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Uma visão geral do sistema digestório, descrevendo os órgãos que compõem o canal alimentar e os órgãos digestórios acessórios, bem como os processos envolvidos na digestão. O documento também descreve a estrutura do canal alimentar e a função da túnica mucosa. O texto é útil para estudantes de biologia, medicina e áreas relacionadas.
Tipologia: Transcrições
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Dois grupos de órgãos compõem o sistema digestório : o canal alimentar1 e os órgãos digestórios acessórios. O canal alimentar é um tubo contínuo que se prolonga da boca ao ânus ao longo das cavidades torácica e abdominopélvica. Os órgãos do canal alimentar incluem a boca, a maior parte da faringe, o esôfago, o estômago, o intestino delgado e o intestino grosso. O comprimento do canal alimentar é de aproximadamente 5 a 7 m em uma pessoa viva em decorrência do tônus dos músculos da parede do canal alimentar). No cadáver, é mais longo (aproximadamente 7 a 9 m), por causa da perda do tônus muscular após a morte. Os órgãos digestórios acessórios incluem os dentes, a língua, as glândulas salivares, o fígado, a vesícula biliar e o pâncreas. Os dentes ajudam na fragmentação física dos alimentos, e a língua auxilia na mastigação e na
deglutição. Os outros órgãos digestórios acessórios, no entanto, nunca entram em contato direto com os alimentos. Eles produzem ou armazenam secreções que fluem para o canal alimentar por meio de ductos; as secreções ajudam na decomposição química dos alimentos. O canal alimentar contém o alimento desde o momento em que ele é consumido até quando é digerido e absorvido ou eliminado. Contrações musculares na parede do canal alimentar fragmentam fisicamente os alimentos, agitando-os e impulsionando-os desde o esôfago até o ânus. As contrações também ajudam a dissolver os alimentos, misturando-os com os líquidos secretados no canal alimentar. As enzimas secretadas pelos órgãos digestórios acessórios e as células que revestem o canal alimentar fragmentam os alimentos quimicamente.
Ingestão. Envolve colocar os alimentos e líquidos na cavidade oral. Secreção. Diariamente, as células nas paredes do canal alimentar e nos órgãos digestórios acessórios secretam um total de aproximadamente 7 ℓ de água, ácido, tampões e enzimas para o lúmen do canal alimentar. Mistura e propulsão. Contração e relaxamento alternados do músculo liso das paredes do canal alimentar misturam os alimentos e secreções e movem-nos em direção ao ânus. Esta capacidade do canal alimentar de misturar e mover o material ao longo do seu comprimento é chamada motilidade. Digestão. Processos mecânicos e químicos fragmentam os alimentos ingeridos em pequenas moléculas. Na digestão mecânica, os dentes cortam e trituram os alimentos antes de eles serem engolidos; em seguida, os músculos lisos do estômago e do intestino delgado agitam o alimento para ajudar ainda mais no processo. Como resultado, as moléculas do alimento são dissolvidas e bem misturadas às enzimas
digestórias. Na digestão química, as grandes moléculas de carboidratos, lipídios, proteínas e ácidos nucleicos dos alimentos são clivadas em moléculas menores por meio da hidrólise. As enzimas digestórias produzidas pelas glândulas salivares, língua, estômago, pâncreas e intestino delgado catalisam essas reações catabólicas. Poucas substâncias dos alimentos podem ser absorvidas sem digestão química. Estas incluem as vitaminas, os íons, o colesterol e a água. Absorção. A entrada nas células epiteliais de revestimento do lúmen do canal alimentar dos líquidos, íons e produtos da digestão ingeridos e secretados é chamada absorção. As substâncias absorvidas passam para o sangue ou linfa e circulam até as células do corpo. Defecação. Escórias metabólicas, substâncias não digeridas, bactérias, células descamadas da túnica mucosa do canal alimentar e materiais digeridos que não foram absorvidos ao longo do canal alimentar deixam o corpo através do ânus, em um processo chamado defecação. O material eliminado é denominado fezes.
