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quimica dos perfumes
Tipologia: Provas
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O perfume não é uma simples substância que pode ser utilizada ocasionalmente para nos deixar mais perfumados e cheirosos, na verdade este importante produto pode influenciar nossas emoções e também nos trazer memórias do nosso passado. No decorrer da história é possível deslumbrar as infinitas funções do perfume. Este era utilizado desde um processo de mumificação até um símbolo de destaque entre as classes mais favorecidas. Este precioso objeto que já foi utilizado por reis e rainhas, nos tempos atuais, é utilizado por cidadãos comuns, pois podemos ter acesso a esta relíquia facilmente. A perfumaria é a arte que utiliza o maior número de matérias-primas diferentes. Hoje em dia, centenas de produtos naturais e milhares de produtos sintéticos são encontrados em diversas formulações de perfumes. As fontes de matérias primas sintéticas são as mais utilizadas devido a sua menor agressão aos animais e ao meio ambiente. Estruturalmente falando, o perfume é formado de notas de cabeça (ou saída), corpo e fundo. Onde as matérias-primas estão relacionadas quanto a sua volatilidade, ou seja, nas notas de saída encontramos matérias-primas mais voláteis como a bergamota já nas notas de fundo encontrou matérias primas menos
voláteis como, por exemplo, o cedro. Atualmente, todo e qualquer perfume é feito baseado no público alvo a ser alcançado, pois cada perfume pertence a uma família olfativa, sendo esta uma classificação dada às composições criadas, levando se em consideração as matérias-primas que mais se destacam em termos de odor.
Lista de Figuras
Introdução ..............................^4 A História dos Perfumes ..............................^5 Características e Classificação dos Perfumes ..............................^6 Processo Industrial ..............................^9 -Segmentos do Setor -Principais Características
diversidade da flora e da fauna. A perfumaria, como não poderia deixar de ser, se favoreceu da tecnologia que cresce de maneira vertiginosa a cada dia. Com os avanços da química moderna, antes o que só era possível produzir de maneira natural e rudimentar, atualmente pode ser facilmente obtido em laboratórios extremamente equipados. Com isso novas técnicas, novas formulações, novas combinações e em grande escala começaram a ser produzidos, surgindo, então, empresas de renomado sucesso do ramo. As empresas cosméticas, em geral, têm vislumbrado um mercado de consumidores cada vez mais ansiosos por novidades e pela busca exagerada da beleza. E claramente, a perfumaria tem seu espaço garantido dentro desse negócio, embora muitas vezes seja considerado um artigo de luxo, é algo cuja população tem fácil acesso, além de ser considerado um item clássico para presente.
A História dos Perfumes
Os primeiros perfumes surgiram provavelmente associados a atos religiosos, há mais ou menos 800 mil anos, quando o homem descobriu o fogo. Os deuses eram homenageados com a oferenda de fumaça proveniente da queima de madeira e de folhas secas. Essa prática foi posteriormente incorporada pelos sacerdotes dos mais diversos cultos, que utilizavam folhas, madeira e materiais de origem animal como incenso, na crença de que a fumaça com cheiro adocicado levaria suas preces para os deuses. O passo seguinte na evolução do emprego dos aromas foi sua apropriação pelas pessoas, para o uso particular, algo que provavelmente aconteceu entre os egípcios. Um avanço posterior foi a descoberta de que certas flores e outros materiais vegetais e animais, quando imersos em gordura ou óleo, deixavam nestes uma parte de seu princípio odorífero. Assim eram fabricados os ungüentos e os perfumes mencionados na Bíblia. A arte de extração de perfumes foi bastante aprimorada pelos árabes há cerca de mil anos. Eles faziam essas extrações a partir de flores maceradas, geralmente em água, obtendo ‘água de rosas’ e ‘água de violetas’, dentre outras. Com o advento do cristianismo, o uso dos perfumes como aditivo ao corpo foi banido, uma vez que estava associado a rituais pagãos. Os árabes, no entanto, cuja religião não impunha as mesmas restrições foram os responsáveis pela perpetuação de seu uso. O ressurgimento da perfumaria no Ocidente deveu-se aos mercadores que viajavam às Índias em busca de especiarias. Outra contribuição significativa foi a das Cruzadas: retornando à Europa, os cruzados trouxeram toda a arte e a habilidade da perfumaria oriental, além de informações relacionadas às fontes de gomas, óleos e substâncias odoríferas exóticas como jasmim, ilangue-ilangue,almíscar e sândalo. Já no final do século XIII, Paris tornara-
se a capital mundial do perfume. Até hoje, muitos dos melhores perfumes provêm da França. Já as águas de colônia clássicas têm menos de 200 anos, sendo originárias da cidade de Colônia, na Alemanha.
Características e Classificação dos Perfumes
Um perfume é, quimicamente falando, um material – porção de matéria com mais de uma substância (mistura de substâncias). A análise química dos perfumes mostra que eles são uma mistura complexa de compostos orgânicos denominados fragrâncias (odores básicos) (Dias & Silva, 1996). Segundo Comitê Francês do Perfume, os perfumes classificam-se em sete grupos fundamentais (Gigi Perfumes, 2007):A perfumaria utiliza uma grande variedade de matérias-primas que são encontradas em diversas partes do mundo, mas muitas vezes são raras e difíceis de encontrar. Quanto mais específica e difícil for de encontrar a matéria-prima maior é o valor do produto (mais caro). As matérias-primas dos perfumes são muito variadas e numerosas. Atualmente existem centenas de produtos naturais e milhares de produtos sintéticos utilizados pelas perfumarias. Apresentamos de seguida, apenas uma lista de algumas matérias-primas mais utilizadas na indústria do perfume, bem como os locais onde se encontram:
Flores: · Jasmim: A mais usada nos grandes perfumes. São necessários 600 kg de flores de jasmim (mais ou menos 5 milhões de flores) colhidas uma a uma ao amanhecer para obter 1 kg de essência de jasmim. Local: Grasse (França) e África do Norte. · Rosa: É necessário distinguir a Rosa da Bulgária da Rosa de Maio (cultivada em Grasse - França). É da combinação de das duas que se obtém a fragrância mais suave da rosa. · Flor de Laranjeira: Cuja essência chama-se Neroli. Local: Provence (França), Itália e Egipto. · Tuberosa: Fragrância que faz lembrar a flor do Lírio. · Ylang-Ylang: O nome significa “flor das flores”. Local: Índia. · Lavanda: Haute Provence (França). Grãos:
Os perfumes têm em sua composição uma combinação de fragrâncias distribuídas segundo o que os perfumistas denominam de notas de um perfume. Assim, um bom perfume possui três notas:
NOTA DE TOPO (ou DE SAÍDA): são as essências que tem uma volatilidade maior e representam de 10 a 20 % do total de essências. Elas são responsáveis pela primeira impressão (o impacto) do perfume, é o cheiro percebido quando o frasco de perfume é aberto. A escolha da composição da note de topo é muito importante, pois geralmente é ela a responsável pela aceitação ou não do produto. A durabilidade da nota de topo varia, mas geralmente é de aproximadamente um 10 minutos.
7 NOTA DE CORPO (ou DE MEIO): é considerado o “caráter”, o “coração” do perfume. São as moléculas que melhor caracterizam, sendo responsáveis pelo reconhecimento do perfume. Elas compõem 40 % da essência e por terem uma volatilidade permanecem mais tempo na pele, tendo uma duração de 15 minutos a 4 horas. NOTA DE FUNDO: é a parte final de um perfume, sendo a porção residual. É formada por moléculas pesadas, com uma volatilidade menor, responsáveis pela fixação do odor do perfume na pele. Sim! A nota de fundo é o FIXADOR e o fixador também é uma essência! Ao contrário do que algumas pessoas pensam o fixador não é apenas uma substância que mantém o cheiro do perfume por mais tempo, e sim uma essência que além de aumentar a duração das demais notas, ainda em um papel importante na composição do aroma final do perfume. A nota de fundo representa os 40 % finas da quantidade de essência e pode chegar a durar 8 horas na pele (e até mais tempo nas roupas!).
Os químicos já identificaram cerca de três mil óleos essenciais, sendo que cerca de 150 são importantes como ingredientes de perfumes. Para que possam ser usados com esse fim, os óleos essenciais devem ser separados do resto da planta. As técnicas usadas para isso baseiam-se em suas diferenças de solubilidade, volatilidade e temperatura de ebulição. A extração por solventes, por exemplo, utiliza o solvente éter de petróleo (uma mistura de hidrocarbonetos) para extrair óleos essenciais de flores. Já o óleo de eucalipto pode ser separado das folhas passando através delas uma corrente de vapor de água (destilação por arraste de vapor). Uma vez obtido um óleo essencial, a análise química permite identificar quantos e quais componentes estão presentes. Antes do advento das técnicas modernas de análise de óleos essenciais (cromatografia a gás, espectrometria de massa, ressonância magnética nuclear, espectroscopia de infravermelho etc.), os químicos identificavam quase exclusivamente o
componente principal de um óleo essencial. Hoje, é possível identificar todos os componentes de um óleo, mesmo aqueles que estão presentes em quantidades mínimas. Alguns óleos essenciais chegam a ter mais de 30 componentes. Uma vez identificados os componentes de um óleo essencial, os químicos podem fabricá-los sinteticamente e torná-los mais baratos. Outra possibilidade é a síntese de novos compostos com aroma similar ao produto natural, porém com estruturas totalmente diferentes. A grande maioria das fragrâncias usadas hoje em dia é fabricada em laboratório. Os produtos sintéticos são usados para aromatizar produtos de limpeza (sabões, detergentes, amaciantes de roupas) e produtos de higiene pessoal (talcos, desodorantes), e para criar ilusões, como deixar o plástico dos assentos de automóveis com cheiro de couro.
8 Os produtos sintéticos talvez nunca substituam completamente os naturais. Os perfumes mais caros usam os produtos sintéticos apenas para acentuar o aroma dos óleos naturais. Para alguns óleos, como o patchouli e o de sândalo, os químicos ainda não encontraram substitutos satisfatórios. Uma grande contribuição da química sintética tem sido sem sombra de dúvida, a possibilidade de preservação de certas espécies animais e vegetais que corriam o risco de extinção devido à procura desenfreada de óleos essenciais. Outra contribuição é o barateamento dos perfumes, permitindo seu uso por uma fatia mais ampla da população. A concentração de uma fragrância pode ser classificada de acordo com a quantidade de óleos aromáticos diluídos no(s) solvente(s), que mais comumente são o etanol e a água:
Segmentos do Setor Dada a diversidade de utilização e de produtos, o setor pode ser subdividido em três segmentos básicos:
encaminhadas à produção. Os insumos recebidos a granel e estocados em tanques ou silos podem ser conduzidos ao setor produtivo por linhas de distribuição, dependendo do nível tecnológico da empresa.
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Figura 01-Etapa Processo de Produção Simplificado
11 Processo de Extração Óleos Essenciais
Os óleos essenciais são substâncias naturais, aromáticas e voláteis que possuem inúmeras funções dependendo da sua localização na planta. Serão apresentados alguns dos métodos de extração tais como,Enfleurage,arrastamento de vapor d’água, Extração com solventes voláteis,headspace,CO2 Supercrítico.
Enfleurage
Geralmente usado em pétalas de flores que tem compostos sensíveis demais para usar outros métodos, e que tem uma quantidade pequena de óleos essenciais.
O método :
Na enfleurage são utilizadas flores frescas que tem baixo teor de óleos essenciais e que são extremamente delicadas, ao ponto de não poderem ser usadas outros métodos mais práticos, como arraste por vapor d'água. Algumas dessas flores, como é caso do jasmim, podem continuar a produzir seu perfume até 24 horas depois de retiradas da planta.
