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Guias e Dicas
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Terra e Mata. Projeto Viveiro Cidadão, Manuais, Projetos, Pesquisas de Gestão Ambiental

Possui a trajetória e os resultados do Projeto Viveiro Cidadão patrocinado pela Petrobrás. E diversos resultados de trabalhos realizados na região de Rondônia.

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2019

Compartilhado em 13/09/2019

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TERRA

&MATA

UNIRR

PREFEITURA DERIO CRESPO

Parceiros (^) Realização Patrocínio Patrocínio

TERRA

&MATA

UNIRR

PREFEITURA DERIO CRESPO

Realização Parceiros Realização Patrocínio Patrocínio

Organizadores:

Marcelo Lucian Ferronato

Emanuel Fernando Maia de Souza

Marcelo Lucian Ferronato e Emanuel Fernando Maia de Souza

TERRA & MATA

Porto Velho Ação Ecológica Guaporé - Ecoporé 2019

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Nágila Nerval Chaves CRB 6/


T323t

Terra e mata. / Organizado por Marcelo Lucian Ferronato; Emanuel Fernando Maia de Souza. – Porto Velho: Ação Ecológica Guaporé - Ecoporé, 2019. 150 p. : il.

ISBN 978-85-54231-05-
  1. Projeto Viveiro Cidadão. 2. Recomposição florestal. 3. Agricultura familiar.
  2. Educação ambiental. I. Ferronato, Marcelo Lucian. II. Souza, Emanuel Fernando Maia de. III. Título. CDU 634

SUMÁRIO

SEÇÃO 01

A TRAJETÓRIA, ESTRATÉGIA E RESULTADOS DO PROJETO VIVEIRO CIDADÃO .........................................................................................................................

SEÇÃO 02

RECOMPOSIÇÃO FLORESTAL, SOBERANIA ALIMENTAR E RENDA NA AGRICULTURA FAMILAR .............................................................................................................. 2.1. A EXPERIÊNCIA DO PROJETO VIVEIRO CIDADÃO NA RECOMPOSIÇÃO FLORESTAL DA ZONA DA MATA RONDONIENSE ............... 2.2. PROTAGONISMO DE MULHERES E JOVENS NO MEIO RURAL: GERAÇÃO DE RIQUEZAS E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ................... 2.3. USO MÚLTIPLO DE ESPÉCIES ARBÓREAS EM SISTEMAS AGROFLORESTAIS E A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA ....................................... 2.4. QUANTIFICAÇÃO DE ESTOQUES DE CARBONO EM PLANTIOS FLORESTAIS MISTOS IMPLANTADOS COM APOIO DO PROJETO VIVEIRO CIDADÃO ............................................................................................................

SEÇÃO 03

DEMANDA HÍDRICA NA AGROPECUÁRIA DO ESTADO DE RONDÔNIA, AMAZÔNIA OCIDENTAL BRASIL, PERÍODO DE 1988 A 2017 .......................................... 3.1. DEMANDA HÍDRICA NA AGROPECUÁRIA DO ESTADO DE RONDÔNIA, AMAZÔNIA OCIDENTAL BRASIL, PERÍODO DE 1988 A 2017 ............................

SEÇÃO 04

EDUCAÇÃO SOCIOAMBIENTAL COMO AÇÃO TRANSVERSAL NA RECOMPOSIÇÃO FLORESTAL .................................................................................................... 4.1. A EDUCAÇÃO SOCIOAMBIENTAL COMO AÇÃO TRANSVERSAL NA RECOMPOSIÇÃO FLORESTAL ......................................................................................

AGRADECIMENTO

Este livro é dedicado a cada uma das pessoas envolvidas direta ou indiretamente nas ações desta etapa do projeto Viveiro Cidadão. Pessoas que acreditam, compartilham seus ideais, realizam e conquistam conosco os resultados alcançados e superação de todas as metas previstas.

Aos agricultores que atenderam ao chamado, compreendendo a necessidade de recomposição de áreas alteradas pelo desmatamento em suas propriedades rurais, as quais necessitam ser recuperadas, sejam por fatores de degradação ou para adequação a legislação florestal. Independentemente do tamanho destas áreas, percebem que sua ação individual é capaz de ser um diferencial positivo a médio e/ou longo prazo.

A dedicação das mulheres que se propuseram a estabelecer/enriquecer quintais produtivos, em busca de autonomia, segurança alimentar e/ou fonte de renda, ampliando sua visibilidade e importância na economia familiar e de suas comunidades.

Ao engajamento de jovens no estabelecimento de sistemas produtivos sustentáveis, foi muito além de plantios de sistemas agroflorestais, mas também um aprendizado, demonstrando a importância de desenvolver alternativas de uso econômico do solo, atrelados a conservação e adequação de propriedades rurais.

A rede de ensino municipal, estadual e faculdades da região do projeto, são parceiras estratégicas nas ações educativas, envolvendo estudantes em ações transversais. Esta relação

recíproca, desde 2013 já proporcionou o envolvimento de mais de sete mil estudantes, orientados quanto a importância da conservação do meio ambiente com auxílio de recursos audiovisuais, de modo a conectar a teoria e a prática de forma clara, objetiva e lúdica, sensibilizando os estudantes a mudar a postura diante da questão ambiental. O apoio de cada direção escolar ou acadêmica foi fundamental na construção de viveiros nas próprias unidades de ensino. O compromisso assumido pelos parceiros é notório quando listamos as atividades realizadas, das quais muitos se envolveram diretamente, seja na mobilização, cadastramento, divulgação, planejamento, logística, educação, pesquisas, extensão e avaliação. Agradecemos a Petrobras pelo patrocínio, através do Pograma Petrobras Socioambiental, que possibilitou o desenvolvimento de todas as atividades, bem como a interação com parceiros, ações educativas, eventos, pesquisas e comunicação realizadas pelo Viveiro Cidadão. Em uma analogia, o Viveiro Cidadão tem se desenvolvido como se fosse uma das milhares de mudas encaminhadas as propriedades rurais. Conforme estas árvores crescem, novas ramificações e raízes vão se estabelecendo, cada qual exercendo sua função e contribuindo para o crescimento das árvores. É assim que percebemos, uma grande rede de parcerias colaborativas nos oito municipios onde o projeto está presente atualmente.

de processos indutores que impulsionem a restauração de ecossistemas e/ou o apoio a implantação de sistemas agroalimentares diversificados na paisagem rural da região, onde se espera restabelecer serviços ecossistêmicos ao menos a nível de propriedade e assim promover a compatibilização entre agricultura e ambiente, aproximando esta discussão altamente polarizada ao longo da ocupação recente do estado de Rondônia. Propõe- se, além de alternativas a apresentação de resultados e aprendizados. A publicação é composta de quatro seções, a primeira traz a trajetória, estratégia e resultados do projeto Viveiro Cidadão. Na segunda são apresentados resultados das experiências obtidas a partir da recomposição florestal, soberania alimentar e renda na agricultura familiar, subdividida em quatro capítulos que abordam os seguintes aspectos: a) técnicas e investimentos necessários para recomposição florestal na região da ZMR; b) inclusão produtiva de mulheres e jovens a partir de sistemas agroalimentares diversificados; c) análise avaliativa do manejo de três sistemas agroflorestais na região, visando avaliar o etnoconhecimento sobre estas áreas; d) a

quantificação de estoques de carbono na biomassa, acima e abaixo do solo e no solo dos plantios de restauração realizados por agricultores, com apoio do Viveiro Cidadão. A terceira seção traz uma análise sobre a demanda hídrica na agropecuária do estado de Rondônia, entre o período de 1988 a 2017. A quarta e última seção, aborda a estratégia e resultados da educação socioambiental como ação transversal da recomposição florestal. Desejamos assim, compartilhar com a sociedade o conhecimento acumulado ao longo desta trajetória, e que esta experiência possa ser replicada em outras regiões, sejam por outras instituições da sociedade civil, governos e até mesmo produtores rurais. Desejamos que o desenvolvimento da Amazônia seja promovido com base nas evidências técnico/ cientificas que demonstram as fragilidades e potencialidades da região, alcançando patamares de equilíbrio entre a conservação das florestas, a produção agropecuária e prover os esforços necessários para recuperação de áreas sensíveis, garantindo assim condições necessárias para autorregulação do ecossistema e de vida a quem vive dentro e fora desta região. É para isso que trabalhamos.

segurança seria conter o desmatamento em no máximo 20% (LOVEJOY; NOBRE, 2018). Números que corroboram com os percentuais estabelecidos no código florestal brasileiro no que tange ao máximo permitido de área desmatada por propriedade rural que esteja no bioma.

Desta forma, conforme evidenciado por dados científicos, a conservação^1 do bioma se torna mais eminente e urgente. Uma vez estabelecido um limite seguro de conversão da floresta em áreas agropecuárias, em decorrência da significava importância desta na prestação de serviços conhecidos, é justo que esforços sejam empregados em tempo.

Dentre os diversos serviços prestados pela floresta amazônica, a regulação dos ciclos hidrológicos por ela promovido, desde o fluxo de vapor d’água que adentra a Amazônia a partir do oceano Atlântico (SALATI et al. 1983), que explica o grande volume de chuvas da região, e a relação dos ventos na dispersão desta chuva por toda América do Sul (CHIARETTI, 2009), é um dos que mais tem espaço no debate nacional, tanto por transcender os limites geográficos do bioma quanto pela sua intrínseca relação com a agricultura brasileira, a qual por anos tem sido destaque na economia nacional.

Mesmo com toda argumentação técnico/científica sobre consequências negativas do desmatamento nas áreas sensíveis do bioma, como por exemplo a degradação de áreas de preservação permanentes (APP), de reservas legais (RL) e a intensificação de processos erosivos, ao longo de todo este movimento de ocupação agropecuário, tem se constatado e surgido como demanda a necessidade de se realizar recomposição florestal em regiões que foram e/ou estão sendo desmatadas, principalmente nos municípios que já apresentam baixos indices de cobertura florestal original e florestas fragmentadas. No estado de Rondônia dos 52 municípios existentes, 29 possuem cobertura vegetal

1 Conservação é um termo atribuído a possibilidade de uso equilibrado, ou seja, compatível com a capacidade de suporte de um determinado ambiente, não devendo ser confundido com o temo preservação, o qual visa manter o ambiente sem interferências antrópicas.

inferior a 50% e desses 13 possuem menos de 20% de florestas nos seus territórios, que denota um quadro crítico de fragmentação de habitat, influenciando diretamente nos serviços ecossistêmicos (ALTIERI, 1999), além da desconformidade com a legislação florestal. Esta necessidade de recompor a vegetação, ganha maior destaque a partir do amplo debate promovido no decorrer do processo de reformulação da Lei de Proteção da Vegetação Nativa (Lei nº 12.651/2012), popularmente conhecido como Novo Código Florestal. As alterações e revisões do antigo Código Florestal (Lei 4.771/1965), confirmaram a necessidade dos proprietários de terra de conservar e/ou recuperar a vegetação nativa situada em áreas de preservação permanente (APP) e reserva legal (RL), em delimitação variável de acordo com o tamanho e o bioma onde a propriedade está localizada. A nova lei, trata, em diversos artigos, de ações organizadas entre o setor público e a sociedade civil para promover a recuperação de áreas degradadas ou alteradas, por meio de instrumentos de adequação e regularização ambiental de imóveis rurais como o CAR (Cadastro Ambiental Rural) e o PRA (Programa de Regularização Ambiental). Embora os números variem, uma análise recente estimou que o Brasil tem cerca de 21 Mha de déficit de vegetação nativa situada em APP e RL (SOARES-FILHO et al., 2014). O livro Terra & Mata tem o intuito de apresentar um apanhado de ações ligadas à pesquisa e sistematização de conhecimentos técnicos realizadas pelo projeto Viveiro Cidadão, patrocinado pela Petrobras, bem como pesquisadores parceiros, em uma região da Amazônia, situada no estado de Rondônia, chamada de Zona da Mata Rondoniense (ZMR). Busca-se, por meio da publicação, apresentar subsídios para a conservação e recomposição florestal de áreas alteradas pelo desmatamento na Amazônia, seja por meio

REFERÊNCIAS

ALTIERI, M. The ecological role of biodiversity in agroecosystems. Agriculture, Ecosystems & Environment, Michigan, v. 74, n. 1-3, p.19-31, mar. 1999.

BECKER, B.K. Geopolítica da Amazônia. Estudos Avançados , 19 (53), 2005.

BRASIL. Lei no 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação Nativa no Brasil. Diário Oficial da República Federativa do Brasil , Brasília, DF, 28 maio de

CHIARETTI, D. Eles perseguem os’ rios voadores’ que saem da Amazônia. Observatório de Políticas Públicas Ambientais da América Latina e Caribe. Disponível em< http://www. opalc. org. br> Acesso em, v. 15,

FEARNSIDE, P. M. A ocupação humana de Rondônia: impactos, limites e planejamento. SCT/PR-CNPq, Assessoria Editorial e Divulgação Científica , Brasília.

FEARNSIDE, P. M. Migração, colonização e meio-ambiente: O potencial dos ecossistemas Amazônicos. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 9(4): 448-457,

FERREIRA, L.V. et al. O desmatamento na Amazônia e a importância das áreas protegidas. Estudos Avançados , v.19, n. 53, 2005.

HURTIENNE, T. Agricultura familiar e desenvolvimento rural sustentável na Amazônia. Novos Cadernos NAEA , 8(1): 019-071, jun. 2005.

IGLIORI, D. C. Deforestation, Growth and Agglomeration Effects: Evidence from Agriculture in the Brazilian Amazon. University of Cambridge, Department of Land Economy (Texto para Discussão, 28) 2008. Disponível em: <http://ideas.repec.org/p/ wiw/wiwrsa/ersa06p719.html>. Acesso em: 23 jun. 2019.

LENHARO, A. Colonização e trabalho no Brasil: Amazônia, nordeste e centro-oeste: os anos 30. 2. ed. Campinas, Editora da UNICAMP, 1986. (Série Pesquisas). LOVEJOY, T. E. NOBRE, C. Amazon tipping point. 2018. Disponível em: < https:// advances.sciencemag.org/content/4/2/ eaat2340.short>. Acesso em 11 jul. 2019. MERTENS, B. et al. Crossing spatial analyses and livestock economics to understand deforestation process in Brazilian Amazon: the case of São Felix do Xingu in South Pará. Agricultural Economics , n. 27, p. 269-294, 2002. SALATI, E. LOVEJOY, T. E.; VOSE, P. B. Precipitation and water recycling in tropical rain forests with special reference to the amazon basin. Environmentalist , v. 3, n. 1, p. 67-72, 1983 SOARES-FILHO, B. S. et al. Cenário de Desmatamento para a Amazônia. Estudos Avançados , v. 19, n. 54, p. 137-152, 2005. SOARES-FILHO, Britaldo et al. Cracking Brazil’s forest code. Science , v. 344, n. 6182, p. 363-364, 2014. SOUZA, R. A. et al. Spatial variation of deforestation rates in the Brazilian Amazon: A complex theater for agrarian technology, agrarian structure and governance by surveillance. Land Use Policy , n. 30, p. 915- 924, 2012. WALKER, R. et al. Deforestation and cattle ranching in the Brazilian Amazon: external capital and household processes. World Development 28 (4), 683-699.

Seção 1

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Há 12 anos, a Ação Ecológica Guaporé – Ecoporé, se lançou no desafio de apoiar a agricultura familiar na recomposição florestal de áreas alteradas na Amazônia. Pode parecer estranho que em meio a maior floresta tropical do planeta, em tão pouco tempo de ocupação agrícola, haja esta necessidade, demonstrando que o desmatamento de áreas sensíveis é de fato um grave problema. As ações iniciais, se deram a partir do ano de 2005 no município de Rolim de Moura/RO, em decorrência da escassez de água para abastecimento urbano, decorrente da baixa vazão disponível no Igarapé D’allincourt, curso d’água de onde a captação de água era então realizada. A partir da realização de um diagnóstico socioambiental, se concluiu que dentre as causas responsáveis pelo problema, o desmatamento de áreas legalmente protegidas ao longo deste curso d´água (Figura 1), era o fator desencadeador dos problemas ambientais diagnosticados, os quais somados ao uso intenso para atividades rurais, urbanas e industriais reduziam a capacidade de abastecimento do igarapé.

Figura 1 - Área de Preservação Permanente em propriedade rural no município de Rolim de Moura/RO. (Foto: Acervo)

Em uma ação articulada entre Ministério Público Estadual de Rondônia – MPE/RO, Tribunal de Justiça de Rondônia – TJ/ RO, Secretaria de Estado de Desenvolvimento Ambiental – Sedam/RO, convidaram a Ecoporé, para desenvolver ações pontuais de recuperação florestal em áreas de preservação permanentes – APP, na bacia de drenagem do D’allincourt, no trecho compreendido entre suas nascentes e a montante do local de captação de água pela companhia de abastecimento à época a Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia - CAERD. Para o desenvolvimento das ações foram envolvidos: 1) os proprietários rurais por onde o Igarapé D’allincourt passa, responsáveis pela recuperação das matas ciliares conforme estabelecido no código florestal à época; 2) a Ecoporé como responsável pela produção e entrega de mudas, insumos para isolamento das áreas (arame e madeira para cercas) e assessoria técnica aos proprietários; 3) o MPE/ RO como agente fiscalizador do compromisso celebrado entre as partes, mediante um Termo de Ajustamento de Conduta – TAC, para realização das ações previstas. A partir deste mecanismo de ação entre os anos de 2008 a 2011, foram apoiadas 151 propriedades rurais e promovida a recuperação de 120 hectares de Áreas de Preservação Permanentes - APP. A economia dos recursos desta primeira etapa, proporcionou estendê-lo até o ano de 2013, visando a recuperação de nascentes do igarapé Manicoré, um dos principais tributários do D’allincourt, uma vez que a estrutura de captação de água de Rolim de Moura estava sendo realocada para a confluência destes igarapés (D´allincourt e Manicoré), de forma a ampliar a vazão disponível e a capacidade de abastecimento. Neste período foi promovida a recuperação de 90 nascentes localizadas em

59 propriedades rurais. Ou seja, entre os anos de 2008 a 2013, 210 propriedades rurais e uma área de aproximadamente 200 ha já haviam sido colocadas em processo de recomposição florestal. Este período estava sendo marcado pelo debate técnico-político da reformulação do código florestal, fato desafiador, haja vista a incompreensão de boa parte dos proprietários rurais que celebraram o TAC sobre a importância da recuperação e os discursos de que o novo código florestal os desobrigaria de realizar a recomposição das áreas desmatadas em suas propriedades. A isso se somou outros aspectos técnicos, como por exemplo a dificuldade de eliminar as gramíneas utilizadas nas pastagens, associada ao tempo de uso (áreas ocupadas a mais de 30 anos) e compactação do solo pelo pisoteio de animais, intensos processos erosivos, pouca cobertura florestal remanescente que pudesse contribuir para dispersar sementes e assim contribuir na regeneração natural. Além de aspectos sociais como a elevada idade dos proprietários rurais e custo de mão-de-obra, uma vez que a implantação das áreas foi contrapartida destes. Apesar do cenário desafiador, outros setores da sociedade (prefeituras municipais, sindicatos de trabalhadores e trabalhadoras rurais e associações rurais), de certa forma preocupados com a aprovação do código florestal em 2012 e as obrigações a serem cumpridas a partir deles, e conhecendo a experiência que vinha sendo aplicada na região, demandaram a Ecoporé em busca de apoio para viabilizar as ações de recomposição florestal e adequação ambiental das propriedades rurais. Desta forma foi apresentado à seleção pública de projetos da Petrobras no ano de 2012 o projeto Viveiro Cidadão, o qual foi aprovado e executado entre julho de 2013 a julho de 15.

Seção 1

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Figura 2 - Rede hidrográfica dos municípios de Rolim de Moura, Castanheiras e Novo Horizonte com a indicação das áreas de drenagem dos igarapés D’allincourt e Manicoré e rio Palha.

Esta primeira etapa do Viveiro Cidadão teve como objetivo continuar prestando apoio aos agricultores familiares na recomposição florestal de áreas, porém estendendo a área de atuação para as propriedades rurais situadas na sub-bacia do rio Palha, que envolve os igarapés D’allincourt e Manicoré e se estende pelos municípios de Rolim de Moura, Castanheiras e Novo Horizonte (Figura 2).

Tendo como base o código florestal de 2012 que havia sido recentemente aprovado, e se estabelecendo uma nova abordagem junto aos agricultores, sem a celebração de TAC, tornando o viveiro um espaço cujo intuito foi promover ações sistemáticas de educação ambiental, comunicação e sensibilização de instituições e proprietários rurais para adesão voluntária junto ao projeto, utilizando o marco teórico do Viveiros Educadores conforme proposto pelo Ministério do Meio Ambiente. No decorrer de dois anos de atividades (2013-2015), foram distribuídas

mais de 720 mil mudas, de 80 espécies nativas da Amazônia, doadas em 233 propriedades rurais dos municípios de Rolim de Moura, Castanheiras e Novo Horizonte do Oeste (Figura 3) que voluntariamente se cadastraram e receberam apoio para restauração florestal de 216 hectares em áreas de mata ciliar e de reserva legal por meio de sistemas de baixo carbono (sistemas agroflorestais), em consonância com um amplo processo de comunicação e educação ambiental que mobilizou mais de seis mil pessoas.

Figura 3 - Localização das propriedades rurais atendidas entre os anos de 2013 a 2015 pelo projeto Viveiro Cidadão em Rondônia.

Seção 2

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Figura 5 - Comparativo de imagem de satélite de APP em recuperação entre os anos de 2013 e 2019, em propriedade rural apoiada pelo Viveiro Cidadão no município de Novo Horizonte do Oeste/RO. (Fonte: Google Earth, 2019)

Recuperação em

2013

Recuperação em

2019

Seção 2

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SEÇÃO 01

Seção

RECOMPOSIÇÃO FLORESTAL,

SOBERANIA ALIMENTAR E

RENDA NA AGRICULTURA

FAMILAR

Seção 2

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desenvolvimento inicial em campo, ampliando assim as taxas de sobrevivência na estiagem no ano seguinte, desde que mantidas ações de manutenção de cada área.

O processo de planejamento e desenvolvimento aplicado pelo Viveiro Cidadão segue basicamente de três etapas:

  1. pré-implantação;
  2. implantação;
  3. p ó s - i mp l ant a ç ã o, c on for m e detalhadas a seguir e ilustradas pela Figura 2.

Figura 2 - Etapas de planejamento e execução das ações para recomposição florestal.

ETAPA 1 – PRÉ-IMPLANTAÇÃO

O isolamento das áreas a serem recompostas é uma etapa fundamental para o sucesso da atividade, auxiliando na eliminação de fatores de degradação, como por exemplo, o pisoteio e compactação do solo por animais de grande porte, e favorecendo o desenvolvimento das plantas e o processo de regeneração natural (Figura 3). O isolamento

dessas áreas deverá apresentar os limites mínimos para cada tipo de situação e tamanho de propriedade rural, de acordo com o Código Florestal vigente (Lei 12.651/2012). A cerca para isolamento poderá ser feita conforme disponibilidade de recursos de cada propriedade. O espaçamento dos

palanques pode variar de 5 a 7 metros de distância, e com 02 a 05 fios de arame, sendo que uso de cercas elétricas é uma importante tecnologia que reduz custos com materiais. A construção da cerca de isolamento com a utilização de arame liso, deverá ser

realizada a mais reta possível, evitando curvas e gastos excessivos com palanques espichadores. Para áreas mais sinuosas, pode- se optar pelo arame farpado, que apresenta uma maior flexibilidade, sem perder a eficiência do isolamento.

Figura 3 – Instalação de cerca para isolamento de APP. Propriedade rural em Pimenta Bueno, 2019.

Importante lembrar que é permitido pela lei florestal e indicado que sejam realizados corredores isolados para que animais de grande porte tenham acesso a água. O preparo do solo consiste em propiciar condições mínimas para o desenvolvimento das plantas de interesse, seja por meio do plantio de mudas ou sementes. Deve-se eliminar a mato- competição, bem como evitar técnicas que deixem o solo exposto à processos erosivos, como por exemplo a gradagem. Nesta etapa o maior desafio é a eliminação das gramíneas

como por exemplo a braquiária (pastagem mais comum na região), pois demanda mão- de-obra constante, principalmente nos três primeiros anos, até que as mudas atinjam altura e copa suficientes para o sombreamento e impeçam o desenvolvimento destas gramíneas. A limpeza da área pode ser realizada através de roçada manual ou roçadeiras mecanizadas, ou ainda com aplicação de produtos químicos. Este último, apesar de não ser a melhor opção do ponto de vista ecológico, é uma das opções mais utilizadas pelos

Seção 2

32 33

agricultores, devido ao baixo custo e eficácia na eliminação das gramíneas. Uma opção é a limpeza em faixas , que consiste na eliminação das plantas indesejadas apenas nas faixas de plantio (Figura 4), variando de 2 a 3 metros de largura, preferencialmente seguindo a curva de nível do local a qual ajudará no controle da

erosão, que permite tanto o desenvolvimento das mudas, quanto a manutenção de cobertura de solo. Gradualmente, conforme as mudas se desenvolvem, elimina-se a gramínea das entrelinhas, até que sejam retiradas completamente da área.

Figura 4 – Limpeza em faixas com agroquímicos em propriedade rural no município de Santa Luzia do Oeste-RO. A limpeza total da área , consiste na roçada, ou eliminação química com agroquímicos, de toda a vegetação presente na área, principalmente as gramíneas (Figura 5).

Porém a recomendação é que essa cobertura morta seja mantida na área, formando uma camada protetora do solo, a qual também servirá como matéria orgânica.

Figura 5 – Eliminação do capim com agroquímicos na área total de plantio em propriedade rural no município de Nova Brasilândia do Oeste/RO.

Com objetivo de contenção de enxurradas, evitar erosão e assoreamento dos cursos d’água em áreas de declividade, sugere-se a construção de terraços os quais

formam uma barreira em curva de nível para reduzir a velocidade da água das enxurradas e favorecem a infiltração (Figura 7).

A escolha de produtos químicos a serem utilizados, deve ser feita com base em recomendação técnica realizada por profissional habilitado, o qual deve considerar seus efeitos residuais prejudicais ao desenvolvimento das mudas e plântulas em regeneração.

É importante realizar o coroamento das covas de plantio, independentemente da técnica de limpeza utilizada, num raio de no mínimo 50 cm (Figura 6).

Figura 6 – Coroamento das covas de plantio de mudas em propriedade rural no município de Pimenta Bueno/RO.

Figura 7 – Construção de terraço para contenção da água de enxurrada em propriedade rural no município de Rolim de Moura/RO.

Seção 2

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Grupo sucessional Tipo de terreno Nome científico Nome comum

Não pioneira

seco

Myracrodruon urundeuva Aroeira Stryphnodendron sp. Baginha Spondias mombin Caja-mirim Bertholletia excelsa Castanha-do-Brasil Cedrela fissilis Cedro Rosa Amburana cearesis var. acreana Cerejeira Theobroma grandiflorum Cupuaçu Albizia niopoides Farinha seca Cordia goeldiana Freijó Apuleia leiocarpa Garapeira Handroanthus impetiginosus Ipê roxo Handroanthus serratifolius Ipê-amarelo Tabebuia roseoalba Ipê-branco Handroanthus sp. Ipê-rosa Mezilaurus itauba Itaúba Hymenaea courbaril Jatobá Genipa americana Jenipapo Astronium lecointei Muiracatiara Andira surinamensis Pau-sangue Caryocar villosum Pequiá Aspidosperma sp. Peroba Talisia esculenta Pitomba Colubrina glandulosa Só brasil Vitex montevidensis Tarumã

seco/úmido

Euterpe oleracea Açaí Touceira Garcinia gardneriana Bacupari Myroxylon peruiferum Cabreúva Theobroma cacao Cacau Theobroma speciosum Cacau nativo Copaifera multijuga Copaiba Angelim Inga edulis Inga de metro Inga alba Ingá nativo Swietenia macrophylla Mogno Ceiba speciosa Paineira Bauhinia acreana Pata de vaca Hevea brasiliensis Seringueira

úmido / alagado

Mauritia flexuosa Buriti Cariniana sp. Jequitibá Himatanthus sucuuba Sucuuba Fonte: elaboração própria.

Quanto ao espaçamento e arranjo de plantio , tem-se indicado de um espaçamento adensado (2 m x 2 m; 1,50 m x 2 m), o qual exigirá inicialmente maior quantidade de mudas por hectare, maior intensidade de mão-de-obra para plantio, porém após a implantação um menor custo com a manutenção do sistema, devido a maior competição entre as plantas por crescimento primário (em altura), e sobreposição de plantas indesejadas que venham causar a mato-competição 1.

Além disso, com o plantio adensado também teremos uma maior taxa de sobrevivência de plantas não pioneiras, devido a maior incidência de sombra, fator determinante na fase de crescimento desse grupo sucessional (VALENTE, 2011). Em termos de arranjo do sistema , é recomendado o plantio em linhas, alternando o início de cada linha, de forma que as plantas formem um triângulo (Figura 8). Dessa forma, para áreas com alta declividade, teremos a formação de barreiras naturais para contenção de enxurradas, conforme a ilustração a seguir.

1 Competição gerada pela presença das plantas daninhas ou indesejadas nas áreas de plantio, as quais podem afetar ou inibir o crescimento das plantas desejadas. (DIAS, 2010)

Figura 8 – Indicação de arranjo do sistema de plantio em forma triangular para recuperação de APP.

As formigas cortadeiras são insetos de extrema importância ecológica na maioria dos ecossistemas tropicais e subtropicais. Contudo, quanto mais elevado for a perturbação sobre o ambiente, menor será a riqueza de espécies e aumento na abundância de formigas de poucas espécies. Tanto em áreas de pastagem como a capoeira jovem (estabelecida numa antiga pastagem) a composição de formigas é distinta daquela encontrada na floresta clímax, consequência da fragmentação de ecossistemas e ausência de reservas florestais dispostas estrategicamente por diversas regiões (VASCONCELOS, 1998). Todavia, as formigas cortadeiras podem provocar danos irreversíveis nas mudas e causar altas taxas de mortalidade de um plantio. Na região da Zona da Mata

Rondoniense, os danos às mudas florestais são basicamente causados pelas saúvas ( Atta spp.) e quenquéns ( Acromyrmex spp.) Com base nisso, o controle deve ser realizado nas etapas de pré-implantação, implantação e pós- implantação. Importante realizar a localização e identificação dos formigueiros na área, para posterior o controle. O método de controle mais simples e barato é o uso de isca granulada. Esse método além de ser mais seguro em sua aplicação, apresenta menor grau de toxidade, além de fácil aplicação. Salienta-se que se trata de um mecanismo de controle e não de erradicação completa no formigueiro, de modo a favorecer o crescimento das plantas, haja vista a ausência de predadores naturais destes insetos nas áreas. Consiste em colocar as iscas granuladas nas

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trilhas próximo as entradas dos formigueiros, fazendo com que as formigas carreguem para dentro do formigueiro. Preferencialmente aplicar em períodos secos, pois a chuva e

umidade diminuem a eficiência do produto e; não jogar a isca diretamente dentro do formigueiro, pois como forma de defesa, as formigas retiram o produto.