Visão Geral O canal alimentar que se estende da parte proximal do esôfago até a parte distal do canal anal consiste em um tubo oco de diâmetro variável, mas que apresenta a mesma organização estrutural básica em toda a sua extensão. Sua parede é formada por quatro camadas distintas. Do lúmen para fora, as quatro camadas são as seguintes: ♥ Mucosa , que consiste em um epitélio de revestimento, um tecido conjuntivo subjacente, denominado lâmina própria, e na muscular da mucosa, composta de músculo liso
Submucosa , que consiste em tecido conjuntivo denso não modelado ♥ Muscular externa , que consiste, em sua maior parte, em duas camadas de músculo liso ♥ Serosa , uma membrana serosa que consiste em epitélio simples pavimentoso, o mesotélio, e em uma pequena quantidade de tecido conjuntivo subjacente. A adventícia , constituída apenas de tecido conjuntivo, é encontrada nos locais em que a parede do tubo está diretamente aderida a estruturas adjacentes (ex.: parede corporal e certos órgãos retroperitoneais).
A estrutura do esôfago e do trato gastrointestinal varia de uma região para a outra, maior parte dessa variação ocorre na mucosa. O epitélio dos órgãos difere ao longo do canal alimentar conforme as funções exercidas em cada porção do canal. Funções: proteção, absorção, e secreção. É composta por (1) uma camada de epitélio em contato direto com o conteúdo do canal alimentar, (2) uma camada de tecido conjuntivo denominada lâmina própria, e (3) uma camada fina de músculo liso (lâmina muscular da mucosa). Epitélio: A barreira epitelial isola o ambiente luminal do tubo digestivo dos demais tecidos e órgãos do corpo. Ajuda na proteção do indivíduo contra a entrada de antígenos, patógenos e outras substâncias nocivas. No esôfago, um epitélio estratificado pavimentoso fornece proteção contra a abrasão física causada pela ingestão dos alimentos. Na porção gastrintestinal do canal alimentar, as zônulas de oclusão entre as células do epitélio simples colunar da mucosa atuam como barreira permeável seletiva. A maioria das células epiteliais transporta produtos da digestão e outras substâncias essenciais, como a água, para a célula e para o espaço extracelular através da região subjacente às zônulas de oclusão.
A absorção dos nutrientes digeridos, da água e dos eletrólitos é possível graças às projeções da mucosa e da submucosa no lúmen do trato gastrintestinal. Essas projeções da membrana apical das células aumentam significantemente a área de superfície disponível para a absorção e variam no tamanho e orientação. A secreção é realizada, em grande parte, por glândulas distribuídas por toda a extensão do trato gastrintestinal. Os vários produtos secretores fornecem muco que atua como um lubrificante protetor, bem como tampão para o revestimento da superfície do tubo. Essas secreções – que incluem enzimas, ácido clorídrico, hormônios peptídicos e água – também têm papel importante na digestão. O epitélio da mucosa também secreta anticorpos provenientes de células do sistema imune, localizadas no tecido conjuntivo subjacente.
Glândulas do canal alimentar → desenvolvem-se a partir de invaginações do epitélio luminal: o Glândulas mucosas, localizadas na lâmina própria o Glândulas submucosas, que liberam suas secreções diretamente no lúmen das glândulas mucosas ou
como camada circular; as células da camada externa formam uma espiral frouxa, descrita como camada longitudinal. Localizada entre as duas camadas musculares, há uma camada fina de tecido conjuntivo; no interior deste, está o plexo mioentérico (plexo de Auerbach), que contém corpos celulares (células ganglionares) de neurônios parassimpáticos pós-ganglionares e neurônios do sistema nervoso entérico, bem como vasos sanguíneos e vasos linfáticos. A contração da camada circular interna comprime o lúmen e, assim, mistura o conteúdo do órgão; a contração da camada longitudinal externa propele o conteúdo por meio do encurtamento do tubo. A contração rítmica e lenta dessas duas camadas, sob o controle do sistema nervoso entérico, produz peristaltismo, caracterizado pela constrição e encurtamento do tubo, o que move o conteúdo através do trato intestinal. Alguns locais ao longo do tubo digestivo exibem variações na muscular externa. Por exemplo, na parede da porção proximal do esôfago (esfíncter faringoesofágico) e ao redor do canal anal (esfíncter externo do ânus), o músculo estriado constitui parte da muscular externa. No estômago, uma terceira camada de músculo liso de orientação oblíqua está presente na porção mais profunda da camada circular. Por fim, no intestino grosso, parte da camada longitudinal de músculo liso é mais espessa, formando três faixas distintas e igualmente espaçadas, denominadas tênias do cólon. Durante a contração, as tênias do cólon facilitam o encurtamento do tubo e, assim, promovem o movimento do seu conteúdo. Em vários pontos ao longo do trato gastrintestinal, a camada circular de músculo está espessada e forma esfíncteres ou válvulas. A partir da orofaringe em
direção distal, essas estruturas incluem as seguintes: o Esfíncter faringoesofágico. Na realidade, a parte inferior do músculo cricofaríngeo é fisiologicamente designada como esfíncter esofágico superior. Impede a entrada de ar no esôfago. o Esfíncter esofágico inferior. Está localizado na extremidade inferior do esôfago; sua ação é reforçada pelo diafragma que circunda essa parte do esôfago quando ele passa para a cavidade abdominal. Cria uma diferença de pressão entre o esôfago e o estômago, que impede o refluxo do conteúdo gástrico para dentro do esôfago. O relaxamento anormal desse esfíncter possibilita o retorno (refluxo) do conteúdo ácido do estômago para dentro do esôfago. Se não for tratada, essa condição pode evoluir para a doença do refluxo gastresofágico (DRGE), que se caracteriza por inflamação da mucosa esofágica (esofagite de refluxo), estenose e dificuldade de deglutição (disfagia, acompanhada de dor torácica). o Esfíncter do piloro. Localizado na junção do piloro do estômago com o duodeno (esfíncter gastroduodenal), controla a liberação do quimo, o conteúdo parcialmente digerido do estômago, para dentro do duodeno. o Papila ileal. Localizada na junção do intestino delgado e intestino grosso, impede o refluxo do conteúdo do cólon com sua elevada quantidade de bactérias para dentro da parte distal do íleo, que geralmente apresenta um baixo número de bactérias. o Esfíncter interno do ânus. ocalizado mais distalmente, circunda o canal anal e impede a passagem de fezes provenientes do reto não distendido para dentro do canal anal.
A serosa é uma membrana que consiste em uma camada de epitélio simples pavimentoso, denominado mesotélio, e em uma pequena quantidade de tecido conjuntivo subjacente. É o equivalente do peritônio visceral descrito na anatomia macroscópica. A serosa é a camada mais superficial das partes do trato gastrintestinal que estão suspensas na cavidade peritoneal. Desse modo, a serosa é contínua tanto com
o mesentério quanto com o revestimento da cavidade abdominal. Grandes vasos sanguíneos e linfáticos e troncos nervosos seguem o seu percurso através da serosa (do mesentério e para ele) até alcançar a parede do trato gastrintestinal. É possível observar o desenvolvimento de grande quantidade de tecido adiposo no tecido conjuntivo da serosa (e no mesentério).
Certas porções do trato gastrintestinal não contêm serosa. Essas porções incluem a parte torácica do esôfago e porções das estruturas nas cavidades abdominal e pélvica que estão fixadas à parede da cavidade – duodeno, cólon ascendente e
descendente, reto e canal anal. Essas estruturas estão fixadas às paredes abdominal e pélvica por tecido conjuntivo, a adventícia, que se mescla com o tecido conjuntivo da parede.
é a entrada do tubo digestório. A
ingestão, a digestão parcial e a lubrificação do alimento, ou bolo alimentar, são as principais funções da boca e de suas glândulas salivares associadas. A cavidade oral inclui os lábios, as bochechas, os dentes, a gengiva, a língua e o palato. Com exceção dos dentes, a boca é revestida pelo epitélio estratificado pavimentoso, com uma submucosa presente apenas em certas regiões. Os lábios possuem três regiões: a região cutânea , revestida por pele delgada (epiderme [epitélio estratificado pavimentoso queratinizado] e derme com glândulas sudoríparas, glândulas sebáceas e
folículos pilosos), a região vermelha , revestida por epiderme sustentada por papilas dérmicas altas, contendo vasos sanguíneos responsáveis pela sua cor, e a região de mucosa oral , contínua com a mucosa das bochechas e da gengiva. O epitélio estratificado pavimentoso não-queratinizado que recobre a superfície interna dos lábios e das bochechas é sustentado por uma lâmina própria densa e uma submucosa, intimamente ligada aos músculos esqueléticos subjacentes através de fibras colágenas do tecido conjuntivo. A gengiva é semelhante à região vermelha dos lábios, exceto em sua borda livre, onde observa-se uma queratinização significativa. A lâmina própria da gendiva une-se intimamente ao periósteo do processo alveolar da maxila e da mandíbula
Essa superfície dorsal contém numerosas projeções da mucosa denominadas papilas linguais, e cada papila é formada por uma parte de tecido conjuntivo altamente vascularizado e uma camada de revestimento de epitélio pavimentoso estratificado. Essas papilas são divididas de acordo com o formato em: (1) papilas filiformes (cônicas e estreitas), as mais abundantes; (2) papilas fungiformes (formato de cogumelo); (3) papilas circunvaladas, e (4) papilas foliadas (em forma de folha), rudimentares em humanos, mas bem desenvolvidas em coelhos e macacos. Os corpúsculos gustativos são encontrados em todas as papilas, exceto nas filiformes. Os corpúsculos gustativos são estruturas epiteliais em formato de barril contendo células quimiossensoriais chamadas células receptoras gustativas, as quais estão em contato com as terminações dos nervos gustativos. As papilas circunvaladas estão localizadas na parte posterior da língua, alinhadas à frente do sulco terminal. Cada papila circunvalada ocupa uma reentrância na mucosa e, por isso, ela é circundada por um sulco ou vala circular. Glândulas serosas, ou glândulas de von Ebner, no tecido conjuntivo, em contato com a musculatura adjacente, estão associadas às papilas circunvaladas. Os duetos das glândulas de von Ebner se abrem no fundo dos sulcos circulares. As regiões laterais das papilas circunvadas e as paredes laterais dos sulcos contém vários corpúsculos gustativos, cada um formado por 50 a 150 células, com estreitas extremidades apicais que se estendem até um poro gustativo. Um corpúsculo gustativo contém três componentes celulares: células receptoras gustativas, células de sustentação (ou células gustativas imaturas) e células precursoras (células basais). As células receptoras gustativas têm um tempo médio de vida de 10 a 14 dias. As células precursoras dão origem às células de sustentação (ou células gustativas imaturas) que, por sua vez, se tornam células receptoras gustativas maduras. A porção basal de uma célula receptora gustativa está em contato com uma terminação nervosa aferente derivada de neurônios em gânglios sensitivos dos nervos facial, glossofaríngeo e vago. Doce, azedo, amargo e salgado são as quatro sensações clássicas do sentido do paladar. Um quinto sabor é o umami (está ligado a determinados aminoácidos). Uma sensação específica de um sabor é gerada por uma célula receptora gustativa específica. O nervo facial transmite as cinco sensações de sabores; o nervo glossofarfngeo transmite as sensações dos sabores doce e amargo. O paladar se inicia quando substâncias químicas solúveis, chamadas gustantes, se difundem pelos poros gustativos e interagem com as subunidades (α, β e Y da proteína G (denominada gusducina) ligada a receptores de paladar (designados TR1 e TR2), presentes nos microvilos apicais das células receptoras gustativas. Mudanças iónicas dentro das células gustativas causam despolarização ou hiperpolarização das células receptoras. Um aumento no Ca2+^ intracelular dispara a liberação de neurotransmissores na sinapse aferente com a terminação nervosa aferente. Algumas células receptoras gustativas respondem a uma única substância dos sabores básicos, outras são sensíveis a mais de uma substância gustante.
. No ser humano adulto, a dentição consiste em 32 dentes permanentes. Os L
dentes superiores estão inseridos nos processos alveolares da maxila. Os 16 dentes inferiores estão inseridos em processos alveolares semelhantes na mandíbula. A dentição permanente é precedida por um conjunto de 20 dentes decíduos, também chamados dentes de leite. Os dentes decíduos aparecem por volta dos 6 meses de idade e o conjunto inteiro está prese11le por volta dos 6 a 8 anos. Os dentes decíduos são substituídos entre os 10 e 12 anos pelos 32 dentes permanentes. Este processo de substituição termina por volta dos 18 anos de idade. Cada um dos vários tipos de dentes possui rormato e função dislintos: os incisivos são especializados para o cone; os caninos, para perfuraçãO e apreensão, e os molares, para esmagamento. Cada dente formado por uma coroa e uma única raiz ou raízes múltiplas. A coroa é revestida por camadas altamente calcificadas de esmalte e dentina. A superfície externa da raiz é revestida por um outro tecido calcificado, chamado cemento. A dentina, que forma a maior parte do dente, contém uma câmara central preenchida com um tecido macio, a polpa. A cavidade pulpar se abre no forame apical do dente, no processo alveolar ósseo, através do canal radicular. Vasos sanguíneos, nervos e vasos linfáticos entram e saem da cavidade pulpar através do forame apical. Fibras nervosas mielínicas seguem juntamente com os vasos sanguíneos.
Esmalte: é um tecido acelular mineralizado que cobre a coroa do dente. Uma vez formado, não pode ser substituído. Diferentemente do osso, que é formado a partir do tecido conjuntivo, o esmalte é um tecido singular, pois consiste em material mineralizado derivado do epitélio. O esmalte é mais altamente mineralizado e mais duro que qualquer outro tecido mineralizado do corpo; consiste em 96 a 98% de cristais de hidroxiapatita. O esmalte é a substância mais dura do corpo. Serve para proteger o dente do desgaste da mastigação. Também protege contra ácidos que podem facilmente dissolver a dentina. A dentina da raiz é recoberta por cemento, outra substância semelhante ao osso, que insere a raiz ao ligamento periodontal.
túnica muscular e movimentos da camada muscular da mucosa, e as atividades secretoras das glândulas da mucosa e da submucosa. A estimulação de fibras nervosas parassimpáticas pré-ganglionares (terminais colinérgicos) da túnica muscular causa um
aumento da motilidades, assim como da atividade secretora de glândulas. A estimulação de fibras nervosas simpáticas pós-ganglionares (terminais adrenérgicos) nas células musculares lisas causa redução da motilidade.
O esôfago é um tubo muscular que liga a faringe ao estômago que passa pelo pescoço e mediastino (tórax), onde está ancorado às estruturas adjacentes por tecido conjuntivo – a camada adventícia – e atravessa o diafragma. Ao entrar na cavidade abdominal, permanece livre por uma curta distância (1 a 2 cm), quando passa a ser recoberto por serosa (o peritônio visceral). O comprimento total é de aproximadamente 25 cm. As contrações da túnica muscular empurram o alimento para baixo ao longo do esôfago em cerca de 2 segundos. Nesta velocidade, mudanças de pressão e de volume dentro do tórax são mínimas. Não ocorrem interrupções na respiração nem na circulação cardiopulmonar. A mucosa esofágica apresenta um epitélio estratificado pavimentoso não-queratinizado sobre uma lâmina própria com numerosas papilas de tecido conjuntivo. A camada muscular, mais profunda da mucosa, não está presente na porção inicial esôfago, tornando-se organizada próxima ao estômago. O tecido linfático difuso encontra-se disperso por todo o tubo, e observa-se a existência de nódulos linfáticos, frequentemente próximos aos ductos das glândulas mucosas esofágicas. A camada profunda da mucosa (muscular) é composta de músculo liso organizado longitudinalmente, que se inicia próximo ao nível da cartilagem cricoidea – essa camada é muito espessa na porção proximal do esôfago, atuando como auxiliar na deglutição. A mucosa e a submucosa no esôfago não distendido formam pregas longitudinais que dão um aspecto irregular ao lúmen. Conforme o bolo alimentar se move para baixo no esôfago, as pregas desaparecem temporariamente e, em seguida, são restauradas devido à ação das fibras elásticas da submucosa. A submucosa do esôfago consiste em um tecido conjuntivo denso não-modelado, que contém uma rede de fibras colágenas e elásticas, muitos vasos sanguíneos e linfáticos, fibras nervosas e células ganglionares. As fibras nervosas e as células ganglionares constituem o plexo submucoso (plexo de Meissner). Observa-se também a existências de glândulas. O tecido linfático difuso e os nódulos linfáticos são encontrados principalmente nas porções superior e inferior do esôfago, nas quais as glândulas submucosas são mais prevalentes. Na porção final do esôfago, os plexos venosos submucosos drenam tanto para o sistema venoso sistêmico quanto para o sistema venoso porta. Um aumento na pressão do sistema venoso porta, causado por doença hepática crônica, resulta em dilatação dos seios venosos da submucosa e formação de varizes esofágicas. A ruptura das varizes ou a ulceração da mucosa sobrejacente podem produzir hemorragia no esôfago e no estômago, frequentemente causando vômito (hematêmese). A muscular externa consiste em uma camada circular interna e uma camada longitudinal externa. Essa camada muscular externa difere da que é encontrada no restante do trato gastrointestinal, pois o terço superior consiste em músculo estriado,
uma continuação do músculo da faringe. Os feixes de músculo estriado e de músculo liso estão misturados e entremeados no terço médio do esôfago. Já a muscular externa no terço distal consiste apenas em músculo liso, como no restante do trato digestivo. Entre as camadas musculares externa e interna há um plexo nervoso denominado plexo mioentérico (como no plexo submucoso, possui nervos e células ganglionares), o qual inerva a muscular externa e produz atividade peristáltica. Glândulas da mucosa e da submucosa estão presentes no esôfago. Sua função é produzir continuamente uma fina camada de muco que lubrifica a superfície do epitélio. Estas glândulas são divididas em dois tipos, ambos secretam muco, mas diferem na localização: o Glândulas esofágicas próprias ficam na submucosa. São pequenas glândulas tuboalveolares (ácinos mucosos) compostas dispersas ao longo de toda a extensão do esôfago, mais concentradas na sua metade superior, localizadas logo abaixo da camada muscular da mucosa. Estão organizadas em lóbulos pequenos drenados por um único ducto. O ducto excretor é composto por epitélio estratificado pavimentoso. Os ácinos apresentam dois tipos de células secretoras: uma célula mucosa e uma célula serosa, esta última com grânulos de secreção contendo lisozima. o Glândulas da mucosa: Restritas à lâmina própria, são semelhantes às glândulas cárdicas do estômago e são denominadas glândulas cárdicas esofágicas. Estão presentes na parte terminal do esôfago e, com frequência, na porção inicial. O muco produzido pelas glândulas esofágicas próprias é ligeiramente ácido e serve para lubrificar a parede luminal. Como a secreção é relativamente viscosa, observa-se com frequência a ocorrência de cistos transitórios nos ductos. As glândulas cárdicas esofágicas produzem muco de pH neutro. As glândulas próximas do estômago tendem a proteger o esôfago do conteúdo gástrico regurgitado. No entanto, em certas circunstâncias, elas não são totalmente efetivas, e o refluxo excessivo resulta em pirose, uma condição mais comumente conhecida como azia. Essa condição pode evoluirpara a doença do refluxo gastresofágico (DRGE). A musculatura estriada na parte superior do esôfago é inervada por neurônios motores somáticos do nervo vago, o nervo craniano X (ramos do núcleo ambíguo). O músculo liso da parte inferior do esôfago é inervado por neurônios motores viscerais do vago (a partir do núcleo motor dorsal). Esses neurônios motores fazem sinapse com os neurônios pós-sinápticos, cujos corpos celulares estão localizados na parede do esôfago.
O estômago apresenta o mesmo plano estrutural geral em toda sua extensão, consistindo em mucosa, submucosa, muscular externa e serosa. A superfície interna do estômago vazio possui várias pregas ou cristas longitudinais – as pregas gástricas, proeminentes nas regiões mais estreitas do estômago, mas pouco desenvolvidas na porção superior. Quando o estômago está totalmente distendido, as pregas, compostas por mucosa e submucosa subjacente, praticamente desaparecem. As pregas, portanto, não alteram a área de superfície total, servindo apenas para distender durantes expansão e enchimento do estômago. A superfície do estômago apresenta pequenas regiões da mucosa formadas por sucos pouco profundos que dividem a superfície do estômago em áreas irregulares abauladas – as áreas mamilares – que proporcionam uma área aumentada de superfície para secreção. Também é possível observar diversas aberturas na superfície da mucosa – as fóvelas gástricas ou criptas gástricas – cujas bases são onde as glândulas gástricas abrem-se. O epitélio que reveste a superfície e as fóvelas gástricas é do tipo colunar simples, essas células colunares são células mucosas da superfície. Cada célula apical apresenta o formato de cálice preenchido por grânulos de mucinogênio, criando um folheto de células glandulares. O cálice mucoso ocupa a maior parte do volume da célula. O núcleo e o complexo de Golgi das células mucosas da superfície estão localizados abaixo do cálice mucoso. A parte basal da célula contém pequena quantidade de retículo endoplasmático rugoso (RER), que pode conferir uma discreta basofilia ao citoplasma quando observado em amostras bem preparadas.
A secreção mucosa das células mucosas da superfície é descrita como muco. Forma uma cobertura gelatinosa espessa e viscosa, que adere à superfície epitelial, protegendo a célula contra a abrasão dos componentes mais ásperos do quimo. Além disso, a sua alta concentração de bicarbonato e de potássio protege o epitélio contra o conteúdo ácido do suco gástrico. O bicarbonato que forma o muco alcalino é secretado pelas células superficiais, mas não se mistura imediatamente com o conteúdo do lúmen gástrico, devido à sua contenção dentro do revestimento mucoso. Por fim, as prostaglandinas (PGE 2 ) parecem desempenhar importante papel na proteção da mucosa gástrica. Elas estimulam a secreção de bicarbonatos e aumentam a espessura da camada de muco por meio da vasodilatação na lâmina própria. Essa ação melhora o suprimento de nutrientes para qualquer área danificada da mucosa gástrica, otimizando, assim, as condições para a reparação tecidual. O revestimento do estômago não tem capacidade absortiva. No entanto, pode ocorrer absorção de parte da água, sais e fármacos lipossolúveis. Por exemplo, o álcool e certos fármacos, como o ácido acetilsalicílico ou agentes anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), entram na lâmina própria após danificar o epitélio de superfície. Até mesmo pequenas doses de ácido acetilsalicílico suprimem a produção das prostaglandinas protetoras pela mucosa gástrica. Além disso, o contato direto do ácido acetilsalicílico com a parede do estômago interfere nas propriedades hidrofóbicas da mucosa gástrica.
As glândulas da região cárdica são tubulosas, com uma extremidade enovelada e uma abertura continua com as fossetas gástricas. São revestidas principalmente de células secretoras de muco, entremeadas ocasionalmente com células enteroendócrinas, e têm estrutura semelhante às glândulas esofágicas cárdicas encontradas na mucosa do esôfago. A sua secreção, em combinação com a das glândulas cárdicas esofágicas, contribui para a composição do suco gástrico e ajuda a proteger o epitélio esofágico contra o refluxo gástrico. Apresentam um núcleo basal achatado e um citoplasma apical, que geralmente é preenchido com grânulos de mucina. Um segmento ductal curto contendo células colunares com núcleos alongados é interposto entre a porção secretora da glândula e as criptas superficiais dentro das quais as glândulas secretam o seu produto. O segmento ductal constitui o local em que as células mucosas da superfície e as células glandulares são produzidas. REGIÃO PILÓRICA As glândulas pilóricas estão localizadas no antro pilórico (a parte do estômago entre o fundo gástrico e o piloro); são glândulas tubulares espiraladas e ramificadas. O lúmen é relativamente amplo, e as células secretoras são morfologicamente semelhantes às células mucosas da superfície, sugerindo uma secreção
relativamente viscosa. As células enteroendócrinas são encontradas entremeadas no epitélio glandular, juntamente com algumas células parietais esparsas. As glândulas abrem-se nas fovéolas gástricas profundas que ocupam cerca da metade da espessura da mucosa.
As glândulas fúndicas, também denominadas glândulas gástricas, são encontradas em toda mucosa gástrica, exceto em uma pequena região ocupada pelas glândulas cárdicas e pilóricas. São glândulas tubulares simples e ramificadas, que se estendem da base das fóveolas gástricas até a muscular da mucosa. Entre a fovéola gástrica e a glândula subjacente, há um curto segmento, conhecido como istmo, local em que estão as células-tronco, que se replicam e se diferenciam. As células destinadas a se tornarem células mucosas da superfície migram para cima nas fovéolas gástricas até a superfície do estômago. Outras células migram para baixo, mantendo a população do epitélio glandular fúndico. Em geral, várias glândulas abrem-se em uma única fovéola gástrica. Cada glândula apresenta um segmento estreito e
relativamente longo, o cólon, e uma base mais curta e mais larga, ou segmento fundo. A base da glândula costuma se dividir em dois e, habitualmente, três ramos, que se tornam levemente espiralados próximo da muscular da mucosa. As células das glândulas gástricas produzem suco gástrico (em torno de 2 ℓ/dia), que contém uma variedade de substâncias. As células que constituem as glândulas fúndicas são de quatro tipos funcionais. Cada uma delas tem uma aparência distinta. Além disso, observa-se também a existência de células indiferenciadas, que dão origem a essas células. As diversas células que constituem a glândula são as seguintes: o Células mucosas do cólon: estão localizadas na região do cólon da glândula fúndica. As células parietais
O tempo de vida de 3 a 5 dias das células mucosas da superfície é equilibrado pela atividade mitótica observada no istmo, o segmento estreito situado entre a fovéola gástrica e a glândula fúndica, que contém um reservatório de células-tronco que apresentam atividade mitótica, proporcionando uma renovação celular contínua. As células produzidas nesse local tornam-se, em sua maioria, células mucosas da superfície. Migram ao longo da parede da fovéola até a superfície luminal do estômago, de onde são finalmente liberadas no lúmen do órgão. Outras células do istmo migram para a porção inferior das glândulas gástricas,
dando origem às células parietais, às células principais, às células glandulares mucosas e às células enteroendócrinas que constituem o epitélio glandular. Essas células apresentam tempo de vida relativamente longo. As células parietais têm o maior tempo de sobrevida, de aproximadamente 150 a 200 dias. As células principais e enteroendócrinas têm estimativa de vida de aproximadamente 60 a 90 dias. Após esse período, são substituídas por novas células que migram do istmo. Por outro lado, as células mucosas do colo apresentam um tempo de sobrevida muito mais curto, de aproximadamente 6 dias.
A lâmina própria do estômago é relativamente escassa e restrita aos espaços que circundam as fovéolas gástricas e glândulas gástricas. O estroma é composto, em grande parte, de fibras reticulares, fibroblastos e células musculares lisas. Outros componentes incluem células do sistema imune(linfócitos, plasmócitos, macrófagos e alguns eosinófilos). Durante os processos inflamatórios (que são frequentes), o número de neutrófilos também aumenta. Alguns nódulos linfáticos também estão presentes e, em geral, penetram apenas parcialmente na muscular da mucosa.
A muscular da mucosa é composta de duas camadas relativamente finas, geralmente dispostas em uma camada circular interna e uma camada longitudinal externa. Em algumas regiões, é possível observar uma terceira camada, cuja orientação tende a ser circular. Finos prolongamentos de células musculares lisas estendem-se na lâmina própria a partir da camada interna da muscular da mucosa, em direção à superfície. Acredita-se que essas células musculares lisas possam auxiliar no efluxo das secreções das glândulas gástricas.
A submucosa é composta por tecido conjuntivo denso que contém quantidades variáveis de tecido adiposo e vasos sanguíneos, bem como fibras nervosas e
células ganglionares que compõem o plexo submucoso (de Meissner), que inerva os vasos da submucosa e o músculo liso da muscular da mucosa.
A muscular externa do estômago é tradicionalmente descrita como constituída de uma camada longitudinal externa, uma camada circular média e uma camada oblíqua interna. Essa descrição, no entanto, pode não ser precisa, uma vez que pode ser difícil discernir com precisão essas camadas. Assim como em outros órgãos esféricos ocos (p. ex., vesícula biliar, bexiga e útero), a orientação do músculo liso da muscular externa do estômago é mais aleatória e não forma propriamente uma camada. Além disso, a camada longitudinal é ausente em grande parte das superfícies anterior e posterior do estômago, e a camada circular
é pouco desenvolvida na região periesofágica. O arranjo das camadas musculares é funcionalmente importante, uma vez que está relacionado com a sua atividade de misturar o quimo durante o processo digestivo, bem como com a sua capacidade de forçar o conteúdo parcialmente digerido para dentro do intestino delgado. Entre as camadas musculares, são vistos grupos de células ganglionares e feixes de fibras nervosas não mielinizadas. Em seu conjunto, constituem o plexo mioentérico (de Auerbach), que fornece inervação para as camadas musculares.
A serosa do estômago é semelhante à descrita anteriormente para o canal alimentar em geral. É contínua com o peritônio parietal da cavidade abdominal
por meio do omento maior, e com o peritônio visceral do fígado, no omento menor. Nos demais aspectos, a serosa não exibe nenhuma característica especial.