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livro sociologia
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
Oferta por tempo limitado
Compartilhado em 24/02/2017
4.5
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Série Fundamentos da Sociologia
Sociologia geral [Alessandro Eziquiel da Paixão][Alessandro Eziquiel da Paixão]
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização da Editora Ibpex. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº 9.610/1998 e punido pelo art. 184 do Código Penal.
Sociologia geral
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1ª edição, 2012 Foi feito o depósito legal. Informamos que é de inteira responsabilidade do autor a emissão de conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reforma sem a prévia autorização da Editora Ibpex.produzida por qualquer meio ou A violação dos direitos autorais é crime estabepunido pelo art. 184 do Código Penal. lecido na Lei n° 9.610/1998 e
Av. Vicente Machado, 317 – 14º andar Centro – CEP 80420-010 – Curitiba – PR – BrasilFone: (41) 2103- www.editoraibpex.com.breditora@editoraibpex.com.br
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Paixão, Alessandro Eziquiel da Sociologia geral [livro eletrônico] / Alessandro Eziquiel da Paixão. – Curitiba: Ibpex, 2012. – (Série Fundamentos da Sociologia) 2 MB ; PDF Bibliografia. ISBN 978-85-7838-972-
12-14349 CDD-301. Índices para catálogo sistemático:
[Conselho editorial] Dr. Ivo José Both (presidente) Dr a^. Elena Godoy Dr. Nelson Luís Dias Dr. Ulf Gregor Baranow [Editor-chefe] Lindsay Azambuja [Editor-assistente] Ariadne Nunes Wenger [Editor de arte] Raphael Bernadelli [Análise de informação] Adriane Beirauti [Revisão de texto] Filippo Mandarino [Capa] Raphael Bernadelli; Regiane Rosa [Projeto gráfico] Bruno de Oliveira [Iconografia] Danielle Scholtz [Ilustrações] Marcelo Lopes
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“Espera-se do sociólogo que, à medida do profeta, dê respostas últi- mas e (aparentemente) sistemáticas às questões de vida ou de morte que se colocam dia a dia na existência social. E é-lhe recusada a função, que ele tem direito de reivindicar, como qualquer cientista, de dar respostas precisas e verificáveis apenas às questões que está em condições de colocar cientificamente: quer dizer, rompendo com as perguntas postas pelo senso comum e pelo jornalismo.”
Pierre Bourdieu (1994, p. 36-37)
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Apresentação [...][...]
Este livro traz uma introdução geral ao estudo da sociologia, tanto no que se refere aos conceitos básicos de autores clássi- cos quanto em relação à aplicação desse referencial teórico na interpretação da realidade social. Assim, não é um livro essen- cialmente “teórico”, mas procura dar conta da aplicação dos conceitos vistos. A obra está organizada em seis capítulos. Os quatro primei- ros são mais teóricos. Os outros dois procuram uma leitura sociológica da realidade, sem, no entanto, deixar de levantar conceitos teóricos importantes. O capítulo 1 aborda o surgimento da sociologia no âmbito do contexto histórico da sociedade capitalista e do advento da ciência como forma de explicação do mundo. O capítulo 2 apresenta a institucionalização da sociologia como ciência, analisando o seu caráter positivista. Também são abordadas nesse capítulo as obras de Auguste Comte e Émile Durkheim. Especialmente em relação a este último, são anali- sados alguns dos seus principais conceitos e contribuições para a sociologia. O capítulo 3 traz a obra do alemão Karl Marx e sua aná- lise do capitalismo. Nesse capítulo, é trabalhada a concepção
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materialista da história, o que possibilita compreender a aná- lise que Marx faz do capitalismo e buscar os elementos para entender o seu conceito de ideologia. No quarto capítulo é abordada a obra de Max Weber, partin- do de seu conceito de ação social para se chegar à sua concep- ção metodológica: a sociologia compreensiva e a construção de tipologias. Aqui também é vista a análise que Weber faz da sociedade capitalista. O capítulo 5 apresenta alguns conceitos básicos em socio- logia: socialização, cultura, instituições sociais e identidade. Apesar de parecer um capítulo estritamente teórico, os concei- tos apresentados são problematizados e analisados à luz da ex- periência cotidiana. O capítulo 6 proporciona uma análise sociológica da socie- dade contemporânea, com base na categoria trabalho. Podemos afirmar que esse capítulo constitui um “exercício sociológico”, pois recupera vários pontos vistos anteriormente. O “exercício sociológico” realizado no último capítulo apresenta a mesma lógica das atividades apresentadas no final de cada capítulo, principalmente as atividades de reflexão e as atividades aplicadas. Nessas atividades é importante o compar- tilhamento das experiências, mesmo com aqueles que não são colegas de estudo. Um debate com uma pessoa sobre determi- nada atividade proposta pode apresentar outras problematiza- ções e mesmo esclarecimentos de pontos de vista.
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pela sociologia não são necessariamente sociais. As questões trazidas por ela são problemas teóricos, construídos com base na análise de aspectos históricos, econômicos, culturais e so- ciais, presentes no nosso cotidiano. E as respostas dadas tam- bém levam em conta esses mesmos aspectos considerados nas problematizações. Dessa forma, o maior desafio da análise sociológica é com- preender a maneira pela qual os vários níveis de experiência humana, processos econômicos, culturais, políticos e tecnoló- gicos contribuem para a conformação de uma estrutura social específica. Os temas abordados nas próximas páginas não se consti- tuem em respostas “últimas e sistemáticas” sobre a estrutura social. Longe dessa pretensão, o que intentamos é levar o leitor ao desenvolvimento de uma perspectiva sociológica, ao mesmo tempo que procuramos apresentar conceitos e problematiza- ções básicas da análise e explicação sociológicas. Alguns aspectos também merecem ser destacados em rela- ção ao histórico da disciplina de sociologia no sistema educa- cional brasileiro. No Brasil, o ensino de sociologia passa por várias fases. O primeiro momento que é possível identificar ocorre no início da República, quando o ensino de sociologia era vinculado à disciplina de moral. Nos anos 1930, a criação dos cursos superiores de Ciências Sociais na Escola Livre de Sociologia e Política de São Paulo e a fundação da Universidade de São Paulo dão maior fôlego à disciplina. Ocorre o desenvol- vimento de pesquisas e a preocupação de formação de quadros intelectuais para o desenvolvimento do país. Também passa a
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existir uma preocupação com a formação de professores secun- dários (principalmente para a escola normal). Nesse período, o que dá força à sociologia é a sua presença na escola normal como disciplina que poderia retirar a educação de um estado pré-científico. A Reforma Capanema (1942), no governo Vargas, retira a obrigatoriedade da disciplina, e ela desaparece dos currículos das escolas secundárias, permanecendo nos cursos superiores. Nas décadas de 1950 e 1960, com a democratização, a sociolo- gia volta a fazer parte dos currículos, para novamente ser reti- rada no período da ditadura militar. Com a abertura política nos anos 1980, a sociologia volta timidamente a aparecer como disciplina escolar. Entre 1997 e 2001, tramitou uma proposta de inclusão da sociologia como disciplina obrigatória no ensino médio. Contudo, o então presidente Fernando Henrique Cardoso vetou a aprovação da lei, usando como argumentos a falta de profissionais da área, o aumento dos gastos públicos que a in- clusão da disciplina acarretaria e o fato de que os conteúdos em questão já estavam contemplados de alguma maneira em outras disciplinas. O capítulo mais recente desse histórico é a inclusão da so- ciologia, assim como da filosofia, entre as disciplinas obrigató- rias em todas as séries do ensino médio, o que abrirá um amplo mercado de trabalho para a atuação docente na sociologia.
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Contexto histórico do
aparecimento da sociologia [Capítulo 1][Capítulo 1]
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A sociologia pode ser definida, de forma simples, como a ciên- cia que estuda as sociedades. Ela é produto da tentativa de com- preensão da realidade social com base na ciência e na razão. Contudo, os homens sempre formularam explicações sobre a sua realidade, que nem sempre eram baseadas na ciência. Neste capítulo estudaremos como foi construída a tentativa de visão científica da realidade social. Mas, além de ser produto dessa tentativa científica de compreensão da realidade, a sociologia é também produto de transformações históricas. E esse será o segundo ponto abordado no capítulo. Com base nesses dois pontos – a abordagem científica da reali- dade e as transformações históricas –, construiremos ao longo do caminho um conceito de sociologia.
[1.1][1.1]
A sociologia é uma ciência relativamente recente. Comparada com outras ciências, podemos dizer que é uma das mais novas que existem. A tentativa de compreender cientificamente a realidade social começa a se desenvolver a partir de fins do século XVIII, na Europa. É nesse tempo que surgem os pri- meiros trabalhos que começam a apresentar uma perspectiva sociológica, como resultado de uma sociedade que passava a
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Assim, nem sempre recorremos à ciência para orientar nos- so comportamento. Muitas vezes usamos outras formas de ex- plicação para compreender os fenômenos que nos cercam. Há algum tempo, era comum ver em algumas casas garrafas cheias de água sobre o medidor de energia elétrica. Acreditava- se que tal expediente diminuía o consumo de energia elétrica. Será que isso era mesmo verdade? Outro exemplo foi a história do “chupa-cabra”. Vários jornais, noticiários de rádio e progra- mas de televisão divulgaram matérias sobre a aparição de um animal desconhecido, que atacava rebanhos na zona rural, chu- pando-lhes o sangue até a morte. Muitas pessoas diziam ter vis- to o “chupa-cabra”, mas sua existência nunca foi comprovada. Apesar dos exemplos de utilização de elementos não cien- tíficos e não racionais para entender o mundo, na nossa socie- dade a forma de explicação científica é a dominante, ou, dito de outra maneira, é a forma legítima, aceita como verdadeira. Agora, imagine como os fenômenos eram interpretados quan- do a ciência ainda não era a forma predominante e legítima de explicar a realidade. Para entender como se davam essas expli- cações não científicas e como os homens passaram a interpretar a realidade de outro modo, investiguemos um pouco a Idade Média europeia.
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Durante a Idade Média europeia, que durou aproximadamente mil anos (do século V ao século XV), os homens utilizavam principalmente a religião e a tradição para explicar e organi- zar seu mundo. Tanto é que esse período é também conheci- do como Idade das Trevas. O filme O nome da rosa demonstra como se davam essas explicações. A história do filme se passa no final da Idade Média, na Europa. O personagem principal é um monge franciscano chamado William de Baskerville, que pretende explicar as coisas de modo científico e racional. William é chamado até um mosteiro onde estão acontecendo algumas mortes misteriosas: todos os internos que leem um li- vro tido como proibido acabam morrendo. Os monges do mos- teiro constroem uma explicação para as mortes baseada na reli- gião e na fé: acreditavam que todos os que liam o livro morriam porque estavam cometendo um pecado. Uma vez proibido pela Igreja, aqueles que liam o livro acabavam morrendo em virtude do pecado cometido. A morte era então uma consequência do pecado, que despertava a fúria divina. Investigando as mortes, William descobre que elas não eram um castigo divino, mas que o livro era envenenado. Os monges morriam porque tomavam contato com o veneno contido em suas páginas. Entretanto, não aceitam a explicação racional de William e continuam acredi- tando na explicação baseada na fé e na religião. Em O nome da rosa encontramos a essência das explicações durante a Idade Média. Não só no caso de mortes como as ocorridas no filme, mas em relação a toda a vida cultural e social, o predomínio
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