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resumo de encaminhamento para especialidade, Manuais, Projetos, Pesquisas de Medicina

resumo de encaminhamento para especialidade

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2020

Compartilhado em 31/03/2020

vinicius-trevizam-10
vinicius-trevizam-10 🇧🇷

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PROTOCOLOS DA ATENÇÃO BÁSICA:
PARTE I PROMOÇÃO À SAÚDE
PARTE II PROTOCOLOS DE ATENDIMENTO ÀS INTERCORRÊNCIAS
PARTE III PROTOCOLOS DE ENCAMINHAMENTO ÀS ESPECIALIDADES
PARTE IV - ANEXOS
PARTE I PROMOÇÃO À SAÚDE
(em elaboração)
PARTE II PROTOCOLOS DE
ATENDIMENTO ÀS INTERCORRÊNCIAS
DIABETES MELLITUS
1) CLASSIFICAÇÃO:
A classificação atual do Diabetes Mellitus é a seguinte:
- DM tipo 1: destruição da célula β, levando à deficiência absoluta de insulina.
- DM tipo 2: graus variados de resistência insulínica e de deficiência na secreção de
insulina.
- GESTACIONAL
- OUTROS TIPOS: decorrentes de defeitos genéticos, associado com outras doenças e
desencadeado pelo uso de fármacos diabetogênicos.
Consequentemente, os termos anteriormente utilizados como DM insulino-
dependente e não-insulino-dependente não devem ser mais empregados.
2) DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de Diabetes Mellitus é feito laboratorialmente. O quadro a seguir mostra as
faixas de alterações laboratoriais que definem as categorias de tolerância à glicose e o
diagnóstico de Diabetes Mellitus.
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PROTOCOLOS DA ATENÇÃO BÁSICA:

PARTE I – PROMOÇÃO À SAÚDE

PARTE II – PROTOCOLOS DE ATENDIMENTO ÀS INTERCORRÊNCIAS

PARTE III – PROTOCOLOS DE ENCAMINHAMENTO ÀS ESPECIALIDADES

PARTE IV - ANEXOS

PARTE I – PROMOÇÃO À SAÚDE

(em elaboração)

PARTE II – PROTOCOLOS DE

ATENDIMENTO ÀS INTERCORRÊNCIAS

DIABETES MELLITUS

1) CLASSIFICAÇÃO:

A classificação atual do Diabetes Mellitus é a seguinte:

  • DM tipo 1: destruição da célula β, levando à deficiência absoluta de insulina.
  • DM tipo 2: graus variados de resistência insulínica e de deficiência na secreção de insulina.
  • GESTACIONAL
  • OUTROS TIPOS: decorrentes de defeitos genéticos, associado com outras doenças e desencadeado pelo uso de fármacos diabetogênicos.

Consequentemente, os termos anteriormente utilizados como DM insulino- dependente e não-insulino-dependente não devem ser mais empregados.

2) DIAGNÓSTICO

O diagnóstico de Diabetes Mellitus é feito laboratorialmente. O quadro a seguir mostra as faixas de alterações laboratoriais que definem as categorias de tolerância à glicose e o diagnóstico de Diabetes Mellitus.

CATEGORIAS DE TOLERÂNCIA À GLICOSE

CATEGORIAS^ GLICEMIA ( mg/dl )

JEJUM (8 H) 2 H APÓS 75 G DE GLICOSE

CASUAL

NORMAL menor que 110 menor que 140

GLICEMIA DE JEJUM

ALTERADA

110 ou maior, menor que 126

TOLERÂNCIA À

GLICOSE

DIMINUÍDA

menor que 126 140 ou maior, menor que 200

DIABETES 126 ou maior * 200 ou maior maior que 200, com sintomas *

  • necessita de um segundo exame (glicemia plasmática) para confirmação.

