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Tipologia: Provas
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Não perca as partes importantes!
Prof. Fabiano Sales – Aula 01
Aula 01
Vitoriosos alunos, na aula 01, do curso de Discursiva – Redação para o Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região , tenho como objetivo a apresentação da Teoria Textual (gênero textual, tipologia dos textos, defeitos e qualidades de textos dissertativos, coerência e coesão). Para melhor orientá-los em seus estudos, apresento o sumário abaixo a vocês:
SUMÁRIO
**01. Gênero Textual X Tipologia Textual .....................................................
Gênero Textual X Tipologia Textual
Inicialmente, é importante esclarecer que gênero textual e tipologia textual não se confundem. O gênero textual relaciona-se à função, ao objetivo do texto. A observância dos títulos e da fonte (veículo material onde se encontra o texto) é muito importante para se saber qual é o objetivo textual. Por exemplo, qual o objetivo do gênero anúncio? É provocar uma atitude de compra. E do gênero manual de instruções? Quem já teve contato com esse gênero sabe que a finalidade é auxiliar na utilização adequada de algum aparelho. O gênero noticiário tem a função de informar. Um editorial tem a finalidade de expor um fato. Por fim, o gênero horóscopo , presente diariamente em jornais e revistas, apresenta a finalidade de prever. Com relação à tipologia textual , podemos dizer que há obediência a aspectos linguísticos próprios, relacionados à estrutura do texto. Por exemplo, o gênero noticiário , quando analisado sob a óptica estrutural, apresenta características pertencentes a uma narrativa ; por sua vez, o gênero horóscopo , quanto ao modo de organização do discurso, contém características relativas a um texto injuntivo (ou instrucional).
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Logo, é necessário observar o objetivo a que se destina o texto e as técnicas/características pertinentes a cada tipo textual.
Seguindo a tradição exigida em concursos públicos organizados pela banca Fundação Carlos Chagas , abordaremos os tipos de textos mais recorrentes, sendo classificados em narrativos , descritivos , injuntivos (instrucionais) e dissertativos (expositivos ou argumentativos). Por ser o texto dissertativo- -argumentativo a modalidade discursiva mais recorrente em concursos públicos organizados pela banca, daremos ênfase a essa tipologia. Dificilmente encontra-se um texto que apresente características exclusivamente narrativas, descritivas, injuntivas ou dissertativas (expositivas ou argumentativas). Em provas, é frequente a combinação de características inerentes a esses tipos de textos em uma só superfície textual, mas, normalmente, há a predominância de uma dessas formas. Assim, devemos dizer que “O texto é predominantemente” narrativo, descritivo, injuntivo ou dissertativo (expositivo ou argumentativo). Vocês podem me perguntar: Fabiano, como saberemos se um texto possui predominantemente características narrativas, descritivas, injuntivas ou dissertativas? Meus amigos, por isso estudaremos as características dos principais tipos de textos.
Definição
Narrar é contar uma história, uma sequência de fatos ocorridos em determinado local e tempo. Em outras palavras, é o retrato de um fato real ou imaginário contado por um narrador. Para que vocês consigam compreender uma narração, é preciso que o narrador evidencie:
Para tanto, é necessário conhecer os elementos básicos de um texto narrativo: narrador , personagem , espaço , tempo e enredo.
NARRADOR - é aquele que relata os fatos. A história pode ser narrada por um narrador-personagem (1ª pessoa) ou por um narrador-observador (3ª pessoa).
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TEMPO - é o momento em que a história se passa. O tempo da narração pode ser presente , passado ou futuro. Em narrativas, há o predomínio do tempo passado (pretérito), pois essa tipologia textual tem como característica básica o “fato consumado”, isto é, o fato narrado já ocorreu. Quando a intenção é a criação do imaginário ou a sensação de fantasia , usa-se a forma do pretérito imperfeito do indicativo.
Exemplo:
“João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número.
Uma noite, ele chegou ao Bar Vinte de Novembro. Bebeu Cantou Dançou
Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado."
(Manuel Bandeira)
O tempo da narrativa pode ser cronológico (linear, ocorrendo na ordem natural dos fatos – por exemplo, um dia, uma semana) ou psicológico (a memória do narrador – de acordo com as lembranças do narrador, a ordem dos acontecimentos pode ser modificada).
