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Sífilis congênita (diagnóstico e tratamento), Resumos de Pediatria

Definição, etiologia, diagnóstico e tratamento da sífilis congênita. Incluindo tratamento materno e do RN de acordo com o tipo de tratamento da mãe.

Tipologia: Resumos

2021

À venda por 11/11/2021

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Sífilis congênita
Agente etiológico: Treponema pallidum
Disseminação: hematogênica.
Cerca de 50% das crianças infectadas não
apresentam qualquer sintoma clínico logo
após nascer, e as manifestações poderão
aparecer somente aos três meses.
A transmissão fetal pode ocorrer ao longo de
toda gravidez, mas as chances são menores
até o quarto mês, aumentando com o
decorrer da gestação, tendo em vista que o
fluxo placentário aumenta
progressivamente até o terceiro trimestre.
Acometimento fetal:
1) Fígado (inicialmente)
2) pelve
3) mucosas
4) esqueleto
5) pulmões
6) SNC
#Pneumonia alba: é uma lesão pulmonar que
surge ainda no período fetal, é incompatível
com a vida.
Cerca de 40% dos casos de sífilis não tratada
na gestação terminam em óbito fetal
(abortamento espontâneo, natimorto) ou
morte neonatal precoce
CLÍNICA:
Sífilis congênita precoce:
Quando as manifestações clínicas ocorrem
após o nascimento até os dois primeiros anos
de vida.
1) Hepato e esplenomegalia
a) Anemia
b) púrpura
c) icterícia
d) aumento das transaminases
2) Lesões cutaneomucosas:
a) Pênfigo palmoplantar:
múltiplas lesões bolhosas
cercadas por halo
eritematoso. Tem um único
surto
i) Diagnóstico
diferencial: Impetigo
estafilocócico (polpa
palmas e plantas e
evolui em surtos
repetidos)
b) Sifílides: lesões cutâneas que
se apresentam como máculas,
pápulas, vesículas e crostas.
Localizam-se no dorso das
nádegas e na região das coxas.
i) Quando as lesões são
palmoplantares,
erupção vesicular de
conteúdo quido
hemorrágico ou turbo,
rico em treponemas.
c) Condilomas planos: poderão
ocorrer em torno de orifícios
(ânus, vulva e boca), sendo
pouco frequentes.
d) Placas mucosas podem
aparecer nos lábios, língua,
palato e genitália.
e) Paroníquia: caracteriza-se por
processo esfoliativo das
unhas.
f) Rinite (coriza sifilítica):
apresenta-se com secreção
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Sífilis congênita

Agente etiológico: Treponema pallidum Disseminação: hematogênica. Cerca de 50% das crianças infectadas não apresentam qualquer sintoma clínico logo após nascer, e as manifestações poderão aparecer somente aos três meses. A transmissão fetal pode ocorrer ao longo de toda gravidez, mas as chances são menores até o quarto mês, aumentando com o decorrer da gestação, tendo em vista que o fluxo placentário aumenta progressivamente até o terceiro trimestre. Acometimento fetal:

  1. Fígado (inicialmente)
  2. pelve
  3. mucosas
  4. esqueleto
  5. pulmões
  6. SNC #Pneumonia alba: é uma lesão pulmonar que surge ainda no período fetal, é incompatível com a vida. Cerca de 40% dos casos de sífilis não tratada na gestação terminam em óbito fetal (abortamento espontâneo, natimorto) ou morte neonatal precoce

CLÍNICA:

Sífilis congênita precoce: Quando as manifestações clínicas ocorrem após o nascimento até os dois primeiros anos de vida.

