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Definição e Classificação: Idade gestacional e peso ao nascimento. Etiologia e Fatores de Risco: Condições maternas, fetais, estilo de vida, uterinas/placentárias e demográficas. Fisiopatologia: Impactos da prematuridade em sistemas respiratório, cardiovascular, neurológico, gastrointestinal, imunológico, renal e metabólico. Diagnóstico: Exame clínico e ferramentas de avaliação como o escore de Ballard. Manejo e Tratamento: Suporte respiratório, controle térmico, nutrição, prevenção e tratamento de infecções, manejo cardiovascular e prevenção de complicações. Prevenção: Uso de corticosteroides antenatais, progesterona e sulfato de magnésio. Questões Comuns em Exames: 10 tópicos frequentemente explorados em avaliações. Referências Bibliográficas: Nelson Textbook of Pediatrics, UpToDate e diretrizes da Sociedade Brasileira de Pediatria. Autor: E. Pambo, destinado ao estudo aprofundado para residentes de pediatria.
Tipologia: Resumos
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Recém-nascido prematuro
A prematuridade refere-se ao nascimento de um recém-nascido antes da 37ª semana de gestação. idade gestacional: Classificação por idade gestacional Extremamente prematuro: < semanas. Muito prematuro: 28-31 semanas. Moderadamente prematuro: 32- 33 semanas. Tardio prematuro: 34-36 semanas. A classificação do recém-nascido pelo peso ao nascimento BPN: peso ao nascimento inferior a 2.500 gramas. Muito baixo peso ao nascer (MBPN): PN < a 1.500 gramas. Extremamente baixo peso ao nascer (EBPN): PN < a 1. gramas. Peso AIG: peso entre o percentil 10 e 90 para IG. PIG: peso ao nascimento abaixo do percentil 10 para a IG. GIG: peso ao nascimento acima do percentil 90 para a IG
2. ETIOLOGIA E FATORES DE RISCO Alguns dos principais fatores de risco associados ao nascimento prematuro incluem: a) Condições Maternas: Doenças maternas hipertensiva Infecções maternas Diabetes gestacional Ruptura prematura das membranas ovulares Hemorragia anteparto Incompetência cervical b) Condições Fetais: Gestação múltipla Anomalias congênitas; RCIU) Fatores Relacionados ao Estilo de Vida: Tabagismo materno; Uso de álcool e drogas ilícitas Baixo nível socioeconômico d) Fatores Uterinos e Placentários: Anomalias uterinas Placenta prévia e descolamento prematuro da placenta e) Histórico Obstétrico: História de parto prematuro anterior Intervalo curto entre gestações f) Fatores Demográficos: Idade materna extrema; Baixo índice de massa corporal (IMC) 3. FISIOPATOLOGIA A prematuridade afeta múltiplos sistemas orgânicos, já que o feto não completa seu desenvolvimento intrauterino. Os principais sistemas comprometidos e suas consequências fisiopatológicas são: a) Sistema Respiratório Deficiência de Surfactante Imaturidade do pulmão de RN → produção ↓ de surfactante → ↑ da tensão superficial alveolar → colapso dos alvéolos → SDR. Imaturidade Pulmonar: vias aéreas menores, menor número de alvéolos funcionais e musculatura respiratória subdesenvolvida, contribuindo para a insuficiência respiratória. b) Sistema Cardiovascular Persistência do Canal Arterial (PCA): A falha no fechamento do canal arterial após o nascimento → shunt da circulação sistêmica para a pulmonar → sobrecarga de volume nos pulmões, edema pulmonar, ↓ da perfusão sistêmica e piora da SDR. Instabilidade Hemodinâmica : A imaturidade do miocárdio e da regulação autonômica