Exemplo de tempo cronológico (tempo real)
Após o expediente, partiu para comemorar seu aniversário na casa de seus queridos amigos. Sabia que lá haveria muita brincadeira, alegria e descontração. Assim que chegou ao local, foi recebido alegremente por todos.
Exemplo de tempo psicológico (tempo mental)
Aguardava o socorro dos bombeiros para ser retirado das ferragens. Pensou em sua vida, na família, nos amigos, nos planos que ainda não realizara. Tinha uma esposa linda, muito carinhosa, e uma filha que só lhe trazia alegrias. Mas voltou a si ao sentir as pernas presas nas ferragens.
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ENREDO - é definido como a trama desenvolvida em torno das personagens, sendo formado pela sequência de ações (causa e efeito) que se desenrolam durante a narrativa. Memorizem isto: toda narração é marcada por uma progressão temporal! O que pretendo dizer com isso? Que toda narração contém uma exposição , em que se apresentam a ideia principal, as personagens e o espaço (ou lugar); um desenvolvimento, em que se detalha a ideia principal, que, por sua vez, divide-se em dois momentos distintos: a complicação (têm início os “conflitos” entre as personagens) e o clímax (ponto culminante); e um desfecho , que é a conclusão da narrativa.
Exemplos:
O rapaz varou a noite inteira conversando com os amigos pela Internet ( exposição ). O pai, quando acordou às seis horas, percebeu a porta do escritório fechada e a luz acesa ( complicação ). O filho ainda estava no computador e não havia ido dormir. Sem que este percebesse, trancou a porta por fora ( clímax ). Meia hora depois, o filho queria sair e teve que chamar o pai, que abriu a porta ( desfecho ).
“João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número. ( exposição )
Uma noite, ele chegou ao Bar Vinte de Novembro. Bebeu Cantou ( complicação ) Dançou
Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas ( clímax ) e morreu afogado ( desfecho )."
(Manuel Bandeira)
Narração (síntese)
Podemos dizer, em linhas gerais, que a narração conceitua-se por apresentar:
narrador participante (narrador-personagem) ou não (narrador-observador) dos fatos narrados;
personagens que vivenciam tais fatos, localizando-os no tempo e no espaço;
fatos em sequência (progressão temporal), numa relação de causa e efeito.
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Discurso Direto Discurso Indireto
Verbo no futuro do presente. Ex.: “O aluno disse:
- Estudarei muito.”
Verbo no imperativo , presente do subjuntivo ou futuro do subjuntivo. Ex.: “-Não faça escândalo - disse o aluno.”
Oração justaposta. Ex.: “O aluno disse: - A prova está fácil .”
Oração interrogativa direta. Ex.: “O aluno perguntou:
Pronomes demonstrativos de 1ª (este, esta, isto) ou 2ª (esse, essa, isso) pessoas. Ex.: “O aluno disse:
Advérbios de lugar aqui e cá. Ex.: “O aluno disse: Aqui está a prova.”
Presença de vocativo.
Ex.: Você vai aplicar a prova, professor? – perguntou o aluno.
Verbo no futuro do pretérito. Ex.: “O aluno disse que estudaria muito.”
Verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo. Ex.: “O aluno disse que não fizesse escândalo.”
Oração com conjunção. Ex.: “O aluno disse que a prova estava fácil.”
Oração interrogativa indireta (forma declarativa). Ex.: “O aluno perguntou se lá era bom. ”
Pronome demonstrativo de 3ª pessoa (aquele, aquela, aquilo). Ex.: “O aluno disse que aquela era a prova.”
Advérbio de lugar ali e lá. Ex.: “O aluno disse que ali estava a prova.”
Presença de objeto indireto na oração principal.
Ex.: O aluno perguntou ao professor se ele aplicaria a prova.
O discurso indireto livre ocorre quando as falas da personagem e do narrador se misturam (narrador onisciente – aquele que, além de conhecer os fatos, sabe em que a personagem está pensando), isto é, a fala da personagem é incluída no discurso do narrador. Nesse tipo de discurso, não há verbos declarativos e recursos de pontuação (dois-pontos, travessão, aspas, mudança de linha). Essa mistura ocasiona um monólogo da personagem.
