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Recuperação de solos, Resumos de Mecânica dos Solos

Apostila sobre a recuperação de solos

Tipologia: Resumos

2021

Compartilhado em 27/09/2023

michaelen-pagnan
michaelen-pagnan 🇧🇷

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Solos Página 31
Curso: Técnico em Agropecuária
Disciplina: Solos
Docente: Daniel Dias Valadão Jr
7. CORRETIVOS E FERTILIZANTES
Os fertilizantes e corretivos agrícolas são os insumos mais importantes, em termos
percentuais, para aumentar a produtividade das culturas.
Fertilizantes
Fertilizantes são definidos na legislação brasileira como “substâncias minerais ou orgânicas,
naturais ou sintéticas, fornecedoras de um ou mais nutrientes das plantas”.
Os elementos químicos presentes nos fertilizantes, conforme a quantidade ou proporção são
divididos em macronutrientes primários (nitrogênio, fósforo, potássio), macronutrientes secundários
(cálcio, magnésio e enxofre) e micronutrientes (boro, cloro, cobre, ferro, manganês, molibdênio,
zinco, sódio, silício e cobalto).
Tipos de Fertilizantes
Fertilizantes minerais são os constituídos de compostos inorgânicos (compostos desprovidos de
carbono). Fertilizantes orgânicos são os fertilizantes constituídos de compostos orgânicos de origem
natural, vegetal ou animal. Fertilizantes organo-minerais são os fertilizantes resultantes da mistura de
fertilizantes orgânicos e minerais.
Fertilizantes minerais
Em geral, os fertilizantes minerais são sais inorgânicos de diferentes solubilidades. A
eficiência agronômica depende da sua solubilidade e das reações químicas com o solo. Os fertilizantes
nitrogenados, por exemplo, são totalmente solúveis no solo, podendo ser lixiviados parcialmente. Os
fertilizantes potássicos são também solúveis, apresentando, porém, menores perdas por lixiviação
pois o íon K+ é retido nos sítios de troca das partículas do solo, sendo retirado pela água somente
aquela parcela presente na solução do solo. Já os fertilizantes fosfatados apresentam solubilidade
bastante variável, em função do tipo de fosfato, do tratamento térmico ou químico dado a rocha
fosfatada e do tipo de partícula predominante no solo (areia, silte ou argila).
Os fertilizantes minerais se subdividem em três classes segundo sua composição, fertilizante
simples formado por um composto químico, sem ser misturado com outro material fertilizante,
contendo um ou mais nutrientes como a rocha fosfatada. O fertilizante misto é a mistura de dois ou
mais elementos simples, contendo pelo menos dois dos três nutrientes primários (N, P e K).
Fertilizante complexo é formado pela mistura de fertilizantes resultantes de processo tecnológico em
que se formam dois ou mais compostos químicos. São misturas produzidas a partir de matérias primas
dando origem a compostos químicos.
Os fertilizantes podem ser sólidos, líquidos ou gasosos. A forma sólida é a predominantemente
usada no Brasil. Os fertilizantes minerais apresentam uma fórmula ou concentração, que expressa,
em porcentagem, a quantidade de nutrientes contidos no fertilizante e é representada por três números
em linha horizontal e separados por um traço. O primeiro corresponde à porcentagem de N, o segundo
à porcentagem de P2O5 e o terceiro à porcentagem de K2O.
Os fertilizantes minerais podem ser na forma de pó ou farelo e granulados. Pó quando as
partículas são de pequenas dimensões, e granulados quando as partículas são de dimensões que
Material instrucional elaborado a partir de trabalhos de
autoria de Ecila Maria Nunes Giracca; José Luis da Silva Nunes;
Gaspar H. Korndörfer e outros.
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Curso: Técnico em Agropecuária Disciplina: Solos Docente: Daniel Dias Valadão Jr

7. CORRETIVOS E FERTILIZANTES

Os fertilizantes e corretivos agrícolas são os insumos mais importantes, em termos percentuais, para aumentar a produtividade das culturas.

Fertilizantes Fertilizantes são definidos na legislação brasileira como “substâncias minerais ou orgânicas, naturais ou sintéticas, fornecedoras de um ou mais nutrientes das plantas”. Os elementos químicos presentes nos fertilizantes, conforme a quantidade ou proporção são divididos em macronutrientes primários (nitrogênio, fósforo, potássio), macronutrientes secundários (cálcio, magnésio e enxofre) e micronutrientes (boro, cloro, cobre, ferro, manganês, molibdênio, zinco, sódio, silício e cobalto).

