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A localização, desenvolvimento e funções da glândula tireóide, incluindo a produção e papel dos hormônios tireoideanos na fisiologia do organismo. O texto aborda a estrutura do saco tireóideo, a mudança de posição da glândula durante o desenvolvimento e a importância dos hormônios tireoideanos na síntese de proteínas, metabolismo lipídico e outros processos corporais.
Tipologia: Notas de aula
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TIre6lde: Morfologla e F unç6es, I(2I,pâgs. 20 a 26, II sem. 1987
TIREOIDE: MORFOLOGIA E FUNÇOES
Romário de Araújo Mello (^) *
Ao nível entre a primeira e a segunda bolsa faríngea aparece na face ventral da linha mediana da faringe um divertículo endodérmico em forma de saco (saco tireóideo) que destina-se a dar origem ao parênquima da glândula tireóide representa o primeiro derivado glandular da faringe. Quando ele aparece, torna-se bilobado quase em seguida um colo estreito e oco une os dois lobos. Esse colo, conhecido como ducto tireoglosso, tor- na-se um cordão sólido e entra em atrofia. A conexão entre o ducto e a faringe resulta numa depressão permanente, o forame cego que se localiza no ápice do sulco terminal em forma de V no dorso da língua. O saco tireóideo transforma-se em uma sólida massa de células na ocasião em que o cordão tireoglosso desaparece. Posteriormente a ti- reóide toma o aspecto de um crescente e se recoloca numa posição ao nível da traqueia em desenvolvimento e essa mudança de posição ocorre porque a tireóide permanece atrás a medida que a faringe cresce para diante. Nessa ocasião os dois lobos da tireóide, um de cada lado da traqueia unem-se na linha mediana por um estreito istmo de tecido tireóideo em desenvolvi- mento. Finalmente começa a formação dos folícolos tireóideos que adquirem colóide e novos folículos se originam somente por brotamentos e subdivisões dos já presentes (NETTER, 1982).
TIREOTROFICO SOBRE A TIREOIDE
A hipófise anterior desempenha um papel indispensável na re- gulação da função tireoideana. A remoção da hipófise leva à diminuição da massa tireóidea e decréscimo de produção e secreção dos hormônios ti- reóideos e a administração de doses excessivas de extratos hipofisários provoca um aumento da massa tireóidea dando tireóides hipertrofiadas e
I;):lp,erplásiça~"",asquais sintetii!:am e, .secretam hormônios tireóideos -em excesso,q. hormqniohipofisário que tema tireóide como ,séu alvo é conhe" cido c9rno.tireotróficQ out)ormônjo éstimulante da tireóide (TSH), Suger re-se quelJ'primeira açãqdo TSHseJa ,ativar aseni!:imas proteolíticas, as quaishidrolisamtireoglobulinase assim favorecem a secreção de tiroxinae de triiodotironina para a circulação e posteriormente estimula ou ativa a fixação do, iodo tireóideo (NETTER,1982)
3.,... FISIOLOGIA DOS HORMÔNIOSTIREÓIDEOS
o papel da gl~ndula tireóide na fisiologia do organismo com- preende.a slntese, armazenamento e secreção do hormônios tireóideos, que são necessários ao crescimento desenvolvimento e metabolismo normal do organismo. Essas funções tireóideas podem ser consideradas quaseulTI análogo do metabolismo do iodo. O iodo orgânico é absorvido no trato gastrointes'timll e circula como iodeto, até ser captado pela tireóide ou glândulas 'salivares ou ser excretado pelo trato urinário, A tireóide extrai iodo do plásma para uma concentração vinte e cinco vei!:esmaior, devidQ à sua captação do iodeto, que pode ser estimulada pelo TSH. O iodeto oxidado para iodo por uma eni!:imaoxidativa é rapidamente utilii!:ado na iodação da tirosina. Tem sido demonstrada na tireóide uma desiodase capai!:de desiodii!:ara monoiodotirosiria e a diiodotirosina, mas não de desiodii!:ara tiroxina ou a triiodotironina. O iodo removida das moléculas de mo- noiodotirosina e da diiodotirosina por essa desiodade é disponível nova- mente no "pool" total de iodeto do organismo e reutilii!:ávelpela tireóide. Aceita-se geralmente que pela ação de uma eni!:imaacopladora se unem duas moléculas de diiodotirosina para formar tetraiodotironina ou tiroxina (T4) ou para acoplar uma molécula de monoiodotirosina a uma de diiodo- tirosina para formar a triiodotironina (T3.)' A proporção de T4 para T3 em
Os compostos orgânicos iodados são armai!:enados na tireóide fai!:endoparte de uma grande molécula denominada de tireoglobulinaque é estocada no folículo e circundada por uma parede acinar de células cu- bóides. Os hormônios T3 e T4 liberados pelas eni!:imasproteolíticas após ativação pelo TSH são transportados através da parede celular do ácino para a circulação. T3 e T4 são transportados da tireóide para os tecidos periféricos pelas proteínas ligadoras dos hormônios tireóideos, sendo a principal proteína chamada de globulina ligadora de tiroxina (TBG). Esta transporta a maior parte da tiroxina. Ambos os hormônios tireoideanos tem sido também localizados ligados a albumina. Presume-s.eque o hormô- nio tireóideo ligado à albumina ou à globulina ligadora de tiroxina seja
Também foi demonstrado que a tireoidectomia e o hipoti. reoidismo tem efeito de deprimir a oxidação fosforilativa (KATYARE et alii,1977eSEITZetalii, 1985)..
O consumo de oxigênio é também afetado pelos hormônio$ tireóideos (JOHN-ALDER, 1983). Esses hormônios parecem ter receptores especHicos a níveis' mitocondriais, pois T 4 se associa com' a membrana interna dessas organelas(DIMINOetalii, 1972) onde regulariam a gênese da membrana interna mitocondrial (NELSON et alii, 1984)..
4.3 Efeito sobre os sistemas, enzimâticos, celulares: após a administração dos hormônios tireoideanos ocorre um aumento da atividade intracelular deu m. 9 NI n d e n li m e r o d e e n z i mas. Po r e x e m p Io: a ATPase - l'Ja+ - K'"dependente aumenta em resposta aos homônios ti: reóideosautnentandó O índice do transporte tanto do sódio como do potássio através das membranas celulares de certos tecidos, como esse processo utiliza energia, consE!qQentement~aumenta a produção de calor e esse mecanismo tem sido sugerido' como sendo o mecanismo através do qual os hormônios tireóideos aumentariam o metabolismo basal do orga. nismo(ISMAIL-BEIG &EDELMAI\j,; 1970; ISMAIL.BEIG &EDELMAN , 1971;ISMAIL-BEIG.& EDELMAN, 1974. As enzimas relacionadas com a degradação de hidratos de car- bono, aUmenta.m sua atividade em .até seis vezes acima do, nível normal e isto explicaria a rápida utilização dos carboidratos sob a influência da tiroxina e aumento tambémdagliconeogênese com alteração. na síntese de insuli'na(ARANDA et a'lii, 1972 e SANDERetalii, 1983).
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Outras enzimas são também alteradas por influência dos hor- mQnios tireóideos como afosfoenolpiruvato carboxiquinase (HOPPNER et alii, 1985) e enzimas mitocondriais como succinooxidase, malatodesidro- genase (KATYARE et alii, 1970) e citrato sintetase (JOHN.ALDER, 1983). KATYARE et alii (1977) estudando o efeito da tireoidectomia sobre a atividade ATPásica de mitocôndrias do fígado, rim e cérebro de ratos mostra que a atividade de ATPase total não é influenciada pela tireoidectomia, entretanto, a atividade de ATPase basal é fortemente afe. tada pela tireoidectómia ocorrendo um decréscimo dessa atividade.
4.4 - Efeito no metabolismo lipídico: muitos aspectos do metabolismo lipídico são alterados sob a influência dos hormônios tireoideanos (SUZUKY et alii, 1979 eSTAKKESTAD & BREMER, 1982). Observa-se que existe mobilização dos lipídeos do tecidoadiposo, o que aumenta a concentração de AG livres no plasma e existe também uma aceleração na ox Idaçao e esti!rificação dos ácidosgraxos (BUICHO'r, 1977; GNONf et aiii, 1983;STAKKESTAD &LUND, 1983 e STAKKESTAD &LUND, 1(84).
Sabe-se também que os hormônios tireoideanos podem estimu- lar a elongação de AGS (HOUGHAM & CRAMER, 1980 e KAWASHI- MA &KOZUKA, 1985) e a dessaturação em microssomas hepáticos (FAAS& CARTER, 1981). DEWAILLV et alii (1978) demonstraram que existe alterações na composição dos AG dos fosfolipídeos mitocondriais do coroção de ratos Wistar quando os mesmos são alimentados com dietas contendo alta taxa de ácido erúcico durante vinte semanas. Mesmo o metabolismo lipídico do tecido epididimal é também controlado pelos hormônios tireóideos como se observa em animais ti- reoidectomizados, embora esse efeito seja temporário e reversível pela administração de tiroxina (PEREIRA et alii, 1983 e PEREIRA et alii, 1984). Recebido para comunicação em 15-8-87.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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