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Artrite Infecciosa: Definição, Epidemiologia, Fisiopatologia e Quadro Clínico, Notas de estudo de Medicina

Uma detalhada descrição sobre a artrite infecciosa, incluindo sua definição, epidemiologia, fisiopatologia e quadro clínico. A artrite infecciosa é uma condição que consiste na infecção de uma articulação sinovial e dos componentes do espaço articular por diferentes patógenos, causando diferentes graus de atividade inflamatória e destrutiva. A documento aborda a etiologia, sintomas, diagnóstico e tratamento desta patologia.

O que você vai aprender

  • Como é diagnosticada a artrite infecciosa?
  • Qual é a definição da artrite infecciosa?
  • Quais são os principais sintomas da artrite infecciosa?

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 11/10/2022

yasmin-49
yasmin-49 🇧🇷

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Yasmin Nascimento 5º Período Febre, Inflamação e Infecção
DEFINIÇÃO: a artrite infecciosa consiste na infecção da membrana sinovial e dos componentes
do espaço articular por diferentes patógenos e na interação destes com o hospedeiro, causando
diferentes graus de atividade inflamatória e destrutiva, que pode ser aguda, subaguda ou crônica.
A intensidade da agressão e extensão do acometimento dependem muito do tipo de
microrganismo agressor. OU
o Infecção de uma articulação sinovial causada por uma bactéria piogênica, podendo
levar a destruição da cartilagem, luxação ou subluxação articular e destruição de
epífise e linha epifisária;
EPIDEMIOLOGIA: é mais comum na primeira década de vida, acomete crianças em qualquer
faixa de idade, mas preferencialmente entre 1 e 2 anos;
o Em RN o quadril é a articulação mais acometida, enquanto que em outras idades o
joelho toma destaque;
o Reconhece-se uma maior incidência no sexo masculino, embora alguns estudos
indiquem iguais prevalências;
o Nos adultos acomete principalmente os com doenças sistêmicas crônicas, como: artrite
reumatoide, DM...
FISIOPATOLOGIA: a bactéria pode penetrar na articulação por três formas: via hematogênica
(foco infeccioso primário a distância), por inoculação direta intra-articular ou pela drenagem de
osteomielite aguda localizada em metáfise intracapsular;
o Dentro da articulação a bactéria encontra no liquido sinovial e na cartilagem articular
avascular um meio de cultura, e provoca o aumento do volume do liquido e diminuição
da sua viscosidade;
o A bactéria se localiza na membrana sinovial e gera uma reação inflamatória;
o A membrana espessa permite a passagem de produtos hemáticos e bacterianos para o
liquido sinovial;
o As enzimas produzidas e os produtos de degradação provocam perda da matriz
cartilaginosa, erosão, e destruição progressiva da cartilagem hialina; incluindo
primeiras 24 ou 48h;
o Riegels-Nielsen sugerem que a condrólise se deve pela ação de enzimas lisossômicas;
o Além desse processo de destruição ocorre isquemia pelo aumento do volume liquido
intra-articular, distensão da cápsula e aumento da pressão intracapsular, diminuindo
assim o suprimento arterial;
QUADRO CLÍNICO: dor articular progressiva, febre, mal-estar, calafrios, e recusa a
mobilização;
o História prévia de trauma é bem comum;
o Observa-se limitação funcional grave, pseudoparalisia;
o Calor, eritema, rubor e aumento de volume local e isso faz com que se adote uma
posição que maximize o volume articular (flexão, abdução e rotação lateral);
o Pode ocorrer febre;
o Normalmente uniarticular;
o Joelhos e quadris são as mais acometidas;
DIAGNÓSTICO PRECOCE: com os achados clínicos a suspeita diagnostica deve ser realizada
a punção articular com boas condições de assepsia para a confirmação mais breve possível;
o Isso impede que sequelas permanentes se estabeleçam;
o Assim evita-se: destruição, formação de sequelas articulares e perda irreversível da
função;
o Além do isolamento em punção, a hemocultura associada a contagem aumentada de
leucócitos em sinovial também é diagnóstico;
o Pacientes com manifestações clinicas, achados laboratoriais e exames de imagem
compatíveis possuem diagnóstico presuntivo, que deve ser tratado como diagnóstico
definitivo com início de tratamento imediato devido à alta morbidade;
EXAMES LABORATORIAIS:
o É imprescindível a análise do liquido sinovial aspirado para cultura, citologia e
bioquímica;
Sendo que a cultura revela a bactéria, sendo a S. aureus a mais frequente;
A citologia mostra aumento da contagem de leucócitos, geralmente entre
50.000 e 100.000 cels./mm³ e com mais de 90% polimorfonucleares;
A bioquímica mostra que a dosagem da glicose no líquido aspirado está
geralmente 50 mg/dL menor que a glicemia;
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DEFINIÇÃO: a artrite infecciosa consiste na infecção da membrana sinovial e dos componentes do espaço articular por diferentes patógenos e na interação destes com o hospedeiro, causando diferentes graus de atividade inflamatória e destrutiva, que pode ser aguda, subaguda ou crônica. A intensidade da agressão e extensão do acometimento dependem muito do tipo de microrganismo agressor. OU o Infecção de uma articulação sinovial causada por uma bactéria piogênica, podendo levar a destruição da cartilagem, luxação ou subluxação articular e destruição de epífise e linha epifisária;

EPIDEMIOLOGIA: é mais comum na primeira década de vida, acomete crianças em qualquer faixa de idade, mas preferencialmente entre 1 e 2 anos; o Em RN o quadril é a articulação mais acometida, enquanto que em outras idades o joelho toma destaque; o Reconhece-se uma maior incidência no sexo masculino, embora alguns estudos indiquem iguais prevalências; o Nos adultos acomete principalmente os com doenças sistêmicas crônicas, como: artrite reumatoide, DM...

FISIOPATOLOGIA: a bactéria pode penetrar na articulação por três formas: via hematogênica (foco infeccioso primário a distância), por inoculação direta intra-articular ou pela drenagem de osteomielite aguda localizada em metáfise intracapsular; o Dentro da articulação a bactéria encontra no liquido sinovial e na cartilagem articular avascular um meio de cultura, e provoca o aumento do volume do liquido e diminuição da sua viscosidade; o A bactéria se localiza na membrana sinovial e gera uma reação inflamatória; o A membrana espessa permite a passagem de produtos hemáticos e bacterianos para o liquido sinovial; o As enzimas produzidas e os produtos de degradação provocam perda da matriz cartilaginosa, erosão, e destruição progressiva da cartilagem hialina; incluindo primeiras 24 ou 48h; o Riegels-Nielsen sugerem que a condrólise se deve pela ação de enzimas lisossômicas;

o Além desse processo de destruição ocorre isquemia pelo aumento do volume liquido intra-articular, distensão da cápsula e aumento da pressão intracapsular, diminuindo assim o suprimento arterial;  QUADRO CLÍNICO: dor articular progressiva, febre, mal-estar, calafrios, e recusa a mobilização; o História prévia de trauma é bem comum; o Observa-se limitação funcional grave, pseudoparalisia; o Calor, eritema, rubor e aumento de volume local e isso faz com que se adote uma posição que maximize o volume articular (flexão, abdução e rotação lateral); o Pode ocorrer febre; o Normalmente uniarticular; o Joelhos e quadris são as mais acometidas;  DIAGNÓSTICO PRECOCE: com os achados clínicos a suspeita diagnostica deve ser realizada a punção articular com boas condições de assepsia para a confirmação mais breve possível; o Isso impede que sequelas permanentes se estabeleçam; o Assim evita-se: destruição, formação de sequelas articulares e perda irreversível da função; o Além do isolamento em punção, a hemocultura associada a contagem aumentada de leucócitos em sinovial também é diagnóstico; o Pacientes com manifestações clinicas, achados laboratoriais e exames de imagem compatíveis possuem diagnóstico presuntivo, que deve ser tratado como diagnóstico definitivo com início de tratamento imediato devido à alta morbidade;

 EXAMES LABORATORIAIS:

o É imprescindível a análise do liquido sinovial aspirado para cultura, citologia e bioquímica;  Sendo que a cultura revela a bactéria, sendo a S. aureus a mais frequente;  A citologia mostra aumento da contagem de leucócitos, geralmente entre 50.000 e 100.000 cels./mm³ e com mais de 90% polimorfonucleares;  A bioquímica mostra que a dosagem da glicose no líquido aspirado está geralmente 50 mg/dL menor que a glicemia;

o O hemograma apresenta alterações de infecção aguda com leucocitose e desvio à esquerda; o O VHS é utilizado para determinação do controle evolutivo, sendo que pode não ser compatível com a gravidade da infecção pela interferência de fatores físicos; o A proteína C reativa é mais sensível para o controle evolutivo; sendo que a concentração plasmática aumenta significativamente nas 24/48h do processo, e decresce na mesma intensidade quando cessa a infeção; o A hemocultura é positiva em 40% dos casos o A pesquisa de focos infecciosos primários também é importante, como lesões de pele próximo a articulação, culturas de urina, orofaringe, secreção uretral/vaginal...

EXAMES DE IMAGEM: o A radiografia mostra infiltração de partes moles, espessamento capsular e aumento do espaço articular, subluxação ou luxação articular; a quebra da linha de Shenton é sinal radiográfico precoce de aumento da pressão intra-articular;  Quando obtidas tardiamente mostram osteopenia na área subcondral ou evidencia de osteomielite;  As de pacientes não tratados mostra sinais de destruição articular, com estreitamento do espaço e imagens de anquilose fibrosa ou óssea; o A USG mostra coleção liquida intra-articular, hipertrofia da membrana sinovial e um espessamento capsular, são demonstrada e a diferencial da sinovite transitória; exame de escolha; o A cintilografia demonstra área de hipercaptação bastante precoce no início do processo inflamatório, sendo altamente sensível e pouco especifico; o A RNM pode evidenciar edema e abscessos intra-ósseos, e a coleção de líquido intra- articular;

TRATAMENTO: o objetivo do tratamento inclui a esterilização, descompressão do espaço articular e remoção de debris inflamatórios, afim de aliviar a dor e evitar deformidades ou sequelas funcionais; o A drenagem articular e a antibioticoterapia são os pilares do tratamento; o A localização da fonte de bacteremia também pode ajudar na escolha de antibióticos; o A via de administração é inicialmente parenteral, podendo mudar para oral se houver melhora clinicolaboratriais e a cultura sinovial se torne negativa;

o A duração depende da resposta do paciente e da etiologia, em geral de 2 a 4 semanas; o Os esquemas consistem basicamente em penicilina antiestafilocócica, associada a cefalosporina de 3º geração; o Pode se utilizar clindamicina ou vancomicina diante de hipersensibilidade a penicilina; o Aminoglicosideos podem ser utilizados para cobertura de gram negativos; o A drenagem pode ser por: aspiração diária, astroscopia e a artrotomia cirúrgica; o O prognostico depende da lesão funcional; sendo que de 25 a 50% dos pacientes podem evoluir com acometimento ósseo, anquilose, necrose avascular e luxação; em crianças se nota alterações de crescimento do membro por acometimento da cartilagem de crescimento;

 As bactérias mais comumente encontradas nas infecções osteoarticulares são normalmente estratificadas pela idade do paciente;  A Staphylococcus aureus é a bactéria mais comum em qualquer faixa etária, principalmente acima dos 5 anos de idade;  Em RN, as infecções articulares por Streptococcus ou Neisseria gonorrhoeae são observadas, com risco aumentado para crianças submetidas a cateterizações umbilicais ou outros procedimentos;