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Informações sobre a construção em adobe, incluindo suas propriedades térmicas e acústicas, vantagens sustentáveis, desvantagens e processo de fabricação de tijolos. O texto também discute a história da utilização da terra como material de construção e a importância de adotar materiais sustentáveis na construção de edifícios na região tropical.
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Não perca as partes importantes!
Docente: Arq.Emanuel Simango Discentes: Euclidia Chaquisse & Sara Buque
Grupo 1 28 de Junho de 2021
As construções em adobe são realizadas em várias partes do mundo desde a antiguidade. A técnica de construir com terra foi largamente utilizada ao longo da história e atualmente ainda é muito usada, inclusive em Moçambique. O adobe pode ser uma solução muito atrativa para o problematica habitacional existente, pois atende aos aspectos econômicos, técnicos e ambientais, ressaltando que essa problematica não se dá apenas nos centros urbanos, atingindo também a população rural. A questão econômica pode ser verificada tendo em vista que os materiais necessários são terra, água e eventualmente fibra, ambos os materiais de fácil acesso, dependendo da região, e baratos. A mão de obra também é um custo baixo, pois não exige qualificação, sendo necessárias somente orientações. Segundo Oliveira (2003), as construções em adobe têm boas propriedades térmicas e acústicas devido às características da terra crua, que é o material utilizado.
A sustentabilidade das construções em adobe é outro ponto que o torna uma alternativa muito atrativa. Oliveira (2003) afirma que o adobe, por ter em sua fabricação matérias primas, que são a terra e as fibras, que podem ser encontradas no próprio local onde será executada a obra em adobe, e por não ter liberação de energia prejudicial ao meio ambiente, se enquadra em uma solução sustentável.
Mesmo sendo uma técnica simples de ser executada, a construção em adobe pode apresentar problemas devido a uma execução incorreta. Dessa forma, é necessário mecanismos de orientação do produtor dos blocos e do responsável por executar as paredes. Um dos problemas que essa técnica apresenta é o contato excessivo das paredes com água. Por ser um tijolo composto por material local, o adobe depende muito das características da localidade onde o tijolo será fabricado e executado. Com isso serão focadas as técnicas construtivas levando em consideração os aspectos de Moçambique, sendo portando a finalidade do trabalho atingir a essa região. Através desse trabalho pretende-se fornecer uma ferramenta capaz de facilitar a execução dessa metodologia construtiva, através de um manual, onde as características locais tornam esse tipo de obra viável como soluções para habitações de baixa renda.
O objetivo geral deste trabalho é fornecer um manual com a técnica de construir em adobe, contendo todos os sistemas que compõem uma casa executada com este material, tais como; fundação, elevação das paredes, coberta, esquadrias, revestimento, instalações, e a fabricação dos tijolos. O intuito deste manual é fazer com que os interressados em tecnicas inovadoras tenham informações de como construir com adobe.
Para que este objetivo geral seja atingido, os seguintes objetivos específicos foram pretendidos:
A pesquisa bibliográfica segundo Cuco (2011), é um instrumento importante no âmbito da realização de estudos, pois esta permite obter informação relevante e necessária para que se tenha bases antes de ir ao campo, isso inclui o esclarecimento sobre alguns conceitos, alguns dados estatísticos e outras informações. Este instrumento serviu para aprofundar o conhecimento sobre a temática em estudo, o que foi de extrema importância para a concepção e fundamentação do problema e para a construção do projecto que antecedeu o estudo. A revisão bibliográfica também foi usada para a elaboração dos instrumentos de recolha de dados e para fundamentação das ideias sobre a temática.
Para o desenvolvimento deste trabalho realizou-se um levantamento/pesquisa bibliográfico em livros, artigos e documentos oficiais que orientou teórica e metodologicamente a pesquisa. Buscaram-se informações sobre as condições históricas da formação socio territorial de Moçambique mais concretamente da cidade de Maputo e centrado o estudo no chamanculo C que ajudaram a compreender algumas questões culturais e do modo de vida da população.
