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Pneumonia na Comunidade: Epidemiologia, Etiologia, Sinais, Diagnóstico e Tratamento, Notas de estudo de Patologia

Este documento fornece informações detalhadas sobre a pneumonia adquirida na comunidade, incluindo sua epidemiologia, etiologia, sinais e sintomas, diagnóstico e tratamento. Além disso, aborda a importância do escore crb-65 na classificação de risco em adultos e a escolha adequada de antibióticos.

O que você vai aprender

  • Como é feito o diagnóstico de pneumonia adquirida na comunidade?
  • Qual é a incidência de pneumonia adquirida na comunidade?
  • Quais são os fatores de risco para pneumonia adquirida na comunidade?

Tipologia: Notas de estudo

2020

Compartilhado em 29/04/2020

lara-costa-35
lara-costa-35 🇧🇷

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PNEUMONIA
Pneumonia adquirida na comunidade (PAC) é uma infecção aguda no
parênquima pulmonar, que acomete indivíduos fora do ambiente hospitalar
ou nas primeiras 48hrs da sua admissão no hospital.
É considerada uma condição sensível à Atenção Primária em Saúde (APS)
pois é um problema onde a atenção primaria diminui os índices de
internação.
EPIDEMIOLOGIA
Incidência de 12 para cada 1000 habitantes por ano.
No brasil, é a segunda causa de internação hospitalar na população geral e
a primeira em internações e mortes por doenças respiratórias.
Forte influencia sazonal: aumenta as internações e mortes nos períodos de
inverno, entre julho e agosto.
A mortalidade por pneumonia varia de acordo com a gravidade da doença,
podendo ser de menos de 1% nas pneumonias ambulatoriais, ou chegar a
mortalidade de mais de 30%, em pneumonia grave tratadas em unidade de
tratamento intensivo.
Fatores de risco: os extremos da idade (menores de 5 anos e maiores que
70), imunodeprimidos e com comprometimento do sistema nervoso central.
ETIOLOGIA
A etiologia quase nunca é confirmada, mas sabe-se que qualquer
microrganismo pode causar a pneumonia. Os agentes mais comuns em PAC
são: Streptococcus pneumoniae (22%), Mycoplasma pneumoniae (18%),
Chlamydophila pneumoniae (16%), vírus (10%), Haemophylus influenzae
(4%), Legionella sp (1% ou menos).
Entre os vírus que causam a pneumonia vale ressaltar a influenza,
coronavirus, adenovírus e vírus sincicial respiratório.
As infecções virais podem servir de porta de entrada para bactérias que
colonizam as vias aéreas superiores, embora também possam ser causa
primarias de pneumonias. Cabe ressaltar que, quando associados à
Staphylococcus aureus, podem causar infecções graves, tendo como
característica a presença de infiltrado inflamatório pulmonar localizado. As
infecções pneumocócicas causadas apenas por S. aureus costumam se
apresentar com lesões escavadas bilaterais.
A pneumonia por micoplasma tem sido mais frequentemente observada em
adultos jovens em tratamento ambulatorial; enquanto a clamídia tem sido
identificada também em idosos e pode ser causa de pneumonia grave nessa
população.
Na presença de quadros arrastados, com pouca resposta aos
antibióticos deve-se ter em mente a possibilidade do
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PNEUMONIA

Pneumonia adquirida na comunidade (PAC) é uma infecção aguda no parênquima pulmonar, que acomete indivíduos fora do ambiente hospitalar ou nas primeiras 48hrs da sua admissão no hospital. É considerada uma condição sensível à Atenção Primária em Saúde (APS) pois é um problema onde a atenção primaria diminui os índices de internação. EPIDEMIOLOGIA Incidência de 12 para cada 1000 habitantes por ano. No brasil, é a segunda causa de internação hospitalar na população geral e a primeira em internações e mortes por doenças respiratórias. Forte influencia sazonal: aumenta as internações e mortes nos períodos de inverno, entre julho e agosto. A mortalidade por pneumonia varia de acordo com a gravidade da doença, podendo ser de menos de 1% nas pneumonias ambulatoriais, ou chegar a mortalidade de mais de 30%, em pneumonia grave tratadas em unidade de tratamento intensivo. Fatores de risco: os extremos da idade (menores de 5 anos e maiores que 70), imunodeprimidos e com comprometimento do sistema nervoso central. ETIOLOGIA A etiologia quase nunca é confirmada, mas sabe-se que qualquer microrganismo pode causar a pneumonia. Os agentes mais comuns em PAC são: Streptococcus pneumoniae (22%), Mycoplasma pneumoniae (18%), Chlamydophila pneumoniae (16%), vírus (10%), Haemophylus influenzae (4%), Legionella sp (1% ou menos). Entre os vírus que causam a pneumonia vale ressaltar a influenza, coronavirus, adenovírus e vírus sincicial respiratório. As infecções virais podem servir de porta de entrada para bactérias que colonizam as vias aéreas superiores, embora também possam ser causa primarias de pneumonias. Cabe ressaltar que, quando associados à Staphylococcus aureus, podem causar infecções graves, tendo como característica a presença de infiltrado inflamatório pulmonar localizado. As infecções pneumocócicas causadas apenas por S. aureus costumam se apresentar com lesões escavadas bilaterais. A pneumonia por micoplasma tem sido mais frequentemente observada em adultos jovens em tratamento ambulatorial; enquanto a clamídia tem sido identificada também em idosos e pode ser causa de pneumonia grave nessa população.  Na presença de quadros arrastados, com pouca resposta aos antibióticos deve-se ter em mente a possibilidade do

diagnóstico de tuberculose. O diagnóstico de tuberculose também deve ser suspeitado na presença de tosse seca, antes que apareçam outros sintomas respiratórios ou sistêmicos; e ainda, na presença de bloco de consolidação e pequenos focos isolados adjacentes na radiografia. SINAIS E SINTOMAS Os sintomas mais prevalentes de pneumonia são febre (78%), dispneia (40- 90%), taquicardia (65%), tosse com ou sem expectoração (82%) e estertores (80%). A pneumonia pneumocócica, classicamente, se apresenta com quadro de início agudo, febre alta acompanhada de calafrio intenso, tosse, dor pleurítica e sinais de consolidação ao exame do tórax. Entretanto, em geral os pacientes não apresentação de todos esses sinais e sintomas. O quadro clínico varia com a idade e da presença de comorbidades. Pessoas idosas costumam ter menos sintomas, podendo a doença apresentar-se de forma atípica, com sintomas gerais, como confusão mental, mal-estar, sensação de fraqueza, desmaio ou piora de doença subjacente, como insuficiência cardíaca ou renal. Febre pode estar ausente, mas taquipneia e alterações no exame do tórax costumam estar presente DIAGNÓSTICO A radiografia de tórax, nas incidências: póstero-anterior e perfil. Esse é o exame complementar mais importante para diagnóstico, avaliação de gravidade e complicações da pneumonia, podendo ser realizado quando disponível, na Pneumonia Adquirida na Comunidade tratada a nível ambulatorial. A radiografia de tórax passa a ser indispensável quando há suspeita de complicações, momento em que o paciente deve ser referenciado. Todavia, a ausência de consolidação no raio x não descarta a pneumonia. Em paciente com melhora do quadro clinico, mesmo com progressão radiológica após inicio do tratamento, não esta indicada a necessidade de mudança no tratamento. A resolução radiológica costuma ser lenta, ocorrendo após a recuperação clínica; em metade dos casos se da duas semanas após a apresentação inicial. Em dois terços dos casos, a resolução radiológica ocorre em seis semanas. Pacientes tabagistas com mais de 50 anos que desenvolveram quadro de pneumonia, devem repetir a radiografia de tórax após seis semanas do início dos sintomas, pelo risco de câncer de pulmão, não detectado durante a infecção. Outros exames complementares podem auxiliar no avaliação de gravidade e conduta de pneumonias complicadas. Entre esses exames, destacam-se a medida de oxigenação, hemograma, dosagem de proteína C-reativa (PCR) e exame de escarro para pesquisa etiológica. A avaliação da gravidade do quadro de pneumonia é importante para definir o local de tratamento, escolha do esquema antimicrobiano prescrito e a mortalidade esperada para cada caso. ESCALA CRB-

Vacinas pneumocócicas: O Ministério da Saúde disponibiliza duas vacinas pneumocócicas: vacina pneumocócica 10-valente e vacina pneumocócica 23-valente. Previnem contra infecções invasivas pelo pneumococo, como meningite e sepses. A vacina pneumocócica 10-valente (Pnc10) é indicada para crianças a partir dos 2 meses de idade e está incluída no calendário básico de vacinas. A vacina pneumocócica 23-valente (Pn23) é usada a partir dos 2 anos de idade. Essa vacina está Indicada para: população indígena; indivíduas com 60 anos ou mais, não vacinados, que vivem acamados e/ou em instituições fechadas (casas geriátricas, hospitais, unidades de acolhimento/asilos e casas de repouso); para indivíduos com condições clinicas especiais, como: imunodeprimidos; algumas doenças crônicas, transplantados, entre outras) Vacina contra influenza: indicada para proteger contra o vírus influenza e contra as complicações da doença, principalmente as pneumonias bacterianas secundárias. A vacina é disponibilizada pelo Ministério da Saúde para: crianças de 6 meses a menores de 5 anos; gestantes e puérperas; trabalhadores de saúde; indígenas; indivíduos com 60 anos ou mais de idade; população privada de liberdade; funcionários do sistema prisional; portadores de doenças crônicas não transmissíveis; portadores de condições especiais (algumas doenças crônicas, obesos, transplantados, imunossupressão e trissomias). Voltando a questão inicial: Qual a primeira linha de antibioticoterapia na pneumonia adquirida na comunidade, em paciente previamente hígido? Macrolídeos por 7 dias:

  • Azitromicina 500 mg de 24/24 horas
  • Claritromicina 500 mg de 12/12 horas
  • Eritromicina 500 mg de 6/6 horas