Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Topologia Algebrica, Notas de estudo de Informática

Topologia Algebrica

Tipologia: Notas de estudo

2016

Compartilhado em 18/05/2016

xpto121520
xpto121520 🇧🇷

4.6

(27)

94 documentos

1 / 167

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
INTRODUC¸ ˜
AO `
A TOPOLOGIA
ALG ´
EBRICA
Mauricio A. Vilches
Departamento de An´
alise - IME
UERJ
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa
pfd
pfe
pff
pf12
pf13
pf14
pf15
pf16
pf17
pf18
pf19
pf1a
pf1b
pf1c
pf1d
pf1e
pf1f
pf20
pf21
pf22
pf23
pf24
pf25
pf26
pf27
pf28
pf29
pf2a
pf2b
pf2c
pf2d
pf2e
pf2f
pf30
pf31
pf32
pf33
pf34
pf35
pf36
pf37
pf38
pf39
pf3a
pf3b
pf3c
pf3d
pf3e
pf3f
pf40
pf41
pf42
pf43
pf44
pf45
pf46
pf47
pf48
pf49
pf4a
pf4b
pf4c
pf4d
pf4e
pf4f
pf50
pf51
pf52
pf53
pf54
pf55
pf56
pf57
pf58
pf59
pf5a
pf5b
pf5c
pf5d
pf5e
pf5f
pf60
pf61
pf62
pf63
pf64

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Topologia Algebrica e outras Notas de estudo em PDF para Informática, somente na Docsity!

INTRODUC¸ ˜AO `A TOPOLOGIA

ALG ´EBRICA

Mauricio A. Vilches

Departamento de An´alise - IME

UERJ

PREF ´ACIO

Um dos problemas b´asicos da Topologia ´e saber se dois espac¸ ˜os s˜ao homeomorfos ou n˜ao. Na verdade n˜ao existem m´etodos gerais para resolver esta quest˜ao. Verificar se dois espac¸ ˜os s˜ao homeomorfos consiste em encontrar uma func¸ ˜ao cont´ınua, bijetiva com inversa cont´ınua, entre ambos os espac¸os. Agora provar que dois espac¸ ˜os n˜ao s˜ao homeomorfos ´e muito mais complicado pois ´e necess´ario provar que n˜ao existe nenhuma func¸ ˜ao cont´ınua, bijetiva com inversa cont´ınua, entre ambos os espac¸os. A Topologia Alg´ebrica naceu nas ´ultimas d´ecadas do s´eculo XIX, quando no ano de 1894 o eminente matem´atico francˆes Henri Poincar´e apresentou uma s´erie de traba- lhos onde fundamentou a Topologia Alg´ebrica, com o nome de Analisys Situs. Dentre as descobertas de Poincar´e, destacam-se os conceitos de homotopia e de grupo funda- mental, al´em de alguns teoremas, muitos dos quais somente foram provados muitos anos depois (1931), essencialmente por de de Rham. Poincar´e, entendeu que existia uma profunda relac¸ ˜ao entre a estrutura topol ´ogica de um espac¸o e seu grupo fun- damental. Ele, entre outras coisas, tentava estabelecer quando duas superf´ıcies s˜ao homeomorfas ou n˜ao. A id´eia fundamental da Topologia Alg´ebrica ´e associar, de forma un´ıvoca a espac¸os e propriedades topol ´ogicas, estruturas e propriedades alg´ebricas. A vantagem deste tratamento ´e a riqueza que possui a ´Algebra, obtida atrav´es de milˆenios, o que n˜ao acontece com a Topologia. Por exemplo, nos espac¸os topol ´ogicos, os seus elementos n˜ao podem ser somados, j´a a soma de grupos ´e um grupo. Nestas notas, que s˜ao introdut ´orias, associaremos a espac¸os topol ´ogicos, func¸ ˜oes cont´ı- nuas e homeomorfismos, grupos, homomorfismos de grupos e isomorfismos de gru- pos de tal forma que estudando as propriedades alg´ebricas possamos extrair con- sequˆencias sobre a geometria e a topologia do espac¸o em quest˜ao. Por exemplo, ´e pos´ıvel provar que o toro e a garrafa de Klein n˜ao s˜ao homeomorfas, pois seus grupos fundamentais n˜ao s˜ao isomorfos. J´a provar que S^2 e S^3 n˜ao s˜ao homemorfas ´e muito mais dif´ıcil e com os conceitos estudados nestas notas n˜ao ser´a poss´ıvel provar este fato. Nestas notas, exigiremos conhecimentos s ´olidos de Topologia Geral e o m´ınimo em relac¸ ˜ao aos conhecimentos de Teoria dos Grupos. Desejo agradecer ao meu aluno Andr´e T. Machado pela motivac¸ ˜ao de fazer estas notas e de forma muito especial a minha colega professora Maria Luiza Corrˆea pela leitura rigorosa dos mauscritos, al´em dos in ´umeros coment´arios e observac¸ ˜oes, os quais per- mitiram dar clareza aos t ´opicos estudados.

Mauricio A. Vilches Rio de Janeiro

Conte ´udo

Cap´ıtulo 1

HOMOTOPIA

1.1 Introdu¸c˜ao

Nos cap´ıtulos seguintes, X e Y s˜ao espac¸os topol ´ogicos; I = [0, 1] ⊂ R com a topologia induzida pela topologia usual de R e todas as func¸ ˜oes consideradas s˜ao cont´ınuas.

Defini¸c˜ao 1.1. Sejam f, g : X −→ Y func¸ ˜oes, ent˜ao:

  1. f e g s˜ao ditas homot ´opicas se existe uma func¸ ˜ao cont´ınua:

H : X × I −→ Y tal que

H(x, 0) = f (x), H(x, 1) = g(x)

para todo x ∈ X.

  1. A func¸ ˜ao H e dita´ homotopia entre f e g.

Observa¸c ˜oes 1.1.

  1. A notac¸ ˜ao que se usa para indicar que f e homot ´´ opica a g ´e:

H : f ' g.

8 CAP´ITULO 1. HOMOTOPIA

  1. A homotopia entre f e g e uma fam´´ ılia a um parˆametro de func¸ ˜oes cont´ınuas entre X e Y , isto ´e, para cada t ∈ I:

ft : X −→ Y

e cont´ ´ ınua, onde ft(x) = H(x, t).

  1. Intuitivamente, a homotopia ”deforma”continuamente f em g.

Exemplo 1.1.

[1] Sejam X = {a}, Y = {a, b} com a topologia discreta e f, g : X −→ Y definidas por f (a) = a e g(a) = b; ent˜ao f n˜ao ´e homot ´opica a g.

[2] Sejam f, g : R −→ R^2 definidas por f (x) = (x, x^2 ) e g(x) = (x, x); logo f ' g.

De fato, definamos a seguinte homotopia:

H : R × I −→ R^2

H(x, t) = (x, x^2 − t x^2 + t x).

Claramente, H e cont´´ ınua, H(x, 0) = f (x) e H(x, 1) = g(x) para todo x ∈ R. Logo:

f ' g.

Figura 1.1: Homotopia entre f e g

10 CAP´ITULO 1. HOMOTOPIA

Proposi¸c˜ao 1.4. Sejam f, g : X −→ Rn^ cont´ınuas; ent˜ao f ' g.

De fato, consideremos:

H :X × I −→ Rn (x, t) −→ (1 − t) f (x) + t g(x).

Logo, H e cont´´ ınua, H(x, 0) = f (x) e H(x, 1) = g(x). Em geral, se E e um espac´ ¸o vetorial normado e f, g : X −→ E s˜ao cont´ınuas, ent˜ao f ' g. De fato, podemos definir a homotopia:

H :X × I −→ E

(x, t) −→ (1 − t) f (x) + t g(x).

Esta homotopia ´e dita linear. A propriedade f ' g ainda ´e v´alida se substituirmos E por um subconjunto convexo C de E.

Proposi¸c˜ao 1.5. (Poincar´e -Bohl) Sejam E um espac¸o vetorial normado e

f, g : X −→ E − { 0 }

cont´ınuas tais que ‖f (x) − g(x)‖ < ‖f (x)‖, para todo x ∈ X; ent˜ao f ' g.

De fato, notemos que a origem n˜ao pertence ao segmento de reta f (x)g(x); caso contr´ario, poder´ıamos ter:

‖f (x) − g(x)‖ = ‖f (x)‖ + ‖g(x)‖ > ‖f (x)‖;

logo, consideramos a homotopia linear:

H(x, t) = (1 − t) f (x) + t g(x),

para todo (x, t) ∈ X × I.

Proposi¸c˜ao 1.6. Denotemos por C

X, Y

o conjunto de todas as func¸ ˜oes f : X −→ Y cont´ınuas. Ser homot ´opica ´e uma relac¸ ˜ao de equivalˆencia em C

X, Y

A ´unica propriedade que n˜ao ´e imediata ´e a transitiva. Sejam H : f ' g e K : g ' h as respectivas homotopias; devemos provar que existe Q : f ' h. Definamos Q : X × I −→ Y por:

Q(x, t) =

H(x, 2 t) se 0 ≤ t ≤ 1 / 2 K(x, 2 t − 1) se 1 / 2 ≤ t ≤ 1.

Q e cont´´ ınua, Q(x, 0) = H(x, 0) = f (x) e Q(x, 1) = K(x, 1) = h(x), para todo x ∈ X.

1.3. HOMOTOPIA E CAMPOS DE VETORES NA ESFERA 11

Proposi¸c˜ao 1.7. Sejam f 0 , f 1 ∈ C

X, Y

e g 0 , g 1 ∈ C

Y, Z

tais que f 0 ' f 1 e g 0 ' g 1. Ent˜ao

g 0 ◦ f 0 ' g 1 ◦ f 1 ,

isto ´e, a composic¸ ˜ao de func¸ ˜oes preserva as homotopias.

Novamente, sejam H : f 0 ' f 1 e K : g 0 ' g 1 as respectivas homotopias; ent˜ao defina- mos Q : X × I −→ Z por:

Q(x, t) = K(H(x, t), t).

Q e cont´´ ınua e para todo x ∈ X, temos que:

Q(x, 0) = K(H(x, 0), 0) = K(f 0 (x), 0) =

g 0 ◦ f 0

(x), Q(x, 1) = K(H(x, 1), 1) = K(f 1 (x), 1) =

g 1 ◦ f 1

(x).

1.3 Homotopia e Campos de Vetores na Esfera

Seja:

Sn^ = {x ∈ Rn+1^ / ‖x‖ = 1} ⊂ Rn+

a esfera unit´aria com a topologia induzida pela topologia usual de Rn+1.

Defini¸c˜ao 1.2. Denotemos e definamos por:

a :Sn^ −→ Sn x −→ −x.

A func¸ ˜ao a e dita´ ant´ıpoda.

Proposi¸c˜ao 1.8. Sejam f, g : Sn^ −→ Sn^ cont´ınuas tais que f (x) 6 = −g(x), para todo x ∈ Sn; ent˜ao f ' g.

Consideremos a homotopia:

H(x, t) =

(1 − t) f (x) + t g(x) ‖(1 − t) f (x) + t g(x)‖

H e bem definida e cont´´ ınua pois f (x) 6 = −g(x), para todo x ∈ Sn, o que equivale ao segmento de reta f (x)g(x) n˜ao conter a origem. Por outro lado, H(x, 0) = f (x) e H(x, 1) = g(x), para todo x ∈ Sn.

1.3. HOMOTOPIA E CAMPOS DE VETORES NA ESFERA 13

Corol´ario 1.2. Se f : X −→ Sn^ e cont´´ ınua e n˜ao sobrejetiva, ent˜ao f ' c, onde c e uma´ func¸ ˜ao constante.

Prova : Como f n˜ao ´e sobrejetiva, ent˜ao existe y ∈ Sn^ tal que f (x) 6 = y, para todo x ∈ X. Seja c : X −→ Sn^ tal que c(x) = −y, para todo x ∈ X; logo f (x) 6 = −c(x), isto ´e, f ' c.

Defini¸c˜ao 1.3. Um campo de vetores cont´ınuos tangentes a Sn^ e uma func´ ¸ ˜ao cont´ınua:

ν : Sn^ −→ Rn+1^ tal que < ν(x), x >= 0, para todo x ∈ Sn,

onde < , > e o produto interno euclidiano em´ Rn+1. Se ν(x 0 ) = 0, ent˜ao x 0 ´e dita singularidade do campo ν.

Sn

x

ν (x)

Figura 1.3: Campo tangente a Sn

Observa¸c ˜oes 1.2.

  1. Se n e ´´ımpar, ent˜ao existe um campo de vetores cont´ınuo, sem singularidades, tangente a Sn.

De fato: como antes consideremos Sn^ ⊂ R^2 k^ e definamos:

ν(x 1 , x 2 ,... , xk, y 1 , y 2 ,... , yk) = (−y 1 , −y 2 ,... , −yk, x 1 , x 2 ,... , xk).

ν e um campo cont´´ ınuo, sem singulariades e tangente a Sn.

  1. Se existe um campo de vetores cont´ınuo, sem singularidades e tangente a Sn, ent˜ao a ' idSn^.

De fato. Seja ν o campo e definamos f : Sn^ −→ Sn^ por:

14 CAP´ITULO 1. HOMOTOPIA

f (x) =

x + ν(x) ‖x + ν(x)‖

f e cont´´ ınua e f (x) 6 = x; logo f (x) 6 = −a(x) e f ' a. Por outro lado, seja

H(x, t) =

x + t ν(x) ‖x + t ν(x)‖

H e bem definida;´ H(x, 0) = x, H(x, 1) = f (x) e f ' idSn^. Logo, por transitivi- dade,

a ' idSn^.

Resumindo: em Sn, temos:

  1. Se n e ´´ımpar, ent˜ao a ' idSn^.
  2. Se existe um campo de vetores cont´ınuo sem singularidades em Sn, ent˜ao:

a ' idSn.

  1. E poss´´ ıvel provar, utilizando conceitos mais avanc¸ados, que a ' idSn^ , implica em n ´ımpar.

1.4 Homotopia Relativa

Sejam A ⊂ X, f, g : X −→ Y cont´ınuas tais que f (a) = g(a), para todo a ∈ A.

Defini¸c˜ao 1.4. f e homot ´´ opica a g relativamente a A se existe homotopia:

H :X × I −→ Y tal que H(x, 0) = f (x), H(x, 1) = g(x), H(a, t) = f (a) = g(a)

para todo a ∈ A e x ∈ X.

16 CAP´ITULO 1. HOMOTOPIA

[2] Denotemos por Rn ∗ = Rn^ − { 0 } e seja:

r :Rn ∗ −→ Rn ∗ x −→ x/‖x‖.

Ent˜ao r 'Sn idRn ∗. De fato, definamos H : Rn ∗ × I −→ Rn ∗ por:

H(x, t) = (1 − t) x + t r(x).

Logo, H(x, 0) = x, H(x, 1) = r(x). Em particular, para todo x 0 ∈ Sn, temos:

H(x 0 , t) = (1 − t) x 0 + t r(x 0 ) = (1 − t) x 0 + t x 0 = x 0.

1.5 Tipo de Homotopia

Neste par´agrafo introduziremos um conceito mais fraco que o de homeomorfismo, o qual nos permitir´a diferenciar espac¸os.

Defini¸c˜ao 1.5. Os espac¸os X e Y tem o mesmo tipo de homotopia ou s˜ao homot ´opicamen- te equivalentes , se existem

f : X −→ Y e g : Y −→ X,

cont´ınuas, tais que:

g ◦ f ' idX e f ◦ g ' idY.

As func¸ ˜oes f e g s˜ao ditas inversas homot ´opicas. Denotaremos os espac¸os com o mesmo tipo de homotopia por:

X ' Y.

Se X e Y s˜ao homeomorfos, ent˜ao X ' Y. A rec´ıproca ´e, claramente, falsa. Ser homo- topicamente equivalente ´e, claramente, uma relac¸ ˜ao de equivalˆencia.

1.6. EXEMPLOS 17

1.6 Exemplos

[1] Rn^ ' { 0 }.

De fato, considere as func¸ ˜oes f : Rn^ −→ { 0 } tal que f (x) = 0 para todo x ∈ Rn^ e g : { 0 } −→ Rn^ a inclus˜ao. Por outro lado, seja H : Rn^ × I −→ Rn^ definida por:

H(x, t) = t x;

H e cont´´ ınua; H(x, 0) = 0 =

g ◦ f

(x) e H(x, 1) = x = idX (x); ent˜ao H : g ◦ f ' idX. Como

f ◦ g

(0) = f (0) = 0 = id{ 0 }(0), f ◦ g = id{ 0 }.

[2] S^1 × R ' S^1 × { 0 } ∼= S^1.

Considere f : S^1 × R −→ S^1 × { 0 } definida por f (x, t) = (x, 0) e g : S^1 × { 0 } −→ S^1 × R a inclus˜ao, isto ´e g(x, 0) = (x, 0). Por outro lado, seja H :

S^1 × R

× I −→

S^1 × R

definida por:

H((x, t), s) = (x, t s);

logo, H ´e cont´ınua e:

H((x, t), 0) = (x, 0) =

g ◦ f

(x, t) H((x, t), 1) = (x, t) = idS (^1) ×R(x, t).

Ent˜ao H : g ◦ f ' idS (^1) ×R. Note que

f ◦ g

(x, 0) = (x, 0) = idS (^1) ×R(x, 0); logo:

f ◦ g = idS (^1) ×R.

S^1 x {0}

S^1 xIR

Figura 1.5: Equivalˆencia entre o cilindro S^1 × R e o c´ırculo S^1

[3] Sn^ ' Rn+1^ − { 0 }.

1.6. EXEMPLOS 19

Definamos:

f : M −→ Σ f ([(x, y)]) = [(x, 1 /2)].

f e bem definida, pois:´

f ([(1, 1 − y)]) = [(1, 1 /2)] = [(1, 1 − 1 /2)] = [(0, 1 /2)] = f ([(0, y)]).

Seja g : Σ −→ M a inclus˜ao; temos que:

( f ◦ g)([(x, 1 /2)]) = [(x, 1 /2)] = idΣ([(x, 1 /2)]).

Definamos:

H : M × I −→ M

H([(x, y)], t) = [(1 − t) (x, y) + t (x, 1 /2)].

0

1

1/

Figura 1.7: Equivalˆencia entre a faixa e o c´ırculo central

H e cont´´ ınua e bem definida. De fato:

H([(0, y)], t) = [(1 − t) (0, y) + t (0, 1 /2)] = [(0, y − t y + t/2)] = [(1, 1 − y + t y − t/2)] = [((1 − t) (1, 1 − y) + t (1, 1 /2))] = H([(1, 1 − y)], t).

Por outro lado:

20 CAP´ITULO 1. HOMOTOPIA

H([(x, y)], 0) = [(x, y)] = idM [(x, y)] H([(x, y)], 1) = [(x, 1 /2)] =

g ◦ f

[(x, y)] =⇒ g ◦ f ' idM.

Proposi¸c˜ao 1.9. Seja

[

X, Y

]

o conjunto das classes de homotopias de func¸ ˜oes cont´ınuas de X em Y. Se X ' X′^ e Y ' Y ′, ent˜ao #

[

X, Y

]

[

X′, Y ′

]

, onde # indica a cardinalidade do conjunto.

Prova : Sejam Ψ : X′^ −→ X e Φ : Y −→ Y ′^ equivalˆencias homot ´opicas. Definamos:

G :

[

X, Y

]

[

X′, Y ′

]

[

f

]

[

Φ ◦ f ◦ Ψ

]

Claramente G e uma bijec´ ¸ ˜ao.

1.7 Espa¸cos Contr´ateis

Defini¸c˜ao 1.6. X e´ contr´atil se X tem o mesmo tipo de homotopia que um ponto.

Exemplo 1.3.

[1] Rn^ e B[x, r] s˜ao espac¸os contr´ateis.

[2] Em geral, se E e um espac´ ¸o vetorial normado, os conjuntos convexos de E s˜ao contr´ateis. Em particular, E e contr´´ atil.

[3] Seja X um espac¸o topol ´ogico e consideremos CX o cone de X. CX e contr´´ atil. Para detalhes, veja [ MV ]. Definamos:

H : CX × I −→ CX

([(x, t)], s) −→ [(x, (1 − s) t + s)].

Logo, H([(x, t)], 0) = [(x, t)] = idCX ([(x, t)]

e H([(x, t)], 1) = [x, 1], onde [(x, 1)] ´e o v´ertice do cone.

Proposi¸c˜ao 1.10. X e contr´´ atil se, e somente se idX ' c, onde c : X −→ X e a func´ ¸ ˜ao constante c(x) = p, para todo x ∈ X.