Tipos de Fertilizantes Fertilizantes minerais são os constituídos de compostos inorgânicos (compostos desprovidos de carbono). Fertilizantes orgânicos são os fertilizantes constituídos de compostos orgânicos de origem natural, vegetal ou animal. Fertilizantes organo-minerais são os fertilizantes resultantes da mistura de fertilizantes orgânicos e minerais.

Fertilizantes minerais Em geral, os fertilizantes minerais são sais inorgânicos de diferentes solubilidades. A eficiência agronômica depende da sua solubilidade e das reações químicas com o solo. Os fertilizantes nitrogenados, por exemplo, são totalmente solúveis no solo, podendo ser lixiviados parcialmente. Os fertilizantes potássicos são também solúveis, apresentando, porém, menores perdas por lixiviação pois o íon K+^ é retido nos sítios de troca das partículas do solo, sendo retirado pela água somente aquela parcela presente na solução do solo. Já os fertilizantes fosfatados apresentam solubilidade bastante variável, em função do tipo de fosfato, do tratamento térmico ou químico dado a rocha fosfatada e do tipo de partícula predominante no solo (areia, silte ou argila). Os fertilizantes minerais se subdividem em três classes segundo sua composição, fertilizante simples formado por um composto químico, sem ser misturado com outro material fertilizante, contendo um ou mais nutrientes como a rocha fosfatada. O fertilizante misto é a mistura de dois ou mais elementos simples, contendo pelo menos dois dos três nutrientes primários (N, P e K). Fertilizante complexo é formado pela mistura de fertilizantes resultantes de processo tecnológico em que se formam dois ou mais compostos químicos. São misturas produzidas a partir de matérias primas dando origem a compostos químicos. Os fertilizantes podem ser sólidos, líquidos ou gasosos. A forma sólida é a predominantemente usada no Brasil. Os fertilizantes minerais apresentam uma fórmula ou concentração, que expressa, em porcentagem, a quantidade de nutrientes contidos no fertilizante e é representada por três números em linha horizontal e separados por um traço. O primeiro corresponde à porcentagem de N, o segundo à porcentagem de P 2 O 5 e o terceiro à porcentagem de K 2 O. Os fertilizantes minerais podem ser na forma de pó ou farelo e granulados. Pó quando as partículas são de pequenas dimensões, e granulados quando as partículas são de dimensões que

Material instrucional elaborado a partir de trabalhos de autoria de Ecila Maria Nunes Giracca; José Luis da Silva Nunes; Gaspar H. Korndörfer e outros.

permitem caracterizar um granulo. As misturas de granulados são obtidas pela simples mistura de dois ou mais fertilizantes simples granulados, caracterizam-se por apresentar os nutrientes diferentes nos grânulos; as misturas granuladas são obtidas pela mistura de dois ou mais fertilizantes simples em pó e sua posterior granulação, contendo todos os nutrientes referenciados na formula em cada grânulo. A influência do tamanho das partículas nas características dos fertilizantes sólidos ocorre porque a subdivisão de um material aumenta sua superfície de exposição por unidade de massa. Características dos fertilizantes como dissolução, higroscopicidade e outras, são aumentadas ou reduzidas em função do tamanho das partículas componentes do fertilizante. Os fertilizantes solúveis em água e higroscópicos, como nitrato de amônio, ureia, nitrocálcio, são mais eficientes com granulometria grosseira, fertilizantes pouco solúveis em água, como os termofosfatos, fosfatos naturais, devem ser preferencialmente usados os de granulometria fina. Um único produto pode apresentar um, dois ou mais macronutrientes primários, podendo conter, também, macronutrientes secundários e micronutrientes. Na maioria das condições de cultivo mais de um macronutriente primário é necessário, o que fez crescer o uso de fertilizantes com vários nutrientes, especialmente o nitrogênio, o fósforo e o potássio, obtido através da mistura de fertilizantes. Entretanto os fertilizantes que contêm apenas um ou dois nutrientes (fertilizantes simples) permitem o preparo de misturas especificas pelo consumidor e o parcelamento na aplicação de certos nutrientes.

Fertilizantes orgânicos Vários materiais orgânicos podem ser utilizados como fertilizantes. Os fertilizantes orgânicos aplicados no solo precisam ser mineralizados pois as plantas não absorvem compostos na forma orgânica. Os principais fertilizantes orgânicos são esterco de galinha, esterco de curral, torta de mamona, torta de algodão, resíduos industrializados, vermicomposto. Além de contribuir com a melhoria da fertilidade dos solos, os resíduos orgânicos contribuem com a melhoria da agregação do solo, da estrutura, da aeração, da drenagem e da capacidade de armazenagem do solo. Os fertilizantes fluidos ou líquidos estão subdivididos em duas classes que são as soluções e as suspensões. Os fertilizantes fluidos surgiram comercialmente no mercado norte americano há aproximadamente 20 anos. O uso de fertilizantes líquidos é bastante recente no Brasil, mas o consumo vem crescendo, principalmente em adubações foliares e fertirrigação. Os fertilizantes minerais em relação aos orgânicos apresentam uma vantagem do ponto de vista econômico, por apresentarem elevadas concentrações de nutrientes, resultando em menores custos de armazenamento, transporte e aplicação por unidade de massa de nutriente. Os produtos orgânicos desempenham muito mais as funções de condicionador do solo e muito pouco as funções de fertilizante, enquanto os produtos minerais desempenham efetivamente as funções de fertilizante. As diferentes formas de fertilizantes minerais por apresentam diferentes características e no caso dos orgânicos várias composições e formas de mineralização apresentam comportamento variado no solo.

Características dos Fertilizantes As características de qualidade dos fertilizantes são as condições naturais ou artificiais que esses produtos se apresentem, e têm relação direta ou indireta com a sua eficiência, são de natureza física, química ou físico-química. As características de natureza física são, o estado físico do fertilizante que pode ser sólido, fluido ou gasoso. A granulometria dos fertilizantes sólidos está relacionada com o tamanho e a forma das partículas. Todos os fenômenos que dependem do contato, como velocidade de dissolução, absorção de umidade atmosférica ou higroscopicidade são intensificados ou reduzidos em função do tamanho. Os fertilizantes solúveis em água e higroscópicos como, nitrato de amônio, uréia, nitrocálcio devem ser preferencialmente de granulometria grosseira. Fertilizantes pouco solúveis em água, como os termofosfatos, fosfatos naturais, devem ser com granulometria fina. Uma característica de qualidade dos fertilizantes sólidos, relacionada com o