  1. Hepato e esplenomegalia a) Anemia b) púrpura c) icterícia d) aumento das transaminases
  2. Lesões cutaneomucosas: a) Pênfigo palmoplantar: múltiplas lesões bolhosas cercadas por halo eritematoso. Tem um único surto i) Diagnóstico diferencial: Impetigo estafilocócico (polpa palmas e plantas e evolui em surtos repetidos) b) Sifílides: lesões cutâneas que se apresentam como máculas, pápulas, vesículas e crostas. Localizam-se no dorso das nádegas e na região das coxas. i) Quando as lesões são palmoplantares, há erupção vesicular de conteúdo líquido hemorrágico ou turbo, rico em treponemas. c) Condilomas planos: poderão ocorrer em torno de orifícios (ânus, vulva e boca), sendo pouco frequentes. d) Placas mucosas podem aparecer nos lábios, língua, palato e genitália. e) Paroníquia: caracteriza-se por processo esfoliativo das unhas. f) Rinite (coriza sifilítica): apresenta-se com secreção

mucosanguinolenta ou purulenta. i) Se houver lesão da cartilagem nasal, poderá aparecer posteriormente o nariz em sela, estigma da sífilis. ii) Lesão inflamatória do trato respiratório poderá produzir também laringite e choro rouco no RN iii) geralmente ocorre as manifestações cutâneas, na segunda ou terceira semana.

  1. Lesões ósseas: São as manifestações clínicas mais frequentes da SC. a) O acometimento é simétrico, localizado em ossos longos: rádio, ulna, úmero, tíbia, fêmur e fíbula. b) As lesões ósseas são autolimitadas, curando-se com ou sem tratamento. c) Osteocondrite metafisária: é a lesão mais precoce i) Dactilite sifilítica: quando acomete metacarpos ii) Caracteriza-se por: (1) dor à manipulação (2) impotência funcional principalmente de membros superiores (úmero) - simula uma verdadeira paralisia (pseudoparalisi a de Parrot) , observada até três meses de idade, podendo ser confundida com lesão do plexo braquial. iii) Sinal de wimberger: visto na radiografia e caracteriza-se por uma rarefação localizada na margem superior interna da tíbia bilateralmente, tendo como significado uma inflamação da metáfise. d) Periostite: diagnosticado em torno da 16 semana i) Caracteriza-se por um espessamento extenso e bilateral da cortical da diáfise (sinal do duplo contorno), podendo ocorrer fratura. ii) Normalmente se apresenta com dor ao movimento dos membros.
  2. Lesões viscerais:

a) dentes de hutchinson e molares em formato de amora

  1. Face: a) maxilar curto b) nariz em sela com ou sem perfuração do septo nasal c) Rágades (por fissuras peribucais)
  2. Articulação de Clutton: derrame articular estéril nos joelhos
  3. Ceratite intersticial, coroidite, retinite, atrofia óptica com possível evolução para cegueira.
  4. Lesão do 8º par craniano: levando a surdez e vertigem. a) Componente mais raro da tríade de hutchinson (ceratite, alterações dentárias e surdez)
  5. Hidrocefalia
  6. Retardo mental

Diagnóstico

  1. Pesquisa direta do treponema
  2. Reações sorológicas: a) Testes não treponêmicos: i) Fixação de complemento: Wasswemann e Kolmer ii) Teste de floculação: (1) VDRL: um teste não treponemico positivo não indica necessariament e infecção congênita, uma vez que o IgG materno ultrapassa a placenta. Assim deve suspeitar disso toda vez que o título foi igual ou inferior ao da mãe. Assim deve ser repetido em 15 dias, caso haja títulos ascendentes a infecção ativa é provável. (a) titulos superior es saos materno s sugerem infecção confenit a (b) Mede a atividad e da doença,

sendo indicado para diagnós tico e seguime nto terapêu tico. (2) RPR b) Testes treponêmicos: Usado para confirmação diagnóstica quando um teste treponêmico for positivo. i) FTA ABS: úteis na exclusão de resultados de VDRL falso positivos (1) FTA ABS IgM: quando positivo indica produção de anticorpos pelo RN. (2) Permanecem positivos por toda a vida, mesmo após a cura. (3) Não são recomendados em RN, devendo ser realizado apenas após 18 meses, quando os anticorpos adquiridos através da placenta não são mais detectáveis. ii) TPHA iii) ELISA #O Ministério da Saúde preconiza o VDRL no 1º trimestre de gravidez, no início do 3º trimestre (28ª semana) e repetido na admissão para trabalho de parto ou aborto. Na presença de VDRL reagente, recomenda- se a realização de teste treponêmico confirmatório, e na sua ausência, considera- se um caso de risco para sífilis congênita qualquer titulação de VDRL materno para gestantes não tratadas ou tratadas inadequadamente

  1. Reações sorológicas no liquor: a) Indicado para investigação de comprometimento neurológico em todos os casos suspeitos de SC. b) Sempre que o VDRL der positivo no LCR o RN deve ser considerado como portador de neuro sífilis congênita. Porem o VDRL negativo nao afasta. Assim, na presença de pleocitose (>25 hemácias), aumento das proteínas no LCR (>150) ou LCR inconclusivo, deve ser considerado como portador de neurosífilis.
  2. Sorologia materna: a) VDRL: 1ª consulta e início do terceiro trimestre e no momento da internação para parto ou aborto.
  3. Avaliação complementar do neonato com suspeita de SC: a) VDRL do sangue periférico e não do cordão umbilical

ser tratado com o esquema “a”. B) RN nascidos de mãe adequadamente tratadas: VDRL de sangue periférico:

  • Titulação maior que a materna ou presença de alterações clínicas: realizar hemograma, RX de ossos longos e LCR a) Alterações clínicas e ou radiológicas ou hematológicas sem alterações do LCR: PENICILINA G CRISTALINA 50.000 UI/KG/DOSE, IV A CADA 12H (NOS PRIMEIROS SETE DIAS DE VIDA) E A CADA 8H (APÓS 7 DIAS DE VIDA), DURANTE 10 DIAS; OU PENICILINA G PROCAÍNA 50.000 UI/KG DOSE ÚNICA DIÁRIA, IM, DURANTE 10 DIAS. b) Alterações do liquor: PENICILINA G CRISTALINA 50.000 UI/KG/DOSE, IV, A CADA 12H (NOS PRIMEIROS 7 DIAS DE VIDA) E A CADA 8H

(APÓS 7 DIAS DE VIDA),

DURANTE 10 DIAS.

C) RN nascidos de mãe adequadamente tratada: realizar VDRL em amostra de sangue periférico do RN a) Assintomático e VDRL não reagente: APENAS SEGUIMENTO CLÍNICO LABORATORIAL. Se não for possível: PENICILINA G BENZATINA DOSE ÚNICA IM 50.000 UI/KG b) Assintomático e VDRL reagente com título igual ou menor que o materno acompanhar clinicamente. Se impossibilidade: INVESTIGAR E TRATAR COMO “a” (sem alterações no LCR) ou “b1” (se houver alterações no LCR. ● Após o período neonatal (a partir de 28 dias): Diagnóstico confirmado: iniciar tratamento. PENICILINA G CRISTALINA DE 4/4H OU G PROCAÍNA DE 12/12H. SEGUIMENTO: A) Avaliações mensais até o sexto mes e bimensais do sexto ao 12º B) VDRL com 1,3,6,12 e 18 meses, interrompendo quando se observar negativação em dois exames consecutivos C) diante de elevações de títulos sorológicos ou da sua não negativação até os 18 meses, reinvestigar o paciente e tratar. D) Acompanhamento oftalmológico, neurológico e audiológico semestral por dois anos

E) em casos de LCR esteve alterado, deve-se proceder a reavaliação do liquor a cada seis meses, ate normalização do LCR F) Crianças tratadas inadequadamente, reavaliar clínico laboratorialmente. Havendo alterações, reiniciar o tratamento. #Em caso de interrupção do tratamento por mais de um dia, reiniciar o tratamento. #Reação de Jarisch-Herxheimer: é rara no período neonatal imediato e se caracteriza por uma reação sistêmica febril aguda, com exacerbação das lesões, convulsões e colapso circulatório que ocorre nos pacientes com sífilis congênita tratados com penicilina. Não há indicação de suspensão do tratamento. São recomendadas precauções de contatos para todos os casos por até 24h após o início do tratamento.