OS SEGUINTES SINAIS E SINTOMAS DEVEM ALERTAR PARA A

POSSIBILIDADE DE DIABETES MELLITUS:

  • poliúria / nictúria.
  • Polidipsia / boca seca.
  • Polifagia.
  • Emagrecimento rápido.
  • Fraqueza / astenia / letargia.
  • Prurido vulvar ou balanopostite.
  • Diminuição brusca da acuidade visual.
  • Achado de hiperglicemia ou glicosúria em exames de rotina.
  • Sinais ou sintomas relacionados às complicações de DM: proteinúria, neuropatia periférica, retinopatia, ulcerações crônicas nos pés, doença vascular aterosclerótica,

O TOTG é realizado com medidas de glicemia nos tempos de 0 e 120 minutos após a ingestão de 75 g de glicose anidra ( ou dose equivalente de 82,5 g de dextrosol). INDICAÇÕES:

  1. Glicemia plasmática de jejum maior que 110 mg/dl e menor que 126.
  2. Glicemia plasmática de jejum menor que 110 mg/dl na presença de dois ou mais fatores de risco para DM nos indivíduos com idade superior a 45 anos.

AVALIAÇÃO COMPLEMENTAR:

Definido o diagnóstico de Diabetes Mellitus, o paciente deverá ser submetido a propedêutica para investigação de lesões em órgãos-alvo ou condições concomitantes que necessitem abordagem. A seguinte avaliação faz parte desta abordagem mínima inicial:

  • Exame de Urina para pesquisa de elementos anormais e sedimentoscopia.
  • Creatinina
  • Potássio sérico
  • Colesterol total e HDL-colesterol
  • Triglicérides
  • Eletrocardiograma
  • Avaliação oftalmológica
  • Microalbuminúria – deverá ser repetida anualmente.

3) TRATAMENTO:

O tratamento do paciente diabético tem como objetivo reduzir o índice de complicações inerentes à doença e evitar descompensações que colocam o indivíduo em risco de vida, além de aliviar os sintomas. Para tanto, é proposto que medidas não-farmacológicas sejam implementadas em todos os pacientes, e tratamento farmacológico seja avaliado de acordo com alguns critérios, conforme se verá adiante. O quadro seguinte mostra o nível de controle do paciente conforme uma série de parâmetros clínicos e laboratoriais:

PARÂMETROS DE CONTROLE DE DIABÉTICOS:

PARÂMETROS NÍVEL DE CONTROLE

BOM ACEITÁVEL RUIM

Glicemia em jejum 80-115 116-140 Maior que 140

Glicemia pós-prandial 116-140 141-180 Maior que 180

Glicohemoglobina HbA

Menor que 8 8,1-10 Maior que 10

Glicohemoglobina HbA1c Menor que 6,5 6,6-7,5 Maior que 7,

Glicosúria 0 Menor que 5 g/l

Maior que 5 g/l

Cetonúria 0 0 +

Colesterol total Menor que 200 200-239 240 ou maior

HDL-colesterol (homens) Maior que 35 maior que35 35 ou menor

HDLcoslesterol(mulh.) Maior que 45 maior que45 45 ou menor

HIPOGLICEMIANTES ORAIS DISPONÍVEIS NA SMSA-BH

Sulfoniuréias Biguanidas

Medicamentos Clorpropamida (Diabinese)

Glibencamida (Daonil)

Metiformina (Glifage)

Mecanismos de ação Estimula a secreção de insulina pela célula beta.

Aumenta a sensibilidade tecidual a insulina. Indicações É o medicamento inicial de escolha no paciente não obeso (desde que não haja contra-indicação).

Medicamento inicial de escolha em pacientes obesos que não controlaram a glicemia com atividade física e restrição dietética. Efeitos colaterais Hipoglicemia. Muito importante no caso da Clorpropamida devido a sua meia vida longa (33 horas) e aumento de peso.

Hiporexia, náuseas e diarréias. Risco de acidose láctica. Quase nunca dá hipoglicemia. Contra-indicações Gravidez; Infeccções ou traumas importantes; Hepatopatias; Paciente com acidose; Nefropatias.

Gravidez; Diabetes Melitus tipo 1; Creatinina sérica > que 1, ml; DPOC; TGO > que 3 vezes o normal. Interações medicamentosas

Diminui o efeito hipoglicemiante: Barbitúricos, corticóides.

Aumenta o efeito hipoglicemiante: AAS, Trimetropim, álcool, anticoagulantes, alopurinol,

Com contraste radiológico iodado, anestesia geral, fenotiazinas e barbitúricos.

probenecida. Observações Associado a níveis pressóricos mais elevados no UKPDS não demonstrou diminuição de retinopatia. diminuição

Mostra a diminuição de incidência de complicações cadiovasculares em diabéticos obesos.

UKPDS: United Kingdon Prospective Diabetes Study

CARACTERÍSTICAS FAMACOLÓGICAS DAS SULFONIUREIAS *

Fármaco Nome Comercial

Apresentação Faixa terapêutica

Meia vida em horas

Excreção

Clorpropa-mida Diabinese 250 mg 125 a 500 mg 25 a 40 horas

Renal

Glibencamida ou Gliburida

Daonil 5 mg 2,5 a 20 mg 7 a 15 mg Renal e biliar

Glipisida Minidiabi 5 mg 2,5 a 20 mg 12 mg Renal e biliar Gliclasida Diamicron 80 mg 40 a 320 mg 10 mg Renal e biliar Glimepirida Amaryl 1, 2 e 4 mg 1 a 6 mg Renal e fecal

**BIGUANIDA (METIFORMINA) *** Fármaco Nome comercial

Apresentação Faixa terapêutica

Meia Vida em Horas

Excreção

Metiformina Glifage, Glucoformin, Metiformin

500 e 850 mg

500 a 2550 mg

  • as drogas em destaque são padronizadas pela SMSA-BH

máxima

Metas terapêuticas não atingidas: MONOTERAPIA INADEQUADA

Acrescentar GLIBENCLAMIDA até a dose máxima.

Acrescentar METFORMINA até a dose máxima.

Resposta inadequada à combinação de drogas: falha Secundária

Pesquisar fatores de descompensação: Transgressão alimentar, doenças intercorrentes, gravidez, outras situações de estresse.

INSULINA

5) BIBLIOGRAFIA

1- Ministério da Saúde – CADERNOS DE ATENÇÃO BÁSICA – Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus – Protocolo – Brasília – 2001.

2- Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte – Comitê Científico de Estudos de Utilização de Medicamentos – Boletim de Informação Terapêutica – Tratamento do Diabetes Mellitus Tipo 2 em Nível Ambulatorial - Belo Horizonte – 2001.

3- Current Medical Diagnosis and Treatment, 2001.

HANSENÍASE

Paulo de Tarso Silveira Fonseca Ref/Téc Hanseníase

1) Introdução : Em 1991 a Organização Mundial da Saúde – OMS propôs a eliminação da Hanseníase como problema de saúde pública do mundo, ou seja , que até o ano 2000 todos os países endêmicos alcançassem uma taxa de prevalência de menos de 1 caso a cada 10.000 habitantes. Infelizmente o Brasil não alcançou esta meta e continua a ser um dos poucos países do mundo a ter a Hanseníase como um problema de saúde pública. A hanseníase é uma doença neuro-cutanêa , causada por um bacilo álcool-ácido resistente ( BAAR ). A principal fonte de infeção é o homem , através das formas contagiante ( Hanseníase Virchowiana HV e Hanseníase Dimorfa –HD ),quando não tratados. As vias aéreas superiores são consideradas a principal

porta de entrada do bacilo , com possibilidade de transmissão também via solução de continuidade cutânea. Seu período de incubação é de 2 a 7 anos. Um caso de hanseníase é uma pessoa que apresenta uma ou mais de uma das seguintes características e que requer tratamento :

  • Lesão(ões) de pele com alteração de sensibilidade.
  • Acometimento de nervo(s) , com espessamento neural.
  • Baciloscopia positiva.

A detecção de casos é feita por intermedio do atendimento de demanda

espontânea , a busca ativa e da vigilância de contatos.

2) Classificação :

A classificação atualmente adotada nos serviços públicos de saúde

brasileira resultou do “ VI Congresso Internacional de Leprologia “ , realizado

em Madri , em 1953. A hanseníase ficou classificada segundo sua tendência de

evoluir em direção a um de seus pólos , encontrando – se 2 formas polares e 2

grupos : formas tuberculóide e virchowiana e grupos indeterminado e dimorfos.

Dentre as classificações existentes , é importante fazer à referencia de

Ridley e Jopling , baseada no espectro imunologico dos indivíduos afetados. ( I

  • T – BT – BB – BV – V ).

Para fins operacionais , o Ministério da Saúde do Brasil adotou a

recomendação da OMS que propôs o agrupamento dos pacientes em :

  • PAUCIBACILARES ( PB ) : casos com até 5 lesões de pele e

ou apenas um tronco nervoso acometido. São o grupo

Indeterminado e a forma Tuberculoide.

  • MULTIBACILARES ( MB ) : casos com mais que 5 lesões de

pele e ou mais de um tronco nervoso acometido. Pacientes com

baciloscopia positiva é classificado como multibacilar

independente do numero de lesões cutâneas ou tronco nervosos

acometidos. São o grupo dimorfo , a forma Virchowiana e os

pacientes não classificados.

3) Epidemiologia :

Em 1991 , quando a OMS propôs a meta de eliminação da Hanseníase ( <

1 / 10.000 hab. ) , Minas Gerais ocupava a incomoda posição de primeiro lugar

no Brasil em numero de casos com 34.944 doentes em registro ativo , segundo

a SES-MG , com uma taxa de prevalência 22 vezes maior que a preconizada.

Apesar dos esforços realizados , não se conseguiu atingir a meta de

eliminação no ano 2000. Vários fatores contribuíram para isto e acreditamos que

o principal é a permanência de casos não diagnosticados ( prevalência oculta )

responsáveis pela manutenção de fontes de contagio na população.

O município de Belo Horizonte é um dos 37 municípios prioritários no

trabalho de eliminação da Hanseníase no estado de Minas Gerais. Em 2000 ,

apresentava uma prevalência de 1,3 casos para cada 10.000 habitantes , que é

considerada média , mas com um numero absoluto de casos considerado alto ,

288 casos. O diagnóstico é considerado tardio , já que quase 10 % dos casos são

aumento do diâmetro ou modificação na textura dos nervos ). Deve-se compara

sempre com o do lado oposto.

Nervo auricular : Com o paciente em rotação da cabeça em direção ao

ombro , verificar o espessamento , que será facilmente visível cruzando o

músculo esternocleidomastoideo.

Nervo radial : Com o cotovelo em flexão de 90o^ e os músculos do ombro

e braço em relaxamento completo, pesquisar no terço médio do úmero , atras da

inserção do músculo deltóide.

Nervo ulnar : Fazer flexão de 90o^ do cotovelo , ficando a mão em

pronação , apoiada na mão do examinador , a palpação poderá ser feita não

apenas ao nível da goteira epitrocleana , como também , acima desta.

Nervo mediano : Deve ser pesquisado na face anterior do punho , entre

os tendões dos músculos palmar longo e flexor radial do carpo.

Nervo fibular comum : Estando o paciente sentado , com as pernas

pendentes , palpar na face posterior da fibula na junção entre sua cabeça e corpo.

Nervo tibial posterior : Com paciente sentado, palpar na zona

retromaleolar interna.

4.1.2) Pesquisa de sensibilidade nas áreas acometidas.

A sensibilidade é fundamental para a preservação para a função dos olhos

, mãos e pés. Na presença de alterações sensitivas mínimas , a conduta oportuna

pode reduzir os riscos de perda da sensibilidade protetora. Por este motivo , é

importante ,para fins de prevenção de incapacidade , poder detectar

precocemente essas lesões.

4.1.2.1) Técnica de avaliação da sensibilidade com estesiômetro.

Antes de iniciar o teste , retire os monofilamentos do tubo e encaixe-os no

furo lateral do cabo. Disponha-os em ordem crescente do mais fino para o mais

grosso.

Segure o cabo do instrumento de modo que o filamento de nylon fique

perpendicular à superfície da pele , a uma distancia de + 2 cm , A pressão na

pele deve ser feita até obter a curvatura do filamento e mantida durante

aproximadamente um segundo e meio , sem permitir que o mesmo deslize sobre

a pele.

O teste começa com o monofilamento mais fino 0,05g (verde). Na

ausência de resposta utilize o monofilamento 0,2g (azul) e assim sucessivamente

Aplique os filamentos de 0,05g(verde) e 0,2g(azul) 3 vezes seguidas em

cada ponto especifico , os demais 1 vez.

Aplique o teste nos pontos específicos dos nervos , conforme esquema a

seguir e nas áreas suspeitas de alteração de sensibilidade.

Registre o teste colorindo os pontos específicos com a cor do

monofilamento que o paciente sente.

Legenda : Cada filamento corresponde a um nível funcional representado por

uma cor.

Verde: 0,05g – sensibilidade normal mão e no pé.

Azul : 0,2g – sensibilidade diminuída na mão e normal no pé.

Dificuldade para discriminar textura ( tato leve ).

Violeta : 2,0g – sensibilidade protetora diminuída na mão. Incapacidade

de discriminar textura. Dificuldade para discriminar formas e temperatura.

Vermelho ( fechado ) : 4,0g – perda de sensibilidade protetora na mão e

às vezes no pé. Perda de discriminação de textura. Incapacidade de discriminar

formas e temperatura.

Vermelho ( marcar com X ) : 10g – perda da sensibilidade protetora no

pé. Perda de discriminação de textura .Incapacidade de discriminar formas e

temperatura.

Vermelho ( aberto – circular ) : 300g- permanece apenas sensação de

pressão profunda na mão e no pé.

Preto : sem resposta. Perda da sensação de pressão profunda na mão e

pé.

4.1.3) Verificação do comprometimento funcional neurológico.

A seguir deve ser realizada a verificação do comprometimento funcional

neurológico , através das provas de força muscular. Estas podem detectar

alterações precoces ou sinais de comprometimento neural asssintomatico (

neurites silenciosas ).

Toda atenção deve ser dada a verificação da integridade anatômica nas

mãos , pés e olhos, para detecção precoce de lesões ulcero-traumaticas .Ressalta-

se a importância do auto exame diário.

4.2) Diagnóstico das lesões cutâneas.

4.2.1) Hanseníase Indeterminada ( HI ).

Manifestação inicial da doença caracterizada por manchas hipocrômicas ,

únicas ou múltiplas , com alteração da sensibilidade ( hipoestesia ou

hiperestesia) sem evidencia de lesão troncular.

A hanseníase indeterminada também pode se apresentar por alterações da

sensibilidade superficial , sem lesão cutânea.

Sabe-se que HI pode permanecer estacionária e até sofrer involucão

espontânea. è classificada como paucibacilar , para fins de tratamento.

4.2.2) Hanseníase Tuberculoide ( HT ).

comprometido. Os dimorfos reacionais , se não tratados , continuam a sofrer

surtos e vão se degradando os seus caracteres e as lesões tendem a assumir

aspectos semelhantes aos virchowianos.

As lesões nervosas nas reações tipo I podem ocorrer junto com as

alterações da pele ou independentemente. Durante os episódios reacionais deve-

se prestar atenção aos nervos. Os principais sinais e sintomas são espessamento

do nervo , dor à palpação , dor espontânea e neurite silenciosa. A conseqüência

será a paralisia reversível ou perda completa da condutividade do nervo. A

isquemia , se for absoluta ou durar muito tempo, provocará a destruição

completa do nervo.

4.2.5.2) Reação tipo II

Estas reações são chamadas impropriamente de “ eritema nodoso

hansênico “ , mediada por anticorpos, são mais generalizadas , recidivantes e

podem supurar ( eritema nodoso necrotizante ) Ocorre súbito aparecimento de

lesões papulosas , em placas , ou nodulares , eritematosas , precedidas muitas

vezes por febre , mal estar geral e enfartamento ganglionar doloroso.

Esses surtos reacionais ocorrem na HV , e podem aparecer antes do inicio

do tratamento, mas são mais freqüentes após 6 mês de terapêutica. Duram em

média 15 a 20 dias e tendem em alguns casos , ase repetir depois de intervalos

variáveis desencadeados muitas vezes por intercorrencias. Durante os surtos

podem ocorrer , alem das lesões cutâneas , irites ou iridociclites , aumentos

dolorosos de linfonodos hipertrofia do baço e do fígado , orquites e

orquiepidimites , neurites , artrites , proteinúria e hematúria. Essas reações

constituem uma verdadeira doença de imunocomplexos.

Em alguns pacientes virchowianos e principalmente naqueles que sofrem

reações tipo II com freqüência , podem ocorrer depósitos de substancia amiloide

em vários órgãos , sendo a principal causa de morte , principalmente a

amiloidose renal.

5) Diagnóstico Laboratorial

Ressalta-se a superioridade do diagnóstico clínico através do exame

dermato-neurológico.

5.1) Exame baciloscópico.

A baciloscopia deve ser realizada em todos os pacientes com suspeita

clínica de hanseníase entretanto, nem sempre evidencia-se M. leprae nas lesões

hansênicas ou em outros sítios de coleta. O resultado é importante no

diagnóstico , assim como auxilio à classificação do paciente no espectro clínico

da hanseníase.

O exame baciloscópico é recomendado na ocasião do diagnostico .Nos

pacientes com lesões ativas ou áreas com alteração de sensibilidade , os

esfregaços da baciloscopia deverão ser feitos em 4 sítios , segundo a ordem a

seguir :

  • Esfregaço de uma lesão ativa ou áreas de alteração da

sensibilidade.

  • Esfregaços dos dois lóbulos auriculares.
  • Esfregaço do cotovelo contra-lateral a lesão ativa ou área de

alteração de sensibilidade.

  • Na ausência de lesões ou áreas dormentes , colher o material de

4 locais ( dois lóbulos auriculares e dois cotovelos ).

5.1.1) Índice baciloscópico (IB)

IB = ( 0 ) : não há bacilos em nenhum dos 100 campos examinados.

IB = ( 1+ ) : 1 – 10 bacilos , em 100 campos examinados.

IB = ( 2 + ) : 1-10 bacilos , em cada 10 campos examinados ( 11- 99

bacilos em 100 campos ).

IB = ( 3 + ) : 10 bacilos , em média , em cada campo examinado.

IB = ( 4 + ) : 100 bacilos em média , em cada campo examinado.

IB = ( 5 + ) : 1000 bacilos , em média , em cada campo examinado.

IB = ( 6 + ) : mais de 1000 bacilos , em média , em cada campo

examinado.

5.2) Teste de Mitsuda ( intradermo reação de Mitsuda )

O teste de Mitsuda baseia-se numa reação imunológica retardada do tipo

celular de alta especificidade para M. leprae. com leitura em 21 a 28 dias. O seu

valor é prognostico e não diagnóstico , é auxiliar na classificação dos Grupos

Indeterminados e Dimorfo. Devido a problemas técnico-operacionais , não é

recomendado o seu uso rotineiro.

5.3) Prova de histamina.

Muito útil no diagnóstico diferencial da Hanseníase Indeterminada ou em

áreas suspeitas , quando a pesquisa da sensibilidade é difícil ou duvidosa ( em

crianças , simuladores etc. ).

Baseia-se na observação da integridade ou não dos ramúsculos nervosos

periféricos acometidos na hanseníase através do eritema reflexo ( secundário ),

que ocorre com a dilatação dos capilares , conduzida pela histamina , quando há

integridade dos ramúsculos nervosos periféricos.

Esta prova deverá ser realizada nas unidades referências.

5.4) Prova de pilocarpina ( teste de sudorese )

Tem a mesma finalidade e princípio da prova de histamina através da

verificação do estímulo da sudorese produzida pela pilocarpina caso haja

integridade dos ramúsculos nervosos periféricos.

É utilizada nas mesmas situações que a prova anterior , especialmente em

negros. Deverá ser realizada nas unidades referências.

5.5) Exame histopatológico

Na classificação do paciente de hanseníase quanto à forma clínica deverão

ser utilizados os critérios clínicos e baciloscopicos. Quando houver necessidade

( elucidação diagnóstica e classificação clínica ) deverá lançar-se mão do exame

histopatológico , mas tendo-se sempre em vista que a clínica é soberana.

Observação : A não confirmação histopatológica do diagnóstico de HI

não afasta o diagnostico clínico bem alicerçado.

Usuário apresenta uma ou mais das seguintes características e requer quimioterapia :

  1. Usuário com lesões de pele com alteração de sensibilidade
  2. Usuário com acometimento de nervo(s), com espessamento neural.
  3. Usuário com baciloscopia positiva

Unidades de Saúde Referencias Hanseníase dos Distritos.

Solicita Baciloscopia ( Raspado Dermico ) OBS: Baciloscopia negativa não afasta diagnóstico.

Consulta Médica Define a necessidade e solicita outros exames Fecha diagnóstico Classifica o caso ( PAUCIBACILARES / MULTIBACILARES ) Define esquema terapêutico Notifica o agravo FEC Encaminha casos de dúvidas ( HC-UFMG e H. Eduardo de Menezes ) Retorna paciente para Unidade de origem ou P.S.F. Dá Alta

Segunda Face -

Tratamento e Controle

Unidades Básicas e/ou P.S.F.

Cadastra o Usuário no Programa Vigilância dos Contatos Informa mensalmente a situação do usuário. Deve ser examinados todos os contatos ( Mapa de acompanhamento ) intradomiciliares dos últimos 5 anos. Aplicar 02 doses de BCG-ID em todos os contatos com intervalo de 6 meses a 01 ano.

Consulta Médica / Enfermagem Fornece dose supervisionada mensal. Avalia o tratamento. Prevenção de Incapacidade. Informa o resultado Retorna com paciente para Unidade Referencia do Distrito quando:

  1. Ocorrer intercorrências ( Estados Reacionais) e reações adversas.
  2. Para dar alta

Agente Comunitário de Saúde Visita domiciliar mensal ( em data diferente da dose supervisionada ). Supervisiona a medicação no domicílio. Informa o acompanhamento Verifica quantos contatos foram examinados. Orienta prevenção incapacidade.

8) Medidas não Farmacologicas

8.1) Avaliação do grau de Incapacidade.

8.1.1) Anestesia :

O objetivo é determinar se o paciente perdeu a sensibilidade protetora : a

diminuição discreta do fato não é verdadeira incapacidade , mas sua perda total

sujeitará o paciente a traumatismos freqüentes.

8.1.2) Úlceras e lesões :

Solução de continuidade nas mãos e pés. Hematomas , bolhas e feridas.

8.1.3) Reabsorção :

Se estão reabsorvidas somente as extremidades dos dedos , mesmo de um

só dedo , considerar como “reabsorção discreta “. Se o segmento ( mão e pé )

perdeu a quinta parte , se classificará como “ reabsorção intensa”.

8.1.4) Articulação anquilosadas :

Verificar a mobilidade dos dedos : se existe um razoável grau de

movimento passivo , embora não sendo de 100 % , pode se considerara como

móvel. Se perdeu 25 % da mobilidade passiva , considerara como rígida ,

anquilosada ( mão) ou em contratura ( pé ).

8.1.5) Sensibilidade corneana diminuída ou ausente :

Avalia-se a sensibilidade com fio dental, macio, extrafino e sem sabor ,

com 5 cm de comprimento, tocando de leve a porção lateral da periferia da

córnea e observando se o piscar é imediato ou ausente. A presença do reflexo de

piscar significa sensibilidade preservada. Evitar tocar os cílios durante o exame

, pois o toque desencadeia o reflexo de piscar.

8.1.6) Lagoftalmo e/ou ectrópio :

Lagoftalmo é a incapacidade parcial ou total de fechar os olhos , em geral

acompanhado de ardor , lacrimejamento e hiperemia conjuntival. Ectrópio

corresponde a eversão e desabamento da margem palpebral inferior.

8.1.7) Triquíase :

Corresponde ao olho que apresentar cílios mal implantados , voltados para

dentro roçando a córnea.

8.1.8) Opacidade da córnea :

Corresponde ao olho que apresentar perda da transparência da córnea em

qualquer localização.

8.1.9) Acuidade visual menor que 0,1 ou não conta dedos a 6 metros :

Acuidade visual é a percepção da forma e contorno dos objetos. Sua

medida permite uma avaliação do funcionamento do olho. A medida da

acuidade visual é um teste simples , feito através da utilização de sinais ,