fertilizantes nitrogenados, etc.). A neutralização da acidez consiste em neutralizar os H+, o que é feito pelo ânion OH-. por isso, os corretivos de acidez devem ter componentes básicos para gerar OH-, promovendo a neutralização. A incorporação de calcário no solo é chamada calagem. Além de corrigir a acidez do solo, fornece cálcio (CaO) e magnésio (MgO), neutraliza o efeito fitotóxico do alumínio e do manganês e potencializa o efeito dos fertilizantes. A calagem é considerada como uma das práticas que mais contribui para o aumento da eficiência dos adubos e conseqüentemente, da produtividade e da rentabilidade. O sucesso da prática da calagem depende fundamentalmente de três fatores que são a dosagem adequada, as características do corretivo utilizado e a aplicação correta. A análise do solo é a ferramenta básica para identificar a necessidade de calagem em uma área, Das características dos corretivos de acidez dos solos relacionados com a qualidade, duas são consideradas as mais importantes: a granulometria e o teor de neutralizantes. Essas características determinam o Poder Relativo de Neutralização Total do corretivo (PRNT), que é resultado do teor de compostos químicos presentes no calcário que agem na neutralização da acidez (PN poder de neutralização) e do grau de finura na moagem (RE Reatividade). A legislação atual determina que os corretivos da acidez do solo devem possuir como características mínimas passar 100% em peneira de 2 mm (ABNT n° 10); 70% em peneira de 0,84 mm (ABNT n° 20) e 50% na peneira de 2mm (ABNT n° 10). O teor de umidade máximo admitido para corretivos de acidez é de 10%. O calcário é o corretivo natural mais abundante e mais utilizado no Brasil, obtido pela moagem da rocha calcária. Seus constituintes são carbonato de cálcio CaCO3 e carbonato de magnésio MgCO3. Em função dos teores de Mg os calcários são classificados em calcítico (< 5% de MgO), magnesiano (5 a 12% de MgO) ou dolomítico (> 12% de MgO). Cal virgem agrícola é obtida industrialmente pela calcinação ou queima completa do calcário. Seus constituintes são o óxido de cálcio (CaO) e o óxido de magnésio (MgO). Cal hidratada agrícola ou cal extinta é obtida industrialmente pela hidratação da cal virgem, seus constituintes são o hidróxido de cálcio Ca(OH) 2 e o hidróxido de magnésio Mg(OH) 2. O calcário calcinado, é obtido industrialmente pela calcinação parcial do calcário. Seus constituintes são (CaCO 3 ) e (MgCO 3 ) não decompostos do calcário, (CaO) e (MgO) e também Ca(OH) 2 e Mg(OH) 2 resultantes da hidratação dos óxidos pela umidade do ar; é um produto de características e propriedades intermediárias entre o calcário e a cal virgem. A escória básica de siderurgia é um subproduto da indústria do ferro e do aço. Seus constituintes são, o silicato de cálcio (CaSiO 3 ) e o silicato de magnésio (MgSiO 3 ). O Carbonato de cálcio é obtido pela moagem de margas (depósitos terrestres de carbonato de cálcio), corais e sambaquis (depósitos marinhos de carbonato de cálcio), tendo ação neutralizante semelhante à do carbonato de cálcio dos calcários. O gesso agrícola é também denominado fosfogesso. Nas indústrias de fertilizantes, durante o processo de fabricação de superfosfatos, simples e triplo, e fosfatos de amônio, MAP e DAP, usam como matéria-prima a rocha fosfática, geralmente a fluorapatita, esta, ao ser atacada com ácido sulfúrico, na presença de água, forma como subprodutos sulfato de cálcio, ácido fosfórico e ácido fluorídrico. Tem sido usado quando o solo apresenta baixos teores de cálcio e de enxofre e para diminuição de concentrações tóxicas do alumínio trocável nas camadas mais inferiores do solo. A indústria de calcário coloca no mercado produtos com ampla variação na granulometria, teores de cálcio e magnésio e PRNT. A decisão da escolha deve ser tomada com base na análise do solo, na exigência da cultura e no preço. Os corretivos mais reativos são, em geral, de custo mais elevado, porque necessitam moagem mais intensa ou calcinação ou ambos. O efeito residual de um corretivo é o tempo de duração da calagem efetuada, e depende de vários fatores como dosagem usada, tipo de solo, adubações (os adubos nitrogenados acidificam o solo), intensidade de cultivo, e a reatividade do corretivo. Quanto maior a reatividade, menor o efeito residual, isto é, mais rápida a ação do corretivo. Os corretivos apresentam baixa solubilidade, e sua ação está associada à umidade do solo e ao contato do corretivo com o solo, fatores diretamente ligados ao grau de moagem do corretivo,

quanto mais moído, maior é o contato e mais rápida será sua ação, quanto mais misturado, maior é o contato e mais rápida a ação no solo. Para uma boa mistura do corretivo com o solo é necessário que ele seja distribuído uniformemente e bem incorporado. O conceito de eficiência está ligado à lucratividade, isto é, o corretivo mais eficiente é aquele que proporciona maior lucro. Ocorrem situações que necessitam de corretivos com maior reatividade, como atraso na calagem, calagem em terrenos arrendados, hortas, solos muito ácidos, entretanto há situações que necessitam de efeito residual, como calagem para implantação de culturas perenes e pastagens. Na eficiência também deve ser considerada a natureza química do produto e a granulometria. Essas diferenças devem ser observadas na aplicação. Cal virgem, cal hidratada e calcário calcinado devem ser incorporados logo após a aplicação para não empedrarem, produtos de granulometria fina necessitam equipamentos adequados para aplicação, e podem apresentar perdas devido ao vento. Deve ser considerado também o custo, do produto e o transporte. Há diferentes situações agrícolas que exigem corretivos com diferentes características.

Características dos corretivos Natureza química dos constituintes Conforme visto, os corretivos de acidez diferem entre si pela natureza química de seus constituintes. e, de acordo com essa natureza, os constituintes podem ser ou originar bases fracas, como os carbonatos e silicatos, de ação mais lente, ou base forte como o hidróxido, de ação mais rápida e enérgica. Por isso, os corretivos devem ser comercializados com a sua correta denominação, o que é exigido pela legislação brasileira, a fim de que o consumidor, conhecendo-os, saiba como utilizá-los corretamente. Poder de neutralização O poder de neutralização de um corretivo de acidez é determinado analiticamente, fazendo-se uma amostra do mesmo reagir com uma quantidade conhecida e em excesso de ácido clorídrico relativamente diluído (0,5N) e a quente. Dessa forma, é dada oportunidade ao corretivo de exercer toda a sua capacidade de neutralizar o ácido. Posteriormente, determina-se o excesso de ácido e, por diferença, calcula-se a quantidade de ácido neutralizada pelo corretivo. De acordo com o princípio da equivalência química, a quantidade de ácido neutralizada equivale à quantidade de constituinte neutralizante contido na amostra. Ainda pelo princípio da equivalência, seja qual for o constituinte da amostra, considera-se como sendo o CaCO3, que é tomado como padrão. Assim, calcula-se a quantidade de CaCO3 que deveria existir na amostra e o resultado é expresso em “porcentagem equivalente em carbonato de cálcio”. Teores de cálcio e de magnésio A identificação de um produto como corretivo de acidez dos solos é feita determinando-se os teores de cálcio e de magnésio. A ausência ou teores muito baixos desses elementos indicam que o produto não é corretivo de acidez dos solos. Essa determinação fornece os teores desses constituintes na forma elementar, isto é, Ca e Mg; mas são expressos, por convenção, como CaO e MgO em todos os corretivos. Solubilidade A solubilidade em água das espécies neutralizantes dos corretivos é baixa: CaCO^3 : 0,014 g/L a 25ºC; MgCO^3 : 0,106 g/L a 25°C; Ca(OH)^2 ; 1,85 g/L a 0°C; Mg(OH)^2 : 0,009 g/L a 18°C; CaSiO^3 : 0,095 g/L a 17°C. O CaO e o MgO reagem com a água produzindo os respectivos hidróxidos. As impurezas presentes nos materiais corretivos concorrem para dificultar a solubilidade desses constituintes. Granulometria Devido à baixa solubilidade das espécies neutralizantes, a ação dos corretivos nos solos depende, além da umidade, do contato do corretivo com o solo. E esse contato, por sua vez, depende: a) Da moagem do corretivo: quanto mais moído, maior é o contato e mais rápida será sua ação no solo e vice-versa; b) Da mistura do corretivo com o solo: quanto mais misturado, maior é o contato e mais rápida será sua ação no solo e vice-versa. Para uma boa mistura do corretivo com o solo é necessário que ele seja distribuído

de culturas perenes, semi-perenes e pastagens; muitas situações necessitam de corretivos com reatividade e efeito residual em níveis intermediários. Deve-se considerar também a natureza química do produto e a granulometria, porque exigem diferentes cuidados na aplicação: cal virgem, cal hidratada e calcário calcinado devem ser incorporados logo após a aplicação para não se empedrarem, assim como exigem maior proteção das pessoas que os aplicam quanto ao contato com a pele e os olhos; e produtos de granulometria fina exigem equipamentos adequados para aplicação, assim como podem apresentar acentuadas perdas devido ao vento. Não se pode definir o melhor corretivo apenas pelas suas características. Há diferentes situações agrícolas que exigem corretivos com diferentes características: cabe ao técnico indicar o corretivo mais adequado a cada situação; e cabe aos produtores de corretivos colocar no mercado produtos com características especificadas e garantidas.

8. CORREÇÃO DA ACIDEZ SUPERFICIAL: CALAGEM

Porque os solos ácidos devem receber calagem? A acidez do solo afeta o crescimento das plantas de várias formas. Sempre que o pH é baixo (a acidez é alta) um ou mais efeitos detrimentais podem afetar o crescimento das culturas:

  1. Concentrações de elementos, tais como o Al e o Mn, podem atingir níveis tóxicos, porque sua solubilidade aumenta nos solos ácidos;
  2. Os organismos responsáveis pela decomposição da matéria orgânica e pela liberação de nitrogênio, fósforo e enxofre podem estar em pequeno número e com pouca atividade;
  3. O Ca pode ser deficiente quando a CTC do solo é baixa. O mesmo pode acontecer como o Mg;
  4. A fixação simbiótica de N pelas leguminosas é severamente reduzida. A fixação simbiótica requer uma amplitude de pH mais estreita para o crescimento ótimo das plantas do que no caso de plantas não fixadoras de N. A bactéria simbiótica da soja é mais eficiente em pH variando de 6,0 a 6,2.
  5. Os solos argilosos, com alta acidez, são menos agregados. Isto causa baixa permeabilidade e aeração, um efeito indireto, motivo pelo qual os solos que receberam calagem produzem mais resíduos das culturas. Os resíduos favorecem a estrutura;
  6. A disponibilidade de nutrientes como o P e o Mo é diminuída. A calagem dos solos ácidos corrige essas condições anteriores. Ela também diminui a tendência de lixiviação do potássio. Os calcários magnesianos e dolomíticos fornecem cálcio e magnésio, sendo ambos essenciais para o crescimento das plantas.

Como o calcário reduz acidez do solo? Os processos e as reações pelos quais o calcário reduz a acidez do solo são muito complexos, mas uma simplificação é apresentada a seguir: Como foi mencionado anteriormente, o pH e um solo é uma expressão da atividade do íon H+. O calcário reduz a acidez do solo (eleva o pH) pela conversão de alguns desses íons H+ em água. A reação acontece, resumidamente, assim:

Lembre-se de que o inverso desse processo também pode ocorrer. Um solo ácido pode tornar- se mais ácido se um programa de calagem não for seguido. À medida que os íons básicos como Ca2+, Mg2+^ e K+^ são removidos, geralmente por absorção pelas culturas, eles podem ser substituídos por H+. Estes íons básicos também podem ser perdidos por lixiviação, novamente sendo substituídos por H+. A atividade do H+^ aumentará continuamente, abaixando o pH do solo, se não for feita a calagem adequada.

Época e frequência das aplicações de calcário Para rotações que incluem leguminosas, o calcário deve ser aplicado entre três a seis meses antes da semeadura, especialmente em solos muito ácidos. A calagem feita poucos dias antes do plantio da alfafa ou do trevo, por exemplo, geralmente produz resultados decepcionantes, porque o calcário pode não ter tido tempo suficiente para reagir com o solo. Se uma leguminosa como o trevo é plantada após o trigo de outono, o calcário deve ser aplicado no plantio do trigo. Independente da cultura, o calcário deve ser aplicado com a devida antecedência ao plantio para permitir a reação com o solo. As formas cáusticas de calcário (óxido de cálcio e hidróxido de cálcio) devem ser espalhadas com bastante antecedência ao plantio para prevenir danos às sementes na germinação. As afirmações generalizadas sobre a frequência da calagem são provavelmente inadequadas. Muitos fatores estão envolvidos. A melhor maneira para se determinar a necessidade de uma nova calagem, é analisando-se o solo. As amostras de solo devem ser feitas a cada três ou cinco anos - mais frequentemente em solos arenosos. Os seguintes fatores influenciarão a frequência da calagem.

  1. Textura do solo - Os solos arenosos precisam receber nova calagem com mais frequência do que os solos argilosos;
  2. Dose de adubação nitrogenada - Altas doses de adubos NH 4 +^ (amoniacais) geram considerável acidez;
  3. Taxa de remoção pelas culturas - As leguminosas removem mais Ca e Mg do que as não leguminosas;
  4. Quantidade de calcário aplicada - Doses mais elevadas normalmente significam que o solo não necessita de nova calagem com frequência. Não abuse do calcário.

Localização do calcário O fator mais importante, que determina a eficiência do calcário, é a sua localização. É essencial que a incorporação seja feita de modo a permitir o máximo contato com o solo da camada arável. Os materiais calcários mais comuns são apenas ligeiramente solúveis em água, assim sendo, é absolutamente necessária a incorporação para que ocorra a reação do calcário. Mesmo quando adequadamente misturado ao solo, o calcário terá pouco efeito sobre o pH, se o solo estiver seco. A umidade é essencial para que o calcário reaja no solo. Quando grandes quantidades de calcário são aplicadas em solos argilosos, a mistura fica mais bem feita aplicando-se uma parte antes da aração, e outra, depois desta operação. Em solos arenosos, que podem ser preparados à profundidade de 10-15 cm, uma aplicação apenas, antes ou depois da gradagem, é suficiente. Em alguns sistemas de cultivo, como as culturas perenes e as pastagens, a mistura somente pode ser feita antes da semeadura. Uma vez estabelecida a cultura, o calcário só poderá ser aplicado a lanço, em cobertura. O calcário aplicado à superfície reage lentamente e não tão completamente quanto o calcário misturado com o solo.

Benefícios da calagem  Fornecimento de Ca e Mg;  Aumenta o pH;

Desta maneira, altos teores de alumínio e baixos teores de cálcio nas camadas mais profundas não favorecem o desenvolvimento radicular e, assim, as raízes não conseguem buscar água e nutrientes. O gesso agrícola, sulfato de cálcio, contém cálcio e enxofre (S). Contém 32% de CaO e até 19% de S. Ele se dissocia em Ca²+^ e SO 4 ²-. Mas o gesso não é um corretivo para neutralizar a acidez do solo. Tão pouco tem a capacidade de elevar a “Capacidade de Troca de Cátions – CTC”. Ele é um condicionador do solo. Os benefícios do gesso agrícola são vários. Entre eles:

  1. O ânion SO 4 ²-^ imprime uma maior mobilidade ao cálcio levando-o para as camadas mais profundas;
  2. Por sua vez, o íon sulfato se liga ao alumínio formando um sal, o sulfato de alumínio (AlSO 4 ), que é menos tóxico para a planta;
  3. Fornece cálcio e enxofre para as plantas.

Quando aplicar o gesso agrícola O gesso deve ser aplicado quando, no mínimo, uma destas condições seja satisfeita:

  1. Teor de cálcio (Ca) menor ou igual a 0,4 cmolc/dm³;
  2. Teor de alumínio (Al) maior que 0,5 cmolc/dm³;
  3. Saturação por alumínio (m%) maior que 30%. O produtor agrícola pensando em aplicar gesso deve providenciar na análise do solo. Neste caso, a amostragem deve ser feita na profundidade de 20-40 cm ou 30-60 cm e não na de 0-20 cm como é feita normalmente. Lembre-se que para aplicar gesso, os resultados da análise devem ser de amostras retiradas das camadas mais profundas. Quando coletar amostras das camadas de 0-20, 20- 40, 30-60 cm é preciso cuidar para não misturá-las. As amostras devem ser independentes de cada camada. Para isto, é bom ter o cuidado de não misturá-las e proceder à identificação de cada camada. Em geral, a profundidade mais usada é a camada de 20-40 cm.

Como calcular a quantidade de gesso agrícola Existem várias fórmulas apresentadas pelos pesquisadores para calcular a necessidade de gesso. Mas para a região do Cerrado se usa a seguinte: Para culturas anuais – DG (kg/ha) = 50 x teor de argila (%) Para culturas perenes – DG (kg/ha) = 75 x argila (%)

10. ADUBAÇÃO

Para que uma cultura possa crescer, desenvolver atingir boas produções é necessário que o solo forneça os nutrientes minerais essenciais: nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre, boro, cloro, cobalto, cobre, ferro, manganês, molibdênio e zinco. Quando o solo não possui esses nutrientes em quantidade suficientes, eles devem ser adicionados através de una adubação adequada. Essa adubação adequada é, normalmente, feita por aplicação, via solo, de fertilizantes minerais que carreiam um ou mais nutrientes essenciais. Para certas situações especiais, essa aplicação pode ser feita via adubação foliar ou, tratamento de sementes.

Aplicação via solo - A aplicação via solo pode ser de correção ou de manutenção.

  1. Adubação de correção : a adubação corretiva tem a finalidade de corrigir a baixa fertilidade natural do solo preparando-o para uma resposta mais adequada à adubação de manutenção. Essa adubação corretiva é feita normalmente para Fósforo, podendo, em situações especiais, ser adotada também para o potássio e outros nutrientes. Ela pode ser feita de forma imediata ou gradativa e, no caso de culturas perenes, é chamada de adubação de fundação.

i) Correção imediata - geralmente quando o solo é muito pobre em um nutriente, principalmente em fósforo, as respostas à adubação de manutenção feitas no sulco de plantio nas culturas anuais são mais acentuadas quando a adubação de correção é feita previamente. A recomendação, nesse caso, é da aplicação de uma dose elevada de fertilizantes fosfatados com base no teor de argila, com distribuição a lanço, em área total. Essa adubação corretiva não elimina a necessidade de uma adequada adubação de manutenção. ii) Correção gradativa - É realizada utilizando-se, no sulco de plantio, por um período de 4 a 5 anos, doses de nutrientes maiores que aquelas recomendadas pela adubação de manutenção, até que este excedente atinja a dose recomendada para a correção imediata. A partir desse ponto, passa-se a adotar apenas a adubação de manutenção. É uma alternativa mais viável sob o aspecto econômico, uma vez que os gastos para a correção são diluídos em 4 a 5 anos. iii) Adubação de fundação - Para o caso de culturas perenes, a adubação de preparação das covas deve também ser considerada adubação corretiva. Isso porque, nesse caso é a única oportunidade que o agricultor tem de adubar de modo adequado o volume total da cova onde será plantada a muda da cultura perene que vai permanecer muitos anos produção. Erros na adubação de fundação, dificilmente podem ser corrigidos adubações de crescimento e produção culturas perenes.

  1. Adubação de manutenção - São consideradas adubações de manutenção aquelas feitas no sulco de plantio e as coberturas em culturas anuais e pastagens, bem como, as adubações de crescimento e produção de culturas perenes. Para quem dispõe de um equipamento de irrigação, essa adubação de manutenção pode ser feita através da técnica denominada fertirrigação.

i. Adubação foliar - A adubação foliar é uma forma se fazer a adubação de manutenção, através da pulverização das folhas das culturas anuais perenes com soluções contendo um ou mais nutrientes essenciais. Na maioria dos casos, a adubação foliar não é substitutiva das aplicaçãe via solo. Ela é muito mais utilizada e eficiente como complemento na solução de problemas de deficiências de micronutrientes (boro, cobre, ferro, manganês, molibdênio e zinco). ii. Tratamento de sementes - O tratamento sementes é também uma forma eficiente de se fazer a adubação de manutenção das culturas anuais e de pastagens para certas situações específicas de deficiências de micronutrientes. Consiste em se misturar às sementes, antes do plantio, fertilizantes minerais contendo micronutrientes que, em geral, são essenciais, mas cujas doses por hectare são pequenas. É uma tecnologia de absoluta comprovação para aplicação de molibdênio e cobalto nas sementes de espécies leguminosas (soja, feijão, etc.) e, para certas culturas produtoras de grãos, para aplicação de zinco, boro e cobre.

Lembre-se:

  1. Além do uso sistemático da análise de solos, faça uso de outras "ferramentas" para uma diagnose correta de possíveis problemas de fertilidade do solo e de nutrição de plantas (análise foliar, sintomas de deficiência e toxidez, fatores que afetam a disponibilidade de nutrientes e histórico de manejo da área).
  2. Para culturas anuais, distribua o adubo 5 cm ao lado e 5 cm abaixo da semente; nunca em contato com a mesma.
  3. Os fosfatos naturais e os termofosfatos são mais eficientes quando aplicados a lanço, em área total, em solos com pH em água até 5,5.
  4. Adubos fosfatados solúveis em citrato neutro de amônia mais água (superfosfatos simples, superfosfatos triplo, MAP, DAP, etc) e misturas que os contenham devem, preferencialmente, ser aplicados na forma granulada e localizada (sulcos ou faixas).

Argila Sistema de sequeiro Sistema irrigado P no solo P no solo Muito Baixa Baixa Média Muito Baixa Baixa Média % ------------------------------kg/ha de P 2 O 5 -------------------------------------------- <15 60 30 15 90 45 20 16 a 35 100 50 25 150 75 40 36 a 60 200 100 50 300 150 75

60 280 140 70 420 210 105

Quadro 4. Interpretação dos teores do potássio para solos do Cerrado

Quadro 5. Recomendação de adubação corretiva com potássio para solos do Cerrado

Teor de K Kg/ha de K 2 O

CTC a pH 7 menor que 4 cmolc/dm-³^ Baixo Médio Adequado Alto 50 25 0 0 CTC a pH 7 a maior que 4 cmolc/dm-³^100 50 0

Quadro 6. Interpretação dos teores Cálcio e Magnésio para solos do Cerrado

Quadro 7. Interpretação da saturação por Al (m%)

9.2.Principais fertilizantes utilizados no Brasil

**1. Principais fertilizantes nitrogenados

  1. Principais adubos fosfatados
  2. Principais adubos potássicos
  3. Adubos com Enxofre, Cálcio e Magnésio**

**6. Principais resíduos industriais

  1. Principais estercos de animais (base seca)
  2. Chorumes e vinhaças**