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Apostilas de Sociologia sobre o estudo da Sociedade, Teoria e Método, A revolução Industrial e o surgimento das ciências sociais, As principais correntes teóricas e as possibilidades de análise científica dos problemas sociais.
Tipologia: Notas de estudo
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Docente: Prof. Mstndo Cláudio Silva
I. O Conhecimento em Ciências Sociais Introdução ao Estudo da Sociedade – Teoria e Método
problemas sociais.
Sociologia é o estudo do comportamento social das interações e organizações humanas. Todos nós somos sociólogos porque estamos sempre analisando nossos comportamentos e nossas experiências interpessoais em situações organizadas.. O objetivo da sociologia é tornar essas compreensões cotidianas da sociedade mais sistemáticas e precisas, à medida que suas percepções vão além de nossas experiências pessoais. A sociologia estuda todos os símbolos culturais que os seres humanos criam e usam para interagir e organizar a sociedade ; ela explora todas as estruturas sociais que ditam a vida social, examina todos os processos sociais, tais como desvio, crime, divergência, conflitos, migrações e movimentos sociais, que fluem através da ordem estabelecida socialmente; e busca entender as transformações que esses processos provocam na cultura e estrutura social. Em tempos de mudança, em que a cultura e a estrutura estão atravessando transformações dramáticas, a sociologia torna-se especialmente importante ( Nisbet, 1969). Como a velha maneira de fazer as coisas se transforma, as vidas pessoais são interrompidas e, como conseqüência, as pessoas buscam respostas para o fato de as rotinas e fórmulas do passado não funcionarem mais. O mundo hoje está passando por uma transformação dramática: o aumento de conflitos étnicos, o desvio de empregos para países com mão-de-obra mais barata, as fortunas instáveis da atividade econômica e do comércio, a dificuldade de serviços de financiamento do governo, a mudança no mercado de trabalho, a propagação de uma doença mortal ( AIDS), o aumento da fome nas superpopulações , a quebra do equilíbrio ecológico, a redefinição dos papéis sociais dos homens e das mulheres e muitas outras mudanças. Enquanto a vida social e as rotinas diárias se tornam mais ativas, a percepção sociológica não é completamente necessária. Mas, quando a estrutura básica da sociedade e da cultura muda, as pessoas buscam o conhecimento sociológico. Isso não é verdade apenas hoje
No limiar do século XXI, estamos vivendo um momento da História que os especialistas estão denominando de globalização. Uma das características marcantes da globalização são os sistemas de comunicação que unem e aproximam os espaços. A televisão, por exemplo, coloca um fato de um país distante dentro de nossa casa no mesmo momento em que ele está acontecendo, e tudo parece estar ocorrendo ali “ na esquina de nossa casa”. A tecnologia da comunicação imprimiu maior velocidade ao mercado econômico, fazendo com que a mercadoria circulasse e fosse distribuída mais rapidamente. Utilizando a expressão de McLuhan , o mundo se transformou em uma aldeia global. Ianni (1922) e Souza Neto (1998) constatam que a globalização não é um fato acabado, mas um fenômeno em marcha, que destrói possibilidades e, ao mesmo tempo, cria outras. É um movimento que atinge todas as esferas da vida social, individual e coletiva. Em cada lugar ou cidade, a globalização toma uma diferente fisionomia, ou seja, uma coisa é a interface da globalização com a cidade de são Paulo, outra coisa é a mesma interface em Salvador, na Bahia. Na expressão de Castells (1999), a sociedade hoje é a sociedade da informação, uma sociedade em rede, que conecta e desconecta em qualquer momento e lugar. Uma sociedade em rede ultrapassa as relações sociais e técnicas de produção, atinge a cultura e as relações de poder. Rifkin (1995) caracteriza o movimento da globalização como uma era de mercados globais , de produção automatizada, o processo produtivo à vista quase sem a presença do trabalhador da forma pela qual estamos acostumados, as multinacionais buscando abrir as fronteiras e transformando a vida de bilhões de pessoas para conquistar os mercados globais. Ele constata que a dinâmica da globalização poderá conduzir a humanidade a um porto seguro ou a um terrível abismo. Se de um lado o fim do trabalho é a sentença de morte da civilização, poderá sinalizar também algumas mudanças que provocarão um ressurgimento do espírito humano. Enfim, “o futuro está em nossas mãos”. Através dos tempos , o homem pensou sobre si mesmo e sobre o universo. Contudo, foi apenas no século XVIII que uma confluência de eventos na Europa levou à emergência da sociologia. Quando os antigos sistemas feudais começaram a abrir caminho ao trabalho autônomo que promovia a indústria nas áreas urbanas e quando novas formas de governo começaram a desafiar o poder das monarquias, as instituições da sociedade - emprego e receita, planos de benefícios , comunidade , família e religião
da sua disciplina. Quase todos eles concordam que a Sociologia começa com a obra de Augusto Comte ( 1798 – 1857). Além de cunhar o nome da nova ciência , foi de Comte a primeira tentativa de definir-lhe o objeto, seus métodos e problemas fundamentais; bem como a primeira tentativa de determinar-lhe a posição no conjunto das ciências.” (GALLIANO, 1981, p.30)
O problema central para a sociologia era aquele que tinha sido articulado pelos pensadores mais antigos do Iluminismo: como a sociedade deve ser mantida unida quando se torna maior, mais complexa, mais variada, mais diferenciada, mais especializada e mais dividida? A resposta de Comte foi que as idéias e as crenças comuns precisavam ser desenvolvidas para dar à sociedade uma moralidade "universal”. Essa resposta nunca foi desenvolvida, mas a preocupação com os símbolos e a cultura, como uma força unificadora para manter a essência do conceito sociológico francês, existe até os dias de hoje. Uma tática que Comte empregou para fazer com que a sociologia parecesse legítima foi postular a lei dos três estados, na qual o conhecimento está sujeito, em sua evolução, a passar por três estados diferentes. O primeiro estado é o teológico, em que o pensamento sobre o mundo é dominado pelas considerações do sobrenatural, religião e Deus; o segundo estado é o metafísico, em que as atrações do sobrenatural são substituídas pelo pensamento filosófico sobre a essência dos fenômenos e pelo desenvolvimento da matemática, lógica e outros sistemas neutros de pensamento; e o terceiro estado é o positivo, em que a ciência , ou a observação cuidadosa dos fatos empíricos, e o teste sistemático de teorias tornam-se modos dominantes para se acumular conhecimento. E com o estado positivo o conhecimento pode Ter utilidade prática a fim de melhora as vidas das pessoas. A sociedade como um todo, bem como o pensamento sobre cada domínio do universo, evolui através desses três estágios, mas em velocidades diferentes: a astronomia e a física primeiro, depois a química e a biologia, e finalmente a sociologia surge como o último modo de pensar para entrar no estado positivo. Na visão de Comte, a análise da sociedade estava pronta para ser reconhecida como ciência -uma reivindicação que era desafiada na época de Comte, assim como ainda hoje. E como as leis da organização humana eram desenvolvidas , Comte ( 1851-1854) acreditava que elas poderiam ser usadas para melhorar a condição humana - novamente , um tema tão controverso hoje quanto na época de Comte. Uma segunda tática legítima empregada por Comte foi postular a hierarquia das ciências , na qual todas as ciências eram ordenadas de acordo com sua complexidade e seu desenvolvimento no estado positivo. Na parte inferior da hierarquia estava a matemática, a língua de todas as ciências mais altas na hierarquia, e no topo, surgindo da biologia, estava a sociologia, que num momento de êxtase Comte definiu como “ciência da humanidade”, coroamento de toda a formação científica. Pois, se a sociologia foi a última ciência a surgir, era também a mais avançada em relação a seu assunto, como um modo legítimo de questionamento.
O Primeiro Sociólogo Inglês : Herbert Spencer ( 1820-1903) Como Comte, Spencer acreditava que os agrupamentos humanos podiam ser estudados cientificamente, e em seu notável trabalho “Os Princípios da Sociologia” ( 1874-1896), ele desenvolveu uma teoria de organização social do homem, apresentando uma vasta série de dados históricos e etnográficos para fundamentá-la. Para Spencer, todos os domínios do universo – físico, biológico e social -desenvolvem-se segundo princípios semelhantes. E a tarefa da sociologia é aplicar esses princípios ao que ele denominou de campo superorgânico, ou o estudo dos padrões de relações dentre os organismos. Spencer retorna a questão de Comte: o que mantém unida a sociedade quando esta se torna maior, mais heterogênea, mais complexa e mais diferenciada? A resposta de Spencer em termos gerais , foi muito simples: sociedades grandes complexas, desenvolvem: 1) interdependências dentre seus componentes especializados; e 2) concentrações de poder para controlar e coordenar atividades dentre unidades interdependentes. Para Spencer a evolução da sociedade engloba o crescimento e a complexidade que é gerenciada pela interdependência e pelo poder. Se os padrões da interdependência e concentrações de poder falham ao surgir na sociedade, ou são inadequados à tarefa , ocorre a dissolução, e a sociedade se desmorona. Ao desenvolver resposta à questão básica de Comte, Spencer fez uma analogia aos corpos orgânicos, argumentando que as sociedades, como organismos biológicos, devem desempenhar certas funções-chave se elas quiserem sobreviver. As sociedades devem reproduzir-se; devem produzir bens e produtos para sustentar os membros ; devem prover a distribuição desses produtos aos membros da sociedade; e elas devem coordenar e regular as atividades dos membros. Quando as sociedades crescem e se tornam mais complexas, revelando muitas divisões e padrões de especialização , estas funções –chave tornam-se distintas ao longo de três linhas: 1) a operacional ( reprodução e produção ), 2) a distribuidora ( o fluxo de materiais e informação), 3) a reguladora ( a concentração de poder para controlar e coordenar). Spencer é mais bem lembrado por instituir uma teoria na sociologia conhecida como funcionalismo. Essa teoria expressa a idéia de que tudo o que existe em uma sociedade contribui para seu funcionamento equilibrado ; de que tudo o que nela existe tem um sentido, um significado. A sociologia funcionalista dessa maneira faz uma pergunta básica e interessante: o que um fenômeno cultural ou social faz para a manutenção e integração da sociedade?
A Tradição Francesa: Émile Durkheim ( 1858-1917) O que marca a contribuição de Durkheim à sociologia é o reconhecimento de que os sistemas de símbolos culturais - ou seja, valores, crenças , dogmas religiosos, ideologias etc.- são uma base importante para a integração da sociedade ( J. Turner, 1981). À medida
Para Marx (1867), há sempre o que ele denominou de “ contradições” próprias na estrutura da base econômica. Por exemplo, no capitalismo ele viu que a organização da produção ( em fábrica) se encontrava em contradição quanto à propriedade privada de bens e à obtenção de lucro por poucos a partir do trabalho cooperativo de muitos. Quais sejam os méritos desse argumento, Marx tem como base da contradição nas sociedades humanas as relações entre aqueles que controlam os meios de produção e aqueles que não. Argumentando dessa forma, Marx tornou-se a inspiração para a linha de estudo da sociologia conhecida como a “teoria do conflito” ou a “sociologia do conflito”. Desse ponto de vista, todas as estruturas da organização social revelam desigualdades que levam ao conflito, em que aqueles que detêm ou controlam os meios de produção podem consolidar o poder e desenvolver ideologias para manter seus privilégios, enquanto aqueles sem os meios de produção eventualmente entram em conflito com os mais privilegiados ( Marx e Engels, 1848). No mínimo, há sempre uma contradição ardente entre as relações de produção nos sistemas sociais, e essa “luta de classes” , ou seja, conforme a percepção de Marx quanto a essa questão, periodicamente explode esse conflito aberto e uma mudança social. A análise sociológica deve, portanto, concentrar-se nas estruturas de desigualdade e nas combinações entre aqueles com poder, privilégio e bem-estar material, por um lado , e os menos poderosos, privilegiados e materialmente abastados, por outro. Para Marx e as gerações subseqüentes de estudiosos do conflito, “a ação está” dentro da organização social humana. Há ainda outra importante faceta do trabalho de Marx: a função militante do sociólogo. O objetivo da análise é expor a desigualdade e a exploração em situações sociais e, assim fazendo, desempenhar papel militante para superar essas condições. Os sociólogos não devem apenas ficar na platéia; eles devem trabalhar para mudar o mundo social de modo a reduzir as desigualdades e a dominação de um segmento da sociedade pelo outro. Marx propõe a superação do modo de produção capitalista e a uma nova forma de produção com base no coletivismo. Esse programa permanece ainda como fonte de inspiração para muitos sociólogos que participam como militantes no mundo social.
Max Weber ( 1864-1920) Weber enfatizava que a desigualdade é multidimensional e não exclusivamente baseada na economia, que o conflito é contingente em condições históricas e não é o resultado inevitável e inexorável da desigualdade, e que a mudança poderia ser causada pelas “idéias” assim como a base material e econômica de uma sociedade. Ele também realçou que a sociologia deve olhar tanto para a estrutura da sociedade como um todo para os significados que os indivíduos conferem para essas estruturas. Como Marx, ele duvidava de que houvesse leis gerais da organização humana, mas, ao contrário de Marx, ele sentia que é necessário que sejam isentas de juízos de valor, ou objetivas, na descrição e análise dos fenômenos sociais.
A sociologia hoje A sociologia é agora uma área ampla e diversa que analisa todas as facetas da cultura, da estrutura social, do comportamento e interação e da mudança social.
As principais correntes teóricas e as possibilidades de análise científica dos problemas sociais
1. TEORIZAÇÃO FUNCIONAL -vê o universo social como um sistema de partes interligadas ( Turner e Maryanski, 1979) -As partes são analisadas em termos de suas conseqüências, ou funções para o sistema maior; -Uma parte é examinada com respeito a como se preenche uma necessidade ou requisito do todo -As teorias funcionalistas nos levam a ver o universo social, ou qualquer parte dele, como um todo sistêmico cujos elementos constitutivos funcionam em conjunto; ou seja, o funcionamento de cada elemento tem conseqüências sobre o funcionamento do todo Problema: as teorias funcionalistas freqüentemente vêem as sociedades como demasiadamente bem integradas e organizadas. 2. TEORIAS DO CONFLITO Expoentes: Karl Marx e Max Weber -vêem o mundo social segundo suas contradições -vêem os fatos sociais cheios de tensão e contradições ( Collins , 1975) -a desigualdade é a força que move o conflito -o conflito é a dinâmica central das relações humanas -as contradições se manifestam em formas distintas de conflito -o conflito é uma contingência básica da vida social 3. TEORIAS INTERACIONISTAS -os homens interagem emitindo símbolos – palavras, expressões faciais, corporais ou qualquer sinal que “signifique” algo para os outros e para si mesmos ( Goffman) -através de gestos simbólicos demonstramos nosso estado de espírito, intenções e sentido de ação; e contrariamente, pela leitura dos gestos