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Um Olhar sobre a Técnica Vocal: A Importância da Prática e da Interpretação, Manuais, Projetos, Pesquisas de Música

Este texto discute a importância da técnica vocal para um cantor profissional, enfatizando a necessidade de se juntar técnica e interpretação para produzir sons profissionais. Além disso, destaca a importância de estudar a técnica vocal para desenvolver a expressão artística e manter os dois pilares em equilíbrio. O texto também aborda a importância do conceito de timbre belo e da prática regular para atingir os ideais de beleza tonal.

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

Antes de 2010

Compartilhado em 12/12/2022

viviane-donner
viviane-donner 🇧🇷

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UM OLHAR SOBRE O ESTUDO DA TÉCNICA VOCAL
Sabemos que um bom cantor não se faz apenas de teoria,
técnica e recursos fisiológicos. Técnica e arte se juntam para
produzir os sons profissionais da voz cantada. O propósito é o
fim artístico. Entretanto, capacidade de interpretação, sem os
recursos necessários para torná-la fiel à intenção artística é
inútil. É preciso que o cantor desenvolva sua técnica, e para
isso ele precisa conhecer certos aparatos físicos para reproduzi-
la, daí uma conseqüente necessidade de se estudar a técnica
vocal.
Um cantor deve operar em dois mundos, que podem ser
separados, mas na maioria das vezes se juntam. Seria tolice assumir
que um temperamento artístico garantiria uma carreira de sucesso, e
da mesma forma, assegurar que uma técnica perfeita garantiria esse
sucesso. Embora os primeiros anos de aprendizado vocal devam
incluir uma grande quantidade de concentração técnica, não é
possível se tornar um bom cantor apenas se dedicando a um estudo
inicial de problemas técnicos, devendo, portanto, trabalhar a
expressão artística. Expressão artística no canto é adquirida pela
prática (hábito) assim como a técnica. Esses dois níveis de atividade
devem caminhar juntos e com igual intensidade na carreira do
cantor. Estes dois pilares devem ser mantidos em equilíbrio, e
trabalhados diariamente.
Alguns cantores têm muitas ferramentas necessárias para
cantar com sucesso, mas falta um conceito viável de timbre belo.
Bons cantores têm um conceito sobre esses sons no ouvido, este
conceito de timbre é o resultado de condicionamento cultural. Um
timbre vocal bonito resulta do instrumento bem formado, bem
coordenado, sem mau ajustamento de qualquer de suas partes físicas
ou funções; permanece a melhor chance de qualificar sob critérios
artísticos para a beleza tonal, como encontrado na cultura ocidental.
O corpo humano é o instrumento vocal; seus mais livres sons
produzidos (o resultado da coordenação eficiente funcional)
chegam o mais próximo dos ideais de beleza pelo ponto de vista do
mundo Ocidental.
“Eu me ensinei a cantar” – é uma reivindicação ocasionalmente
ouvida de alguns cantores profissionais de estatura. A afirmação não
surpreende ninguém, porque todos os cantores podem ser seus
próprios professores. Aprender a cantar envolve unificação do ouvido
musical, o controle da fisiologia e a inteligência criativa, um ato de
integração artística que não pode ser imposta ao cantar. Nesse
sentido, nenhum professor ensina nenhum cantor a cantar. Um dos
mais sérios perigos para um estudante de canto reside na
expectativa de que um bom professor construirá uma técnica para o
aluno. O aluno deve confiar no ouvido do professor e na escola de
técnica sendo apresentada, mas nenhum destes fatores positivos é
suficiente. Somente o cantor pode juntar informações físicas e
artísticas de tal forma que possa ser pessoalmente vivida de novo e
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UM OLHAR SOBRE O ESTUDO DA TÉCNICA VOCAL

Sabemos que um bom cantor não se faz apenas de teoria, técnica e recursos fisiológicos. Técnica e arte se juntam para produzir os sons profissionais da voz cantada. O propósito é o fim artístico. Entretanto, capacidade de interpretação, sem os recursos necessários para torná-la fiel à intenção artística é inútil. É preciso que o cantor desenvolva sua técnica, e para isso ele precisa conhecer certos aparatos físicos para reproduzi- la, daí uma conseqüente necessidade de se estudar a técnica vocal. Um cantor deve operar em dois mundos, que podem ser separados, mas na maioria das vezes se juntam. Seria tolice assumir que um temperamento artístico garantiria uma carreira de sucesso, e da mesma forma, assegurar que uma técnica perfeita garantiria esse sucesso. Embora os primeiros anos de aprendizado vocal devam incluir uma grande quantidade de concentração técnica, não é possível se tornar um bom cantor apenas se dedicando a um estudo inicial de problemas técnicos, devendo, portanto, trabalhar a expressão artística. Expressão artística no canto é adquirida pela prática (hábito) assim como a técnica. Esses dois níveis de atividade devem caminhar juntos e com igual intensidade na carreira do cantor. Estes dois pilares devem ser mantidos em equilíbrio, e trabalhados diariamente. Alguns cantores têm muitas ferramentas necessárias para cantar com sucesso, mas falta um conceito viável de timbre belo. Bons cantores têm um conceito sobre esses sons no ouvido, este conceito de timbre é o resultado de condicionamento cultural. Um timbre vocal bonito resulta do instrumento bem formado, bem coordenado, sem mau ajustamento de qualquer de suas partes físicas ou funções; permanece a melhor chance de qualificar sob critérios artísticos para a beleza tonal, como encontrado na cultura ocidental. O corpo humano é o instrumento vocal; seus mais livres sons produzidos (o resultado da coordenação eficiente funcional) chegam o mais próximo dos ideais de beleza pelo ponto de vista do mundo Ocidental. “Eu me ensinei a cantar” – é uma reivindicação ocasionalmente ouvida de alguns cantores profissionais de estatura. A afirmação não surpreende ninguém, porque todos os cantores podem ser seus próprios professores. Aprender a cantar envolve unificação do ouvido musical, o controle da fisiologia e a inteligência criativa, um ato de integração artística que não pode ser imposta ao cantar. Nesse sentido, nenhum professor ensina nenhum cantor a cantar. Um dos mais sérios perigos para um estudante de canto reside na expectativa de que um bom professor construirá uma técnica para o aluno. O aluno deve confiar no ouvido do professor e na escola de técnica sendo apresentada, mas nenhum destes fatores positivos é suficiente. Somente o cantor pode juntar informações físicas e artísticas de tal forma que possa ser pessoalmente vivida de novo e

de novo (isto é, dar uma expressão técnica). O trabalho do professor pode ser apenas apontar o caminho (um serviço essencial). É um caso de registro público que vários cantores profissionais que afirmam ser autodidatas, têm atualmente estudado com professores reconhecidos ou têm sido atendidos nas maiores (não tão maiores) escolas de música por longos períodos de tempo. O cantor profissional que afirma que tudo que antes aprendeu do professor de canto teve de ser posto de lado, e que “–Agora eu desenvolvi minha própria técnica”, está dando uma expressão ingênua do que todo cantor bem sucedido e todo professor de canto bem sucedido sabem. Somente os cantores podem integrar suas próprias vozes. Entretanto, pode ser seguramente garantido que quase nenhum cantor de sucesso adquiriu facilidade técnica sem a ajuda de um bom professor de canto em alguns momentos do caminho. Um olhar mais profundo pode revelar que, enquanto quase nenhum cantor profissional pode ter se beneficiado de uma larga difusão de interesses intelectuais e artísticos, a técnica de canto foi estudada seriamente por muitos anos. A imagem que o público tem de alguns cantores contemporâneos não confundiria o cantor jovem; aprender a cantar é uma disciplina exaustiva, e ninguém poderia fingir que não o é, nem há nenhuma razão para se desculpar por dedicar-se a ela. Este método foi desenvolvido para mostrar caminhos possíveis para os cantores, mas a escolha artística é sua. Portanto, sinta-se à vontade para escolher o que mais lhe convém. Texto retirado do Módulo Outset – Introdução à técnica Vocal do Método Outspoken