O método propriamente dito consiste basicamente em colocar tais pétalas em um chassi, que é uma armação com placa de vidro, recoberta de gordura e compostos preservativos por ambos os lados. Estas placas são postas umas sobre as outras, de modo a evitar o contato direto com o ar atmosférico. As pétalas são substituídas por outras frescas por um período que pode variar conforme o caso, mas usualmente tende a ser 24 horas.
Após 8 a 10 semanas, a gordura chega a seu ponto de saturação em relação aos óleos das flores. Com isso, esta é removida e sofre uma extração por álcool, aproveitando-se do princípio de maior solubilidade neste solvente, para a recuperação do perfume. Esta solução é resfriada para remoção da pequena quantidade de gordura dissolvida, e recebe após isso o nome de "extrato" das flores. Este passa por um processo de destilação, visando finalmente separar o solvente dos óleos essenciais desejados.
No Brasil A técnica foi gradualmente substituída por processos industriais mais produtivos, baratos e de melhor rendimento. Mas O Boticário apostou nela e, em parceria com a Unicamp , modernizou-a, substituindo a gordura animal pela de origem vegetal (mais de acordo com os valores da empresa) e instalou um espaço exclusivo em seu parque industrial, destinado exclusivamente à obtenção do óleo essencial, a exemplo do que faziam os antigos perfumistas.
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Neste espaço, profissionais treinados extraem, de forma artesanal a essência absoluta dos Lírios Stargazer , vindos de Holambra , maior região produtora de flores do Brasil, que está produzindo, pela primeira vez, especialmente para o processo de enfleurage. A técnica do enfourage de lírios foi utilizada para torná-los parte essencial da fragrância cujas notas buscam essencialmente a feminilidade, a elegância, a sofisticação. As notas de saída trazem um frescor especiado, com mandarina, Pêra, Pêssego, Damasco e Pimenta Rosa. As notas de corpo são essencialmente florais: Osmanthus, Gardênia, Jasmin, Rosa, Violeta, Lírio, Íris e Narciso. As notas de fundo combinam notas amadeiradas de Sândalo, Musgo, Vanilla, Patchouli, Vetiver e Âmbar.
Figura 03 – Modelo método por arraste de vapor de água.
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Geralmente usado em delicadas plantas, para óleos usados em perfumaria e cosméticos.
O método :
As plantas são imersas em um solvente químico adequado (pode ser utilizado a cetona, hexano ou qualquer derivado do petróleo) usado para extrair os compostos aromáticos da planta. Fornecendo um produto denominado concreto. O concreto pode ser dissolvido em álcool de cereais para remoção dos solventes. Com a evaporação do álcool temos o absoluto.
No processo de extração do concreto não só se obtém óleo essencial, mas também ceras, parafinas, gorduras e pigmentos. O concreto apresenta uma consistência pastosa. Já absoluto não é somente sujeito a uma limpeza dos solventes empregados, assim como de obter uma mistura mais purificada de ceras, parafinas e substâncias gordurosas presentes, o que leva o produto final ter uma consistência mais líquida. O teor de solvente no produto final varia de 1% a 6%.
Apesar de o rendimento ser bem maior e o custo benefício bem maior que o da enfleurage, os óleos obtidos por extração a solvente apresentam resíduos de solvente no final do seu processo, e podem apresentar efeitos colaterais dependendo do solvente empregado. Por isso absolutos e concretos costumam ser usados para perfumaria e cosmética.