ETAPA 2 - IMPLANTAÇÃO

Esta fase consiste em três atividades principais: I) Abertura de covas para plantio; II) Correção de solo e adubação; III) Plantio de mudas/sementes.

A abertura de covas para plantio , geralmente são realizadas com cavadeiras, quando de dimensões pequenas, dificultam o crescimento do sistema radicular, pelo fato que o equipamento gera uma pequena compactação das paredes da cova. A recomendação básica é que seja realizada uma cova de no mínimo 20x20x20 cm, o qual permitirá à planta seu desenvolvimento radicular, fundamental para suportar os períodos de estiagem na região, reduzindo a mortalidade de plantas nesta época. Associado a atividade de abertura das covas, recomenda-se que seja feita correção do solo e adubação. Para uma recomendação mais precisa, é importante realizar a análise química do solo, verificando quais as deficiências, principalmente NPK (Nitrogênio, Fósforo e Potássio) que serão indispensáveis para o bom desenvolvimento das plantas. Não há como estabelecer para esta questão uma recomendação padrão, pois isso pode variar de uma área para outra. Todavia, em geral, as áreas de recuperação apresentam baixa fertilidade, matéria orgânica, decorrentes de ausência de manejo adequado dos solos. Assim sendo, é sempre bem-vinda adubação orgânica como a cama de frango e esterco bovino curtido como alternativas para incorporação junto ao solo durante o plantio, principalmente em solos arenosos. Deve-se ter muito cuidado na coleta desses materiais, que devem ser livres de contaminação por herbicidas, os quais utilizados de forma incorreta ou não curtidos, podem causar danos às plantas durante seu desenvolvimento. Quando o solo estiver muito degradado, o uso de adubação verde é amplamente indicado, uma vez que contribui

com a cobertura e proteção do solo, reduz a competição com gramíneas e favorece a recuperação dos atributos físicos, químicos e biológicos do solo. Este tipo de adubação além de promover a ciclagem de nutrientes (conhecidas como “leguminosas”, plantas fixadoras de nitrogênio) e ajudar na redução das populações de espécies competidoras, a introdução de plantas para adubação verde também inicia a atração de polinizadores para a área em recomposição. Normalmente, estas plantas devem sofrer desbaste no início da sua floração, para que não produzam sementes que possam invadir a área, devendo ter sua matéria orgânica mantida sobre o solo ou incorporada a ele. Devido às múltiplas possibilidades de uso, a orientação de técnico capacitado é fundamental para definir o manejo de cada situação. O plantio das mudas apesar de simples, precisa ter atenção na disposição das mudas na cova (Figura 9). Elas não podem ficar abaixo ou acima do nível do solo, ou mesmo tortas dentro das covas, pois o mal posicionamento das mudas poderá retardar, e prejudicar o desenvolvimento das plantas ou até causar mortalidade.

As mudas devem ser colocadas no centro da cova, em posição vertical, tomando cuidado para não enterrar a parte aérea ou superior da planta. Também é importante evitar que o substrato das mudas fique exposto. Depois de alocado a muda dentro da

cova, deve-se preencher com a terra retirada durante abertura da cova, pressionando para firmar a muda no solo. (MÜLLER et al., 2010) Importante lembrar que todas as sacolinhas deverão ser recolhidas da área após o plantio.

ETAPA 3 – PÓS IMPLANTAÇÃO

Após a implantação deve ser realizada uma avaliação de plantio, verificando mortalidade, stress hídrico, ataque de pragas e doenças, de modo a realizar as devidas correções e ajustes no plantio, bem como o controle aos possíveis danos e posterior etapa de replantio, a qual é de fundamental importância para evitar falhas na área em

recomposição florestal e manter um elevado índice de sobrevivência das plantas. Ao longo do processo de monitoramento das áreas se tem avaliado também as metodologias de recuperação, verificando se os objetivos iniciais previstos foram alcançados em curto, médio e longo prazo (Figura 10).

Figura 10 – Fluxo de resultados esperados no decorrer do tempo nas áreas de recomposição.

Devem ser considerados os procedimentos operacionais para limpeza e manutenção das áreas, até que se forme uma fisionomia florestal e a vegetação possa se autoperpetuar no tempo. A manutenção normalmente é realizada durante os primeiros 36 meses, mas pode se prolongar em função

das necessidades da área, conforme os métodos de recomposição escolhidos e as características edafoclimáticas associadas às possíveis adversidades ambientais. Sem a devida manutenção, as chances de fracasso do projeto são muito grandes. Recomenda-se os Figura 9 – Plantio correto das mudas em campo. seguintes procedimentos a serem realizados: Fonte: MÜLLER et al., 2010.