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Um plano de intervenção para o tratamento e prevenção de diabetes mellitus, enfatizando a importância da educação para o controle e tratamento de pacientes diabéticos. O texto discute os grandes fatores responsáveis pela crescente prevalência de diabetes, seus impactos econômicos e saudáveis, e as estratégias para garantir qualidade, integração e eficácia no primeiro plano de atenção. Além disso, o documento discute os tipos de diabetes, seus sintomas e causas, e as atividades físicas e medicamentos relevantes para o tratamento.
Tipologia: Esquemas
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Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família, Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade Aberta do Brasil, para obtenção do Certificado de Especialista. Orientadora: Maria Dolôres Soares Madureira
Este trabalho é dedicado às pessoas intimamente ligadas a mim, que, desde os primeiros aprendizados, contribuíram para que eu chegasse a esta etapa.
Agradeço aos tutores do curso pela paciência e serenidade com que me guiaram para a possível conclusão deste trabalho e especialização. Á orientadora, Maria Dolôres Soares Madureira, pela atenção e disponibilidade. Gratifico ainda à Deus pela oportunidade do conhecimento e à minha família pela compreensão aos momentos de ausência dedicados ao estudo.
Nos dias atuais as mudanças na alimentação e nos hábitos de vida têm sido uma grande preocupação para a comunidade médica, pois se observou o aumento do sedentarismo e alimentação inadequada, provocando o aparecimento e agravando doenças como o diabetes mellitus. Este trabalho objetivou elaborar um plano de intervenção com vistas ao tratamento e prevenção do diabetes mellitus. Na construção deste trabalho, realizou-se inicialmente uma pesquisa bibliográfica para subsidiar a elaboração do plano. O diabetes mellitus é uma enfermidade muito séria que se não diagnosticada e tratada corretamente acarreta uma série de consequências como amputação, cegueira e cardiopatias. Além disso, seu tratamento é complexo e exige muito cuidado e disciplina. Por esse motivo é importante fazer um trabalho educativo buscando o controle e tratamento do paciente portador de diabetes. Com este trabalho pode-se observar que é importante a abordagem educativa por meio de projetos e informações para os diabéticos e a população em geral. A melhoria do atendimento também contribui muito para a população diabética atendida pela unidade em estudo, pois nas reuniões e nas atividades desenvolvidas os pacientes participaram ativamente e os relatórios mostraram melhoria no estado de saúde e no atendimento dos mesmos.
Palavras-chave: Educação em saúde. Diabetes Mellitus. Saúde.
Nowadays changes in eating and lifestyle habits has been a major concern for the medical community, because we observed increased sedentary lifestyle and unhealthy diet, causing the appearance and exacerbating diseases such as diabetes mellitus. This work aimed to draw up a contingency plan for the treatment and prevention of diabetes mellitus. In the construction of this work was initially a bibliographical research to support the development of the plan. Diabetes mellitus is a disease that not much would be diagnosed and treated properly entails a number of consequences such as amputation, blindness and heart disease. Besides its treatment is complex and requires great care and discipline. For this reason it is important to do educational work seeking the control and treatment of patients with diabetes. With this work it can be observed that it is important the educational approach through projects and information for diabetics and the general population. The improvement of care also contributes greatly to the diabetic population served by the unit under study, for meetings, and activities developed in patients actively participated and the reports showed improvement in their health and care of them.
Keywords: Health education. Diabetes Mellitus. Health.
5.2 Ações^ educativas^ para^ a^ prevenção^ do^ diabetes^ mellitus^ e^ suas complicações................................................................................................
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O município de Sarzedo localiza-se na Região Metropolitana de Belo Horizonte e limita-se com os municípios de Betim, Ibirité, Mário Campos e Brumadinho. Instalado oficialmente em 1º de janeiro de 1997, está situado em uma das regiões de maior desenvolvimento da Grande Belo Horizonte, limitando-se com o segundo maior pólo automobilístico e industrial da América Latina. Está apenas 12 km do principal corredor de desenvolvimento do Estado de Minas Gerais, que é o entorno da Rodovia Fernão Dias (BR 381), principal via de escoamento da produção e acesso aos países que formam o Bloco Econômico denominado “Mercosul” (SARZEDO, 2013).
O município possui uma área de 62,17 Km². Sua população, em 2011, era de 26. habitantes e a densidade demográfica 415, 4 hab./ km². Possui um número aproximado de 7183 famílias, sendo que 92 famílias vivem na zona rural da cidade e 7330 domicílios. O nível de alfabetização da população da cidade é de 93,2%. A economia da cidade gira em torno da mineração, agricultura e comércio local (SARZEDO, 2013).
Na questão da área da saúde, a cidade conta com 07 Unidades Básicas de Saúde, 01 Policlínica e 01 Unidade Central com as seguintes especialidades médicas: cardiologia, neurologia, nefrologia, dermatologia, otorrinolaringologia e nutricionista. Na Policlínica funciona o pronto - atendimento, onde o paciente grave é transferido pelo SUS Fácil para a alta complexidade em Belo Horizonte. Além disso, há a Central de Marcação de Consultas (CMC), aonde o usuário vem com encaminhamento da Unidade Básica de Saúde (UBS) e é agendado para outras especialidades, em Belo Horizonte ou Betim. Os exames de alta complexidade são enviados para o Posto de Atendimento Médico (PAM) Padre Eustáquio, conforme pactuação com Contagem. Sarzedo faz parte da microrregião de Contagem e 78, % de sua população é usuária da assistência à saúde no Sistema Único de Saúde (SUS). Os casos de referência em Odontologia que necessitam de encaminhamento para bloco cirúrgico são direcionados para o Hospital Municipal Odilon Behrens.
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saúde em algumas comunidades, tornando complicada a análise dos esforços empregados tanto na esfera individual quanto na social (ROSA, 2006).
Dessa forma, o que se percebe é que as questões sociais, as mudanças no âmbito emocional e psíquico das pessoas, vêm cooperando expressivamente para a elevação do índice da doença entre a população brasileira. Para lidar com estas complexidades, o setor saúde necessita se reestruturar de maneira a atender os diversos contextos.
A Constituição Federal Brasileira de 1988 estabeleceu os pilares para o estabelecimento de um sistema universal com intenso arranjo democrático e humanitário, o Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL, 2001). Nesse sistema, a atenção básica, implantada em uma realidade de descentralização e hierarquização dos trabalhos, recebe destaque e a Estratégia de Saúde da Família caracteriza-se como linha de reestruturação do modelo de atenção à saúde na nação. A estratégia tem como finalidade garantir qualidade, integração e eficácia no primeiro plano de atenção, tendo como fundamento o trabalho sob a região e a oferta dos serviços, em trabalhos de promoção, proteção e reabilitação da saúde (BRASIL, 1998).
O diabetes, problema identificado na comunidade em estudo, possui alguns nós críticos, como a falta de informação sobre riscos e agravos; hábitos e estilo de vida errôneos; estrutura dos serviços de saúde deficiente. A partir de cada nó, foi elaborada uma operação, cujos objetivos são aumentar o nível de informação da população sobre o diabetes, modificar hábitos e estilo de vida, melhorar o acompanhamento de riscos e a autonomia do usuário através de uma atenção integral. E dessa forma pretende-se alcançar como resultados o aumento do nível de informação da população sobre a doença, mudanças dos hábitos e estilo de vida, melhoria do acompanhamento dos riscos e a autonomia do usuário através de uma atenção integral.
As condições em que as pessoas vivem, onde elas nascem, crescem, trabalham e envelhecem afetam a saúde de uma pessoa e a vulnerabilidade a doenças, como o diabetes mellitus , e pode variar quanto ao status social e ao gênero.
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Os determinantes socioeconômicos da saúde também são influenciados pela rápida urbanização, desenvolvimento econômico e globalização do mercado. Eles estão ligados à maneira como as cidades e os sistemas de transporte são projetados, a forma de trabalhar, e da maneira de produzir, processar e consumir. Esses fatores estão intimamente ligados ao desenvolvimento de diabetes e fazem parte do estilo de vida do homem moderno.
Nesse contexto, podem-se incluir problemas, como estar com sobrepeso ou obesidade. Este é um fator crítico para o risco de diabetes. A rápida urbanização em países desenvolvidos e em desenvolvimento levou a uma mudança nos padrões alimentares, particularmente um aumento da ingestão de alimentos com energia densa. Esta transição para uma dieta rica em gordura, açúcar e sal tem alimentado o aumento dos níveis de sobrepeso e obesidade. Outro problema são os baixos níveis de atividade física, que estão por trás de níveis crescentes da síndrome metabólica
A vida urbana é frequentemente associada com níveis mais baixos de atividade física do que a vida rural, aumentando o risco de diabetes devido ao sobrepeso e à obesidade. Evidência mundial sugere a disparidade entre os sexos no nível de atividade física. Em geral, os homens realizam mais atividades físicas ao longo da vida e, portanto, são menos influenciados pelo sedentarismo como fator de risco. O consumo de álcool e do tabaco tem aumentado nas últimas décadas, muito em função do estilo de vida moderno, aumentando também entre as mulheres. A hereditariedade também é definida como fator de risco.
As mudanças no estilo de vida e o controle dos fatores de risco mutáveis como dislipidemias, obesidade, tabagismo, sedentarismo, entre outros são considerados a base do tratamento e controle de enfermidades como o diabetes, e exigem ações multidisciplinares em todos os planos da atenção à saúde, principalmente na Atenção Básica (COLOMBO; AGUILLAR, 1997; BRASIL, 2001).
Nesse contexto, pode-se inserir a resposta do sistema de saúde frente à alta prevalência de diabetes na população. Essa resposta está relacionada à estrutura dos serviços de saúde e ao processo de trabalho. O ideal seria uma assistência, em todos os níveis de complexidade, que desse suporte a essa condição e diminuísse,
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Este trabalho se justifica por saber que o diabetes mellitus é um dos principais fatores de morbimortalidade. Sua prevalência eleva-se com a idade, apesar de esta enfermidade ser diagnosticada em pessoas mais jovens, como crianças e adolescentes. Mesmo com implementação de políticas públicas e reestruturações nos sistemas de saúde, esta enfermidade continua sendo um desafio em razão das suas complicações e morte precoce (SARTORELLI; FRANCO, 2003; CAIXETA, 2007).
O sistema de saúde e seus profissionais devem ser habilitados e instigados a detectar e identificar lesões em órgãos-alvo e/ou complicações crônicas, formular diagnóstico e realizar tratamento correto para o diabetes. Tais medidas contribuem para a redução dos fatores de risco e consequente diminuição da gravidade desta enfermidade, que precisa de intervenção imediata pela alta prevalência e por causar incapacidades.
Diante disto, faz-se necessário a soma de esforços de todos os que lidam com essa severa situação de saúde pública, procurando a reorganização da atenção básica, tendo como principal estratégia a prevenção dessa doença e de suas complicações.
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3.1 Objetivo geral
Elaborar um plano de intervenção com vistas ao tratamento e prevenção do Diabetes Mellitus.
3.2 Objetivos específicos
Abordar teoricamente a doença. Identificar as ações educativas para prevenção do diabetes e suas complicações. Apontar as ações para melhoria no atendimento da população diabética da área de abrangência.
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5.1 Diabetes mellitus
O diabetes mellitus representa hoje uma epidemia mundial. No Brasil, o Ministério da Saúde estima que existam 12,5 milhões de diabéticos - muitos deles sem diagnóstico (SANTANA, 2012).
O envelhecimento da população, a urbanização crescente, o sedentarismo, a alimentação pouco saudável e a obesidade são os grandes fatores responsáveis pelo aumento de prevalência do diabetes (BRASIL, 2010b).
Para Segatto (2010), a doença pode começar a afetar o organismo dez anos antes de mesmo de o paciente desconfiar dos sintomas. Neste sentido Vieira (2012) enfatiza que, o seu desenvolvimento é progressivo, especialmente em crianças e adolescentes, nos adultos, tal desenvolvimento é mais lento.
O diabetes mellitus classifica-se em: diabetes mellitus do tipo 1 (insulino dependente), diabetes mellitus do tipo 2 (não insulino dependente) e o diabetes mellitus gestacional.
De acordo com o Ministério da Saúde:
O diabetes tipo 1 resulta primariamente da destruição das células beta pancreáticas e tem tendência à cetoacidose. Esse tipo ocorre em cerca de 5 a 10% dos diabéticos. Inclui casos decorrentes de doença autoimune e aqueles nos quais a causa da destruição das células beta não é conhecida, dividindo-se em: imunomediado e idiopático (BRASIL, 2001, p.14).
No diabetes tipo 1 observa-se a ausência ou redução da secreção da insulina pelas células betas das ilhotas de Langerhans do pâncreas fruto de fatores hereditários, destruição das células beta por auto anticorpos ou ainda por vírus (VANCINI ; LIRA, 2004).
Ainda segundo o Ministério da Saúde:
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O diabetes tipo 2 resulta, em geral, de graus variáveis de resistência à insulina e de deficiência relativa de secreção de insulina. O diabetes mellitus tipo 2 é, hoje, considerado parte da chamada síndrome plurimetabólica ou de resistência à insulina e ocorre em 90% dos pacientes diabéticos (BRASIL, 2001, p.15).
De acordo com Enes e Slater (2010) os principais fatores associados ao surgimento deste tipo de diabetes estão ligados à ausência de atividades físicas, obesidade e o não cuidado com a alimentação.
Vieira (2012, p.8) ressalta que:
Em se tratando do diabetes tipo 2, a existência de insulina é detectada no organismo, sendo ela produzida pelo pâncreas, no entanto, a glicose não consegue ser absorvida pela célula, ocasionando complicações no organismo. Para tanto, faz-se necessário comentar que, nos indivíduos portadores do diabetes tipo 2, ocorre o bloqueio da membrana celular, o que impede que a insulina, o qual é responsável por transportar a glicose para o interior da célula.
Quanto ao diabetes mellitus gestacional, este é definido pelo Ministério da Saúde, como:
[...] a diminuição da tolerância à glicose, de magnitude variável, diagnosticada, pela primeira vez, na gestação, podendo ou não persistir após o parto. Abrange os casos de DM e de tolerância à glicose diminuída, detectados na gravidez. O Estudo Brasileiro de Diabetes Gestacional – EBDG revelou que 7,6% das mulheres em gestação apresentam intolerância à glicose ou diabetes (BRASIL, 2001, p.15).
Os fatores de riscos para o diabetes gestacional, segundo Vieira (2012) são: a faixa etária acima de 25 anos, obesidade ou excessivo ganho de peso; excesso de gordura na área do abdome, histórico familiar de diabetes; baixa estatura (1,50); e, crescimento fetal demasiado.
Vieira (2012) destaca que as gestantes necessitam de cuidados e acompanhamento da alimentação, em razão da precaução para com o diabetes, pois como já demonstrado algumas gestantes que não possuem dietas balanceadas durante o período de gestação.
Ferrari (2005) comenta que, para que ocorra o diagnóstico precoce do diabetes gestacional, é preciso rastreá-lo, logo na primeira consulta, e esse rastreamento é feito entre a 24ª e 28ª a semanas da gravidez.