Figura 04 -Aparelho de destilação tipo Clevenger
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Exemplo de Solvente:
Hexano
Figura 05 – Formu la estrut ural do hexa xo
Este solvente permite a obtenção de substâncias de várias partes das plantas, como botões e folhas frescas. As plantas são colocadas no extrator e passam por uma seqüência de lavagens com solventes. A mistura de extrato e solvente é então concentrada e parcialmente destilada originando um produto chamado concreto. Este por sua vez pode ser dissolvido em álcool de cereais para remover o solvente. Com a evaporação do álcool, obtemos um precioso absoluto. No processo de extração do concreto obtém-se não somente o perfume, mas também ceras, parafinas, gorduras e pigmentos. Neste caso o concreto acaba tendo uma constituição pastosa. Todavia na extração do absoluto, além de ocorrer uma limpeza dos solventes anteriormente empregados, tem-se uma purificação na mistura das ceras, parafinas e substâncias gordurosas presentes, o que leva o produto final a ter uma consistência mais líquida. O teor de solvente no produto final pode variar de menos de 1% até 6%. (FERNANDES et al, 2002) Uma dificuldade que pode ocorrer na extração é a formação de emulsão, que é a suspensão coloidal de um líquido em outro. Gotas de um solvente orgânico freqüentemente são mantidas em suspensão em uma solução aquosa, quando os dois são misturados vigorosamente e formam uma emulsão, além do mais quando materiais viscosos estão presentes na solução. A presença de emulsão interfere na extração, prolongando o tempo para a separação de fases, mas é possível evitar a sua formação através de uma extração mais branda, suave e sem agitação, apenas girando o funil e com a adição de solução saturada de cloreto de sódio. Para finalizar este processo, utiliza-se a filtração por gravidade. (FERNANDES et al, 2002)
16 CO2 Supercrítico Geralmente usado em extração de óleos essenciais de frutas cítricas como bergamota, laranja, limão e toranja. O método : As partes das plantas a serem extraídas são colocadas em um tanque onde é injetado dióxido de carbono supercrítico, isto ocorre a extrema pressão de 200 atmosferas e temperaturas superiores de 31°C. Nessa pressão e temperatura o CO2 atinge o que seria um quarto estado físico, no qual a sua viscosidade é semelhante a de um gás, mas a sua capacidade de solubilidade é elevada como se fosse um líquido.
Uma vez efetuada a extração faz-se com que a pressão diminua e o gás carbônico volta ao estado
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Crescimento do Setor
A diversidade empresarial é marcante no setor cosmético, no qual se verifica a presença de grandes empresas tanto nacionais como internacionais, diversificadas ou especializadas nas diversas categorias de produtos do setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. Esta diversidade também é confirmada com a presença de um grande número de pequenas e médias empresas com atuação focalizada em categorias específicas de produtos do setor. As pequenas e médias empresas atuam, principalmente, em função da simplicidade da base técnica de alguns processos de manufatura, que se caracterizam pela manipulação de fórmulas relativamente simples, o que torna comum encontrar exemplos de empresas de cosméticos que se desenvolveram a partir de um negócio de farmácia de manipulação. Geralmente, as linhas de produção em grande escala apresentam maior diversidade de categorias em sua manufatura, como, por exemplo, a produção de perfumes, xampus, maquiagem, esmaltes, tinturas, produtos destinados ao uso infantil, e outros. São raros os casos, pelo menos entre as maiores empresas, de especialização exclusiva na produção de apenas uma categoria, uma vez que existem heterogeneidade e diversidade marcantes de produtos no setor. O relacionamento estabelecido pelas indústrias de cosméticos com seus fornecedores e matérias-primas, de produtos semi-acabados e de embalagens necessita assegurar sustentabilidade ao negócio (preço, qualidade, proteção ambiental e responsabilidade social). Assim como em outros setores industriais, esta cadeia de fornecimento apresenta uma interdependência com os processos anteriores à manufatura na própria fábrica e o desempenho do produto final. Em função disto, ao
estabelecer as parcerias para fornecimento desses materiais, deve-se avaliar cuidadosamente a cadeia de fornecimento, como já fazem as indústrias químicas e farmacêuticas, entre outras. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) mostram que enquanto o PIB do País e das indústrias gerais em 2008 cresceu, respectivamente,5,1% e 4,3%, o das indústrias de cosméticos bateu 7,1%.
Segundo a Abihpec, a maior participação feminina no mercado de trabalho, os lançamentos constantes de produtos e a utilização de tecnologia de ponta nas indústrias de higiene pessoal, perfumaria e cosmética são alguns fatores que explicam o bom resultado do setor, que faz com que haja aumento da produção e conseqüente venda de produtos com preços mais competitivos.
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O Brasil é o terceiro mercado de cosméticos no mundo, perdendo apenas para Japão e Estados Unidos. Dentro do setor, uma linha ganha força: a de matérias-primas de produtos naturais e orgânicos. Uma projeção da Organic Monitor (consultoria de negócios e pesquisa especializada em produtos orgânicos) aponta para o fato de que atualmente o consumo destes produtos é de 4%, mas que em 2012 poderá chegar aos 10%
Segundo a legislação sanitária brasileira, os produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos são definidos e regulados quanto à forma e finalidade de uso pela Lei 6360 de 23 de setembro de 1976 e suas atualizações, que dispõe sobre a vigilância sanitária a que estão sujeitos estes produtos, regulamentada pelo Decreto Lei 79094 de 5 de janeiro de 1977 e outras normas específicas vigentes. A ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária foi criada com a finalidade de regulamentar, controlar e fiscalizar produtos, substâncias e serviços de interesse para a saúde, o que inclui produtos cosméticos. A ANVISA publicou em 28 de agosto de 2000, a Resolução nº 79, de forma a compatibilizar os regulamentos nacionais com os instrumentos harmonizados no âmbito do Mercosul (GMC- 110/94), adotando-se como definição de cosméticos, produtos de higiene e perfumes: “Preparações constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com objetivo exclusivo ou principal de limpá-los, perfumá-
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Meio Ambiente
A cada aspecto ambiental mencionado está associado pelo menos um impacto ambiental, que pode ser definido como qualquer alteração das propriedades físico-químicas e/ou biológicas do meio ambiente, devida a qualquer forma de matéria ou energia gerada por atividades humanas. A seguir, estão apontados os principais impactos que podem ser provenientes de atividades das empresas do setor de cosméticos e são discutidas as relações de causa e efeito entre os processos produtivos e o meio ambiente.
A utilização de água no setor se dá em larga escala e para diversos fins. Considerável parcela é incorporada ao produto, parte é empregada nas operações de limpeza e lavagem de máquinas, equipamentos e instalações industriais, além do uso na área de utilidades e manutenção, tais como em sistemas de aquecimento e refrigeração. O uso de recursos hídricos subterrâneos tem sido a alternativa mais atraente para a indústria. No entanto, a exploração desregrada tem levado à crescente degradação das reservas, apontando para a urgência do desenvolvimento de uma política de exploração racional desses recursos. A
diminuição (rebaixamento) do nível dos aqüíferos subterrâneos, pela perfuração exagerada ou exploração excessiva de poços já existentes, gradativamente levam a um aumento dos custos de bombeamento, diminuição do rendimento da operação, afundamento (recalque) de terrenos e, em casos extremos, à exaustão dos aqüíferos. É necessário conscientizar os usuários quanto a formas de minimizar o consumo de água não apenas na planta produtiva, mas também nas práticas cotidianas de cada indivíduo.
22 É comum o uso de caldeiras alimentadas por óleo combustível e, nesses casos, é essencial o controle rígido da queima, de modo a minimizar as emissões de monóxido de carbono, óxidos de enxofre (SOx) e material particulado para a atmosfera. O emprego do gás natural, considerado mais adequado ambientalmente e de custo razoável, também demanda medidas de controle das emissões. Por fim, é possível citar a utilização de caldeiras elétricas que podem ser chamadas de caldeiras “limpas”, mas que necessitam de grande quantidade de energias a alto custo. Além do controle rígido da eficiência de queima da caldeira, é importante atentar para os resíduos resultantes de sua operação e manutenção (borras oleosas, estopas sujas, incrustações da parede da caldeira, embalagens de combustível, entre outros), pois sua disposição final pode depender de autorização específica do Órgão de Controle Ambiental competente. Algumas operações exigem rápido resfriamento, sendo necessário o uso de unidades de refrigeração de alta capacidade ( chillers ), que consomem energia elétrica e por vezes são muito onerosas, devendo também ser consideradas.
O conjunto de matérias-primas e produtos auxiliares empregados pelo setor é extremamente variado: