com aquelas que deverao ser usadas em prol de urn melhor ajustamento ti^ P1,^111 paciente.^ Por^ ai^ seve^ (e mais claro ainda ficara, para aqueles que apenas agora
~e Lli!illi.u^ izam^ com a^ Psicologia^ Social, quando chegarem ao final deste livro) a diferen-^ ltlt^ l'tdoque^ e de objetivos que distinguem os especialistas das varias
areas^ da psico- lill.\1.1^ ,^ I'^ Ill^ bora ten^ ham^ urn denominador comum de conhecimentos e
far;:am^ constantes
areas^ especificas para utiliza-las em sua in- 1 tp,.u,;:^ \o^ ou^ pratica^ pro^ fissional. I• ulogio^ Social^ e o^ senso^ comum^ <.)lt•llor^ encontrara frcqucntemente neste manual
descrir;oes^ de achados cientifi- i^ l!^ li^ qw^ coincidem^ com o scnso comum. Por cxemp
lo^ :^ e^ mais provavel que pessoas
l'^ cstava^ em^ seu podcr^ cvila-^ lo^ ,^ cia^ sc 71
"I'll^ II'^ t^ ulp.ul.l ,^ "~'^ unta^ COIIIllllit'a<;tlo^ persuasiva cmana de
uma^ fonte tida como compe- ll' nle,^ ela^ tcndc^ a^ scr mais cficaz do que a mesma
comunicar;:ao^ quando^ feita^ por^ uma {ontc^ com^ baixa^ reputar;:ao;^ e assim^ por
diante.^ Poder-se-a^ entao^ perguntar^ qual a ne- cessidade da^ condur;:ao^ de sofisticados experimentos cientificos para demonstrar o quetodos sabemos^ por^ mera^ intuir;:ao^ ou senso com
urn. A resposta^ esta^ no^ fa^ to de que^ nem sempre o^ que^ no~^ parece 6bvio^ e^ verdadeiro.
Por^ exemplo: parece 6bvio que se quiser- mos fazer^ uma^ pessoa^ mudar^ de atitude, devemos oferecer-lhe
uma^ grande recompen- sa^ ou^ amear;:a-la^ com urn grande castigo para que ela passe a exibir a atitude que deseja-mos. Como veremos no capitulo 4, dentro de certas
circunstiincias,^ o oposto^ e^ verdadei- ro.^ Alem^ disso,^ nao^ e^ tarefa da Psicologia
Social^ ir de encontro ao senso comum, mas confirmar sua validade e sistematiza-lo para permitir ir mais
alem^ do^ simples conheci- mento dele derivado.^ Por^ exemplo, no capitulo 3,
no^ estudo do fenomeno de atribui- r;:ao^ de causalidade, veremos que a^ nor;:ao
relativamente 6bvia de que as causas de nos-.... sos comportamentos^ podem^ ser classificadas
em^ intemas^ (localizadas em n6s mes- mos) ou^ extemas^ (localizadas fora de
n6s^ mesmos), estaveis (isto^ e,^ duradouras e
controlaveis (ou seja, sob o controle de alguem) ou incontrolaveis (totalmente aleat6rias),
nor;:ao esta de acordo com o senso comum, nos leva a
predir;:6es^ e a^ sistematizar;:oes^ que^ vao
permite^ sistematizar;:oes^ do conhecimento exis- tente e^ predir;:ao^ de conhecimento novo. Consequentemente, as
especular;:oes^ de poe- tas, romancistas e fil6sofos acerca das constancias
do^ comportamento social^ humano, embora muitas vezes corretas,^ nao^ dispensam a necessidade de conhecer-se cientifica-mente a dinamica das^ relar;:oes^ interpessoais e dos processos cognitivos que as acompa-nham^. Em sua atividade de pesquisa o psic6logo social utiliza, predominantemente, apesquisa experimental de laborat6rio descrita no capitulo
Psicologia^ Social^ Cientifica,^ aplicaCjoes
da^ Psicologia^ Social^ e^ Tecnologia Social^ Segundo o grande cientista frances Louis Pasteur,
e^ inadequada^ a^ distinr;:ao^ entre ciencia basica e aplicada; para ele o^ que
existe^ e^ ciencia e^ aplicar;:oes^ da^ ciencia, uni- das como a arvore^ eo^ fruto que^ produz
podem^ ser^ aplicados^ na resolur;:ao^ de problemas especfficos. Neste
manual^ o leitor^ encontrara^ uma^ razoavel quantidade^ de descobertas cientificas^ que^ sao^ fruto da atividade de pesquisa dos psi- c6logos sociais e,^ sempre^ que^ possivel,
serao^ indicadas^ aplicar;:oes^ decorrentes destes conhecimentos.
