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Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.12, n.1, p.55-60, 2010 55 ISSN 1517-
A Moringa pertence à família Moringaceae , que é composta apenas de um gênero ( Moringa ) e 14 espécies. É uma árvore de pequeno porte, nativa do Norte da Índia, de crescimento rápido,
Palavras-Chave: Moringa oleifera Lam, óleo, torta.
oleifera Lam)
ABSTRACT
The Moringa oleifera Lam belongs to the Moringaceae family. It is composed of only one genus (Moringa) including 14 species. It is a tree of small size, of rapid growth and it is native of northern India. The Moringa adapts to a wide range of soil and is drought resistant. The seeds possess polysaccharides with strong agglutination capacity. The oil obtained from the Moringa seeds can be used in the preparation of food, in the manufacturing of soaps and it may also be used as fuel. This work focuses on the physical chemical characterization of oil and on the moringa cake. The oil extraction was obtained by a common system of extraction and by using an oil press extractor. This resulted in the production of oil with a high percentage of oleic acid, indicating that the moringa oil is suitable as biodiesel with low saturation, facilitating, therefore, its transportation and storage. The chemical analysis of the moringa powder and bran was conducted, because these differ in size, though the concentrations of the chemical elements found in both did not present significant differences. With press extractions obtained, concentrations were much higher than those obtained with the other system of extraction. This was because the common extraction system removes far greater quantities of ions from the compound; which probably decreases the coagulation capacity of the agent.
Keywords: Moringa oleifera Lam, oil, cake.
Protocolo 103.026 58 de 17/04/ (^1) Mestre em Engenharia Química, UFS – Email: claudia@ufs.br - Av. Marechal Rondon, S/N Jardim Rosa Elze, São Cristóvão, Sergipe. (^2) Mestranda em Engenharia Química, UFS –Email: daiane.engenharia@hotmail.com - Av. Marechal Rondon, S/N Jardim Rosa Elze, São Cristóvão, Sergipe 3 Graduanda em Química Industrial, UFS – Email: nicolis.amaral@yahoo.com.br - Av. Marechal Rondon, S/N Jardim Rosa Elze, São Cristóvão, Sergipe 4 5 Professora Dra. da Universidade Tiradentes, UNIT – Email: ebcavalcanti@gmail.com- Av. Murilo Dantas 300, 49032-490, Aracaju, SE. Professor Dr. da Universidade Federal de Sergipe – UFS –.Email: gabriel@ufs.br - Av. Marechal Rondon, S/N Jardim Rosa Elze, São Cristóvão, Sergipe
Moringa oleifera Lamarck, planta pertencente à família das Moringaceae é nativa da Índia e amplamente cultivada nos trópicos de todo o mundo (Karadi et al ., 2006). Cresce rapidamente sendo capaz de sobreviver em solos pobres, requerendo o mínimo de atenção, e em longos períodos de seca (McConnachie et al ., 1999). Segundo Joly (1979), Moringa oleifera é uma planta arbórea com longas vagens verdes, sementes aladas, folhas grandes e flores brancas perfumadas. As árvores de moringa podem alcançar 4 m de altura, gerando flores e frutos em um ano; múltiplas colheitas de sementes são possíveis em muitas partes do mundo (McConnachie et al ., 1999). Possui significante importância econômica na indústria e medicina (Makkar e Becker, 1996). Nas Filipinas, as folhas jovens, flores e vagens verdes são comuns na dieta (Guevara et al ., 1999); é usada medicinalmente em Guinea, La Reunion, Madagascar, Guiana e Burma (Karadi et al ., 2006); são consumidas por populações do sudoeste da Ásia que acreditam ter efeitos benéficos na visão (LIU et al ., 2007). Devido ao uso na medicina popular, estudos têm sido feitos visando o isolamento de compostos bioativos. As folhas são boas fontes protéicas e não contêm taninos, lectinas ou inibidores de tripsina, segundo Makkar e Becker (1996); a partir de extrato etanólico, delas têm sido obtidos compostos com atividade hipotensiva (Faizi et al ., 1995), hormônios promotores do crescimento (Makkar e Becker, 1996), compostos com atividade hipocolesterolêmica (Ghasi et al ., 2000) e atividade contra a infecção com vírus herpes simplex tipo 1 (Lipipun et al ., 2003). Também possuem atividade antioxidante (Iqbal e Bhanger, 2006; Lako et al ., 2007, Reddy et al ., 2005) e são ricas em polifenóis totais, quercetina, campferol e βcaroteno (Lako et al ., 2007). Tahiliani e Kar (1999) estudaram que o extrato aquoso de folhas de M. oleifera em baixa concentração pode ser usado para regulação do hipertiroidismo; Richter et al. (2003) observaram que as folhas de Moringa oleifera podem ser usadas para alimentar tilápias do Nilo substituindo 10% da dieta protéica sem alterar significantemente o crescimento desses peixes. Vacas alimentadas com folhagens de moringa tiveram aumento na produção sem alteração na composição de leite (Sánchez et al ., 2006).
As árvores de médio porte apresentam outras funções, como farmacêutica e melífera muito valorizada nos países onde existe este gênero. As raízes são consideradas estimulantes e diuréticas, e os médicos de onde a planta é originária prescrevem a raiz nas febres intermitentes, epilepsia, histeria, paralisia, reumatismo, hipertrofias do fígado e do baço. As sementes podem ser plantadas diretamente no local definitivo ou em sementeiras. Não há necessidade de nenhum tratamento prévio. A planta requer poucos tratos culturais e cresce rapidamente até uma altura de 4m no primeiro ano. Em condições favoráveis, uma única planta pode produzir de 50 a 70 kg de frutos/ano. Segundo Santana (2009), a utilização do agente coagulante Moringa oleifera Lam apresentou resultados muito significativos como coagulante natural, podendo ser considerada como uma técnica alternativa para o tratamento de água produzida. O óleo obtido das sementes da moringa pode ser usado no preparo de alimentos, na fabricação de sabonetes, cosméticos e como combustível. A pasta resultante da extração do óleo das sementes pode ser usada como um condicionador do solo, fertilizante ou ainda na alimentação animal. Diante do exposto resolveu-se fazer a caracterização físico-química de propriedades do óleo e da torta das sementes de Moringa oleifera Lam.
MATERIAIS E MÉTODOS
Extração do óleo e análise granulométrica
As sementes de Moringa oleifera Lam foram adquiridas na Ambiental: Produto Natural e Orgânico, que fica localizada na cidade de Aracaju/SE, durante todo o processo experimental, para que os resultados obtidos não fossem comprometidos por perda da eficácia do princípio ativo coagulante. Inicialmente, removeram-se as asas e a casca das sementes e em seguida, foram trituradas em um moinho, de forma que um material homogêneo fosse obtido. O óleo contido nas sementes foi extraído com n-hexano P.A. da Synth, através de um sistema de extração usando soxhlet. Após um tempo de 3 horas de extração a torta da moringa foi colocada em uma estufa de secagem da Tecnal modelo TE 397/5 a 40°C, pois o limite de tolerância para não degradar a ação das proteínas é de 60°C, por um período de 24 horas, tempo suficiente
são apresentados os resultados obtidos através do método da peneiração.
Tabela 4 - Caracterização granulométrica da torta da moringa
Peneiro
Dimensão (Mesh)
Dimensão (mm)
Massa retida (g) 01 16 1,180 22, 02 30 0,590 32, 03 40 0,420 17, 04 60 0,250 15, 05 100 0,149 18, 06 200 0,074 17,
A partir dela construiu-se o gráfico da distribuição granulométrica da torta da moringa mostrado na Figura 3.
Figura 3 - Distribuição granulométrica da torta da moringa
Determinação da composição química da torta de moringa
Os resultados referentes a este item encontram-se nas Tabelas 5, 6 e 7, que mostram os resultados da composição química da moringa feita sem e com extração com solvente, da torta (farelo e pó) e da semente. A extração sem solvente foi feita através de uma prensa extratora de óleos vegetais e os resultados encontram-se na Tabela 5.
Tabela 5 - Caracterização da torta e da semente de moringa (sem solvente)
Elemento iônico Torta de Moringa Semente de Moringa Concentração (%) Concentração (%) Ca2+^ 1.0000 0. Cl-^ 0.1440 0. Fe3+/2+^ 0.0580 0. K+^ 3.2760 2. Mg2+^ 0.1590 0. Ni+^ 0.0020 0. P^3 -^ 1.8000 1. Pd2+^ 0.0320 0. Re4+^ 0.0000 0. S^2 -^ 5.6870 3. Zn2+^ 0.0764 0.
Através da Tabela 5, levando em consideração o erro experimental e analítico, não há variação significativa da composição da semente e da torta de moringa. Este comportamento era esperado, já que não houve extração com solvente. A unidade da Tabela 6 está em ppm devido a esses elementos estarem em
concentrações muito baixas e não ser possível quantificá-los em %. Foram feitas as composições químicas do farelo e do pó porque eles diferem quanto à granulometria, o farelo tem uma granulometria maior do que o pó, porém as concentrações dos elementos químicos em cada caso não tiveram diferenças significativas.
Tabela 6 - Composição química da torta de moringa (extração com solvente)
Elemento iônico
Torta de Moringa (farelo) Torta de Moringa (pó) Concentração (ppm) Concentração (ppm) Na+^ 11,0 6, Al+3^ 8,0 4, Si+^ 19,0 7, Cl-^ 101,0 97, Mn2+^ 5,0 4, Fe3+/2+^ 18,0 16, Ni+^ 1,0 0, Cu+2^ 3,0 3, Zn2+^ 24,0 21, Cd+2^ 1,0 0, Sb3+^ 6,0 6,
Tabela 7 - Composição química da torta de moringa (extração com solvente )
Elemento iônico
Torta de Moringa (farelo)
Torta de Moringa (pó) Concentração (%) Concentração (%) Mg2+^ 0,13 0, P^3 -^ 0,34 0, S^2 -^ 0,69 0, K+^0 , 37 0 , 37 Ca2+^0 , 11 0 , 11
A Figura 4 mostra a comparação entre a concentração de alguns elementos iônicos com relação ao modo de extração do óleo. Como se pode observar na extração realizada com a prensa as concentrações são muito mais
elevadas do que quando feita com solvente. Isso se deve ao fato de, na extração com solvente, remover-se uma maior quantidade de íons do composto, provavelmente isso diminui a capacidade de coagulação do agente.
Figura 4 - Comparação entre a concentração de alguns elementos iônicos com relação ao modo de extração do óleo
CONCLUSÕES
Foi observado que o óleo de moringa possui um grande percentual de ácido oléico, cerca de 78%, indicando que esse óleo é
adequado para a obtenção de um biodiesel com um baixo teor de insaturações, o que tem reflexo direto e muito positivo em sua estabilidade à oxidação, facilitando assim o transporte e armazenamento.