pode levar à incapacidade de manter a pressão arterial estável → predisposição a choques hemodinâmicos. c) Sistema Neurológico Hemorragia Intraventricular (HIV): Prematuros com menos de 32 SIG → maior risco de HIV ← à fragilidade dos vasos da matriz germinativa, que é vulnerável às variações na perfusão cerebral. → lesão cerebral significativa → sequelas neurológicas como paralisia cerebral e déficits cognitivos. Leucomalácia Periventricular (LPV): L esão da substância branca do cérebro, muitas vezes associada à hipóxia e isquemia, pode ocorrer em prematuros, levando ao desenvolvimento de distúrbios motores e cognitivos a longo prazo. d) Sistema Gastrointestinal Enterocolite Necrosante (ECN): A prematuridade está associada à imaturidade do sistema gastrointestinal, que é propenso à hipoperfusão, inflamação e colonização bacteriana. Esses fatores ↑ o risco de ECN → necrose intestinal. Dificuldade na Alimentação : A coordenação da sucção, deglutição e respiração não está completamente desenvolvida → nutrição parenteral e início tardio da alimentação enteral. e) Sistema Imunológico Imunidade Imatura: → vulnerabilidade a infecções graves. Produção limitada de anticorpos (IgG), que é transferida da mãe para o feto nas últimas semanas de gestação. Barreira Cutânea Frágil : → o risco ↑ de contaminação bacteriana. f) Sistema Renal
Recém-nascido prematuro Imaturidade Renal: → diminuição da capacidade de concentrar a urina e regular os eletrólitos e o equilíbrio ácido-base → risco ↑ de distúrbios eletrolíticos e acidose metabólica. Hiponatremia e Desidratação : Devido à imaturidade da função tubular renal. g) Sistema Metabólico Hipoglicemia: A capacidade limitada de armazenar glicose e a produção insuficiente de glicogênio hepático, associadas à alta taxa metabólica → o risco ↑ hipoglicemia. Distúrbios de Termorregulação: Prematuros têm menor quantidade de gordura subcutânea e superfície corporal proporcionalmente maior, o que resulta em dificuldade para manter a temperatura corporal → predisposição à hipotermia.
4. DIAGNÓSTICO O diagnóstico de prematuridade é baseado principalmente na idade gestacional e nas características físicas do RN. a) História Clínica e Exame Físico Idade Gestacional : é calculada pela data da última menstruação materna ou confirmada por ultrassonografia precoce. Um RN com menos de 37 semanas de gestação é considerado prematuro. Avaliação do peso ao nascimento: É essencial determinar se o bebê é PIG ou AIG. Características Físicas do Prematuro: o Pele: Fina, brilhante e translúcida. o Lanugo: Cabelos finos cobrindo a pele, principalmente no dorso. o Cartilagem auricular: As orelhas são macias e dobram-se facilmente, devido à ausência de cartilagem. o Tônus muscular diminuído: O prematuro tende a ser hipotônico, com flexão incompleta dos membros. o Genitais: Nos meninos: Os testículos podem não estar descidos no escroto. Nas meninas: Os lábios maiores não cobrem completamente os lábios menores. b) Avaliação da Maturidade Neuromuscular Pode-se usar o escore de Ballard ou New Ballard Score , que avalia a maturidade física e neuromuscular do recém- nascido. 5. MANEJO E TRATAMENTO As intervenções visam reduzir a mortalidade e prevenir complicações a curto e longo prazo. a) Suporte Respiratório Os prematuros, especialmente os nascidos antes de 34 semanas, frequentemente apresentam imaturidade pulmonar, necessitando de intervenção respiratória.
Recém-nascido prematuro
1. Quais são as complicações respiratórias mais comuns no recém-nascido prematuro e como é o manejo da Síndrome do Desconforto Respiratório (SDR)? Complicações respiratórias comuns : Síndrome do Desconforto Respiratório (SDR), apneia da prematuridade, displasia broncopulmonar. Manejo da SDR : o Administração de surfactante exógeno nas primeiras horas de vida o Suporte ventilatório, incluindo CPAP nasal para casos leves/moderados e ventilação mecânica para SDR grave. o Oxigenação monitorada para evitar complicações, como retinopatia da prematuridade. 2. Qual é a indicação de corticosteroides antenatais para prevenção de complicações respiratórias no prematuro? Corticosteroides antenatais são recomendados para gestantes em risco de parto entre 24 e 34 semanas de gestação. o Betametasona : 12 mg IM a cada 24h, duas doses. o Dexametasona : 6 mg IM a cada 12h, quatro doses. Benefícios : Redução da incidência de SDR, hemorragia intraventricular e enterocolite necrosante. 3. Quais são as principais indicações e doses do sulfato de magnésio na prevenção de paralisia cerebral em prematuros? Uso de sulfato de magnésio para neuroproteção em gestantes com risco de parto antes de 32 semanas de gestação. Dose : 4-6 g IV, seguido de infusão contínua de 1 g/hora por até 24 horas. Benefício : Redução do risco de paralisia cerebral em prematuros extremos. 4. Quais são os principais fatores de risco maternos e fetais para o parto prematuro? Fatores de risco maternos : o Doenças maternas: pré-eclâmpsia, diabetes gestacional. o Infecções intrauterinas: corioamnionite, infecções urinárias. o História de parto prematuro anterior, gestação múltipla, ruptura prematura das membranas (RPMO). Fatores fetais : a. Restrição de crescimento intrauterino (RCIU), anomalias congênitas, gravidez múltipla. 5. Quais são as principais complicações neurológicas no prematuro e como são diagnosticadas e manejadas? Complicações neurológicas : Hemorragia intraventricular (HIV), leucomalácia periventricular (LPV). Diagnóstico : Ultrassonografia transfontanelar nas primeiras semanas de vida. Manejo : o Monitoramento e suporte clínico. o Neuroproteção com sulfato de magnésio administrado à mãe. 6. Qual é o manejo da persistência do canal arterial (PCA) em recém-nascidos prematuros? Manejo clínico : o Administração de indometacina (dose inicial de 0,2 mg/kg) ou ibuprofeno (10 mg/kg na primeira dose, seguido por 5 mg/kg). o Se a terapia medicamentosa falhar, considerar intervenção cirúrgica para fechamento do canal arterial. 7. Quais são os critérios diagnósticos e as estratégias preventivas para a (ECN) no prematuro? Diagnóstico : Sinais clínicos incluem distensão abdominal, vômitos biliosos, sangue nas fezes. A radiografia abdominal mostra pneumatoses intestinais. Prevenção : Nutrição enteral gradual com leite materno (preferível a fórmulas artificiais), evitar sobrecarga alimentar e início precoce da nutrição parenteral. Tratamento : Antibioticoterapia e, em casos graves, cirurgia. 8. Como prevenir e tratar a retinopatia da prematuridade (ROP)? Prevenção : o Controle estrito da oxigenação (manter saturação de oxigênio entre 90-95%). o Triagem oftalmológica entre 4-6 semanas de vida. Tratamento : o Terapia a laser ou injeções de anti-VEGF (fator de crescimento endotelial vascular) nos casos mais graves. 9. Qual é o manejo inicial de um recém-nascido prematuro na sala de parto?
Recém-nascido prematuro Aquecimento imediato para prevenir hipotermia. Manutenção da via aérea com posicionamento adequado e aspiração, se necessário. Avaliação de vitalidade conforme as diretrizes do NRP (Neonatal Resuscitation Program). Ventilação com CPAP nasal se houver dificuldade respiratória.
10. Quais são as indicações e os benefícios da nutrição parenteral e enteral em prematuros? Nutrição Parenteral Total (NPT) : Iniciada nas primeiras horas de vida para garantir aporte de calorias e nutrientes adequados. Nutrição Enteral : O leite materno é preferido pela proteção contra infecções e enterocolite necrosante. A introdução deve ser gradual. Benefícios : Crescimento adequado, redução de complicações metabólicas e gastrointestinal (ECN). Referências : Nelson Textbook of Pediatrics, UpToDate. 8. REFERÊNCIAS o Nelson Textbook of Pediatrics – 21ª edição. o Neonatal Resuscitation Program (NRP) Textbook – 8ª edição. o Manual de Neonatologia (Avery's Diseases of the Newborn). o UpToDate – Artigos sobre prematuridade e neonatologia. o Diretrizes da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) – Cuidados com o recém-nascido prematuro.