A definição de “arquitetura vernacular” é comum a todo o tipo de construções onde se empregam materiais e recursos do próprio meio ambiente, apresentando desse modo, um tipo de construção com caráter local ou regional. Possivelmente, este tipo de arquitetura é aquela que melhor se enquadra nos princípios da sustentabilidade, e a que melhor diferencia diferentes regiões, uma vez que transmite expressões e linguagens culturais próprias de cada região (Gomes, 2012).
O designar da palavra “vernacular” advém do latim “vernaculus” que significa nativo, doméstico, indígena. Quando associada a edifícios, esta definição significa “a ciência nativa dos edifícios” (Mabaleka, 2010). É também caracterizada por ser uma arquitetura espontânea, sem projeto e sem intervenção de técnicos ou mão-de-obra especializada, baseando-se apenas na filosofia da autoconstrução (Pereira, 2009).
A arquitetura vernacular é um dos mais marcantes aspetos de intervenção do ser humano na paisagem, onde na sua pluralidade de tipos se manifestam condicionalismos geográficos, económicos, sociais, históricos e culturais. Este tipo de construção é um produto imediato da relação do homem com o meio natural evolvente, integrando a necessidade básica de um abrigo para a primeiro e da procura de harmonia com o segundo (Oliveira & Galhano, 1991).
Esse tipo de arquitetura teve significativa influência nas práticas arquitetónicas ao longo da história da humanidade. Le Corbusier foi um dos arquitetos que procurou inspiração neste tipo de arquitetura, acreditando que esta representava a perfeita harmonia entre as necessidades humanas e o meio ambiente (Oliver, 1997). Segundo Oliver (2006), a arquitetura vernacular compreende as construções feitas pelas pessoas de acordo com os seus contextos ambientais e as suas fontes de recursos disponíveis. Este tipo de construção impõe uma multiplicidade de condicionalismos dependendo do tipo de região onde se insere, sejam eles geográficos, económicos, geológicos ou culturais.
A necessidade de construções mais sustentáveis tenta propor o funcionamento eficiente das cidades e edifícios, traduzindo em economia, respeito social e ambiental. Contudo, é importante referir que não foi na construção civil nem na arquitetura que o termo sustentabilidade foi utilizado primeiramente (Torgal & Jalali). Sustentabilidade é uma palavra que deriva do verbo latim “Sustinere” que descreve relações que podem ser mantidas por um tempo indefinido (Bay & Ong, 2006). O termo sustentabilidade refere-se à utilização da matéria prima sem comprometer as gerações futuras e o meio ambiente.
É interessante citar que de acordo com Neves e Faria (2011) a conquista de um desenvolvimento sustentável depende de ações planejadas, intencionais e que promovam o entendimento de que os recursos naturais são finitos, além da construção e fortalecimento de uma cultura de respeito ao próximo e às suas necessidades básicas. Considerando a demanda pela sustentabilidade dos tempos atuais, nota-se um crescente interesse por construções ambientalmente sustentáveis e que produzam menos resíduos, e menos impactos no ambiente. De acordo com Corrêa (2009), qualquer empreendimento humano para ser considerado sustentável deve atender de modo equilibrado, a quatro requisitos básicos:
Adequação ambiental; Viabilidade econômica; Justiça social; Aceitação cultural.
Também pode-se destacar alguns princípios da Arquitetura sustentável como:
Redução do consumo de recursos; Reutilização de recursos; Utilização de recursos recicláveis; Proteção da natureza; Eliminação de tóxicos; Aplicação de análises de ciclo de vida em termos económicos.
A arquitetura tropical tem sido tradicionalmente considerada como uma arquitetura adaptada ao clima tropical (Tzonis et al., 2001). A arquitetura tropical é típica em locais quentes e húmidos
A forma de adaptação das cidades ao clima tropical, quente e húmido, viria a ser marcante na conceção e arquitetura das novas cidades tropicais. Os princípios da arquitetura tropical transportavam em si fatores de integração, como a ventilação cruzada e a proteção solar (Fonte, 2006).