Exemplo:
"Aperto o copo na mão. Quando Lorena sacode a bola de vidro a neve sobe tão leve. Rodopia flutuante e depois vai caindo no telhado, na cerca e na menininha de capuz vermelho. Então ela sacode de novo. ‘Assim tenho neve o ano inteiro’. Mas por que neve o ano inteiro? Onde é que tem neve aqui? Acha linda a neve. Uma enjoada. Trinco a pedra de gelo nos dentes." (Lygia Fagundes Telles, As meninas)
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Notamos que a primeira frase em destaque pertence ao narrador, todavia a segunda se confunde entre narrador e personagem. Com esse recurso, a narrativa se torna mais fluente, aproximando narrador e personagem.
Definição
Podemos definir descrição como o “retrato” de uma sequência de características, de impressões, de detalhes sobre uma pessoa, um “objeto”, podendo ser um animal, um ambiente ou uma paisagem. Na descrição, há valorização dos processos verbais não significativos ou de ligação, ou seja, os verbos de ação ou movimento são secundários. Nessa tipologia textual, o tempo verbal é o presente do indicativo ou o pretérito imperfeito. Entretanto, utilizam-se em maior número as formas nominais do verbo ( gerúndio , particípio ou infinitivo ), proporcionando a imobilidade do objeto descrito.
Exemplo:
“Estavam no pátio de uma fazenda sem vida. O curral deserto, o chiqueiro das cabras arruinado e também deserto, a casa do caseiro fechada, tudo anunciava abandono.” (Graciliano Ramos, Vidas Secas)
O parágrafo é descritivo, pois:
Tipos de Descrição
De acordo com o “objeto” descrito, a descrição pode ser:
CONCEITO EXEMPLO
Descrição Objetiva^ (Expressionista)
(^) O autor descreve o “objeto” de forma precisa e imparcial , sem emitir opinião, ou seja, quem descreve mostra a realidade concreta, com uma perspectiva isenta e imparcial. A descrição objetiva é marcada, predominantemente, pela linguagem denotativa , aproximando o “objeto” da realidade, por substantivos concretos e por adjetivos pospostos.
Ele tem uma estrutura de madeira, recoberta de espu- ma. Sobre a espuma há um tecido grosso. É o sofá da minha sala.
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Exemplos:
Este pequeno objeto que ora descrevemos encontra-se numa sala de aula e
serve para escrever. Tem mais ou menos dez centímetros e lembra um lápis,
estética e funcionalmente: uma de suas extremidades é menos grossa que a outra
e, para ser usado, precisa estar entre os dedos. É pressionado de encontro ao
quadro, causando riscos que têm a forma pretendida por quem o manipula.
( aspectos gerais )
O material de que é feito, o gesso, confere-lhe peso e consistência
insignificantes. À medida que é usado, vai-se decompondo, sendo visível também a
poeira que dele resulta. ( características físicas )
Não há variedade de modelos: qualquer um apresenta o formato básico.
Diferentes são as cores, pois há os azuis, os amarelos, os vermelhos e outros mais.
Está presente em todas as salas de aula convencionais, pois se trata de um valioso
instrumento no exercício da atividade docente. ( aspectos gerais )
“Este pequeno objeto que agora descrevemos encontra-se sobre uma mesa
de escritório e sua função é a de prender folhas de papel. ( aspectos gerais )
Tem o formato semelhante ao de uma torre de igreja. É constituído por um
único fio metálico que, dando duas voltas sobre si mesmo, assume a configuração
de dois desenhos (um dentro do outro), cada um deles apresentando uma forma
específica. Essa forma é composta por duas figuras geométricas: um retângulo cujo
lado maior apresenta aproximadamente três centímetros e um lado menor de cerca
de um centímetro e meio; um dos seus lados menores é, ao mesmo tempo, a base
de um triângulo equilátero, o que acaba por torná-lo um objeto ligeiramente
pontiagudo. ( características físicas )
O material metálico de que é feito confere-lhe um peso insignificante. Por ser
niquelado, apresenta um brilho suave. Prendemos as folhas de papel, fazendo com
que elas se encaixem no meio dele. ( características físicas )
Está presente em todos os escritórios onde se necessitam separar folhas em
blocos diferenciados. Embora aparentemente insignificante, dadas as suas
reduzidas dimensões, é muito útil na organização de papéis.” ( aspectos gerais )
(Branca Granatic, Técnicas básicas de redação)
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Descrição (síntese)
Podemos dizer, em linhas gerais, que a descrição :
caracteriza-se por meio de imagens ou palavras, seres, processos, cenas e lugares;
emprega termos com função adjetiva (adjetivos, locuções adjetivas, orações adjetivas) e verbos de ligação;
estabelece comparações (metáforas, por exemplo);
faz inferências a impressões sensoriais: cores, formas, gostos, cheiros, sons etc.
Vamos visualizar as diferenças entre narração e descrição:
NARRAÇÃO DESCRIÇÃO
Fatos não simultâneos, marcando uma temporalidade (há progressão temporal).
Fatos simultâneos , concomitantes, marcando uma atemporalidade (ausência de progressão temporal).
É dinâmica , com presença de verbos significativos, uma vez que o importante é a ação, isto é, o que aconteceu.
É estática , isto é, destituída de ação; o ser, o objeto ou o ambiente têm mais importância.
Destaca as relações lógicas , as causalidades. Em outras palavras, sempre haverá o desenrolar de um fato: a ação ; a presença de quem participa do fato: a personagem ; o lugar em que ocorre fato: o espaço ; o instante em que ocorre o fato: o tempo ; alguém que conta o fato: o narrador ; e o fato pro- priamente dito: o enredo.
Destaca os seres , os objetos , im- pondo-lhes características. Por essa razão, as frases têm como destaque o substantivo (representa cenas, paisagens, ambientes, seres, coisas e estados psíquicos) e o adjetivo (indica aspectos mais característicos, representando o registro de impressões sobre o descrito, marcando cor, sonoridade, textura, aroma ou sabor).
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(Encarte pôster, inserido na ed. 147, revista VendaMais , de julho de 2006.)
No texto acima, encontramos formas verbais no imperativo (“sonhe”, “estude”, “analise”, “reveja” etc.) – denotando ordem, pedido – e a forma pronominal “ você ”, empregadas com a intenção de aproximar receptor e mensagem. São características do texto injuntivo.
Essa é para quem é mais “antigo” (eu, por exemplo...rs). Quem não se recorda da famosa propaganda da Garoto? Vejam abaixo:
“ Compre Baton. Compre Baton. Seu filho merece Baton! ”
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No anúncio, percebe-se a clara intenção de persuadir o receptor da mensagem, levando-o à compra do produto. Como os publicitários conseguiram obter esse efeito? Através do emprego de formas imperativas (“Compre, Compre”), aproximando, mais uma vez, mensagem e receptor.
Injunção (síntese)
Podemos dizer, em síntese, que o texto injuntivo:
caracteriza-se por uma linguagem apelativa, direta e persuasiva;
emprega formas verbais no imperativo (afirmativo ou negativo); e
lança mão de formas pronominais de segunda pessoa (tu e você), com a intenção de aproximar receptor e mensagem.
A partir de agora, entramos no objeto da prova Discursiva – Redação , ou seja, estudaremos o texto dissertativo. Apertem o cinto e venham comigo!
Definição
Podemos definir dissertação como a apresentação de fatos ou a emissão de uma opinião, baseada em argumentos, acerca de um determinado assunto. Existem dois tipos de dissertação: a expositiva (objetiva) e a argumentativa (subjetiva). O texto dissertativo expositivo (objetivo) , também conhecido com informativo , é aquele em que o autor não defende sua opinião. Em outras palavras, o autor apenas explica as ideias, sem preocupar-se em convencer os leitores, tendo por objetivo apenas informar, apresentar, definir ou explicar o fato aos interlocutores. Esse tipo de texto é usado na imprensa, em livros didáticos, em enciclopédias, em biografias e em revistas de divulgação técnica e científica.
Exemplo:
Cor da casca depende da ração
Por que existem ovos de galinha com a casca branca e outros com a casca marrom? Há algumas diferenças nutritivas, entre elas a cor da casca dos ovos, que dependem basicamente da composição da ração que é dada à galinha. “Existem várias opções de composição. Cada criador escolhe a que mais se adapta ao tipo de animal que está criando”, explica a engenheira de alimentos Eney Martucci, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em São Paulo. Se houver, por exemplo, beterraba ou cenoura na ração, a coloração da casca será alterada e ela ficará mais escura. A cor do ovo, portanto, não tem relação com a cor da galinha que o gerou.
(Revista Superinteressante, novembro de 1995, com adaptações)
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Agora, vamos praticar com alguns exercícios de fixação.
1. Leia os parágrafos a seguir e marque:
(1) – Narração (4) – Dissertação expositiva (2) – Descrição (5) – Dissertação argumentativa (3) – Injunção
( ) "Existem momentos em que autoridades públicas adotam decisões que levam o observador comum a duvidar de suas condições para ocupar os cargos para os quais foram designados, ou então, a admitir que algo mais, não revelado ao comum dos mortais - nós todos - existe por detrás dos aparentes absurdos." (Jornal Almanara)
( ) "As folhas das árvores nem se mexiam; as carroças de água passavam ruidosamente a todo instante, abalando os prédios; e os aguadeiros, em manga de camisa e pernas arregaçadas, invadiam sem cerimônia as casas para encher as banheiras e os potes." (Aluísio de Azevedo)
( ) “Irene preta "Irene boa "Irene sempre de bom humor" (Manuel Bandeira)
( ) “O PREVINVEST padrão de vida durante a aposentadoria. Com ele, você pode escolher o tipo de fundo de investimento em que você quer aplicar seus recursos, o valor da contribuição ou da renda desejada e a partir de quando pretende receber o benefício. O PREVINVEST é oferecido em duas modalidades: PGBL e VGBL. (...)” (Prova da CAIXA. Caderno 15 – 1 – Cargo: Técnico Bancário)
( ) "O homem é um animal político, portanto, animal que só se desenvolve em sociedade, dependente, para sobreviver, da interação de indivíduos, grupos ou clãs." (R. A. Amaral Vieira)
( ) “A exploração do trabalho infantil fere os direitos que a criança tem de viver com plenitude a infância: a criança que queima esta etapa de sua vida amadurece muito cedo, o que pode trazer-lhe problemas psicológicos sérios na fase adulta; Eis porque, independentemente do que consta nas leis e nos estatutos dos menores, a criança não deve trabalhar. Ela deve brincar o suficiente para ser um adulto equilibrado e feliz.”
( ) “O Cacique estava indo de trem para a cidade para assinar um Tratado de Paz com o branco. Ia ele e o ajudante de ordens ao lado. De repente, o Cacique vira-se para o ajudantes de ordens e diz:
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(4) Dissertação expositiva (ou objetiva) – Com uma abordagem objetiva, o autor do texto tem por finalidade informar o leitor acerca das decisões adotadas pelas autoridades públicas.
(2) Descrição dinâmica – Os “objetos” descritos estão em movimento: “as carroças passavam”; “os aguadeiros (...) invadiam”. É caracterizada por seres “carroças” e “aguadeiros”, cenas “passavam ruidosamente a todo instante, abalando os prédios”. Tudo é atemporal, ou seja, ocorre ao mesmo tempo.
(2) Descrição física e psicológica – Manuel Bandeira descreve traços físicos e psicológicos da personagem “Irene”: “preta”, “boa” e “sempre de bom humor”.
(3) Injunção – O texto tem como objetivo persuadir o leitor a aderir o PREVINVEST. É marcado pelo emprego da forma pronominal você para aproximar o receptor da mensagem, com uma linguagem apelativa e persuasiva: “é um excelente investimento para quem quer manter seu padrão de vida durante a aposentadoria”.
(5) Dissertação argumentativa (ou subjetiva) – No trecho, o autor demonstra seu ponto de vista ao fazer a conclusão “(...) portanto, animal que só se desenvolve em sociedade, dependente, para sobreviver, da interação de indivíduos (...)”.
(5) Dissertação argumentativa (ou subjetiva) – O excerto é dissertativo- -argumentativo, pois o autor defende a tese “os direitos da criança”, acerca do tema “exploração infantil”: “Ela (a criança) deve brincar o suficiente para ser um adulto equilibrado e feliz”.
(1) Narração – O trecho é narrativo por apresentar personagens envolvidos nos enredo, o qual se desenvolve no tempo e no espaço. Notem que os verbos presentes são significativos, isto é, denotam ação – “estava indo”, “Ia”, “vira-se”, “Buscar”, “foi”. A narração também é caracterizada pela presença do discurso direto, marcado por verbos declarativos (“diz”) e por recursos de pontuação – dois-pontos, travessão, aspas e mudança de linha.
Meus amigos, até aqui está tudo claro? Os conceitos que vimos até o momento são necessários para que vocês não confundam narração, descrição e injunção com dissertação. A partir deste momento, passaremos ao estudo dos defeitos e das qualidades de textos dissertativos. Mãos à obra!
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c) na colocação : Não coloque-a na água. (por Não a coloque na água)
PRECIOSISMO - é o emprego da linguagem rebuscada, ocasionando falta de clareza da frase.
Exemplo: Isso é colóquio flácido para acalentar bovino. (por Isso é conversa mole para boi dormir. )
Ainda que a frase acima fosse reescrita como “Isso é conversa mole para boi dormir.”, seria considerado um clichê , erro que veremos na aula seguinte.
Dica estratégica!
Amigos e amigas, escrever em linguagem culta NÃO significa deixar o texto pomposo, rebuscado. É perfeitamente possível escrever com correção e simplicidade, facilitando o entendimento do leitor.
CACOFONIA - consiste no uso de sequências silábicas que provocam sons desagradáveis.
Exemplos: A bo ca dela é enorme. Polícia Federal confis ca gado de fazendeiros. É preciso que a classe política já queira dar frutos pelos votos que recebeu. A moça terá de pagar multa de R$5 mil por cada dia de desrespeito à ordem judicial.
Dica estratégica!
Após fazer a redação, leiam o texto, ouvindo-o. Façam uma leitura atenta sob o ponto de vista acústico, a fim de fazer uma filtragem: construções que proporcionam sons desagradáveis precisam ser eliminadas.
ECO - é a sequência de palavras, relativamente próximas entre si, com finais fonéticos semelhantes.
Exemplos: A naç ão precisa de uma aç ão firme, a fim de que n ão se fique sem soluç ão. Frequentem ente o presid ente s ente dor de d ente.
COLISÃO - consiste na repetição de sons.
Exemplo: A carta que se segue retrata a vi da da na da da da ma Maria. O m onstro m edonho m ede, m ais ou m enos, u m m etro e m eio.
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AMBIGUIDADE - é o duplo sentido decorrente de construção defeituosa da frase. A ambiguidade é considerada um defeito porque atenta contra a clareza da frase.
Exemplos: O cachorro do meu vizinho morreu. (Que morreu: o cachorro ou o vizinho?)
Peguei o ônibus correndo. (Quem estava correndo: eu ou o ônibus?)
Não deixe a cachorra entrar na casa; ela está com pulgas. (Quem está com pulgas: a cachorra ou a casa?)
João ficou com Maria em sua casa. (A quem pertence a casa: João ou Maria?)
OBSCURIDADE – é o defeito que se opõe à clareza. Entre os vícios que acarretam obscuridade podem ser citados: má pontuação , rebuscamento da linguagem , frases excessivamente longas (prolixas) ou exageradamente curtas (lacônicas). Vejam, por exemplo, se vocês entendem o conteúdo da mensagem a seguir:
O camponês nordestino vive num regime no qual ele é altamente explorado e sua produção agrícola é mínima, devido a isto urge uma modernização na estrutura agrária que só poderá ser feita através da Reforma Agrária na qual deverá haver distribuição de terras a camponeses e condições de fixá-los ao campo e deste produzirem adequadamente.
O parágrafo acima ficou um pouco confuso, certo (rs...)? No trecho, percebemos alguns erros que prejudicam a clareza, quais sejam: desobediência às normas da língua culta , excesso de ideias em um só parágrafo (acumulamento) , períodos longos (prolixos) , vocabulário rebuscado ou impreciso.