22
th^ IIIII''^ dr^ III^ VI'"^ Iig.li,'IW^ ...^ llltHhtz^ Hia^ -.^1101
dl^ '
t!tlit^ , h^111 .,^ tlltlltlltll'llll'^ 'IICOiltrado~^ pmkm
a-.
kt ti^ ;Ptlllll''^ d11^ ptHkt^ prcditivo^ de^ teorias),
-^ fll i^ I'"'^ '^ ,^ vt^ t^ tlt^ car^ ~t·^ a^ dcn^ ~^ idad^ e^ populacional influi
no^ co mportamcnto^ de^ :quda ll^ ti^ 'J^ •^ id^ oil^ .,,^ vt^ :ttltcar^ ~l'^ uma^ lidcran^ <;a dcmocratica^ c^ mais^ ou^ meno^ ~^ dka^ z^ qut'
uma 1\lt"^1 1111 ,t),lll l^ a^ promover^ um rcfinamento mctodol6gico (por
ex^ .:^ verificar^ Sl'^ ""' i''^11 IIIII^ '•^ '•^ '^ romportam^ de forma^ dikrent
e^ de sujeitos^ nao^ univcr^ ~^ it <ll^ io^ s;^ dctectar I!^ Hoi•^ "'^ lll^ '•^ ld^ lttk.,^ na^ coleta^ de dados), ou a avaliar a eficacia
^ 1.^ 1iltt^ .11^ -.^ r^ uma^ tentativa de^ mudan^ r;:a^ de ali tude tcve
ex^ ito ou^ nao;^ avaliar^ a^ l.'lira 1111 ti P^11111 ptllgrama^ dcstinado a diminuir o preconceito racial
num^ dcterminado^ g•u Jii^ tf,^ m·ial).^1111 ,^ li^ nalm cntc , apenas verificar a estabilidade e a generalidadc de
achados i•HI' •it^ Ill'^ .1tmvcs^ da^ condu~;ao^ de^ replicas (por ex.: verificar se uma teo
ri^ a^ p~i^ cos-.o 1 ilil^ ,~^ tt^ 'l'"^ "^ hi^ -.to^ ri^ ca^ c/ou transcultural).^ Quodro^ 1 - Tipos^ de^ pesquiso e
nt't'l'^ "' lllt^ ·.^ tdtll^ ..,^ para^ sua^ aplicar;:ao^ a problemas psicossociais concretos.
1it^ ;h1^ drum^ achado especifico para a^ solur;:ao
de um^ problema^ determinado (por^ ex
li11ttll.ll^ o^ ~c^ ntimcnto^ de^ frustra~;ao^ de urn grupo
com^ o objetivo de diminuir^ sua 'I'"^ .,..,^ tvtdadc ;^ utili zar um determinado tipo de podcr social para lograr
uma^ nHldan<,..l t^ ""'IHlll:unenta^ l^ c~pccifica)^ estamos tratanclo de
aplicar;:oes^ simples; se, todavia,^ rom ltln,tiiHl"^ arhados^ existcntcs^ para utili za- los na
iltll:•^ pt^ ,lltr<llldo^ o^ que^ )a^ robo^ Varela^ (1971)
denomina Tecnologia^ Social.?
I^ 924 - 0^ primciro manual de Psicologia
Social,^ c^ omcndo^ ex^ pcrimentos^ relativos a fen o mcnos psicossociais e^ possuindo^ uma
orienta~ao^ nitidamente^ psicol6gica,^ e publicado^ por^ Floyd H. Allport.1927-^ Louis^ L.^ Thurstone^ inicia^ seus^ estudos
em^ seu^ artigo^ "Atitudes^ Can^ Be^ Measured". 1936-^ Cria-se nos Estados Unidos a Sociedade para o Estudo
Psicol6gico^ de^ Ques- t6es Sociais, a^ qual^ passou^ a constituir-se
numa^ das Divis6es da^ American^ Psycho- logical^ Association^ e^ que^ patrocina^ a^ publica~ao
de^ uma^ revista trimestral, o^ journal of^ Social^ Issues. 1936-^ Kurt^ Lewin e^ seus^ associados dedicam-se
sociais, caracterizando o^ que^ ficou consa- grado^ no^ termo^ action research.^ A influencia de Lewin em
Psicologia^ Social^ e^ de tal ordem^ que^ Leon Festinger,^ comentando
urn livro^ recente^ sobre a^ obra^ de^ Kurt^ Le- win, declarou^ que^ 95%^ da^ Psicologia^ Social
contemporanea^ revelam a influencia lewiniana.1936-^ George Gallup inicia o^ movimento
de^ medida^ de opiniao^ publica^ em^ bases amplas^ tornando^ tal atividade^ uma^ realiza~ao
de notavel repercussao e alcance^ em psicologia, sociologia e ciencia politica. Ele previu
(corretamente)^ que^ o candida- to^ Franklin^ Roosevelt seria reeleito^ presidente
dos Estados^ Unidos^ a^ partir^ da^ son- dagem^ de^ opiniao^ de^ 3.000^ leitores.^ Sua
equipe de pesquisadores^ procurou^ ouvir
a opiniao de^ representantes^ de diversos^ segmentos
sociais,^ urbanos^ e rurais, de ho- mens^ e^ mulheres^ , etc. 1936-^ Muzafer^ Sherif^ mostra^ experimentalmentre
como^ se formam as^ normas^ so- dais,^ atraves de^ seus^ estudos^ sobre^ o efeito autocinetico.1939-^ Kurt^ Lewin, Ron Lippit e Ralph^ White
publicam^ os resultados de seus estu- dos relativos^ a^ conduta^ de^ grupos^ funcionando
em^ diferentes atmosferas^ no^ que concerne^ ao tipo de^ lideran~a^ exercida.1943-^ Theodore^ M.^ Newcomb^ reporta
seu^ estudo^ de^ quatro^ anos^ no^ Bennington College,^ mostrando^ como^ as^ atitudes^ podem
se modificar^ em^ fun~ao^ da adesao a diferentes^ grupos^ de^ referenda^. 1946-^ Fritz^ Heider^ publica seu artigo^ Attitudes and Cognitive Organization,
consi- derado^ o^ ber~o^ das teorias de consistencia cognitiva
que^ floresceram^ na^ decada de 1950,^ e^ que^ continuam^ a ter relevante papel
na^ Psicologia^ Social^ contemporanea^. 26
Ill^ l(i^ ~^ ololllOil^ A'>r^ h^ rdor^ ~·^ a^ o^ ponto^ ant
e 1^ i<ll^ me nte sali c ntado por Muzafcr^ She- '^ tl^ .u^ r rr a^ do^ papel^ d^ c~c^ mpcnh^ a^ do^ pcla^
pr^ cssao^ grupal^ (ver^ experim^ e^ nto^ resumido
H.^ Kelley publicam os resultados dos estu- d^ o.,^ do^ Grupo de^ Yal^ e accrca dos fatores influentes na
modifica~ao^ de atitudes. I^ <)')^ 'I^ -^ Ga^ rdner^ Lindzey^ coordena^ o^ Handbook
of^ Social^ Psychology,^ obra^ em^ do^ is 1 '(^ l^ l'^ nsos^ volumes,^ que^ passou^ a^ ser^ fonte obrigat6ria de
referenda^ durante^ toda a th' r:tda^ de^1950 e^ grande^ parte^ dade^ 1960.^1 '1^ '>7 -^ Leon Festinger apresenta a sua teo
ria da dissonancia cognitiva que,^ scm q11^ :dqucr^ dtivida,^ constitui a teoria de maior valor heuristico
em^ Psicologia^ Social, tn^ .,^ pirando^ ha^50 anos^ uma^ infinidade de testes empfricos de suas
proposi~6es^. 11165-^ Dois novos peri6dicos destinados a artigos de
Psicologia^ Social^ aparecem 11 11.,^ Es^ tados^ Unidos^ :^0 journal^ of^ Personality
and Social^ Psychology^ eo^ journal^ of hp^ crim^ ental^ Social^ Psychology.^1 %8^ -^ G.^ Lindzey e^ E.^ Aronson^ coordenam
a 2.^ edi~ao^ do^ Handbook^ of^ Social 11 \ychology^ ,^ apresentado^ agora^ em^ cinco
volumes^. 1970 -^ Atraves dos trabalhos^ de^ Edward
E.^ Jones,^ Harold^ H. Kelley, Keith^ E.^ Da- vt.,^ ,^ Ri^ c^ hard^ Nisbett, Bernard^ Weiner,John
Harvey, etc.,^ extraordinario^ impulso^ e dado^ ao^ estudo^ do^ fenomeno^ de^ atribui~ao
de^ causalidade^ em^ Psicologia^ Social 1 uj^ a origem^ remonta^ aos^ estudos^ de Fritz Heider.^1970 -^ Ganha^ grande^ propor~ao^ o^ movimento
que^ se^ tornou^ conhecido^ como^ a "crise^ da^ Psicologia^ Social",^ durante^ o^ qual^ fortes ataques foram dirigidos^ as^ pes- quisas^ de^ laborat6rio, aos^ procedimentos
metodol6gicos e eticos e^ a^ falta^ de^ apli- ra~a^ o^ da^ Psicologia^ Social^ aos^ problemas
sociais. 198 1 -Harry^ C.^ Triandis^ e colaboradores
editam^ a^ obra^ Handbook^ of^ Cross-Cul- ltl^ ra^ l^ Psychology^ em^ seis volumes.^198 5 -Gardner^ Lindzey e Elliot^ Aronson
editam^ mais^ uma^ edi~ao^ do^ Handbook^ of Soci^ al^ Psychology.^19 86-0^ pensamento^ atribuicional^ em
Psicologia^ Social^ serve de base^ para^ a Teo- ria Atribuicional^ de^ Motiva~ao^ e^ Emo~ao
proposta^ por^ Bernard Weiner. 27
1991 - Susan^ Fiske e Shelley Taylor^ lan~am
a^ segunda^ edi~ao^ da obra^ Social^ Cog- nition,^ livro que poderia servir como urn marco da influencia da abordagem cog-nitiva,^ coroando^ urn movimento que veio se
expandindo^ ao longo dos anos e^ que hoje constitui a^ moldura^ que^ enquadra
os principais estudos^ dentro^ da Psicolo- gia Social.1998-^ Nova^ edi~ao^ do^ Handbook^ of^ Social Psychology
da^ por^ Gardner Lindzey,^ Susan^ T.^ Fiske e Daniel
T.^ Gilbert. Entre as^ mudan~as significativas, capitulos inteiros dedicados a questoes que antes apareciam apenascomo subt6picos, como,^ por^ exemplo,^
self,^ emo~oes,^ linguagem nao-verbal, estig- ma, memoria e^ justi~a. 1999 - Grandes expoentes da Psicologia
Social^ (Elliot Aronson, Leonard Berko- witz, Morton Deutsch, Harold^ B.^ Gerard, Harold
H.^ Kelley, Albert Pepitone, Ber- tram H. Raven, Robert^ B.^ Zajonc^ e Philip
G.^ Zimbardo)^ refletem sobre^100 anos de Psicologia Social experimental^ em^ livro editado
por^ Aroldo Rodrigues e Robert^ V. Levine.Ao^ finalizar a^ apresenta~ao^ daquilo que,
na^ opiniao dos autores, constitui urn acer- vo^ de grandes marcos em Psicologia Social cientffica reiteramos que a
tecimentos acima listados dificilmente^
So- cial cientffica; ela reflete as tendenciosidades dos autores e
nao^ seria surpresa encon- trar-se razoavel divergencia de opinioes no que concerne
cimentos e omissao de outros. Deve, pois, o leitor considerar esta
se~ao^ acerca dos
neste capitulo, solicitamos ao leitor que circule, ap6s cada
dro^ abaixo, a letra^ V^ ou F (Verdadeira^ ou^ Falsa).^ As^ respostas aos itens^ sao^ apresenta- clas^ no fim do capitulo.
A^ Pslcologla^ Social^ ------------------
-r----~ I)^ I^ •,tudo^ o^ sociododo^ (suo^ estruturo,^ sou funcionomento,^ suos^ instituic.;oes). 2)^ htudo^ principolmonte^ o^ comportamento
das^ multidoes^ e^ dos^ grupos.o ostudo do influencia recfproca entre as pessoas. t)^ I^ studa^ etapas^ do^ desenvolvimento^ social
do^ crianc;a^ e^ do^ adolescente.m por finalidade encontrar soluc;ao para^ os^ problemas^ sociais. •)^ r~tuda^ a^ culturo^ e suas^ produc;oes.^ )^ I^ studo^ o^ individuo^ em^ interac;ao^ com^ os
outros. II)^ I^ ~tuda^ como^ o^ situac;ao^ social^ influencia
comportomentos^ e^ pensomentos. 'I)^ htuda^ pesquisos^ de^ levantamento^ e estudos
de^ campo^ mais l~t^ t^ quontemente^ do^ que^ quolquer^ outro^ tipo
de^ pesquiso. I^ 0)^ Utilize^ pesquisas^ de^ laborat6rio^ mois^
do^ que^ quolquer^ outro^ tipo^ de pn~.quisa.^ II)^ Visa^ a^ propiciar^ mudonc;as^ de^ natureza
politico. I ·J)^ Estudo a^ dependencio^ e a^ interdependencio
entre^ as pessoas. I^ 1)^ Efundamentalmente^ urn^ setor^ aplicodo
do^ conhecimento. 14)^ Consider^ a^ mois^ importante^ o^ realidade
percebido^ que^ a^ reolidade "hjotivo.^ I'•)^ Consi^ dera^ o^ individuo^ como^ suo^ unidode
de^ analise. I^ fl)^ E o^ estudo^ cientifico^ do^ interoc;ao^ social e
do^ pensomento^ social. I/)^ Pode^ ser^ aplicado^ para^ melhor^ entender
os^ fenomenos^ sociois. Ill)^ Pode^ ajudor^ a^ plonejar^ soluc;oes^ para
problemas^ sociois. I^ 'I)^ Ehist6rica^ em^ seu^ enfoque,^ ou^ seja, considero
como^ os eventos^ que "'^ orrem^ em^ estodos^ onteriores^ do^ desenvolvimento
influenciom^ o
-^ urnportamento^ social. JO)^ Tern urn^ Iongo^ passado,^ mas^ apenas uma^ curta^ historic^ (pouco^ mais^ de 100 anos). umo V^ F V^ F V^ F V^ F V^ F V^ F V^ F V^ F V^ F V^ F V^ F V^ F V^ F^ V^ F^ V^ F V^ F V^ F V^ F V^ F^ V^ F Neste^ capftulo^ a^ Psicologia^ Social^ foi^ conceituada
como^ sendo^ uma^ atividade
humana^ e^ os^ processos^ cognitivos^ e
(^2) Metodos^ de^ investigo~oo^ em^ Psicologio
Varios^ metodos^ de^ investiga(:ao^ se acham
deraremos aqui^0 metodo^ de^ observa(:ao,
0 metodo^ correlacional, dois tipos de^
meto- dos^ ex post facto^ (^ estudo de campo e pesquisa de levantamento), e
do^ is metodos expe- rimentais (experimento de campo e experimento de laborat6rio). Todos estes metodos tern^ vantagens e desvantagens, como veremos a seguir. 0 met^ odo^ de^ observa~ao^ Caracteristicas-^ Quando^ o psic6logo social simplesmente observa urn comporta-mento social ou consulta arquivos que con
tern^ informa(:oes^ relevantes ao objeto de seu cstudo, diz-se^ que^ ele utiliza o^ metodo
de^ observa(:ao.^ Consulta a censos^ demografi- cos, a arquivos (jornais, diarios, etc.), bern como a
observa(:ao^ direta^ do^ desenrolar de urn comportamento social constituem exemplos de
metodo^ observacional.^ As^ vezes, em^ sua atividade de^ observa(:ao,^ o pesquisador interage diretamente com as pessoascujo comportamento^ esta^ sendo observado
(observac;ao^ participante);^ outras vezes, a observa(:aO^ e^ feita de fora, isto^ e,^ sem que
OS^ observados tenham conhecimento de que alguem^ os observa^ (observac;ao^ direta^ ou
ni'io^ participante). Vantagens- A principal vantagem do^ metodo^ observacional^ e^ que o fenomeno social^ e^ observado^ no^ ambiente^ natural
em^ que^ se desenrola. Na^ observa(:ao^ nao-par- Licipante, o^ comportamento^ observado ocorre livre e espontaneamente,
sem^ qual- quer^ interferencia capaz de influencia-lo. Na
observa(:ao^ participante, cabe ao pes- quisador^ justificar^ sua^ presen(:a^ e minimizar sua possfvel influencia sobre o compor-lamcnto^ social^ que^ esta^ sendo^ observado. Em ambos os casos, o fato de o fenomeno soc^ ial^ cstudado^ ocorrer^ de forma bastante
natural^ constitui^ uma^ vantagem^ importan- 32
t^ l'^1111 1odo^ sobre^ aquclcs^ em^ que^ o^ comportamento
social ocorre^ em^ ambientes llh^111.^ nu^ em^ rea(:ao^ a^ solicita(:6es^ do pesquisador.
Outra^ vantagem^ do^ metodo
unica^ maneira de^ estudar^ determi- lw.^ It^ tll)llll'nos^ sociais.^ Ik^ ;,^ .u1tagcns -^0 metodo^ observacional
e^ mais descritivo do que explicativo, ou I""^ h^ lmnccer^ importantes esclarecimentos sobre o fenomeno social
em^ estudo, ''·'^ 11.111^ pcnnite^ que se^ estabele(:am^ rela(:oes
de^ causae^ efeito^ tao^ claramente quan- 1111 '1^ Jlltlllltl'm^ os metodos experimentais. Ademais, cuidados especiais
sao^ necessa- 1111 o'il'.ll^ de^ observa(:aO^ participante, pois a
presen(:a^ do pesquisador pode ter in- it^ ,^111 '^111 scmpre suscetfveis de serem neutralizadas
por^ ele. I^ "'^ IIIJIIO^ de uma pesquisa^ observacional-
Robert Levine, Norenzayan e^ Philbrick IIIII)^ '11111luziram^ urn estudo^ como^ objetivo de observar o comportamento altruista tu^ .t.^ ^ •^ td.uks^ em varias partes do^ mundo
.^ As^ pessoas nestas cidades foram observadas tttlll'"l^ i.^ lltt.tc,.·('Jcs^ :^ (a) ajuda a uma pessoa usando
umajoelheira^ e mancando que tenta It^ Itt^ 11111.1^ pilha^ de revistas que deixou cair no
chao;^ (b) ajuda a uma pessoa que dei- llttiit^ 11111,1^ caneta no^ chao^ sem percebe-lo; e (c) ajuda a
uma^ pessoa usando 6culos es- 11111.1^ hcngala a atravessar uma rua na faixa de pedestres. Embora
as^ pessoas que llthlltl^ ,_..,^ Irs^ comportamentos (mancar e deixar cair
as^ revistas no^ chao,^ deixar cair sem 1 o^ '^ ~^ IIH'ta,^ e simular urn cego tentando atravessar uma rua) fossem aliados do pes- hn^ ', lll"Omportamento^ de ajuda ou^ nao^ exibido pelos transeuntes era inteiramente jlltllt(lltt^ '^ ll^ l'^ desinibido. Este comportamento era observado
por^ pessoas encarregadas Itt^ ·r^ Itt^ '^ q^ uc^ se misturavam com os demais transeuntes. Foi calculada a porcentagem^ ,-,.1^ ..,^ que,^ a^ mesma hora do dia e em situa(:6es^ semelhantes (lugares movimenta-
Rio^ de lttlil^ liP^ -'JIIl'scntou^ o maior indice de ajuda (93%) seguida de San
jose,^ na Costa Rica l'~oi^ \s^ ttllimas^ colocadas foram Nova York (45%) e Kuala Lumpur, na Malasia fll'j,,l^ ^ Jll''>quisa^ de Levine et^ al.^ (2001)^ e
urn exemplo magnifico de^ utiliza(:ao^ precisa lttliii^ ''"'"^ observacional.^ 11•todo^ correlacional^ (^ .u.tr^^1 c^ risticas - Este tipo de pesquisa consiste na
obten(:ao^ de medidas de duas it^ iit:tl'o^ v:^ u^ iavcis e no estabelecimento (atraves do
metodo^ estatistico apropriado) da It^ l.!~lhtt^ '^ \l'>lcntc^ entre elas. Assim, quando se quer,
por^ exemplo, descobrir^ uma^ possf- '^ I^ i^ 1l.1^ .It^1 en^1 rc^ quan tidacle de^ exposi~ao
a programas violentos^ na^ televisao e intensi- lotdo^ ,j.^ 'omponamcnto^ agrcs'>ivo,^ podcmos
lan^ <;ar^ mao^ deste^ metodo.
V.1111.1g('ll'i^ /..,^ v:lll^ l<t^ g('lh^ do~^ e~tudo~
co1relacionai..,^ ~ao,^ principal^ mente,^ as
se- gui ntes: perm^ item^ o estudo^ de^ situa~ocs
on^ de uma^ int^ crvcn~ao^ experimental seria ina- dequada ou impossfvel; perm item a coleta de grandes quantidades de
informa~ao;^ uti- lizam metodos estatisticos de^ facil^ aplica~ao;
seus resultados^ sao^ facilmente comunica- veis e de^ facil^ entendimento.Desvantagens-^ Dois problemas exigem
aten~ao^ especial^ quando^ se utiliza o^ me-
vezes duas variaveis co-variam, isto^ e,^ ao au- mento de intensidade em uma corresponde urn aumento de intensidade na outra, ou ocontrario, mas esta covariancia^ e^ devida ao efeito de uma terceira variavel que afeta am-bas.^ Urn^ exemplo seria a existencia de^ uma
correla~ao^ positiva entre quantidade de ex- posi~ao^ a filmes violentos e quantidade de agressividade em
crian~as^ que^ sao^ educadas em ambientes muito violentos. Neste caso, o ambiente de violencia
e^ que seria o respon- savel^ pela preferencia^ por^ filmes violentos e tambem pelo comportamento agressivo.Alguns exemplos de^ correla~oes^ encontradas
sao^ bern curiosos, isto porque^ nao^ se de- vern^ as^ rela~6es^ entre^ as^ variaveis em si, mas
a^ a~ao^ de^ uma^ terceira variavel. Assim,^
por exemplo, tatuagens correlacionam-se com acidentes de moto, pessoas que tomam
cafe acima da^ media^ sao^ mais sujeitas a ataques cardiacos e casados vivern mais do que solte
i- ros. Evidentemente, estes pares de variaveis apenas co-variam em
fun~ao^ de uma tercei- ra variavel: uma tendencia a correr mais riscos, fruto de certos
tra~os^ de personalidade, no primeiro caso; a fumar ou a^ nao^ se exercitar adequadamente, no segundo; e a fatoresrelacionados a cuidar mais da saude, menor
exposi~ao^ a riscos e urn estilo de vida, no
As^ vezes^ nao^ se poder determinar com segu- ran~a^ a^ rela~ao^ de causalidade entre as variaveis
que^ covariam.^ Por^ exemplo, ainda man^ tendo o exemplo da possivel^ correla~ao
entre quantidade de^ exposi~ao^ a filmes vio- lentos e agressividade, poder-se-ia indagar
see^ o^ fa^ to de ver filmes violentos que con- duz^ ao comportamento agressivo, ou se o
fa^ to de^ uma^ crian~a^ ser agressiva^ por^ proble- mas de personalidade^ faz^ com que ela prefira programas violentos
na^ TV^. Exemplo de^ uma^ pesquisa^ correlacional-
Para^ nos atermos ao campo dos efeitos da televisao, que vimos abordando^ ate agora, podemos citar urn estudo de Gerbner e Gross^ (1976),^ que^ nao^ difere muito de outras pesquisas realizadas sobre a influenciada televisao no comportamento das pessoas (a grande maioria delas costuma ser dotipo correlacional). Estes autores registraram primeiramente o tempo que adultos des-pendem^ em^ media^ na^ frente de seus televisores assistindo a programas diversos, divi-dindo-os em seguida em^ fun~ao^ do tempo passado diante da
TV^ (espectadores assiduos: grupo^ de pessoas que viam muitas horas diarias de
hhil^ lli^ 1^ IIIIHl^ <k^ lll^ '..,..,^ o,,..,^ qw^ •^ viam^ pouca..,
ho1^ ,,..,^ tli:111:1..,^ de^ IV).^ I^ omaram^ o^ c.:^ uidado ·h'i..it""", l' llll"l' o~ parti<:ipantes da pc~quisa^ ,^ pcssoas^ que viam tclevisao clesde a l!t^ 'Jli^ l!^1 111u^ .1,^ para^ cvitar^ eventuais^ di{eren~as
de cfeito cumulativo, uma vez que o tljll'^111111 cknt('^ pa^ ssado diante da^ TV^ poderia ter algum tipo de efeito que, de
outra lti^ \1^11 ,;^111 podt•t^ ia^ se r detectado.^1 Ptli^ 'i^ dd^.^ lllH' Illl'^ a isto, so ndaram estes mesmos telespectadores quanto
as^ suas cren- 1!^ !'^ It^ '^ ll^ da^ poss^ fvcl^ similaridade entre o que viam na
TV^ eo^ que acontecia de fato no lllliitdll^11 .d,^ com^ especial^ aten~ao^ ao nfvel de agressividade existente nas ruas de suas^ ld^ iltk^ .1^ pos..,ibiliclade^ de serem vftimas de assaltos
ou^ a de estarem expostos a situa-
Itt^ tl^ i!^ IIIIHl^ de^ cxpos^ i~ao^ diaria^ a^ TV^ e a
cren~a^ de que o^ mundo^ real^ e^ similar aquele 1'1111^11 1 I^ V.^ Is^ to incluia^ uma^ distor~ao^ perceptiva,
no^ sentido de superestimar o nivel
I!Uih^ .1^ '1^1 ,,..,^ as^ pessoas^ que^ cometem delitos.
Em^ outras palavras, ver^ TV^ e achar o llliii1il11^1111 igoso^ sao^ duas variaveis que se relacionam
na^ mesma^ dire~ao^ ("correla~ao hili^1 i1^ pP^ .,^ il^ iva^ ").^ Como vimos anteriormente, tal metodo,
por^ sua natureza,^ nao^ per- tlllt^ l'^1 11.11,;1\o^ de outras certezas. De outro lado , sabe-se,
por^ exemplo, que pessoas que !iii^ 1111mas^ de assaltos^ ou^ sofreram algum tipo de violencia
na^ rua tendem a ficar ttHt^ ':^1 '"^ rasa,^ e,^ por^ conseguinte, a assistir mais programas de
TV.^ Aqui poderiamos 1111111•1^ I11m^ pressupor igualmente a^ ac;ao
de^ uma^ terceira variavel responsavel pela cor- lrl~ , lll dt ·.,coberta: o medo. lndividuos mais medrosos,^ por^ quaisquer razoes, tanto- llt\11:1111 ~a ir de casa como passariam a assistir mais programas de^ TV. N 11 111ai s, e interessante atentar para urn dos principais efeitos desta^ correla~ao: tl! tlliltl lllais uma pessoa ve TV e acha o mundo^ perigoso, menos sai de casa (o que po- lt 11 1 It V<l Ia a corrigir esta percep~ao distorcida) e,^ por^ conseguinte, mais assistira a p!ill!t.lllt.l.., de TV, num perverso circulo vicioso. motodos ex post facto 1 1 ... mctodos ex post facto caracterizam-se^ por^ estudar^ uma^ situac;ao^ onde^
as^ varia- n :^ 11ukpcndentes^ e dependentes^ ja^ ocorreram.
0 pesquisador, atraves de diferentes 1111 111do..,^ de coleta de dados,^ obtem^ informac;oes
acerca da variavel dependente e,^ em 1 )!lld.t^ ,^ procura inferir a variavel ou^ as
variaveis independentes responsaveis pela !!Lilli^ t:^ 11cia^ do renomeno verificado. Seria o caso,
por^ exemplo, de verificar,^ em^ uma 35