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Guias e Dicas
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Psicologia Social e Políticas Públicas: Inclusão Social e Direitos de Cidadania, Exercícios de Psicologia Social

Este documento discute as relações entre exclusão social e direitos de cidadania, utilizando o trabalho de henrique caetano nardi e robert castel. Aproveitando o caso do instituto banco palmas, o texto propõe reflexões sobre a possibilidade de um saber-fazer psicológico que promova inclusão social, participação comunitária e transformação da realidade objetiva e subjetiva. O documento aborda como as experiências práticas podem ser problematizadas pela comunidade para desenvolver saberes locais capazes de transformar contextos, utilizando o exemplo da agricultura familiar.

Tipologia: Exercícios

2020

Compartilhado em 26/05/2020

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valeria-valeria-5 🇧🇷

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CURSO DE PSICOLOGIA
PSICOLOGIA SOCIAL E POLÍTICAS PÚBLICAS
VALÉRIA CAMURÇA RODRIGUES
ATIVIDADE III
QUIXADÁ
2020
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Baixe Psicologia Social e Políticas Públicas: Inclusão Social e Direitos de Cidadania e outras Exercícios em PDF para Psicologia Social, somente na Docsity!

CURSO DE PSICOLOGIA

PSICOLOGIA SOCIAL E POLÍTICAS PÚBLICAS

VALÉRIA CAMURÇA RODRIGUES

ATIVIDADE III

QUIXADÁ

Nos textos e aulas estamos discutindo sobre as relações entre exclusão social e os direitos de cidadania garantidos pela Constituição de 1988, direitos também inclusos na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Estamos utilizando para essa discussão as contribuições de Henrique Caetano Nardi sobre as transformações da questão social, estudo desenvolvido por Robert Castel. utilizamos também argumentos de Foulcault sobre o governamento e a emersão de um homo oeconômicus na contemporaneidade. A proposta desta atividade é que você, após obrigatoriamente lerem os textos, possam refletir sobre a possibilidade de um saber-fazer psicológico que promova a inclusão social, a participação comunitária e a transformação da realidade objetiva e subjetiva. Então, acompanhem o vídeo que retrata o caso do Instituto Banco Palmas, uma experiência que vincula as demandas sociais e econômicas com o protagonismo social de pessoas em situações de vulnerabilidade. Caso o documentário não seja suficiente para compreensão da experiência, podem acessar o site do instituto: https://www.institutobancopalmas.org/. Vocês podem também utilizar nas respostas outras experiências de participação comunitária a partir de projetos ou políticas pública que já existam em suas cidades. Podem ser ações comuns do CRAS, CREAS, CAPS, NASF,..., ou outras ações provenientes de ONGs, associações religiosas, sindicatos, etc. Após ler e assistir o material indicado, reflitam e escrevam sobre: a) Como as experiências práticas na penosidade do cotidiano podem ser problematizadas pela comunidade no sentido de desenvolverem saberes locais capazes de transformar este contexto? A vivência prática de um problema comum (seja na comunidade, na família, na empresa, na escola, etc) pode se constituir como limitadora para liberdades ou para a reprodução da vida. Porém tal realidade também pode ser fomentadora de conhecimento e práticas coletivas que permitam os sujeitos avançarem em suas liberdades. Escrevam sobre exemplos de como os saberes locais, quando compartilhados, podem influenciar estratégias de ação que permitem a transformação social deste contexto. Um exemplo de experiência prática e que vem se tornando popular, sendo capaz de produzir, incentivar e valorizar um saber popular é a de agricultura familiar. Um processo que se inicia dentro de uma pequena comunidade, valorizando conhecimentos que não são necessariamente técnicos, pois o manuseio da agricultura advém, em grande parte dos casos, de um saber que é familiar e comunitário, passando por várias gerações e experiências vivenciais e de observação de mundo. Esse conhecimento e essas práticas aconteciam, inicialmente, para suprir um direito básico, mas que não era e ainda não é acessível a todos, que é o de alimentar-se. Produzir, manusear e colher o próprio

