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Apostila que trata da farmacologia do sistema nervoso autônomo. Apresenta o capítulo 3 e,nele, consta receptores adrenergicos e colinergicos, bem como pan fármacos dentro atividade simpaticolitica e simpatomimetica
Tipologia: Esquemas
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ANDRÉA MENDONÇA GUSMÃO
FABRÍCIO SOUZA SILVA PEDRO MODESTO NASCIMENTO MENEZES MATHEUS SANTOS DE SÁ
FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
CAPÍTULO
O que você irá ver nesse capítulo:
3
Introdução Sistema nervoso autônomo simpático Agonistas adrenérgicos Antagonistas adrenérgicos Sistema nervoso autônomo parassimpático Agonistas muscarínicos Antagonistas muscarínicos Bloqueadores neuromusculares e ganglionares Anticolinesterásicos reversíveis e irreversíveis Quadro Resumo Quadro Esquemático ✓ Questões Comentadas
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Objetivos de aprendizagem
1 - INTRODUÇÃO
O sistema nervoso, no ser humano, divide-se anatomicamente e fisio- logicamente, podendo ser classificado em Sistema Nervoso Central (SNC) e Sistema Nervoso Periférico (SNP). O SNC engloba as funções do Encéfa- lo e Medula Espinhal, enquanto o SNP os nervos, gânglios e terminações
Pedro Modesto Nascimento Menezes Fabrício Souza Silva
CAPÍTULO 3
nervosas, como mostrados na Figura 1. Dentro das ramificações de classi- ficação, tem-se que o SNP abrande os Sistema Nervoso Somático (SNS) e o Sistema Nervoso Autônomo (SNA). O SNS relacionado com as funções motoras e os movimentos do corpo e o SNA controlando os processos vitais involuntários do organismo (Figura 2). Por se distribuir amplamente pelo organismo e controlar funções que não dependem da consciência, o SNA é importante no funcionamento do sistema nervoso. Distribui-se amplamente em nervos, gânglios , inervam coração, vasos sanguíneos, glândulas, músculo liso e outos diversos tecidos, o que confere a sua extrema importância. O SNA ainda pode ser subdividido em sistema nervoso autônomo simpático e sistema ner- voso autônomo parassimpático. Essa divisão pode, de modo geral, ser explicada a partir da liberação do neurotransmissor na transmissão sináp- tica pré-ganglionar e pós-ganglionar. Na maioria das fibras pós-ganglio- nares do sistema simpático o neurotransmissor é a norepinefrina (NE) , enquanto que as fibras pós-ganglionares do sistema parassimpático o neurotransmissor é unicamente a acetilcolina (ACh) e isso é de extrema importância para regulação da homeostasia do organismo.
Figura 1. Classificação anatomo-fisiológicas do Sistema Nervoso.
Fonte: Cummings, 2007 (Benjamin Cummings. "Central nervous system and peripheral nervous system." Pearson Education Inc., 2007. Web).
CAPÍTULO 3
Figura 2. Organograma representativo da divisão do Sistema Nervoso, em especial, o Sistema Nervoso Autônomo.
Sistema Nervoso
Sistema Nervoso Central Sistema Nervoso Periférico
Sistema Nervoso Somatico
Sistema Nervoso Parassimpático
Sistema Nervoso Autônomo
Sistema Nervoso Simpático
Nicotínicos Muscarínicos α-adrenérgicos β-adrenérgicos
Quadro 1. Apresentação dos subtipos de receptores adrenérgicos, sua transdução de sinal e o envolvimento tecidual.
Subtipo
Proteína G acoplada
Efetores Tecidos
α1A Gαq
Ativação de PLC, PLA 2 , Canais para Ca2+, Trocador Na +/H+^ e Sinalização MAPK Modulação dos canais para K +
Coração Fígado Músculo Liso Vasos Sanguíneos Pulmões Cérebro
α1B Gαq
Ativação de PLC, PLA 2 , Canais para Ca2+, Trocador Na +/H+^ e Sinalização MAPK Modulação dos canais para K +
Coração Rins Baço Pulmões Vasos sanguíneos Tronco Cerebral
Fonte: próprio autor.
FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
Subtipo
Proteína G acoplada
Efetores Tecidos
α1D Gαi
Ativação de PLC, PLA^2 , Canais para Ca2+, Trocador Na +/H+^ e Sinalização MAPK Modulação dos canais para K +
Plaquetas Neurônios simpáticos Gânglios autonômicos Pâncreas Vasos coronários e do SNC Medula espinhal
α2A Gαi Redução de AMPc e atividade PLAInibição de adenililciclase (AC)
Plaquetas Neurônios simpáticos Gânglios autonômicos Pâncreas Vasos coronários e do SNC Medula espinhal
α2B Gαi Redução de AMPc e atividade PLAInibição de adenililciclase (AC)
Fígado Rins Vasos sanguíneos Vasos coronários e do SNC Pâncreas Plaquetas
α (^) 2C Gαi Redução de AMPc e atividade PLAInibição de adenililciclase (AC)
Gânglios da base Córtex Cerebelo Hipocampo
β 1 Gα (^) s
Ativação de adenililciclase AC) Aumento de AMPc e PLA Ativação dos canais para Ca 2+^ do tipo-L
Coração Rins Adipócitos Músculo esquelético Núcleo olfatório Tronco cerebral Medula espinhal
β 2 Gα (^) s
Ativação de adenililciclase AC) Aumento de AMPc e PLA Ativação dos canais para Ca 2+
Coração Pulmões Vasos sanguíneos Músculo liso brônquico e TGI Rins
β 3 Gα (^) s
Ativação de adenililciclase AC) Aumento de AMPc e PLA Ativação dos canais para Ca 2+
Tecido adiposo TGI Coração
FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
elevado, contudo, com efeitos mais proeminentes sobre a musculatura lisa dos brônquios e do trato gastrintestinal. O fármaco tem rápida absorção por via parenteral e inalatória, com biotransformação no fígado e da COMT em outros tecidos, além de baixa degradação pela MAO, permitindo maiores concentrações plasmáticas e maior tempo de ação.
2.1.2 -Fenilefrina A fenilefrina é um agonista α1-adrenérgico seletivo e provoca acentua- da vasoconstrição arterial, podendo ser utilizado como descongestionan- te nasal e midriático (solução oftálmica). É pouco utilizada na terapêutica, mas tem papel para regular processos hipotensivos, incluindo hipotensão ortostática e choque.
2.1.3 - Clonidina A clonidina é um agonista α2-adrenérgico utilizado durante algum tempo para o tratamento da hipertensão arterial, por atuar em nível do SNC, nos neurônios pré sinápticos, suprimindo a atividade do sistema sim- pático e nos vasos periféricos, apresentando elevado efeito anti-hiperten- sivo, reduzindo a pressão arterial e a frequência cardíaca, de forma prolon- gada quando administrada por via parenteral. Em estudos clínicos, foi revelado que a atuação da clonidina sobre a congestão nasal apresentava hipotensão, sedação e bradicardia como efeitos secundários, haja vista a ampla distribuição dos neurônios simpá- ticos pelo organismo. O fármaco é bem absorvido por administração oral, tem biodisponibi- lidade de quase 100% e meia-vida média de 12 horas. Além disso, existe uma boa correlação entre a biodisponibilidade e seu efeito farmacológi- co. Problemas renais podem retardar a eliminação e alterar sua meia-vida, sendo monitorado para esses casos.
2.1.4 - Anfetamina A anfetamina tem ação simpaticomimética indireta, aumentando a li- beração de NE a partir de seu deslocamento das vesículas em que se en- contram, além de terem ação periférica em receptores α e β-adrenérgi- cos , com efeitos durando até várias horas. Sua administração por via oral eleva a pressão arterial, pode promover arritmias, além de variações que incluem depressão e fadiga. Além disso, a ação sobre o músculo liso pode
CAPÍTULO 3
ser de contração ou relaxamento, dependendo de qual estado se encon- tra o órgão. Por exemplo, no trato gastrointestinal com atividade elevada, a anfetamina pode relaxar a musculatura provocando redução do trânsito intestinal ou o oposto em caso do órgão estar relaxado. Em nível central, sua ação sobre o SNC estimula o centro respiratório bul- bar e estimula as sinapses do SNC, altera o estado de vigília e de alerta, re- duz a percepção de fadiga, eleva o humor com aumento da iniciativa, eleva a capacidade de concentração, aumento da atividade motora e da fala. Está relacionado com a depressão do apetite por aumento na liberação de NE e DA, permitindo uma menor ingestão de comida e não um au- mento do metabolismo, sendo um dos motivos pra seu uso abusivo que também inclui a possibilidade de não estado de sonolência e aumento de energia. No entanto, esse fármaco só deve ser utilizado sob orientação médica.
2.1.5 - Efedrina A efedrina é um simpaticomimético misto de ação nos receptores α e β adrenérgicos e atua a partir da liberação de NE dos neurônios simpáticos. Isso permite uma elevação da frequência e o débito cardíaco e aumento da pressão arterial, pois agem, principalmente, sobre os receptores α-a- drenérgicos, inclusive com aumento na contração de musculatura lisa. Além disso, quando atua nos receptores β adrenérgicos promove bronco- dilatação. Os efeitos do fármaco podem persistir por várias horas quando administrada por via oral e tem sua meia-vida por volta de 3 a 6 horas.
2.2 - Antagonistas adrenérgicos
Os fármacos antagonistas do sistema simpático têm por caracte- rística reduzir a interação da NE , da epinefrina e de outros agentes sim- paticomiméticos com os receptores α e β-adrenérgicos, sendo que eles possuem diferentes afinidades pelos receptores, podendo, inclusive, ter uma interação covalente e podem ser chamados de simpaticolíticos. A capacidade de interação pode auxiliar ou atrapalhar o quadro clínico, pois os fármacos têm ações distintas a depender do receptor e o tecido em que se encontra, o que pode levar a ocorrência de efeitos colaterais, quando disseminado por todo organismo. Todas as informações sobre a complexidade do sistema nervoso autô- nomo são necessárias para compreender de forma completa a ação dos
CAPÍTULO 3
cardíaca, intensificando os efeitos simpaticomiméticos, haja vista sua atu- ação como bloqueador dos autorreceptores no SNC. Alguns dados da literatura sugerem uma melhoria no tratamento da disfunção erétil, porém sua eficácia não é semelhante aos inibidores da fosfodiesterase que têm dados mais robustos em relação a essa atividade farmacológica.
2.2.3 - Propranolol Esse fármaco é um antagonista β-adrenérgico não seletivo e não blo- queia os receptores α-adrenérgicos, sendo amplamente utilizado no trata- mento da hipertensão arterial e outras patologias relacionadas ao sistema cardiovascular, perdendo espaço para os antagonistas seletivos β-adre- nérgicos e fármacos que também atuem sobre os receptores α1-adrenér- gicos ou liberação de óxido nítrico. O propranolol é lipofílico e tem a capacidade de atravessar a BHE e atu- ar no SNC, tem completa absorção por via oral, com metabolismo hepático e taxa de ligaçnao a proteínas plasmáticas de 90%. A biodisponibilidade desse fármaco depende de cada indivíduo, sendo observadas mudanças nas concentrações plasmáticas de forma proeminente. Sua meia vida é de 4 horas e seu efeito é reduzido com o tempo, necessitando um aumento na dose para os mesmos efeitos farmacológicos obtidos no começo do tratamento, o que pode levar a alguns efeitos colaterais importantes.
2.2.4 - Timolol É um antagonista não seletivo dos receptores β-adrenérgicos, utilizado no tratamento de algumas doenças dos sistemas cardiovascular, porém sua disseminação de uso está relacionada com o tratamento de glaucoma de ângulo aberto e hipertensão intraocular, em formas farmacêuticas of- tálmicas. O bloqueio dos receptores β-adrenérgicos permite uma redução na produção de humor aquoso, o que está relacionado com uma melhora clínica dos indivíduos. O fármaco permite uma absorção sistêmica considerável, apesar de sua administração ser oftalmica, sendo seu metabolismo hepático (CYP2D6) com meia vida de 4 horas.
2.2.5 - Atenolol Esse fármaco é um antagonista seletivo para os receptores β1-adrenér- gicos e não tem capacidade de atravessar a BHE, diferente do propranolol,
FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
conferindo maior segurança em relação aos efeitos adversos sob o SNC. Sua absorção não varia de acordo com os indivíduos, tem meia vida de 5-8 horas com pico plasmático máximo de 4 horas, sendo eliminado na urina. Após administração única de 50 ou 100 mg em pacientes, o efeito anti-hipertensivo se estende por 24 horas. Na prática clínica é utilizado para o tratamento de hipertensão arterial sistêmica, doença coronariana, isquemia do coração, arritmias e complica- ções relacionadas a infarto agudo do miocárdio.
2.2.6 - Carvedilol Esse fármaco tem perfil farmacológico diferente dos demais, é consi- derado um antagonista dos receptores β-adrenérgicos, mas na verdade seu efeito é variado. Antagoniza seletivamente os receptores β1 e α1-a- drenérgicos e é agonista parcial dos receptores β2-adrenérgicos, além de ter efeitos sobre os canais para Ca2+, antioxidante e anti-inflamatório. Seu uso clínico é realizado em pacientes com hipertensão e insuficiência car- díaca congestiva (ICC), possuindo um efeito cardioprotetor proeminente. O fármaco é rapidamente absorvido após administração por via oral, com capacidade de se distribuir por todos os tecidos, principalmente por sua ampla ligação as proteínas. Tem metabolismo hepático (CYP2D6 e CYP2C9) com meia vida de 7-10 horas, sendo necessário monitoramento do fármaco quando há politerapia com fármacos que afetem as enzimas do metabolismo hepático. Os fármacos descritos anteriormente podem ser vistos de forma resu- mida no Quadro 3 de acordo com seu mecanismo de ação, farmacocinéti- ca e indicações de uso.
Quadro 3. Relação de fármacos que atuam sobre o sistema nervoso autônomo simpático.
Fármacos
Mecanismo de ação
Farmacocinética Indicações de uso
Anfetamina
Liberação indireta de NE e agonismo α e β adrenérgicos
Dose: 30-70 mg/dia (Lis- -dexanfetamina) Meia-vida: < 1 h Matabolismo: CYP2D
Alguns derivados são utilizados no tratamento de Transtorno do deficit de atenção (TDAH) e narcolepsia
Atenolol Antagonista β1adrenérgico
Dose: 50-100 mg/dia Meia-vida: 6,1±2,0 h Matabolismo: hepático
Tratamento da hipertensão arte- rial, doença coronariana, isquemia do coração, arritmias e complica- ções relacionadas a infarto agudo do miocárdio
Sistema Nervoso
Sistema Nervoso Central
Collinérgicos
Agonistas Antagonistas
Anticollines- terásicos
Nicotínicos (^) Muscarínicos ɑ-adre- nérgicos
β-adre- nérgicos
Adrenérgicos
Sistema Nervoso Somático
Sistema Nervoso Parassimpático
Sistema Nervoso Simpático
Sistema Nervoso Autônomo
Sistema Nervoso Periférico
Fonte: próprio autor.
MINALÍSTICO DA POLÍCIA CIVIL – FARMÁCIA, 2014) Analise as substâncias a seguir e assinale aquela que corresponde ao gru- po dos antagonistas muscarínicos.
Ⓐ Carbacol. Ⓑ Ciclopentolato. Ⓒ Pilocarpina. Ⓓ Oxotremorina. Ⓓ Metacolina.
GRAU DE DIFICULDADE
DICA: Importante estar atento ao nome dos fármacos antagonistas e ago- nistas colinérgicos (muscarínicos e nicotínicos). Alternativa A: INCORRETA. Carbacol é um análogo da Acetilcolina que não permite a degradação pela Acetilcolinesterase, ou seja, tem ação co- linérgica. Alternativa B: CORRETA. Ciclopentolato, um antagonista competitivo dos receptores muscarínicos (a atropina, derivada da planta Atropa bella- donna também é dessa classe) e atua como midriático (dilata a pupila) em soluções oftálmicas. Alternativa C: INCORRETA. Pilocarpina é um alcaloide natural, derivado de plantas do gênero Pilocarpus e apresenta ação agonista muscarínica e nicotínica, com tratamento sob o sistema ocular, por exemplo, glaucoma de ângulo aberto Alternativa D: INCORRETA. Oxotremorina é um alcaloide sintético utili- zado apenas em pesquisas farmacológicas em que é necessário mimetizar os efeitos da acetilcolina, ou seja, é um agonista colinérgico. Alternativa E: INCORRETA. Metacolina é um fármaco pouco utilizado na terapêutica. Também é um análogo da Acetilcolina que não permite ação da Acetilcolinesterase e é utilizado na terapêutica para detecção pre- coce de pacientes com asma.