Figura 1: (a) O “banggolo”; (b) O bungalow adaptado pelos Europes Fonte: (Tzonis et al., 2001)
Não existe uma data exacta onde pode-se dizer que o homem começou a usar o adobe. Minke (2006) refere que deve ter sido há mais de 9.000 anos, estribando essa convicção na descoberta de habitações no actual Turquemenistão à base de blocos de terra (adobe) datadas de um período entre 8.000 a 6.000 a.C. Já Pollock (1999) afirma que a utilização da terra para construção remonta ao período de El-Obeid na Mesopotâmia (5.000 a 4.000 a.C.). Por outro lado, Berge (2009) refere que datam de 7.500 a.C os exemplares mais antigos de blocos de adobe, os quais foram descobertos na bacia do rio Tigres, pelo que na sua opinião as habitações em terra poderão ter começado a ser usadas há mais de 10.000 anos. Porém, não se estará muito longe da verdade se se admitir que a construção em terra tenha tido o seu início juntamente com o início das primeiras sociedades agrícolas num período cujos conhecimentos actuais remontam entre 12.000 a 7.000 a.C. São inúmeros os casos de construções em terra, que executadas há alguns milhares de anos atrás conseguiram chegar ao séc.XXI. O Templo de Ramsés II em Gourna, construído em adobe há 3200 anos é um deles.
Figura 3:Templo de Ramsés, Gourna Egipto, (Minke, 2006).
A construção em terra é uma técnica que se encontra entre as mais antigas, tendo sido a terra um dos primeiros materiais a ser utilizado pelo homem na construção das nossas habitações. A terra está ao alcance de todos, sendo inesgotável, fácil de trabalhar e duradouro.
Por todo o mundo é possível encontrarem-se exemplos de edifícios construídos tendo como matéria-prima base a terra crua. Em muitos países estas técnicas construtivas com recurso á terra continuam atuais, enquanto noutros, essa técnica tem vindo a ser abandonadas.
Como exemplos temos a cidade de Jericó,situada em Israel e construída no Período Neolítico (possivelmente em 8000 a.C.), é considerada um dos aglomerados mais antigos da história. No seu povoado primitivo foi identificada a aplicação de adobes, datados de 6800 a.C.,com formatos circulares. Em 5500 a.C., as habitações já se apresentavam com plantas retangulares.
Com exceção das fundações em pedra, o restante da edificação era construído em adobe. Com o passar de gerações, verificou-se um contínuo melhoramento em termos construtivos e de organização do espaço. Ainda em Jericó, as célebres muralhas construídas em adobe, permitiam fortificar e proteger a cidade de sucessivos ataques (Correia, 2006).
Ainda segundo Correia (2006), a cidade de Bam, situada no atual Irã, e destruída por um forte terremoto em 2003, está construída sobre a antiga fortaleza de Arg-é Bam (cidadela de Bam), que é uma extensa estrutura feita de adobe, situada no centro da fortaleza-cidade, no ponto que permite uma visão mais ampla.
Na forma arquitetônica da Cidadela de Bam existem duas partes distintas:
A parte governante na muralha mais interior, sustendo a cidadela, os quarteis, o moinho, a casa das quatro estações, o poço (cavado na terra rochosa e com cerca de 40 metros de profundidade), e o estábulo com capacidade para 200 cavalos.
A parte governada rodeada consiste na entrada principal de toda a fortaleza-cidade e do bazar ao longo do eixo norte-sul (que conecta a entrada principal à cidadela), e aproximadamente 400 casas com seus prédios públicos associados (como uma escola e um local desportivo).
São distinguíveis três tipos de casas diferentes:
Casas menores de 2 a 3 cômodos para as famílias mais pobres. Casas maiores com 3 a 4 cômodos, e algumas com varandas, para famílias um pouco mais abastadas. E casas mais luxuosas, e em menor número, com mais cômodos orientados em diferentes direções adequadas as diferentes estações do ano. Essas casas maiores também costumam ter área com grande campo e estábulo para os animais da proximidade.
Figura 4: Figura: Cidade de Bam, Irão, com cerca de 500 anos de existência, a maior estrutura do Mundo em adobe.
Um exemplo famoso africano é A Grande Mesquita de Komboro localizada na cidade de Djenné fundado em 800 D.C., em Mali central, é uma das cidades mais antigas da África Subsaariana. Situado em uma ilha no delta do Rio Níger, Djenné tornou-se o centro natural para os comerciantes que shuttled seus produtos como sal, ouro e escravos dentro e fora de Timbuktu. Através dos anos Djenne também tornou-se a centros de estudos islâmicos, e sua praça de mercado ainda é dominada pela bela grande mesquita.
A mesquita tem muros espessos, nos quais estão enterrados pedaços de madeira de palma, e três torres com perto de 20 metros de altura, e robustos pilares pontiagudos inteiramente feitos de terra seca. Este material é denominado adobe e é fabricado com argila misturada com palha picada, excremento bovino, e, por vezes, manteiga de karité. Uma vez erguida, a parede é coberta com um revisto também de adobe.
A mesquita é danificada todos os anos pelas chuvas que ocorrem de Julho a Outubro, que levam uma parte do revestimento da mesquita, obrigando à manutenção regular do monumento. A esta manutenção dá-se o nome de "rebocadura" e tem lugar na estação seca, dando origem a uma grande festa. As mulheres trazem a água, os homens amassam o adobe com os pés e entregam-no aos pedreiros, que se empoleiram nas escadas para estendê-lo nas paredes. Os pedreiros mais velhos verificam a qualidade do trabalho.
Figura 6: Vista frontal da mesquita
Figura 7: Detalhes do revestimento das paredes com adobe e paus
O termo adobe deriva do arabe ‘ahob’ que tem o significado de tijolo seco ao sol (Rogers e Smalley, 1995, Torgal e Jalali, 2010). É um material vernacular utilizado na construção civil. Tijolos de adobe são um aglomerado de terra, água e palha, e em algumas vezes mistura-se também outro tipo de fibras natural, e são moldados por um processo artesanal ou semi-industrial.
O Adobe caracteriza-se por ser uma técnica de construção com simplicidade de fabrico e edificação e por isso muitas das construções em terra antigas foram feitas com este material (Tongal e Jalali, 2010).
A alvenaria de adobe resulta de uma alvenaria executada a partir de pequenos blocos (tijolos) de terra enformados e secos ao sol (da sua aparelhagem) designadas por adobes, assentes com pasta da mesma terra com que se produzem os blocos, podendo também ser realizados com base em cal aérea (Paulina, 2007).
Esta técnica construtiva requer o uso de um solo plástico e argiloso, é sobretudo usado em locais situados juntos a linhas de água.
O facto de se tratar de um solo argiloso, quando o adobe seca leva o aparecimento de fissuras devido á retracçao do material, por isso é constume reforçar o mesmo misturando palha ou fibras vegetais. (Torgal e Jalali, 2010).
Actualmente, podem ser empregues as seguintes técnicas construtivas em terra: a taipa, taipa mecanizada, adobe, blocos de terra comprimida (BTC) e blocos de terra comprimida estabilizada (BTC´ E).
Técnica de construção na qual a terra é apiloada dentro de fôrmas de madeira (taipais), cuja estrutura utiliza dois tabuados laterais e móveis, nos quais a terra é socada a pilão (ou com os pés), para adquirir maior consistência. São feitas em camadas sucessivas, formando a parede, cuja espessura varia entre 50 e 90cm, podendo chegar, em construção de maior envergadura, a 1,50m.
Vantagens
Estes blocos podem ser produzidos em prensa manual, Despensam reboco em ambas as faces Os encaixos que estes possuem garantem também um alinhamento perfeito na execução das paredes, garantindo um bom travamento dos panos de alvenaria Na ausência de energia elétrica ou combustível é possível garantir o fabrico do mesmo Producao de blocos com solos locais da própria escavação das fundações e da envolvente da obra Bastante impermeável, resistindo ao desgaste do tempo e a humidade e facilitando naturalmente sua conservação.
Trata-se de uma solução construtiva economicamente viável e a sua utilização deve ser considerada dada as boas características-- mencionadas anteriormente que os mesmo apresentam.
Moçambique apresenta um clima tropical quente na generalidade, com uma série de variações
regionais, em virtude de fatores locais como a altitude, latitude ou proximidade ao litoral. A região
norte está submetida à influência das baixas pressões equatoriais enquanto o sul é afetado por
anticiclones tropicais e pela existência de correntes quentes do canal de Moçambique (Guedes et
al., 2011). Moçambique possui em muitas regiões solos argilosos, com as características
necessárias para utilização de algumas técnicas que utilizam terra crua. Estas requerem o uso de
um solo plástico e argiloso, portanto devem ser sobretudo utilizada em locais onde é possível
também encontrar água. O solo argiloso fissura quando seca devido a retração, por isso, no caso
dos blocos de adobe, é costume reforçar o mesmo com fibras vegetais ou sintéticas para minimizar
a fissuração. É recomendado para a construção em adobe que o solo tenha a seguinte constituição:
55-75 % de areia; 10-28% de silte; 15-18% de argila; < 3 % de matéria orgânica. Esta técnica está
atualmente a cair em desuso, dadas as limitações que o material apresenta perante as exigências
do atual panorama das construções.
As construções em adobe com base no censo de 2017 (INE), mostram que a predonimancia deste tipo de material nas paredes encontra-se marioritarialmente em palhotas, casas mistas e em edificios com parte comercial, onde a região norte é o principal centro de uso deste material devido ao tipo de solos existentes nesta zona.
Gráfico 1: Distribuição percentual dos agregados familiares segundo material usado nas paredes, Moçambique, 2017( fonte: INE)
O grafico 1, mostra que, no geral em 2017 o matterial predominante nas paredes são paus maticados e adobe, entretanto registou-se o aumento de soluções convencionais como bloco de cimento e bloco de tijolos que são consideradas tecnicas mais seguras.
Gráfico 2: Distribuição das habitações segundo material usado nas paredes, Moçambique 2017( fonte: INE)
As raízes da arquitetura vernacular encontram-se ainda hoje bem visíveis em Moçambique, sobretudo nas zonas rurais. Neste tipo de arquitetura tradicional os materiais maciços mais comuns na envolvente das habitações são: o blocode adobe, paus maticados e caniço.
Teste da garrafa
Este ensaio é feito para verificar o percentual dos tipos de materiais encontrados no solo analisado. Pegue uma garrafa com pelo menos 500 ml de volume, podendo ser uma garrafa pet (refrigerante, suco, etc.). Preencha ¼ da altura da garrafa com a terra e o restante com água 23 limpa. Vede a tampa da garrafa e agite vigorosamente a mesma. Deixe descansar por 1 hora e em seguida agite novamente. Agora deixe o conjunto em repouso por 24 horas. Após o repouso, meça a altura de cada camada da terra que se formou na garrafa e com isso calcule o percentual dessas camadas em relação ao total. A camada mais abaixo corresponde a areia enquanto as camadas superiores correspondem a silte e argila.
Figura 9:Teste da garrafa Fonte: Varum (2002)
2° passo – Fabricação dos tijolos
Confecção das formas
Confeciona-se as fôrmas de madeira, nesse caso a forma para a colocação da massa a produção dos tijolos. O molde na figura tem as dimensões de 7 (altura) x 22 (largura) x 40 (comprimento) centímetros é bastante utilizado e os resultados obtidos com sua utilização são satisfatórios.
Figura 10: Forma para 4 meios adobes – 7 cm de altura x 22 cm de largura x 20 cm de comprimento Fonte: Oliveira (2003)
Amassamento da terra
Antes de moldar os tijolos a mistura deve ser amassada com a finalidade de homogeneizar a terra. Esse amassamento é feito acrescentando água até um ponto onde o tijolo possa ser moldado na fôrma e retirado sem que ocorra deterioração do mesmo. O amassamento pode ser realizado das seguintes formas:
Figura 11: Amassamento com os pés Fonte: Oliveira (2003)
Figura 12: Betoneira
Moldagem dos tijolos
Após a mistura ser amassada os tijolos deverão ser moldados realizando os procedimentos indicados: