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TCC SOBRE PARKINSON E NUTRIÇÃO, Manuais, Projetos, Pesquisas de Nutrição

TCC sobre os nutrientes e os efeitos na doença de Parkinson

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2021
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CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO
Curso de Nutrição
Alessandra Novaes Cardoso
Daniela Pomilio de Ávila Fernandes
Mariana de Oliveira Aguiar Pereira
Paula Gonzaga Ramos
DOENÇA DE PARKINSON NA PERSPECTIVA NUTRICIONAL
São Paulo
2020
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CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO

Curso de Nutrição

Alessandra Novaes Cardoso

Daniela Pomilio de Ávila Fernandes

Mariana de Oliveira Aguiar Pereira

Paula Gonzaga Ramos

DOENÇA DE PARKINSON NA PERSPECTIVA NUTRICIONAL

São Paulo

Alessandra Novaes Cardoso

Daniela Pomilio de Ávila Fernandes

Mariana de Oliveira Aguiar Pereira

Paula Gonzaga Ramos

DOENÇA DE PARKINSON NA PERSPECTIVA NUTRICIONAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Nutrição do Centro Universitário São Camilo, orientado pela Profa. Ms. Luciana Trindade Teixeira Rezende, como requisito parcial da obtenção do título em Bacharel em Nutrição.

São Paulo

Alessandra Novaes Cardoso

Daniela Pomilio de Ávila Fernandes

Mariana de Oliveira Aguiar Pereira

Paula Gonzaga Ramos

DOENÇA DE PARKINSON NA PERSPECTIVA NUTRICIONAL

São Paulo, 26 de outubro de 2020

_____________________________________________

Professora orientadora: Luciana Trindade Teixeira Rezende

________________________________________________

Professor examinador:

A Doença de Parkinson (DP) caracteriza dopamina e, consequentemente, da - capacidadese pelo processo de sináptica redução dos níveis de e movimento dos indivíduos, decorrente da negra. É uma doença multifatorial a qual a predisposição genética e fatores ambientais degeneração das células cerebrais situadas na substância possibilitam seu desenvolvimento. A prevalência na população senil, é considerada a segunda doença neurodegenerativa mais comum na Europa e Estados Unidos. Estima 2030, - devidose que no Brasil cerca de 63 ao aumento da expectativa0 mil brasileiros maiores de 60 anos terão DP em de vida e consequentemente maior envelhecimento da população. é crucial para a busca de estratégias Portanto, investigar e planejamento a alimentação de intervenções terapêuticas do paciente com DP que visam estudo foi identificar os efeitos da a promoção do bem-estar físico e psíquico desses indivíduos alimentação na prevenção e no tratamento da DP.. Objetivo deste Realizou e OR nos bancos de dados Pubmed e Scielo onde foram selecionados estudos na-se um levantamento bibliográfico com a utilização da técnica booleana AND língua portuguesa e inglesa no período de 2001 a 2020. O estresse oxidativo, condições endócrinas, idade, genética, inflamações, contato com metais pesados e depressão são fatores de risco para o desenvolvimento e progressão da doença a qual possui como sintomas motores a bradicinesia, rigidez, desequilíbrio, festinação e tremores, e sintomas não motores como as disfunções olfatória e fonoaudiólogas, parestesias, depressão, constipação intestinal e disfagia. O aumento do gasto energético e dificuldades na alimentação contribuem para o quadro de desnutrição diagnosticada facilmente por meio das triagens, avaliação antropométrica e exames bioquímicos como al tratamentos clínicos e nutricionais que aliviam os sintomas e retardam a progressãobumina e hemoglobina. Embora não exista cura para a DP, há da capacidade de aumentar os níveis de dopami doença. O medicamento Levodopa é consideradona. Entretanto, deve eficaz na-se atentar com a DP, devido a interação droga comprometimento do-nutriente entre Levodopa e proteína da dieta. Logo, devido ao anabolismo proteico, recomenda-se o aumento da ingestão de proteina de 1,2g/kg/dia que pode chegar a 1,4g/kg/dia em situa nutricional ou desnutrição. A administração do Levodopa deve ser realizada longe doções de risco de estado horário das refeições proteicas, para amenizar Para determinar a necessidade energética totala interação e melhorar sua absorção. (NET) dos pacientes com DP, recomenda metabólica, assim como reduzir cerca de 10% da NET em proteínas em casos mais-se o cálculo do GEB (Gasto Energético Basal) x 1,5 de fator injúria avançados da doença. A recomendação de lipídios e de carboidrato é de 20 a 35% e 45 a 65% da NET, respectivamente. A ingestão de 1,6g/dia para homens e 1,1g/dia para mulheres de curcumina, devido ômega 3 é eficaz para o tratamento da DP, além do nutrienteas ações anti-inflamatórias e neuroprotetoras. A cafeína e antioxidantes como vitaminas A, C e E e resveratrol também são tratamento da DP, além da ingestão de 30g/dia de fibras associado a adequada importantes para o ingestão hídrica. Conclui antioxidantes e anti-inflamatórios são benéfic-se que, alimentação rica em alimentos com propriedadesas para o tratamento dos sintomas e retardo na progressão da DP, assim como as vitaminas reduzir o risco, entretanto, mais estudos são necessários. A, E e β-caroteno parecem

Palavras chave: “ Parkinson’s Disease”, “Antioxidants”, “Eicosapentaenoic Acid”, “Curcumin”, “Caffeine”

SUMÁRIO

  • 1 INTRODUÇÃO
    1. OBJETIVO........................................................................................................
  • 2.1 Objetivo Geral
    1. MÉTODOS
    1. DESENVOLVIMENTO
  • 4.1 Etiologia..........................................................................................................
  • 4.2 Consequências
  • 4.3 Tratamento Clínico
  • 4.4 Terapia Nutricional
  • 4.4.1. Avaliação do Estado Nutricional
  • 4.4.2 Avaliação do Consumo Alimentar
  • 4.4.3 Disfagia
  • 4.4.4 Recomendações
  • 4.4.4.1 Necessidade Energética Total
  • 4.4.4.2 Macronutrientes
    1. 4 .4.2.1 Lipídeo...................................................................................................
  • 4.4.4.2.2 Carboidrato
  • 4.4.4.2.3 Proteína
  • 4.4. 4 .3 Estresse Oxidativo como mecanismo de neurodegeneração...................
  • 4.4.4.3.1 Micronutrientes
  • 4.4.4. 3 .1.1 Vitaminas Antioxidantes
  • 4.4.4.3.1.2 Vitamina A
  • 4.4.4.3.1.3 Vitamina E
  • 4.4.4.3.1.4 Vitamina C
    1. Parkinson 4 .4.3.1.5 Tabela resumo de estudos sobre vitaminas antioxidantes e Doença de.............................................................................
  • 4.4.4. 4 Outros nutrientes
  • 4.4.4. 4 .1. Resveratrol
  • 4.4.4.4.2 Curcumina
  • 4.4.4.4.3 Cafeína
    1. 5 Utensílios........................................................................................................
    1. 6 Qualidade de vida
    1. CONCLUSÃO...................................................................................................
    1. REFERÊNCIAS

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pacientes entre o segundo e o quarto ano de evolução, se torne bilateral (DIAZGRANADOS SANCHEZ,et al.,2011).

O perfil demográfico do Brasil e do mundo tem-se modificado ao longo dos anos. Dados nacionais estimam que a expectativa de vida no Brasil, em 2030 será de 78,6 anos e, em 2060, de 81,2 anos. Portanto, o aumento da expectativa de vida, que continuará em ascensão nas próximas décadas, significa que haverá um envelhecimento da população, além de um provável aumento na incidência e prevalência de doenças crônicas, como a DP. Estudos internacionais estimam que o número de pacientes doentes do Brasil dobrará em 2030. Os dados publicados através de pesquisa realizada da população brasileira estimam que o número de pessoas com doença de Parkinson representaria cerca de 3% da população maior de 60 anos. Levando-se em consideração que a população brasileira nessa faixa etária seria de 21 milhões de pessoas, chegaremos a um número provável de 630 mil brasileiros com Parkinson. Esses números alarmantes apontam um impacto nos setores econômicos, sociais, previdenciários e de saúde pública e privada (ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE DE ASSISTÊNCIA SOCIAL E HOSPITALAR, 2020).

No mundo, estima-se que 35 a 42% dos casos não têm diagnóstico ou não foram consultados devido a seus sintomas (DIAZGRANADOS SANCHEZ, et al., 2011).

Portanto, investigar a qualidade e estilo de vida do paciente se torna crucial para a compreensão do curso da doença, para busca de estratégias que visam promover o bem-estar físico e psíquico desses indivíduos, favorecendo assim, o planejamento de intervenções terapêuticas direcionadas aos mesmos (NAVARRO- PENTELHA; MARCON, 2012).

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1. OBJETIVO 2.1 Objetivo Geral Identificar os efeitos da alimentação na prevenção e tratamento da Doença de Parkinson.

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3. DESENVOLVIMENTO 4.1 Etiologia Os mecanismos exatos da doença ainda não estão elucidados, acredita-se que mais de um fator deve estar envolvido no desencadeamento para a morte celular e patogênese da doença, como os fatores genéticos, ambientais e celulares (OBESO, et al., 2010). Os fatores genéticos e ambientais levam ao estresse oxidativo e consequente produção de radicais livres, lesão mitocondrial e alterações nas proteínas que têm papel central na patogênese e podem estar envolvidos em sua etiologia (DIAZGRANADOS SANCHEZ, et al., 2011). Por se tratar de uma doença neurodegenerativa, a mesma possui alguns fatores de risco que podem agravar ou até mesmo antecipar a doença, como o gênero do indivíduo, condições endócrinas, estresse oxidativo, inflamação e infecção, má nutrição, doenças vasculares, depressão, trauma craniano, entre outros (SERTÃO; FERREIRA, 2018). Embora, já sejam conhecidos alguns genes relacionados com a ocorrência da doença, habitualmente ela não é hereditária. Apenas, ocasionalmente, quando há diversos casos em uma mesma família, o que em geral ocorre com início de forma precoce, antes dos 40 anos de idade (10% dos casos ocorrem nessa faixa etária) ou ainda, em menores de 21 anos, a doença nesse caso é conhecida como parkinsonismo juvenil. Portanto, torna-se difícil definir um risco real para os parentes de pacientes também possam vir a desenvolver a doença (ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROLOGIA, 2020). É muito importante identificar os fatores que mais influenciam a qualidade de vida dos parkinsonianos, considerando que tais questões podem não ser evidenciadas no exame clínico por não integrarem a lista de sintomas motores mais frequentemente conhecidos (NAVARRO-PENTELHA; MARCON, 2012).

O estilo de vida pode influenciar tanto positivamente, quanto negativamente no desenvolvimento da DP, a depender do tipo, do tempo e da intensidade da exposiç ã o,

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bem como, interaç ã o simultâ nea dos há bitos vividos, e ainda uma predisposiç ã o gené tica (SERTÃO; FERREIRA, 2018).

Vale ressaltar que a base da terapia da DP com Levodopa pode acarretar em discinesias e anormalidades comportamentais em muitos pacientes, ou seja, pode acabar por desenvolver problemas motores e não motores, que resultam em uma redução acentuada na qualidade de vida (OBESO, et al., 2010).

Um estudo realizado com 52 pacientes portadores de Esclerose Lateral Amiotrófica, 21 pacientes com Alzheimer e 20 pacientes acometidos com doença de Parkinson, comparou a presença de metais pesados no organismo dos indivíduos vetores dessas doenças neurodegenerativas. Em pacientes com DP, foram encontrados níveis significativamente elevados de Cu e Zn em particular (p<0,01) e Mn (p<0,05) no Líquido Celaforraquiano (LCR) em comparação aos grupos de controle (HOZUMI et al., 2011).

Os metais biológicos como cobre (Cu), ferro (Fe), magnésio (Mg), manganês (Mn) e zinco (Zn) foram considerados elementos importantes na progressão de algumas doenças neurodegenerativas, dentre elas a DP. No entanto, os papéis e os metabolismos de tais metais ainda precisam ser elucidados. Entretanto, outros fatores além da toxicidade direta dos metais, como também, o estresse oxidativo via metais, enzimas e fatores de transcrição associados ao metal modificam a progressão e a diversidade, ou seja, alguns metais podem estar associados ao aparecimento e/ou progresso da doença (HOZUMI et al., 2011).

A intoxicação por Mn é bem conhecida por causar sintomas semelhantes a DP. Pesquisas sugerem que a exposição crônica ao Mn ou Cu está associada à DP (HOZUMI et al., 2011).

4.2 Consequências É comum que, com o envelhecimento todos os indivíduos saudáveis sofram uma série de alterações que, isoladamente, podem não causar a disfunção celular, mas em conjunto, apresentam morte progressiva das células nervosas produtoras de

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Além disto, considera-se que o risco de quedas em parkinsonianos varie entre 38% e 68% e que quedas recorrentes ocorram com maior frequência nos estágios mais avançados da doença (FUKUNAGA et al., 2014).