para garantir o próprio sustento e o da comunidade, além de proporcionar a quem consome melhor qualidade de vida. Há tempos, como em períodos de estiagem, que estes processos são prejudicados, mas ainda há muita solidariedade. Em uma comunidade chamada São Bento, no sertão de Quixeramobim, observei o empenho de trabalhadores prejudicados em auxiliar quem enfrentava problemas para sua produção, oferecendo alimentação ao rebanho, os que tinham poços profundos ofereciam água. Assim, durante a seca que ocorreu nos últimos anos, auxiliou muitos trabalhadores e impediu que eles vendessem seus gados, perdessem plantações, tivessem que mudar de localidade e impediu a morte de muitos animais e, consequentemente, evitou que muitas pessoas ficassem em situação de fome. É um exemplo de um saber-fazer social e psicológico que auxilia na manutenção desta comunidade e impacta diretamente no individual e no coletivo. Quem ajuda, sente-se necessário, um cidadão ativo socialmente e protagonista, ao mesmo tempo em que são muitas vezes esquecidos na pirâmide social. b) Tendo noção que a falta de acesso aos direitos sociais é condição para a manutenção das desigualdades de acesso às oportunidades, escreva sobre como a cultura capitalista naturaliza modos de subjetivação marcados pela competição, individualismo e consumo e, assim, dificultam o acesso da população aos seus direitos. Lembre-se que a distribuição e acesso a renda é cada vez mais concentrada e que o Estado dispõe cada vez menos interesse no investimento social. O Capitalismo, como não se restringe apenas aos aspectos econômicos, mas também em campos como a política, cultura e sociedade, tem o poder de definir e moldar posições sociais e distribuição de renda desiguais, que impactam diretamente e de forma negativa, a população proletária, que é a maioria. Assim, o grande poder aquisitivo fica concentrado em uma parte da população e do Estado, tornando o sistema completamente desigual. Essa desigualdade priva o acesso até mesmo a direitos básicos, onde a busca corporativa por cada vez mais poder é capaz de proporcionar a muitos indivíduos

condições de trabalho precárias e baixos salários. Onde quase não é possível fazer nenhuma reivindicação, pois, com medidas governamentais que beneficiam cada vez mais as grandes empresas, os direitos dos cidadãos vão ficando escassos, fazendo com que o mesmo tenha que escolher entre o trabalho com condições precárias ou o desemprego. É um sistema onde nenhum ser humano é insubstituível, onde qualidades subjetivas não são consideradas, somente sua mão de obra, como expõe Bolaño (1996) ao usar o termo “exército industrial de reserva”, que seria uma população de trabalhadores permanentemente desempregados e dispostos a integrarem a indústria sempre que forem chamados, processo este que é resultado do próprio desenvolvimento capitalista. É comum que a classe política capitalista e conservadora não priorize políticas de inclusão social, de igualdade e acesso à educação, cultura ou qualquer meio de incentivo ao pensamento crítico e fora dos parâmetros tradicionalistas de manutenção do sistema. Diante desta conjuntura, cria-se uma sociedade conivente com ideias de soberania dos ricos sobre os pobres, onde há a banalização das desigualdades e o Estado pouco interessado em mudar essa realidade. Em gestões políticas com ideias mais igualitárias e menos capitalistas há uma preocupação maior em garantir direitos trabalhistas, acesso democrático a saúde, a educação e a cultura, por exemplo. Mesmo que não seja suficiente para erradicar a pobreza extrema e que este seja um processo que envolve toda a população, é possível notar que as camadas sociais mais pobres e marginalizadas têm mais oportunidades de ingressarem em uma universidade, em uma escola pública de qualidade, em eventos culturais e aos demais espaços sociais. Ambos os sistemas são corruptos e contém falhas, fazendo com que seja um processo dificultoso e a população que está a margem sofra graves consequências e tenha que constantemente lutar por direitos que teriam que ser cedidos e mantidos em todas as esferas sociais. c) Na execução de políticas públicas que visem a garantia de direitos existem possíveis intervenções profissionais que reduzam as situações de exclusão social. Imaginei que você é o/a prefeito/a da sua cidade, qual seria uma medida sistemática sua a fim de que a desigualdade social no município reduzisse. Seja livre para criar.

REFERÊNCIAS

BOLAÑO, César Ricardo Siqueira. Karl Marx e Marx Headroom: algumas questões sobre cultura, capitalismo e modernidade. Transformação , Campinas, v. 8, n. 2, p. 143- 156, maio/ago. 1996.