Vale ainda ressaltar que a base da terapia da DP com Levodopa pode acarretar em discinesias e anormalidades comportamentais em muitos pacientes, ou seja, pode acabar por desenvolver problemas motores e não motores, que resultam em uma redução acentuada na qualidade de vida (OBESO, et al., 2010).

Aliado aos sintomas motores mais conhecidos, existem os sintomas não motores, os quais têm um impacto importante na qualidade de vida, tornando o indivíduo ainda mais incapacitante (RODRÍGUEZ-VIOLANTE et al., 2018).

Embora o reconhecimento e o tratamento dos sintomas não motores sejam extremamente importantes, eles geralmente não são reconhecidos. Habitualmente são notificados pelos pacientes e avaliados inadequadamente pelos profissionais de saúde, representando uma oportunidade perdida de melhorar o atendimento ao paciente (COSENTINO; NUÑEZ; TORRES, 2013).

Alguns sintomas não motores podem ser detectados muito precocemente no processo da doença e, mesmo durante, aparecem também disfunções autonômicas, sintomas sensoriais e distúrbios mentais que alteram a cognição e pode afetar o temperamento destes indivíduos (TEIVE; BERTUCCI FILHO; MUNHOZ, 2016).

Comumente podem ocorrer disfunção olfatória, parestesias, incontinência urinária e constipação intestinal, além de, distúrbios fonoaudiológicos que podem ocorrer devido à rigidez muscular nos órgãos fonoarticulatórios (lí ngua, lá bios, bochecha, laringe), tremor destes mesmos ó rgã os e lentidã o e falta de coordenaç ã o dos movimentos, podendo causar um comprometimento consideravelmente na comunicaç ã o e alimentaç ã o do indiví duo parkinsoniano com alteraç õ es na voz, disartria e disfagia (FREIRE et al., 2015).

Sintoma comum em pacientes com DP, a disfagia é o comprometimento da ingestão tanto de alimentos líquidos quanto de sólidos que ocorre durante o processo de deglutição, representando risco de aspiração pelas vias aéreas que pode resultar em infecção pulmonar, uma das principais causas de morte entre os pacientes com

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DP. Além disso, a disfagia pode influenciar diretamente o estado nutricional do paciente, impactando diretamente na sua qualidade de vida (SUTTON, 2013).

Como citado anteriormente a doença pode ter diversos sinais e sintomas motores e não motores, dentre os não motores vale ressaltar a depressão, a qual tem forte interação entre a DP.

Um estudo realizado em sete países diferentes encontrou uma relevante associação entre ambas, com aproximadamente um terço das pessoas com doença de Parkinson apresentando também depressão, condição que merece atenção especial por parte dos profissionais de saúde (VALCARENGHI et al., 2018).

4.3 Tratamento clínico

Embora não exista cura para a DP no momento, existem tratamentos para aliviar os sintomas. Os medicamentos são a base do tratamento da doença e são frequentemente usados em combinações. As terapias física, ocupacional e de fala podem ser fundamentais para o plano de tratamento, além das opções cirúrgicas (AMERICAN PARKINSON DISEASE ASSOCIATION, 2020).

A absorção e biodisponibilidade da Levodopa são um dos principais desafios farmacológicos enfrentados até o momento. A captação gastrointestinal de Levodopa ocorre através de um transporte de aminoácidos neutros dependentes de sódio em um trato pequeno do duodeno e jejuno proximal. Além disso, em ambos os locais, a Levodopa compete pela absorção de outros aminoácidos derivados da proteólise de alimentos. A atividade de transportadores mencionada é influenciada pelo aminoácido descarboxilase ou catecol - O-metil transferase (COMT) (TAMBASCO; ROMOLI; CALABRESI, 2018). Nos estágios iniciais da DP, a Levodopa é um método muito eficaz no tratamento, particularmente quando administrado em combinação com Carbidopa, que atua como inibidor da descarboxilase periférica, seu papel é diminuir a degradação periférica da Levodopa, evitando principalmente os efeitos do lado sistêmico da droga. (HADDAD et al.,2017).

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mínimo 30 minutos antes ou uma hora após as refeições (CARMO e FERREIRA, 2016). Em Pare et al. (2017), observou-se que, priorizando-se a maior parte do conteúdo proteico da dieta no período da noite, houve diminuição das flutuações motoras que podem ser causadas pela interação da Levodopa com a proteína. O ideal é a ingestão proteica ser maior na parte da noite do que no período do dia.

A ingestão proteica da população do presente estudo foi de 1,4g/kg/dia, caracterizando uma dieta hiperproteica, sendo maior que a recomendação proteica diária para pacientes com a doença (CARMO e FERREIRA; 2016)

O anabolismo proteico já está altamente comprometido com os pacientes parkinsonianos, pela presença da sarcopenia, caracterizada pela perda do tecido muscular que é fisiológica do envelhecimento, somado à atrofia muscular que esses pacientes apresentam devido à rigidez da musculatura causada pela doença; alguns também apresentam um quadro de desnutrição ou até mesmo associado à úlceras por pressão (CARMO e FERREIRA; 2016). Portanto, é insatisfatória a oferta de uma dieta normoproteica de acordo com a sugestão de ingestão (0,8g/Kg) para pacientes com DP nessas situações. As proteínas têm importante papel na cicatrização, viabilizando a revascularização, a proliferação de fibroblastos, a síntese de colágeno e a formação de linfócitos. O estudo revela que pode utilizar dietas hiperproteicas, contanto que o paciente distribua essa quantidade proteica de modo uniforme, não concentrando elevada quantidade em uma única refeição, associado ao cumprimento dos intervalos (CARMO e FERREIRA; 2016).

Embora as estatinas tenham sido adotadas em pacientes com colesterol alto e que tenham risco cardiovascular, estudos laboratoriais recentes sugerem que elas modulam alguns dos importantes processos bioquímicos envolvidos com alterações neurodegenerativas e, portanto, oferece um benefício de modificação da doença a longo prazo para reduzir o declínio neurológico em pacientes com DP. A sinvastatina está sendo estudada, e pode ser uma aposta neuroprotetora contra a degeneração de neoplasias dopaminérgicas (XU et al., 2012).

Nas últimas três décadas, a estimulação cerebral profunda (DBS) emergiu como a intervenção cirúrgica mais eficaz e segura para distúrbios envolvendo os

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gânglios da base, especificamente para a DP. O DBS do núcleo subtalâmico (STN) ou porção interna do globo pálido (GPi) é uma modalidade terapêutica comprovada para DP e outros distúrbios do movimento (HOLANDA et al., 2019). Os efeitos colaterais induzidos pela estimulação, bem como, o comprometimento cognitivo, da fala e da marcha são frequentemente as complicações mais comumente relatadas relacionadas ao DBS. A estimulação em regiões específicas do STN ou GPi podem ter efeitos variáveis no humor e na cognição, dependendo da posição e da distribuição da estimulação, devido a regiões motoras anatômicas, pré-frontais e límbicas. A identificação de quais locais anatômicos do DBS mais influenciam os resultados comportamentais específicos pode facilitar a melhor colocação dos eletrodos para benefício motor e redução dos efeitos colaterais (HOLANDA et al., 2019).

Os implantes podem ser feitos de um lado ou de ambos os lados do cérebro, conforme necessário. Os pacientes considerados bons candidatos para esse procedimento são aqueles com resposta robusta à Levodopa, sem problemas de equilíbrio, cognitivos ou psiquiátricos significativos. O procedimento pode ajudar pacientes com tremores resistentes a medicamentos, assim como, ajudar pacientes com flutuações motoras significativas nas quais a resposta à medicação varia (AMERICAN PARKINSON DISEASE ASSOCIATION, 2020).

4.4 Terapia Nutricional 4.4.1 Avaliação do Estado Nutricional

A DP é uma doença progressiva e seus efeitos neurodegenerativos impactam diretamente na vida do paciente. São observadas alterações como mudanças nos hábitos alimentares, dificuldade de mastigação e aumento do gasto energético que, consequentemente, impactarão na ingestão energética do paciente, assim como do tipo de nutriente, tornando a perda de peso um achado comum entre os que sofrem da doença. Somado a este fator, existe o efeito colateral decorrente da terapia medicamentosa, que também contribui para a diminuição da ingestão alimentar. Todos esses fatores, em conjunto, colaboram para a perda de peso involuntária que deve ser evitada através de uma ingestão alimentar adequada (MORAIS et al., 2013).